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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Glauco J. S. Freitas e os livros "O Exército de Imortais" e "A Alcateia"

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Glauco J. S. Freitas: Tardio. Acho que isso resume. Nunca tinha realmente lido nada por vontade própria, e enrolava mesmo as leituras obrigatórias da escola. Só fui me tornar um leitor as vinte anos, quando um primo me presenteou no natal com “O Último Reino”, de Bernard Cornwell. Lembro que, na época, a série tinha recém-lançado o sexto volume e eu li todos naquele mês de janeiro. Foi um rombo na carteira, mas acho que hoje dá pra olhar pra trás e considerar um investimento.

Apesar disso, eu já flertava com essa coisa de “escrever”. Fizemos um livro para um evento no colégio em que fui o escritor, eu e um amigo passávamos as aulas de matemática escrevendo o que um dia, imaginávamos, se tornaria um mangá – não façam isso, crianças – , e, por fim, ainda no ensino médio, decidi que queria ser roteirista. 

É claro, porém, que era tudo muito amador, e sem uma base literária mais sólida, dá pra imaginar a desgraceira que ia pro papel. Ainda assim, eu realmente gostava daquilo e, quando ganhei o livro algum tempo depois, foi como um “click”.

Conexão Literatura: Você é autor dos livros "O Exército de Imortais" e "A Alcateia". Poderia comentar? 

Glauco J. S. Freitas: A Alcateia foi a primeira obra que eu senti que era suficientemente boa pra arriscar publicar. Claro, ela levou uns cinco anos, no total, pra ficar pronta e foi reescrita do zero pelo menos umas três vezes. Quando eu me encaminhava pro terço final do livro, descobri que um concurso de ebooks estava em aberto e faltava menos de um mês para o prazo. 

Acho que a gente só se empenha mesmo quando a água bate na bunda. Ainda assim, não consegui terminar o livro até dois dias após o término do prazo, mas acho que valeu a pena ou eu talvez nunca tivesse realmente terminado o livro – ou não teria chegado a um final tão apoteótico e satisfatório. Acabei publicando a obra em ebook assim mesmo, no finalzinho de 2016.

Nunca fui um bom vendedor do meu próprio trabalho, mas A Alcateia recebeu algumas boas resenhas e aquilo serviu de combustível pra seguir o trabalho. 

Logo depois, dei início à série Folclórika, que como o nome sugere, é uma high fantasy inspirada no folclore brasileiro. Lancei o primeiro livro, O Exército de Imortais, pela Editora PenDragon. Tenho que admitir que, no começo, a história se ambientava numa fantasia muito mais genérica e, na verdade, eu a escrevi só pra dar vazão àquilo que estava na cabeça. Porém, quanto mais eu escrevia, mais eu gostava daqueles personagens e, quando o livro já se aproximava da metade, resolvi que era hora de dar uma personalidade mais forte à tudo.

Foi quando surgiu a ideia de ambientar o universo que eu havia criado no folclore brasileiro. É claro, tive que reescrever boa parte do livro, mas quanto mais vida Akakor ganhava, melhor a obra me parecia. 

No fim, uma história escrita só por diversão se tornou minha primeira obra publicada por uma editora.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seus livros? 

Glauco J. S. Freitas: A Alcateia, na verdade, precisou de pouco pesquisa. O livro se passa em Curitiba, minha cidade, então essa parte foi fácil. Agora, a parte do sobrenatural, do misticismo e da mitologia, exigiu mais imaginação e adaptação do que pesquisa. Não sou um conhecedor dessas questões, por assim dizer, mas um “entusiasta”. Peguei o pouco que sabia sobre magia do caos, goethia e espiritismo e construí uma mitologia própria em cima disso. Agora, apesar de não ter tido muito contato com livros policiais, tive minha cota de filmes e séries do gênero.

Já O Exército de Imortais teve uma pesquisa extensa, indo de lendas e mitos do nosso folclore – que vai muito além de Monteiro Lobato e o pouco que a gente aprende na 5ª série –  até um dicionário de Tupi-Guarani Antigo. Claro, quem ler O Exército vai conhecer tanto sobre as lendas que inspiraram o livro quanto quem ler a obra de Eduardo Spohr vai saber sobre a Bíblia, mas acho que isso é algo explícito quando se trata de high fantasy.

A Alcateia levou quase cinco anos para ser escrito, desde o primeiro rascunho, até a obra final. Já O Exército teve seus quatro primeiros capítulos escrito em uma única noite, e levou quase um ano para se moldar no que se tornou a obra final.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seus livros?

Glauco J. S. Freitas: Tem dois trechos de A Alcateia que eu acho especiais. Primeiro o momento em que Matsui usa um misto de magia do caos e ritual cristão para aprisionar uma entidade num antigo orfanato, e o momento em que Patrezzi enfrenta uma criatura enquanto rola Whitesnake no rádio e toda a perseguição de carro subsequente a isso. É a parte que eu sempre releio quando pego o livro para folhear.

Já em O Exército de Imortais, tem uma passagem em que Räel e Qehrana encontram um grupo de mapinguarys no Monte Nhaminiwi que sempre é citado pelas leitoras, mas eu acho que sempre que o Andurah aparece ele rouba a cena.

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

Glauco J. S. Freitas: Pra adquirir é fácil, a PenDragon tem parceria com a maioria das lojas virtuais, além de ter os livros disponíveis em seu próprio site – inclusive fazendo um combo pra quem quiser as duas obras. E pra quem quiser saber mais sobre meu trabalho, eu uso principalmente o Instagram pra divulgação e pra contato.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

Glauco J. S. Freitas: Vários. Eu tenho um sério problema em focar numa obra só, então eu começo a trabalhar em um livro, paro e começo outro, depois volto pro primeiro, etc, etc, etc. No momento, tenho outras duas obras com Matsui e Patrezzi em andamento – sempre histórias independentes e fechadas – e a série Folclórika terá cinco livros: o segundo está pronto e o terceiro, pela metade.

Outra obra iniciada é O Maquinista, que é minha obra mais ambiciosa. Quem souber procurar acha trechos e detalhes pelo Facebook e pelo Instagram, mas por enquanto, prefiro não divulgar nada oficialmente.

Perguntas rápidas:

Um livro: Contato – Carl Sagan
Um (a) autor (a):  Bernard Cornwell
Um ator ou atriz: sempre digo que se você tiver que ser uma pessoa, sempre seja a Meryl Streep
Um filme: Seven
Um dia especial: o dia que meu filho saiu da UTI-Neo

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Glauco J. S. Freitas: Acredito que a literatura fantástica nacional finalmente descobriu sua identidade. Passamos de tentar replicar aquilo que líamos de fora e passamos a criar algo que nos é próprio. É por isso, a meu ver, que a fantasia nacional tem ganhado tanto espaço nos últimos tempos. Se você nunca leu uma obra de fantasia brasileira – ou se já leu, e não foi de seu agrado – recomendo que dê uma – ou mais uma – chance. Obrigado pelo espaço e obrigado a você que leu até aqui.
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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Manuela Marques Tchoe e o livro “Encontro de Marés” (Editora Pendragon)

Manuela Marques Tchoe - Foto divulgação
Baiana de Salvador, Manuela Marques Tchoe é uma escritora que vive desde 2005 na Alemanha, onde trabalha como executiva de marketing. É autora de “Ventos Nômades”, uma coletânea de contos sobre experiências de viagem e a vida de imigrante, e “Encontro de Marés”, o seu primeiro romance. 

Suas inspirações para escrever vêm de sua experiência como imigrante e as viagens pelo mundo, além da vontade de abordar algumas questões sociais que a autora considera interessantes de serem discutidas. 

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Manuela Marques Tchoe:  Sempre recebi elogios na escola sobre a minha escrita, e acredito que esse reconhecimento ficou dentro de mim desde cedo e me inspirou a escrever. Entretanto, eu imaginava trabalhar como jornalista, mas não sonhava exatamente escrever um livro. Cheguei a fazer faculdade de jornalismo por um ano, mas a experiência não havia “clicado” para mim na época. Deixei esse talento de lado por muitos anos, apesar de, como profissional de marketing, a escrita em geral ter sido parte da minha rotina.  

Quando meu filho nasceu, eu acredito que finalmente vi que precisava seguir esse talento, que a vida é muito curta para se dedicar apenas ao trabalho. Essa foi uma longa jornada de descoberta e de reconhecer que não dava mais para deixar esse talento inexplorado. 

Conexão Literatura: Você é autora do livro “Encontro de Marés” (Editora Pendragon). Poderia comentar?

Manuela Marques Tchoe: claro! “Encontro de Marés” é uma obra de ficção que fala de mãe e filha que se desencontram pela vida. É uma obra que aborda temas sociais controversos, como a prostituição infantil, mas também mostra o lado bonito e leve do Brasil. É um romance sobre destino, desencontros e decisões impossíveis. Deixo aqui a sinopse: 

Na mística Salvador, Rosa cresce na casa de sua carinhosa avó Dalva, sem ideia das circunstâncias que a impediram de ter pai e mãe presentes em sua vida. Sua infância feliz é interrompida quando seu pai reaparece e a rapta, transformando sua vida para sempre.  

Tempos depois, Mariana aterrissa no Rio de Janeiro, amaldiçoando sua vinda para o país que um dia lhe deu as costas. Quando criança, ela fora abandonada por sua mãe num orfanato, sem nunca entender por que fora deixada para trás. Adotada por um casal de alemães, tudo o que Mariana mais desejava era esquecer seus traumas e apagar traços de sua origem. Mas o horror de um tiroteio na favela da Rocinha desperta o seu desejo mais intrínseco: buscar respostas sobre o seu passado. 

Com suas vidas entrelaçadas, Rosa e Mariana são confrontadas com decisões impossíveis e desencontros. E lutam contra o tempo – até seus caminhos se cruzarem novamente.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?

Manuela Marques Tchoe: apesar de ter lançado “Ventos Nômades” antes, “Encontro de Marés” foi o primeiro livro que eu comecei a escrever e eu demorei cinco anos para terminá-lo. Como eu nunca escrevi um livro antes e também não fiz nenhum curso de escrita criativa, esse foi o meu “livro-escola”! Aprendi muito nesse processo, assim como pesquisei muito para esse livro, como a questão da prostituição infantil, assim como diversos outros temas que o livro aborda, como o candomblé. 

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?

Manuela Marques Tchoe:  Deixo um trecho aqui que marca a aceitação de Mariana que ela precisa procurar por sua mãe após tantos anos, nem que seja para fechar esse capítulo de sua vida. Esse é um momento desencadeado por um tiroteio que a personagem presencia. 

“Depois de muitas horas, o pânico de Mariana se transformou em algo diferente. Sentia um pesar terrível. De morrer, de ver mais inocentes mortos, de dilacerar o coração de seus pais. Foi para isso que eu vim para cá? Para morrer como mais uma vítima dessa guerra estúpida?, indagava ela aos céus.
Seu olhar se voltou para as linhas da mão da menina ao seu lado, seu destino traçado na palma da mão. E ela? Parecia correr contra o seu destino, percorria o mundo para fugir, ocupava-se para não pensar. Mas nesse momento de desesperança, não mais conseguia bloquear o desejo latente, inconsciente, sempre lá, escondido em algum canto de si. Com certa resistência, Mariana reconheceu a inevitabilidade de tomar seu destino em mãos, ao invés de se distanciar. Não adiantava, pensou, poderia percorrer o mundo e se perder no caminho, mas eventualmente reencontraria a direção certa. 

Quero saber o que aconteceu, ela resolveu, e encontrar novamente minha mãe.”

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?

Manuela Marques Tchoe: Meus livros estão disponível como impresso no site da Editora PenDragon assim como na Amazon Brasil e outras livrarias virtuais como Submarino, Lojas Americanas, etc. O e-book está disponível em todas as plataformas digitais como Amazon, iBooks, Kobo, dentre outras. 

Para quem está no exterior, o livro está como paperback na Amazon EUA, Alemanha, França, Reino Unido, dentre outros países. 

Estou sempre aberta a conversar com leitores! Caso haja interesse é só me mandar um email para contato@baianadabaviera.com.br ou através das redes sociais. 

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Manuela Marques Tchoe: além da contínua promoção de Ventos Nômades” e “Encontro de Marés”, tenho escrito crônicas para a série “Comida de Gringo” juntamente com a talentosa Ana Fonseca. Também estou escrevendo um novo romance, que dessa vez vai falar do Egito. Enquanto isso, eu continuo escrevendo para o meu blog Baiana da Baviera e para diversas outras revistas. 

Perguntas rápidas:

Um livro: Como Água Para Chocolate, Laura Esquivel
Um autor (a): Leticia Wierzchowski
Uma música: Chão de Giz 
Amor é: a melhor versão do ser humano 
Família é: comprometimento 
Uma frase: “Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser” (Cecília Meirelles)
Um desejo: continuar escrevendo e viajando!

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Manuela Marques Tchoe: agradeço à revista pela oportunidade! Aos leitores, é sempre um prazer dividir minhas histórias com vocês. Encontro de Marés é uma obra que tem muita história para contar – e espero que esse livro seja um bom companheiro de leitura!

Para quem estará na Bienal do Livro no Rio, meus livros estarão no estande da Editora Pendragon – espero a visita de vocês por lá!
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domingo, 7 de julho de 2019

Wallace William de Sousa e o livro “A Ponte Entre os Dois Mundos” (Editora Pendragon)

Wallace William de Sousa - Foto divulgação
Wallace William de Sousa é professor, tradutor e escritor. Como contista, participou de antologias de diversas editoras, sempre voltando seu trabalho para o Terror, Fantasia e Realismo Fantástico. Seu primeiro livro, “A Ponte Entre os Dois Mundos”, lançado pela Editora Pendragon, é uma fantasia moderna e com toques de terror, que trata de temas como juventude, tradição, família e a relação entre culturas estrangeiras e nativas. Também autor do blog “Óbvio e Não Tão Óbvio”, sobre literatura, cultura geek e música.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Wallace: Boa tarde, agradeço muito à revista Conexão Literatura pela oportunidade. Eu escrevo desde sempre. Tive sorte de pertencer em uma família onde a leitura foi algo incentivado desde cedo pela minha mãe. Também tive primos e amigos que ajudaram bastante não apenas com o incentivo à leitura, mas também com a prática da criatividade, através de jogos e coisas assim. Assim, me tornei um leitor muito cedo e acho que descobri que queria ser escritor ainda cedo também. Mas, como também é comum, a vida me levou por outros caminhos profissionais e a ideia de ser escritor meio que ficou para trás, mesmo que nunca desaparecendo completamente da cabeça. Um dia, navegando pela internet, eu vi um edital sobre uma antologia de contos de terror pela Editora Pendragon e decidi participar. Foi o meu primeiro conto e o escrevi sem expectativa nenhuma, mas fiquei muito feliz quando ele foi escolhido. Naquele momento, comecei a participar de diversas antologias, ao mesmo tempo em que aprendia sobre o meio literário e o mercado. Fiz isso também para aprimorar a escrita, uma vez que tinha plena consciência de que precisava melhorar muito se quisesse ter alguma chance no mercado um dia. Após alguns contos que foram bem sucedidos o suficiente para serem elogiados (por editores ou leitores), eu decidi arriscar escrever meu primeiro livro, A Ponte Entre os Dois Mundos, lançado ano passado, novamente pela Editora Pendragon.

Conexão Literatura: Você é autor do livro “A Ponte Entre os Dois Mundos” (Editora Pendragon). Poderia comentar?

Wallace: É o meu primeiro livro e admito que estou bastante feliz com ele. É uma fantasia moderna com toques de terror, que trata de questões sobre identidade, cultura, representatividade e juventude. No livro, temos uma protagonista que começa a ser assombrada por criaturas que ela conhecia apenas dos contos de fadas contados por sua avó, uma idosa imigrante russa. Para pedir ajuda ela recorre aos seus amigos de origem indígena, buscando uma magia nativa para lutar contra eles. E o livro trata basicamente sobre isso, sobre como as culturas que vieram com os imigrantes interagem com as culturas nativas, sobre onde termina o "estrangeiro" e onde começa o "brasileiro". Apesar de ter uma protagonista adolescente, a leitura pode ser bem densa e dramática, dependendo do foco que o leitor der aos pontos de discussão ou à situação pessoal de Tatiana. E claro, é uma fantasia, trata de magia e criaturas fantásticas, além de eu ter feito o possível para deixar a atmosfera bastante onírica. Até o momento, pelas críticas recebidas, parece ter funcionado.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?

Wallace: As pesquisas seguiram duas linhas. Sobre o folclore e a imigração russa no Brasil e sobre a cultura dos povos indígenas Terena. No primeiro caso não foi difícil encontrar fontes, a questão dos povos que migraram para o Brasil é algo que possui uma documentação vasta, ainda que por vezes confusa. Sobre os indígenas, por outro lado, a situação foi bem mais difícil. Eu havia assistido uma excelente palestra sobre os Terena em um evento que participei anos atrás, sobre sua cultura, mitologia e cosmologia, e tentei utilizar as informações que ali absorvi como linha-guia para minha pesquisa. A cultura Terena, além de belíssima, é muito vasta e é triste pensar como são necessários documentos que compilem e tornem acessível esse tipo de informação. Aliás, não apenas sobre eles, mas sobre as mais diversas etnias indígenas do nosso país. Hoje temos muito mais informação do que anos atrás, mas isso ainda é um grão de areia perto do que precisamos e do que é justo para com os primeiros habitantes da nossa terra.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?

Wallace: É muito difícil escolher um único momento, mas gosto muito de quando Tatiana conversa com a avó sobre sua partida da União Soviética:
Naquele dia até os soldados soviéticos beberam e festejaram com a gente. E eles eram nossos pais, filhos, sobrinhos, primos, vizinhos. Apesar das leis duras, sempre era possível conseguir uma rota de fuga. Com alguns documentos arranjados, e toda a bebida e cansaço do dia anterior, conseguimos entrar em um navio de cargas que nos levou até o Mar Negro. Apenas um punhado de famílias. Nós chorávamos enquanto víamos a costa e tudo aquilo o que éramos se afastando. Havia o temor de que os barcos militares nos parassem, mas não aconteceu. A viagem correu tranquila, quase como se fôssemos abençoados no caminho. Algumas crianças até diziam que viam as russalki, as mulheres d’água, nadando nas águas do Dniepre até chegarmos ao Mar Negro; outras diziam que viam o rosto de um severo, mas gentil, homem barbado nas águas. E acho que acreditávamos nisso tanto quanto elas. 
Logo chegamos à Bulgária, onde parte da carga foi descarregada e mais famílias surgiram, mais famílias desesperadas que deixavam suas vidas em troca da esperança em um novo mundo. Nem sempre nos entendíamos e nem falávamos a mesma língua, mas cantávamos nossas canções, eles cantavam as deles, partilhávamos nossas histórias. Apesar da dificuldade com o idioma, sempre havia algum viajante ou pessoa estudada que falava a língua do outro. E logo as crianças, tanto de origem russa, ucraniana ou búlgara, estavam falando das mulheres d’água que nos acompanhavam da costa. 
Então veio a passagem pela Turquia e a Macedônia. Famílias turcas se juntaram a nós, ainda mais diferentes que as búlgaras, com religião diferente, mas que também tinham esperanças e também cantavam. E naquele momento as noites no navio eram recheadas de canções em russo, ucraniano, búlgaro e turco, cada um no seu canto, mas todos com as mesmas esperanças. As crianças se davam melhor umas com as outras, e não era incomum voltarem contando histórias de espíritos da areia que eram feitos de fogo, bem como de gênios nos quais os antigos navegadores punham confiança para ter vento, mesmo que nosso barco não fosse à vela. Quando finalmente chegamos ao Egeu, recebemos famílias gregas. Naquele momento, o barco finalmente estava ficando cheio. Gregos e turcos não se gostavam, e o clima ficou mais azedo. Ainda assim, as crianças continuavam se misturando e falando sobre mulheres d’água na costa, bem como agora surgiam histórias de cavalos formados pelas ondas do mar.
Então entramos para o Mediterrâneo e a viagem finalmente começou a ficar longa. Já não tentávamos mais conversar uns com os outros, apenas entre os nossos, e olhávamos uns aos outros com desconfiança. Eu não entendia o porquê. Pelo que todos diziam, já estávamos fora do território soviético, não corríamos mais risco. Mas o medo e o receio deram lugar à desconfiança e ao preconceito. Não cantávamos mais, a não ser as crianças. Adoecemos. Muitos, de todos os povos amontoados naquele navio, não sobreviveram à travessia do Atlântico. Mas as crianças sempre voltavam a nós, lembrando-nos de nossas canções e cantando novas, muitas vezes em idiomas que nem elas entendiam direito. 
Acho que tudo o que passamos no navio foi uma preparação para quando chegássemos ao Brasil. Se não conseguíssemos viver com um punhado de famílias de três, quatro povos diferentes, como viveríamos aqui, com centenas deles? Estávamos tão preocupados com ‘nós e eles’ e esquecemos que todos ali queriam as mesmas coisas, sonhavam sonhos semelhantes. Estávamos tão preocupados em manter nossas canções que nem nos preocupamos em saber se as canções deles eram belas. Acho que as crianças deram o melhor exemplo naquela viagem. Quer dizer, não esquecer nossas canções não significava que não poderíamos aprender novas, não é?

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?

Wallace: O livro físico pode ser encontrado na página da Editora Pendragon (https://www.editorapendragon.com.br) ou diretamente comigo, na minha página do Facebook (https://www.facebook.com/wallacewilliamdesousa) ou do Instagram (https://www.instagram.com/wallacewilliamdesousa), que também são os veículos que mais uso para a divulgação de novidades sobre meu trabalho. O e-book, por sua vez, pode ser encontrado na Amazon. Ainda não tenho um site próprio disponível na internet, mas está nos planos para breve. E também tenho um blog onde por vezes posto sobre literatura, música e cultura geek, chamado Óbvio e Não Tão Óbvio (obviomasnaotaoobvio.wordpress.com)

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Wallace: Muitos, mas a maioria ainda em estado embrionário. Posso dizer que, de mais adiantado, tenho uma fantasia Steampunk ambientada nos últimos dias do Brasil Império, onde subverto alguns dos clichês do estilo em nome da ambientação nacional; e uma fantasia histórica ambientada na Grã-Bretanha Pós-Romana, quando as legiões já haviam partido e a ilha enfrentava ataques constantes ataques de Pictos e Escotos, vendo a civilização que os romanos ali construíram ruir dia-a-dia. Além de outras ideias, já sendo trabalhadas, ou no mínimo pensadas, inclusive uma continuação para "A Ponte Entre os Dois Mundos". 

Perguntas rápidas:

Um livro: "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway
Um (a) autor (a): Neil Gaiman
Um ator ou atriz: Tilda Swinton
Um filme: O Labirinto do Fauno
Um dia especial: muitos, mas espero que o melhor ainda esteja por vir

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Wallace: Gostaria de agradecer a oportunidade à Revista Conexão Literatura, pelo apoio a autores nacionais em início de carreira, e a todos os meus leitores, atuais e futuros, pela chance que deram ao meu trabalho. Sei que não é fácil apoiar a cultura no Brasil, mas o apoio é essencial para que os artistas continuem a evoluir a consigam apresentar trabalhos cada vez melhores no futuro.

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domingo, 26 de maio de 2019

João Pedro Maura e o livro “As Crônicas de Ardak - Profecia” (Editora PenDragon)

João Pedro Maura - Foto divulgação
João Pedro Maura é um sonhador de vinte e um anos, em poucas palavras assim seria a melhor maneira para descrevê-lo. Sempre fora muito apaixonado pelo fantástico, via os livros, séries, filmes e animações como uma rota de fuga para os problemas da vida real. Hoje em dia mora em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e está cursando seu nono semestre de direito. Mas mesmo assim não deixou de lado seu amor pelo fantástico. Ele acredita que apenas a fantasia é capaz de lhe trazer sentimentos indescritíveis, arrepios que parecem que alcançam sua alma. 

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

João Pedro Maura: Quando eu era mais novo, por conta de alguns problemas pessoais, gostava muito de fugir da realidade usando qualquer meio fantasioso quanto possível. Certo dia um amigo (que por a caso é co-autor de todas as minhas obras) me convidou para jogar um RPG (Role playing game). Essa foi sem dúvidas uma das melhores épocas da minha vida. Eu ajudei a criar o universo junto do mestre (narrador), inclusive todo o plot do jogo era praticamente recomendação minha. Depois de seis meses jogando, tivemos que parar por problemas externos, o que foi uma lástima, mas eu pedi permissão para continuar a aventura no modo de escrita, postando como uma fanfic em sites especializados para tal. 
Conforme fui escrevendo, alguns leitores foram surgindo e elogiando a história, disseram que eu devia publicar algum dia. Conforme fermentei esse sonho, decidi apostar e procurei a Editora PenDragon.

Conexão Literatura: Você é autor do livro “As Crônicas de Ardak - Profecia” (Editora PenDragon). Poderia comentar?

João Pedro Maura: Esse livro é a continuação direta de As Crônicas de Ardak – Reino de Drakeon. Eu acho o livro particularmente interessante pois mostra minha evolução como escritor nitidamente. O livro um, apesar de ser muito bem recebido pelos meus leitores, apresenta algumas falhas que hoje, mais amadurecido, eu consigo perceber. O livro “Profecia” foi minha oportunidade para corrigi-los e experimentar algumas coisas novas. 
Além disso, em questão de história o livro pouco avança em comparação ao primeiro, neste eu tentei dar mais atenção aos personagens num todo.
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?

João Pedro Maura: O universo construído em meu livro é 100% fictício, em outras palavras, me resta poucos meios de pesquisa válidos. Em compensação, o “estudo” do escritor é a própria leitura. Como escritor de fantasia, não me faltam títulos grandiosos pra que eu leia e aprimore meu próprio estilo. Por exemplo, em meus livros eu gosto de utilizar um narrador que quebre a quarta parede, tática que já foi utilizada por Machado de Assis. Ler alguns livros dele serve como pesquisa para que eu faça isso de uma forma mais agradável. 
Para o livro dois, Profecia, eu precisei de dois anos para escrevê-lo.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?

João Pedro Maura:  Eu sou adepto da ideia de que pra fantasia ser boa ela precisa ter elementos reais, para que o leitor consiga se identificar de certa forma com aquele ser místico. Visto isso, acredito que esse seria um trecho muito interessante:

  - Você já parou para se perguntar se você realmente ama a Agatha? Sabe... dessa forma romântica que você diz?
  Aquela pergunta normalmente faria Joe explodir de raiva e sair queimando tudo por perto, inclusive esse foi o primeiro impulso de seu corpo, mas algo o segurou, algo dentro de seu corpo sabia que a pergunta de Tristan fazia sentido.
  - Digo, novamente, ela é uma pessoa incrível e com certeza é muito linda. Mas você consegue encontrar algum motivo para ama-la? 
  - É claro, vários.
  - Algum deles não envolve o fato dela ter sido a primeira pessoa a valorizar sua existência e te dar um propósito depois de anos de uma vida miserável?

Conexão Literatura: Qual a dica que pode dar a um escritor iniciante?

João Pedro Maura: Leia! Leia muito! É através da leitura que você vai melhorar sua própria técnica. Não tenha medo de críticas negativas, elas sempre vão existir, sempre vai existir pessoas querendo te colocar pra baixo, então tente focar mais nos elogios. E o mais importante de tudo, NÃO DESISTA! O começo é sempre muito difícil, quase impossível. Tu vai ralar dias e dias pra vender uma, duas unidades do seu livro. Mas é assim que tu vai conquistar teu nome. Quando você menos esperar, estará dando entrevistas sobre seu livro (hehe). 

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir um exemplar do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?

João Pedro Maura: Meus dois livros (físicos) estão em pré-venda pelo site da editora PenDragon. Eles podem ser encontrados neste link: 

Já o ebook (com direito a uma prévia gratuita) se encontra pelo próprio site da Amazon, podendo ser encontrado aqui: http://bit.ly/ardaktkj2

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

João Pedro Maura: Sim. Pretendo fechar a série As Crônicas de Ardak com 4 livros. Já estou produzindo o terceiro.

Perguntas rápidas:

Um livro: Alys, Elemento Alpha
Um (a) autor (a): J. R. R. Tolkien
Um ator ou atriz: Jensen Ackles
Um filme: Vingadores - Ultimato
Um dia especial: Dia 18/05/2019. Dia que meu ebook vendeu quase 1200 cópias na amazona. Pegando top 4 livros de Fantasia Épica mais vendidos. Ficando atrás somente de Game of Thrones e Trono de Vidro. 

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

João Pedro Maura: Eu gostaria de repetir o que eu disse mais cedo. Quem estiver começando agora e estiver lendo essa entrevista, não desista, por favor! Todos nós temos nossos motivos pra escrever. No meu caso, eu nunca pensei no dinheiro, eu apenas amava essa história e a “fuga” que ela me proporcionava. Era meu desejo proporcionar pras pessoas esse mesmo sentimento. Hoje, anos depois de ter lançado meu primeiro livro eu finalmente estou atingindo os meus objetivos. Foram várias as vezes que eu pensei em desistir, mas não existe sensação melhor do que ver um leitor empolgado com o seu livro. Então por favor, sigam em frente!
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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Déborah Felipe e o livro A casa das hostesses guilty, por Sérgio Simka e Cida Simka

Fale-nos sobre você.

Meu nome é Déborah Felipe, tenho 28 anos, sou escritora, moro em São Bernardo do Campo, São Paulo, e sou apaixonada por cultura japonesa, o que dá pra perceber ao ler meus livros.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre seus livros.

Eu sou a escritora de “A Casa das Hostesses”, que foi lançado em 2016 e “A Casa das Hostesses Guilty”, que é a continuação, em 2017, os dois pela Editora PenDragon.
A Casa das Hostesses é uma boate em Tóquio, no Japão, e o principal serviço oferecido lá é companhia. Minhas hostesses são como gueixas da Era Moderna e estão à disposição de seus clientes para escutarem sobre seus dias, para que eles não se sintam sozinhos. O Japão é um país onde as pessoas têm muito esse sentimento de solidão e por isso que serviços como os do livro existem.

Fale-nos sobre seu processo de criação.

Escrever é quase uma coisa intuitiva pra mim, no começo. Quando a ideia nasce, eu estou lendo a respeito de algum assunto ou ouvindo uma música. Com “A Casa das Hostesses”, eu tinha descoberto sobre a profissão e decidi pesquisar mais. A maior parte da criação pra mim envolve o projeto de pesquisa e organização da ideia do livro, pra que eu não me perca na hora de escrever. Quando eu sento no computador pra colocar no “papel”, gosto de ter no que me guiar e ainda assim deixar que a história corra livre pra onde desejar. Quando eu termino, eu lapido conforme o planejamento inicial, o que deu certo fica, o que não, vai embora.

Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho?


Tem degustação dos livros no Wattpad, no Google Play e na Amazon. As hostesses também têm página no Facebook e um Instagram com posts diários. E estão à venda na Loja da Editora PenDragon, no Submarino, na Livraria Cultura e na Amazon e no Google Play.

Como analisa a questão da leitura no país?


É triste pensar que tão poucas pessoas têm gosto pela leitura no nosso país, mas eu acho que existe uma esperança no público mais jovem, que tem buscado ler pelo menos aqueles livros que são “best-sellers” no mundo. Ainda tem pouca procura pela literatura nacional, mas eu acredito que o gosto pela leitura pode fazer com que eles acabem descobrindo o caminho para os escritores maravilhosos que nós temos aqui!
Infelizmente, ainda tem pouco incentivo à leitura dentro das casas e das escolas, os pais acham que gastar trinta, quarenta reais num livro é muito, mas compram outras coisas que são tão caras quanto. E as escolas ainda trabalham a leitura de maneira muito crua em sala de aula, o que acaba mais matando nossos novos leitores, do que incentivando-os a amar a ler.

O que tem lido ultimamente?


Eu gosto muito de ler todo tipo de livro que me interesse, não só porque estão na “moda” ou porque é “obrigação”, leio o que me interessa. Depois que entrei pra PenDragon, eu tenho lido mais livros nacionais do que antes. Um dos que eu li recentemente foi “Blackwater”, da Gabrielle Marques, que também é escritora da PenDragon.

Quais os seus próximos projetos?


Guilty foi o segundo livro dessa série da Casa das Hostesses e eu estou trabalhando na continuação, espero conseguir lançá-lo o quanto antes! Além da série, eu ainda tenho muitas outras histórias que já estão prontas, só esperando a vez de elas serem publicadas.

*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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