Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores

Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores. Saiba mais, acesse: https://revistaconexaoliteratura.com.b...

Mostrando postagens com marcador Adélia Prado. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adélia Prado. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

10 Poemas de Adélia Prado

 

Adélia Prado - Foto divulgação

AMOR VIOLETA

O amor me fere é debaixo do braço,

de um vão entre as costelas.

Atinge meu coração é por esta via inclinada.

Eu ponho o amor no pilão com cinza

e grão de roxo e soco. Macero ele,

faço dele cataplasma

e ponho sobre a ferida.


Adélia Prado

(Do livro Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 83) 


***


AMOR FEINHO

Eu quero amor feinho.

Amor feinho não olha um pro outro.

Uma vez encontrado é igual fé,

não teologa mais.

Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo

e filhos tem os quantos haja.

Tudo que não fala, faz.

Planta beijo de três cores ao redor da casa

e saudade roxa e branca,

da comum e da dobrada.

Amor feinho é bom porque não fica velho.

Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:

eu sou homem você é mulher.

Amor feinho não tem ilusão,

o que ele tem é esperança:

eu quero um amor feinho.


Adélia Prado

(Do livro Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 97) 


***


COM LICENÇA POÉTICO

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


Adélia Prado

Do livro Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993. p. 11)


***


ENSINAMENTO

Minha mãe achava estudo

a coisa mais fina do mundo.

Não é.

A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,

ela falou comigo:

“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.

Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.

Essa palavra de luxo.


Adélia Prado


***


FRAGMENTO

Bem-aventurado o que pressentiu

quando a manhã começou:

não vai ser diferente da noite.

Prolongados permanecerão o corpo sem pouso,

o pensamento dividido entre deitar-se primeiro

à esquerda ou à direita

e mesmo assim anunciou o paciente ao meio-dia:

algumas horas e já anoitece, o mormaço abranda,

um vento bom entra nessa janela.


Adélia Prado


***


ALFÂNDEGA

O que pude oferecer sem mácula foi

meu choro por beleza ou cansaço,

um dente exraizado,

o preconceito favorável a todas as formas

do barroco na música e o Rio de Janeiro

que visitei uma vez e me deixou suspensa.

‘Não serve’, disseram. E exigiram

a língua estrangeira que não aprendi,

o registro do meu diploma extraviado

no Ministério da Educação, mais taxa sobre vaidade

nas formas aparente, inusitada e capciosa — no que

estavam certos — porém dá-se que inusitados e capciosos

foram seus modos de detectar vaidades.

Todas as vezes que eu pedia desculpas diziam:

‘Faz-se de educado e humilde, por presunção’,

e oneravam os impostos, sendo que o navio partiu

enquanto nos confundíamos.

Quando agarrei meu dente e minha viagem ao Rio,

pronto a chorar de cansaço, consumaram:

‘Fica o bem de raiz pra pagar a fiança’.

Deixei meu dente.

Agora só tenho três reféns sem mácula.


Adélia Prado


***


MOMENTO

Enquanto eu fiquei alegre,

permaneceram um bule azul com um descascado no bico,

uma garrafa de pimenta pelo meio,

um latido e um céu limpidíssimo

com recém-feitas estrelas.

Resistiram nos seu lugares, em seus ofícios,

constituindo o mundo pra mim, anteparo

para o que foi um acometimento:

súbito é bom ter um corpo pra rir

e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo

alegre do que triste. Melhor é ser.


Adélia Prado


***


A FORMALÍSTICA

O poeta cerebral tomou café sem açúcar

e foi pro gabinete concentrar-se.

Seu lápis é um bisturi

que ele afia na pedra,

na pedra calcinada das palavras,

imagem que elegeu porque ama a dificuldade,

o efeito respeitoso que produz

seu trato com o dicionário.

Faz três horas que já estuma as musas.

O dia arde. Seu prepúcio coça.


Adélia Prado


***


UM JEITO

Meu amor é assim, sem nenhum pudor.

Quando aperta eu grito da janela

— ouve quem estiver passando —

ô fulano, vem depressa.

Tem urgência, medo de encanto quebrado,

é duro como osso duro.

Ideal eu tenho de amar como quem diz coisas:

quero é dormir com você, alisar seu cabelo,

espremer de suas costas as montanhas pequenininhas

de matéria branca. Por hora dou é grito e susto.

Pouca gente gosta.


Adélia Prado


***


CASAMENTO

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.


Adélia Prado


***




Compartilhe:

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Marco Antonio Palermo Moretto e o livro A expressão da religiosidade nos poemas de Adélia Prado, por Cida Simka e Sérgio Simka

Marco Antonio Palermo Moretto - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.


Marco Antonio Palermo Moretto, natural de São Paulo, capital, é formado em Comunicação Social pela Universidade Metodista; Letras e Filosofia pelo Centro Universitário Assunção; Pedagogia pela Universidade São Marcos, e Teologia pelo ITESP.
Tem mestrado na área da Educação pela USP, doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC/SP e pós-doutorado em Ciências da Religião pela PUC/SP.
Atuou como Programador Cultural do Centro Cultural São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo, professor da rede pública do Estado de São Paulo até 2019, professor da escola particular São Francisco Xavier (padres jesuítas) e professor universitário da UNIBERO, UNIFAI, UNIABC, FAPCOM, FATEC SÃO CAETANO e ITESP. É pesquisador na área que estuda as relações entre a literatura e a religião.
Escritor há 36 anos, trabalhou na Revista de Estudos e Comunicações Lúmen do Centro Universitário Assunção e é autor de livros. Tem inúmeros artigos publicados; no entanto, sua paixão é escrever contos, muitos publicados em revistas e veículos próprios de comunicação, como o conto “Pão Nosso” publicado na antologia Contos Para um Mundo Melhor, da Editora Xeque-Matte, de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Escreveu peças de teatro infantis que foram montadas como “Quem Achou a Maldade?”, que ficou um ano em cartaz, “Cadê o Tempo?”, “As Aventuras da Cor Vermelha”, e “Aqua, um misterioso caso no fundo do mar”. Organizou a oficina de teatro do Centro Universitário Assunção montando e dirigindo muitas peças com alunos universitários.
Em um segundo momento o autor pesquisa a influência da religiosidade cristã em outros segmentos da arte como o cinema, tendo publicado um artigo sobre o filme Agnes de Deus e análise de pinturas vistas em alguns importantes museus do mundo como o Louvre e Museu do Prado.
Recebeu em 2016 o Prêmio Marco da Paz, da Prefeitura Municipal de São Paulo, oferecido aos educadores que promovem a paz pelo trabalho docente.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro A expressão da religiosidade nos poemas de Adélia Prado (Editora Paco, Jundiaí, São Paulo, 2021).


O livro apresenta um estudo que relaciona conceitos teológicos aos poemas da escritora Adélia Prado no intuito de mostrar a forte carga subjetiva religiosa que aparece nos poemas, revelando o sentimento religioso que se expressa nesses textos poéticos. É um eu que precisa emergir e revelar o que sente no campo religioso. São poemas belíssimos, que mostram conflitos, amor, saudades, relação com mãe e símbolos sagrados como anjos, santos e uma relação apaixonada pelos representantes da cristandade. Adélia Prado é única nesse sentido, pois é um ser humano passível de expressar o que sente sobre religiosidade. Assim, a literatura nos mostra os poemas e a teologia os conceitos que se ligam aos versos, como pecado, perdão, oração. Nesse diálogo o leitor ganha a possibilidade de entender o religioso no poema.
Esse livro é o resultado de longa pesquisa começada no Pós-Doutorado da PUC/SP e de profunda pesquisa feita no curso de Teologia do ITESP.

O que o motivou a escrevê-lo?

Quando eu era professor de Literatura conheci a poetisa Adélia Prado, fiquei encantado com seus poemas e passei a perceber o conteúdo religioso que apresentavam; depois quando fui fazer o doutorado, utilizei um poema dela para fazer um evento de leitura com os alunos e observei ainda mais o conteúdo desses textos poéticos. Após o doutorado, ingressei no pós-doutorado do programa de Ciências da Religião da PUC de São Paulo e fiz um projeto para estudar a influência religiosa nos poemas dela. Redigi uma monografia sobre isso e as categorias religiosas fizeram parte desse estudo, como o pecado, o perdão, a oração. Após o pós-doutorado fui cursar o bacharelado em Teologia e no curso reuni elementos científicos para aprofundar meus estudos sobre a questão da religiosidade nos poemas da escritora. Agora estava completo.

Fale-nos sobre meus outros livros.

Tive o prazer de participar da coleção Bicho-de-sete-cabeças da editora Ciência Moderna, do Rio de Janeiro; nessa coleção, participei com três títulos:
→ Escrever contos não é um bicho-de-sete-cabeças (2009). Fala sobre minha experiência com os contos, ensinando e escrevendo, uma grande paixão.
→ Fazer teatro não é um bicho-de-sete-cabeças (2010). Nesse livro falo de outra paixão, o teatro, atuei como ator, mas escrever peças infantis foi um grande acontecimento para mim, principalmente porque depois de escrita foram montadas e transformadas em contos também publicados, com destaque para Quem achou a maldade?, que ficou um ano em cartaz.
→ Ser professor reflexivo não é um bicho-de-sete-cabeças (2013). É o resultado de minhas pesquisas no curso de doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, resultado de meu trabalho de leitura com alunos.

→ Em 2006 publiquei A Leitura na Prática do Professor Reflexivo pela editora Espaço Editorial. Pesquisa feita no doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC/SP.

Fale-nos sobre a questão da leitura no Brasil.

Infelizmente muitas pessoas perderam o prazer pela leitura. Como lecionei para adolescentes, percebi que o grande interesse deles é pela internet, pelas redes sociais, um ou outro aluno realmente se interessava pela leitura, e viam-na como algo obrigatório, que fazia parte da grade curricular, principalmente a leitura dos clássicos, que aparece na escola. A imagem, a comunicação rápida, o atrativo das redes sociais é mais forte e a leitura fica relegada para algumas pessoas, mas percebo que pessoas que têm formação superior e mesmo em outras faixas etárias se interessam pela leitura. Veja o número de livrarias que fecharam na época da pandemia, mas eu não desisto, publico meus textos desde 1986 e não parei, 35 anos acreditando que a palavra pode transformar, construir, ajudar na formação e levar a viagens incríveis em mundos criados pelo escritor e principal fonte de conhecimento. Outro empecilho é o preço do livro que não condiz com a realidade brasileira, uma pessoa gastar 80,00 com um livro pode ser muito. Também fazemos parte de uma cultura descartável, o que era ontem já não é hoje, tudo é consumido e não memorizado, não há muita fixação na memória. Agora temos o e-book, que exige ter um computador ou um celular para ler, mas ainda prefiro o texto impresso.

O que tem lido atualmente?

Estou lendo três livros ao mesmo tempo; com a pandemia, fica fácil ler vários livros:
A imitação de Cristo, de Tomas Kempis
Cristianismo puro e simples, de C.S. Lewis
Encontro com a Morte, de Agatha Christie.

Pretende um dia parar de escrever?

Sinceramente não, mas encontro dificuldade de encontrar editoras dispostas a publicar meus livros, de comercializar e divulgar, principal problema para mim, pois a divulgação é fundamental para tornar o livro conhecido. Gostaria de escrever um romance com muitas páginas ou reunir todos os meus contos em um único livro.

Link para o livro:
https://www.pacolivros.com.br/a-experessao-da-religiosidade-nos-poemas

Links para os outros livros:
Escrever contos não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/escrever-contos-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas.html

Fazer teatro não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#livros/detalhesLivro/fazer-teatro-nao-e-bicho-de-sete-cabecas.html

Ser professor reflexivo não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/ser-professor-reflexivo-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas.html


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020) e Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Membro do conselho editorial da Editora Pumpkin e colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro infantojuvenil se intitula Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021).

Compartilhe:

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Instituto Ling promove aula de poesia on-line e gratuita em homenagem à escritora Adélia Prado

Crédito da foto: Bruno Cantini/ Clube Atlético Mineiro - Foto divulgação
Em uma tarde literária especial durante a próxima quarta-feira, dia 20 de maio, o poeta e escritor Pedro Gonzaga apresenta detalhes da trajetória e obra da autora, além de dar voz a alguns dos maiores poemas já publicados pela mineira

Em sua primeira edição on-line e gratuita, o projeto Poesia no Ling homenageia a escritora mineira Adélia Prado com uma tarde literária dedicada a leitura, discussão e apresentação da sua obra. No encontro virtual que ocorre na próxima quarta-feira, dia 20 de maio, às 16h, o também poeta e escritor Pedro Gonzaga analisará a trajetória da autora e dará voz a alguns dos poemas mais marcantes já publicados por ela. A atividade será transmitida ao vivo, com possibilidade de interação entre o ministrante e o público. Para participar, é necessário fazer inscrição prévia e sem custo no site www.institutoling.org.br.

Adélia Prado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em 1935, onde reside até hoje. Formada em Magistério e Filosofia, a professora, contista e poetisa é considerada uma das escritoras mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Com linguagem simples e vocabulário coloquial, seus poemas são leves e marcantes, trazendo elementos do feminino, da fé cristã e do cotidiano. Em março deste ano, foi escolhida como Personalidade Literária do Prêmio Jabuti, uma das mais importantes premiações do Brasil. A escritora também foi vencedora do prêmio em 1978 com o livro O Coração Disparado.

Pedro Gonzaga ministrará a aula especial Crédito da foto: Tainá Henn
Pedro Gonzaga é tradutor, poeta e escritor. Doutor em Literatura pela UFRGS, com diversas publicações, desenvolve há anos trabalhos com turmas de escrita criativa, voltadas para o público jovem e adulto. Atualmente é cronista do jornal Zero Hora e do Estado de São Paulo. Nasceu em 1975 em Porto Alegre, cidade onde vive.

O projeto Poesia no Ling é uma visita à obra de grandes autores do gênero. A cada mês, um professor de literatura é convidado a apresentar um determinado autor, além de dar voz a poemas especialmente selecionados. O próximo encontro, também on-line e gratuito, ocorrerá no dia 24 de junho, com Sergius Gonzaga apresentando textos de Pablo Neruda. A atividade é uma realização do Instituto Ling e do Ministério da Cidadania / Governo Federal, com patrocínio de Crown Embalagens, Fitesa e America Tampas. 

SERVIÇO – LITERATURA – EVENTO ON-LINE
Poesia no Ling
Pedro Gonzaga apresenta a obra de Adélia Prado
Dia 20 de maio, quarta-feira, às 16h
Gratuito, mediante inscrição prévia pelo site www.institutoling.org.br

Classificação etária: Livre
Duração: 90 minutos                                                                                                                              
Informações úteis
Fone: 51 3533-5700

Sobre o Instituto Ling
Criado e mantido pela família Ling desde 1995, o Instituto Ling é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a transformação da sociedade. Sua missão é promover o desenvolvimento humano e a evolução da sociedade através da disseminação de diferentes formas do conhecimento, da liberdade de pensamento, da valorização da cultura e da saúde. Na área da educação, desde 1995 auxilia jovens líderes a desenvolverem seus potenciais intelectuais e empreendedores através da concessão de bolsas de estudo para as melhores instituições do mundo. A abertura de seu Centro Cultural em Porto Alegre, no ano de 2014, ampliou e solidificou a atuação do Instituto, firmando-o como centro de referência na disseminação do conhecimento e do livre-pensar, fomentador da educação de excelência em seus múltiplos formatos e provedor de serviços e produtos culturais diferenciados, com elevado padrão de qualidade e estética.

Na área da saúde, o Instituto Ling estabeleceu parceria com o Hospital Moinhos de Vento, em 2015, para a implantação de um centro de referência no tratamento do câncer em Porto Alegre, e com a Santa Casa de Misericórdia, em 2019, contribuindo para a construção do novo prédio do complexo hospitalar em Porto Alegre. A família Ling, mantenedora do Instituto, é proprietária da "holding company" Évora. O grupo empresarial produz e comercializa latas de alumínio para bebidas, não-tecidos de polipropileno (usados principalmente na produção de descartáveis higiênicos) e tampas plásticas para bebidas e produtos de higiene e beleza.

Compartilhe:

sexta-feira, 21 de junho de 2019

8 frases de célebres escritoras brasileiras

Rachel de Queiroz - Foto divulgação
Selecionamos 8 frases de 8 célebres escritoras brasileiras. Frases de sentimentos diversos, amor e de palavras que são arrancadas do fundo da alma:   

Cecília Meireles (1901-1964)
"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre."

Adélia Prado (1935)
"A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege."

Carolina de Jesus (1914-1977)
"Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos."

Cora Coralina (1889-1995)
"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."

Rachel de Queiroz (1910-2003)
"A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado."

Lygia Fagundes Telles (1923)
"Quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou."

Marina Colasanti (1937)
"Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Hilda Hilst (1930-2004)
"Vontade de não dar sentido algum às coisas, às palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente de sentido."
Compartilhe:

quarta-feira, 11 de abril de 2018

A força viva de cinco poetas da literatura brasileira

Conceição Evaristo - Foto: Richner Allan
De Alexandra Vieira de Almeida*

A presença da mulher na literatura está mais forte do que nunca. Temos, hoje, poetas vivas que estão fazendo uma excelente contribuição para nossa literatura nacional. Entre elas, podemos citar Conceição Evaristo, Adélia Prado, Astrid Cabral, Olga Savary e Raquel Naveira. Cinco nomes que estão trazendo riqueza cultural para nossa língua.

Conceição Evaristo, por exemplo, tem revelado a importância de se discutir a posição do negro na nossa sociedade. Com uma poesia social impactante, resgata a voz das minorias. Fez recentemente uma homenagem à vereadora e ativista pelos direitos humanos Marielle Franco, morta brutalmente por denunciar as injustiças sociais. A poeta a caracteriza como “luz-mulher”, por dar força ao grito contra o opressor.

Adélia Prado, por outro viés, nos apresenta uma poesia mística, revelando a transcendência das formas. Aplaudida e premiada tanto nacional como internacionalmente, poeta de Divinópolis, mostra-nos um lirismo encantador que enobrece as palavras com o dom dos versos grandiosos. Revelando também a voz feminina que não quer calar, o papel da mulher se enaltece com seus belos poemas. Inspirando o seu lirismo com as faíscas do cotidiano, sua poesia tem a potência da literatura mais profunda.

Já Astrid Cabral reflete temáticas universais e perenes, sem deixar de lado suas experiências ao redor do mundo, nos seus postais-poemas que revelam ser verdadeiras fotografias de nosso imaginário mais interior. Oriunda de uma verve de autores consagrados, tal escritora é reflexiva e complexa, sem se cravar nos malabarismos de um linguajar ininteligível. Sabe cativar o leitor com sua dose fina de intelecto criativo. Dona de uma linguagem plena, doma com perfeição a sua língua.

Olga Savary, que considero um mito literário, trata-se de uma figura excepcional. Através da argúcia de seus versos imagéticos, encanta o leitor com sua poesia genuína. Abordando temáticas de nossa nacionalidade, com “tupinismos” e uma língua clara e cristalina, sua poesia transpira enigmas a serem decifrados pelo inteligente leitor. Através da concisão de seus poemas, consegue concentrar nos espaços dos versos o máximo de densidade poética. Conhecida como a “Monalisa de Copacabana”, a artista engrandece a verdadeira literatura por revelar nossas raízes mais antigas.

Raquel Naveira, no emblemático livro ‘Sangue Português’, apresenta uma poesia magistral que revela nossas raízes lusitanas. No poema que abre e dá título à obra, Raquel nos chama a atenção pelo fulgor da resistência da memória que perpassa como angústia do presente que quer se libertar da nostalgia do passado, mas que não nega a genealogia do sangue português.

Cinco mentes brilhantes da literatura que abraçam uma variedade de temas e desafios. Mulheres, engajadas, cosmopolitas, genuínas e universais, que navegam pelos mares da complexidade poética.



(*) Alexandra Vieira de Almeida é poeta, escritora e doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UER). Foto: Tiberius Drumond
Compartilhe:

Baixe a Revista (Clique Sobre a Capa)

baixar

E-mail: contato@livrodestaque.com.br

>> Para Divulgação Literária: Clique aqui

Curta Nossa Fanpage

Siga Conexão Literatura Nas Redes Sociais:

Posts mais acessados da semana

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA
clique sobre a capa

PATROCÍNIO:

CONHEÇA O LIVRO

REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

AURASPACE - CRIAÇÃO DE BANNERS - LOGOMARCAS - EDIÇÃO DE VÍDEOS

E-BOOK "O ÚLTIMO HOMEM"

E-BOOK "PASSEIO SOBRENATURAL"

ANTOLOGIAS LITERÁRIAS

DIVULGUE O SEU LIVRO

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

APOIO E INCENTIVO À LEITURA

APOIO E INCENTIVO À LEITURA
APOIO E INCENTIVO À LEITURA

INSCREVA-SE NO CANAL

INSCREVA-SE NO CANAL
INSCREVA-SE NO CANAL

Leitores que passaram por aqui

Labels