Eis
o meu inferno:
Cumprimentar-te
e não lhe dizer,
Os
meus anseios e os meus desejos,
Entender
e não aceitar,
O
que ainda sinto apesar de tudo que fizestes.
Eis
o meu martírio:
Falar-te
coisas banais,
Dar-te
sorrisos triviais,
Querer-te
e não lhe confessar,
O
meu tormento e a minha saudade.
Eis
o meu inferno:
Ter-te
próximo e tão distante,
Não
te esquecer e sempre lembrar,
Do
meu torpor e da minha dor,
Repleta
de tua presença e de tua ausência.
Eis
o meu martírio:
Odiar-te
com muito amor,
Amar-te
com muito rancor,
Querer
em vão lhe perdoar,
Para
que finalmente sejas nada, quando na verdade ainda és tudo.