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sexta-feira, 12 de março de 2021

Proclamação da república, de Marcos Rey


A coleção O cotidiano da história, da editora Ática, tinha como objetivo contar, de forma agradável e atraente, fatos importantes da história do Brasil. Eram edições ilustradas, com diagramação inovadora e textos de alguns dos grandes autores infanto-juvenis brasileiros. Um dos volumes de destaque é Proclamação da República, escrito por Marcos Rey.

Marcos Rey é um escritor de narrativa fluída, que torna até mesmo um tema pouco atrativo, como a proclamação da república (que foi, essencialmente, uma quartelada sem qualquer ação real) em uma delícia de leitura.

Rey adota como estratégia contar os fatos do ponto de vista de um personagem que teria presenciado os acontecimentos. No caso, um jornalista, Antônio Brotero, o Broteirinho. Trabalhando no jornal republicano O País, Broteirinho resolve abandonar sua coluna de resenhas literárias para se dedicar às notícias políticas exatamente no período em que o Brasil se convulsiona. Com o aval do diretor do jornal, Quintin Bocaiúva, ele invade o clube militar durante uma reunião do alto oficialado, que conspira contra D. Pedro, o baile de ilha fiscal (festa suntuosa que marcaria o fim da monarquia) e acompanha a movimentação dos quarteis que levariam à instalação da república e o exílio de D. Pedro II. A ação é mínima: um combate mequetrefe entre o exército e a marinha que termina com um ferido, mas Marcos Rey conta tudo como se estivesse narrando um folhetim.

O autor também não se furta a alguns comentários sobre o evento. Por exemplo, quando o protagonista ouve as falas na reunião do clube militar, pensa: “A República, sem dúvida, estava próxima, mas não a do moderado Quintino Bocaiúva, nem a do radical Silva Jardim; a julgar por aquela reunião, excluiria as elites civis e a participação popular, correndo o risco de tornar-se uma ditadura, rígida, que talvez fizesse o País ter saudades do Império”. Como dizia o jornalista Silva Jardim, “falta povo nessa revolução”.

Como é um livro para adolescentes e para ser usado em escolas, o autor deixa de fora muitas fofocas históricas (como o fato de que Marechal Deodoro e o Visconde de Ouro Preto (primeiro ministro do Império) tinha disputado a mesma mulher e, portanto, tinham rivalidade antiga. Ainda assim, é um livro que prende a atenção.

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terça-feira, 27 de agosto de 2019

A sensação de setembro, de Marcos Rey - por Gian Danton



Confesso que A sensação de setembro foi o único livro de Marcos Rey que pensei em abandonar no meio – logo eu, fã convicto do escritor. Para começar a capa não ajuda e talvez fosse mais adequada para um romance teen. E a trama demora bastante a engrenar. Mas fui feliz em ir até o final, embalado mais pela boa prosa de Rey do que pela trama em si: na terceira parte, o livro dá uma virada e se torna uma interessantíssima comédia de erros ao melhor estilo de grandes cineastas, como Billy Wilder (que aliás, é citado no livro).
A história inicia com a morte de um industrial, alvejado por um vaso de flores caído da janela de um velho maestro que vive sozinho com seu gato. A sequência inicial é primorosa: “O vaso, delicada peça de cerâmica doméstica, verde-musgo, com desenhos incaico, bamboleou no peitoril da janela do 13º andar, no antiquado ritmo de conga, precipitou-se no espaço cinzento da tarde paulistana, e adeus senhore Krememelbein”.
A partir da morte do empresário, a história se concentra na viúva, a gorda Duducha e seu filho super-dotado, Rudi, cujo maior interesse é construir miniatura de navios de guerra, que atiram de verdade. Como personagens secundários, o psicólogo, preocupado com o fato de que o garoto não parece ter interesse pelo sexo oposto (e que elabora uma trama para despertar-se a sexualidade usando uma playmate – a tal sensação de setembro) e uma empregada doméstica negra, Claudete, que acaba incendiando o geniozinho, mas enfrenta a feroz resistência de todos.
A história lembra muito as pornochanchadas, gênero cinematográfico (famoso no Brasil na década de 1980) do qual Marcos Rey foi um dos principais roteiristas. Nas pornochanchadas o erotismo é sempre mais insinuado que mostrado e quase sempre envolto com um toque de humor.
Marcos Rey brinca com o texto, como um craque que faz o que quer com a bola. Faz referências à linguagem de cinema e de quadrinhos (“balõezinhos de histórias em quadrinhos, cheios de exclamações, erguiam-se das mesas vizinhas”) e até mesmo com a auto-censura: “E depois de todo esse baixo calão, e muito mais, que a mãe do autor aconselhou eliminar, a moça Bruna caiu num pranto desesperador”). É esse “brincar com a linguagem” que segura o leitor, prendendo-o até a virada que transforma o livro na comédia de erros já aludida anteriormente. 

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domingo, 4 de agosto de 2019

O Mistério do Cinco Estrelas - Marcos Rey

Leo trabalha como mensageiro no Emperor Park Hotel. No segundo andar, no apartamento 222 está hospedado Barão, que pede para que Leo compre um jornal. Nessa ocasião o mensageiro vê um homem no quarto: "um homem pequeno, com pinta de índio, vestindo roupas civilizadas" e que "lavava concentradamente as mãos na pia do banheiro". Uma cena aparentemente corriqueira, mas que chama a atenção do jovem, dado que o hóspede daquele quarto o habitava sozinho. A presença daquele homem, por si só, já ensejaria certo mistério para o novo funcionário do hotel.

Depois, quando Leo volta ao quarto para entregar o jornal que fora solicitado, ele vê dois pés sob a cama. Notou ainda que havia uma mancha vermelha no robe do conhecido benemérito e protetor de instituições sociais, Barão - o hóspede do quarto 222. Temos então o início de uma trama de investigação.

"O Barão muito pálido, como um doente, teimava em sorrir, mas não devia estar bem porque suas mãos trêmulas, deixaram cair os jornais. Leo abaixou-se para apanhá-los quando viu, sob a cama, dois pés calçados, apontando para a porta."

Leo, para provar que não está enganado em relação ao fato de ter visto o corpo de um homem no quarto do hotel, sob a cama, passa a investigar o caso com apoio de seu primo e de Guima - também funcionário do hotel em que acontece o sinistro episódio.

A trama da obra se concentra na investigação do caso. Os personagens criados por Marcos Rey são bem delineados. Veja-se o exemplo de Leo, que apesar de jovem e de se lançar numa investigação sobre um crime (pelo menos é o que se supõe), mantém as características de sua idade (ingenuidade e certa ousadia em não prever riscos, por exemplo). Leo não aparece como um adulto, mas como o jovem que é.

Outro ponto que vale a pena mencionarmos é que antes de escritores passarem a  abordar personagens inclusivos, Marcos Rey, já o fazia. Gino, primo de Leo, que o auxilia na investigação do caso, é cadeirante em decorrência de uma paraplegia. Tal característica do personagem, contudo, não aparece de forma panfletária, mas com naturalidade dentro da trama, fazendo de Gino um personagem como outro qualquer.

Interessante notar o descrédito que Leo tem pela maioria dos personagens, exceto aqueles que o auxiliam na investigação. Muitos não acreditam que ele possa ter visto de fato um cadáver. O que de fato é uma situação incomum e que despertaria a descrença e a curiosidade de quem ouvisse tal história.

Aqueles a quem ele atribui a prática do crime são ricos e poderosos. Temos aqui, de pano de fundo, uma luta baseada no poder aquisitivo. Leo é o pobre funcionário, desacreditado, sem recursos, que se torna o lado mais frágil dessa relação, sendo contestado e tendo que fazer um trabalho hercúleo para ser ouvido. Do outro lado, temos gente com dinheiro e posição social abastada. Alguma similaridade com a realidade vivida pelos jovens da periferia? Marcos Rey sabe fazer a leitura da sociedade de seu tempo e, ainda, podemos dizer que os temas que trata em sua obra, embora estejam em camadas secundárias - como é o caso desse livro - se tornam atemporais.

Além de embarcar na jornada de desvendar o crime, Leo se depara com uma série de situações. Se vê apaixonado por uma menina que não é de sua classe social - o que gera desconforto, se depara com um homem rico e respeitado pela sua conta bancária e ainda tem que lidar com a desconfiança que a polícia tem sobre ele. A jornada do personagem durante a investigação é instigante e não há como não querer ler mais e saber mais sobre cada passo dado pelo personagem até que tenhamos a elucidação do problema que ele tem de resolver.

Ler O Mistério do 5 Estrelas traz um gosto de saudade para quem já teve a oportunidade de ler o livro em edição que outrora fora publicada pela Coleção Vaga-Lume. O direitos de publicação do autor agora são da Global Editora, que lançou essa nova edição. 

Trata-se de um livro voltado para o público infantojuvenil, mas que tem todos os elementos que não podem faltar numa boa trama policial: a ocorrência de um crime, alguém que investigue o caso, pistas que vão sendo deixadas ao longo da história, motivação para o crime e a revelação do criminoso; tudo isso com aquele gosto de aventura que Marcos Rey sabe imprimir nos seus livros.

O Mistério do 5 Estrelas é um livro excelente, de narrativa fluída, fácil de ler e que ainda conta com ilustrações de Alê Abreu. A obra de Marcos Rey pode parecer inicialmente uma história policial despretensiosa, mas revela-se uma trama bem arquitetada e que surpreende pela trajetória do protagonista e pelo caso que se propõe a solucionar, além das subcamadas que aparecem tênues, mas que podem reverberar pela interpretação e olhar aguçado do leitor.

Sobre o autor:


Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Donato, nasceu em São Paulo em 1925, cidade que sempre foi o cenário de seus contos e romances. Estreou em 1953 com a novela Um Gato no Triângulo. O Mistério do 5 Estrelas, O Rapto do Garoto de Ouro e Dinheiro do Céu, entre outros, além de toda a produção voltada ao público adulto, estão sendo reeditados pela Global Editora.

Ficha Técnica:

Título: O Mistério do 5 Estrelas
Escritor: Marcos Rey
Ilustrações: Alê Abreu
Editora: Global
Edição: 21ª
Ano: 2005
ISBN: 978-85-260-0998-1
Número de Páginas: 125
Assunto: Literatura infantojuvenil
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