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domingo, 10 de setembro de 2023

Obra de 876 páginas faz levantamento inédito e apresenta história, repertório e processos criativos de mais de 330 companhias teatrais do Interior e Litoral


O livro "Teatro de grupo em tempos de ressignificação: criações coletivas, sentidos e manifestações cênicas no estado de São Paulo" é o segundo volume publicado pelo selo Lucias sobre a produção teatral paulista. A publicação tem organização de Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, ao lado de Alexandre Mate, Elen Londero e Marcio Aquiles. Trata-se de uma edição da Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), organização social responsável pela criação e gestão da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

 

Se o primeiro volume, contemplado com o Prêmio Especial APCA 2021, focava no sujeito histórico teatro de grupo na capital e na Grande São Paulo, esta nova publicação tem como escopo o Interior e o Litoral do Estado. Uma rede de 50 pesquisadores mobilizou artistas e grupos de todas as regiões administrativas para compor a inédita cartografia teatral desses territórios. A edição conta com textos que descrevem a história, os processos criativos, as principais referências estéticas, parcerias e pedagogias de 335 coletivos. Esse material é complementado por artigos teóricos de acadêmicos e pesquisadores que têm esse fenômeno como objeto de estudo.

 

"Foi um trabalho hercúleo, como se pode perceber neste livro de quase 900 páginas, realizado graças ao esforço coletivo da ADAAP e essa maravilhosa trama de acadêmicos, artistas e grupos que conseguimos unir. Foram quase três anos de pesquisa, agora finalmente materializados nesta linda edição", afirma Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro. Em seu texto de apresentação para o livro, Marília MartonSecretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, destaca a relevância do tema: "É importante atentarmos que a existência dessas companhias representa não apenas um capital cultural simbólico – o que já seria suficiente – para o nosso povo, como também um ativo econômico poderoso. Seja nas ruas ou em grandes teatros, pequenos espaços culturais ou na praia, essas trupes movimentam a indústria criativa de seus respectivos territórios. São atores, cenógrafos, iluminadores, figurinistas, produtores, sonoplastas, técnicos de palco, jornalistas e assessores de imprensa, bilheteiros, recepcionistas e pipoqueiros que, por capilaridade, envolvem também os setores de alimentos e do turismo, só para citar os campos mais conhecidos".

 

Uma característica central do sujeito histórico teatro de grupo retratado neste livro é que esses coletivos tomam a linguagem teatral como ponto de partida para experiências sociais de trocas significativas, propondo um objeto estético-histórico-social que se insere em suas respectivas comunidades geográficas e simbólicas. São grupos enraizados em seus tempos e territórios. Em seu texto introdutório, o professor Alexandre Mate aponta: "Os coletivos não se formam (o que seria significativo, também) para montar um espetáculo, trata-se de uma formação que vislumbra um caminhar utópico, mas pensado/tido a partir de estratagemas que aprofundem a relação entre si e com o público. Nesse processo, posto que sempre foi fruto de intencionalidades e de discussão (interna e externa, constantes), os caminhos estão atentos quanto às questões gerais e àquelas de formação e de natureza ética, técnica, pedagógica, política e estética".

 

Por fim, a obra retrata também, de forma indireta, um período complicado para as companhias teatrais, uma vez que os textos foram escritos durante momentos críticos da pandemia, o que inevitavelmente influenciou nos temas abordados e no retrato do cotidiano dos coletivos na época. Assim, as dificuldades técnicas e econômicas dos grupos e a migração temporária para o teatro digital foram conteúdos incontornáveis. Depois do livro contemplando o teatro de grupo na capital e Grande SP e deste livro contemplando todo o estado, o próximo grande projeto do Selo Lucias será mapear os grupos de todas as capitais brasileiras.

 

Baixe as imagens do livro em alta resolução -

Link

  • Lançamento do livro - "Teatro de grupo em tempos de ressignificação: criações coletivas, sentidos e manifestações cênicas no estado de São Paulo"
  • Organização: Alexandre Mate, Elen Londero, Ivam Cabral e Marcio Aquiles.
  • Editora: Selo Lucias/ADAAP.
  • Quando: 4 de outubro, às 19h.
  • LocalSP Escola de Teatro - Unidade Roosevelt (Praça Roosevelt, 210 - Consolação / São Paulo-SP). Com a presença da Secretária da Cultura,
  • Economia e Indústria Criativas Marilia Marton, do diretor da SP Escola de Teatro Ivam Cabral e convidados.
  • Entrada franca e com distribuição gratuita do livro para os presentes. Posteriormente, o livro será disponibilizado para download gratuito no site da SP Escola de Teatro.

Sobre a SP Escola de Teatro e a ADAAP

Inaugurada em 2010, a SP Escola de Teatro é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP). A ADAAP é uma Organização Social e exemplo do modelo de gestão de Políticas Públicas que vem sendo implantado pelo governo do Estado desde 2004, com base na Lei Complementar n° 846/98 e no Decreto Estadual nº 43.493/98. Através da publicização, ou gestão pública não estatal, serviços e atividades públicas são geridos por meio de parcerias entre o Estado e o terceiro setor. A ideia de organização da SP Escola de Teatro tomou forma em reuniões de profissionais vinculados a grupos e espaços culturais da região central de São Paulo, principalmente da Praça Franklin Roosevelt – espaço revitalizado nos anos 2000, e que hoje funciona como uma espécie de epicentro da produção artística paulistana.
 

Os grupos que ali se fixaram contextualizaram a geografia da região. Desde a revitalização da praça, esses coletivos ocupam salas alternativas e firmam parcerias com alguns moradores e comerciantes dos arredores, contribuindo, decisivamente, para transformar as relações interpessoais num local até então tensionado pela violência urbana. A Roosevelt é, atualmente, um símbolo da cena de arte da capital paulista. No seu entorno estão teatros, bares e restaurantes em sintonia com a cena cultural local. Alguns dos artistas que participam desse espírito agregador são os que assumiram o compromisso de criar e dirigir a SP Escola de Teatro. A Escola propõe novos desafios para o ensino das Artes Cênicas no Brasil. Com um modelo pedagógico ousado, o espaço toma como prismas da formação as sensibilidades e as potencialidades artísticas, humanas, críticas e cidadãs.
 

O projeto de criação da Escola foi desenvolvido de 2005 a 2009 e se orienta a partir de três pilares: curso técnico, cursos de extensão e o Programa Kairós (atual Programa Oportunidades). Três eixos que alicerçam o funcionamento sistêmico dos setores da Instituição, contemplando diferentes ações artístico-pedagógicas. O aumento da produção teatral e a consequente demanda de mão de obra foram alguns dos impulsos que levaram ao surgimento da Escola, atenta à necessidade de iniciativas que democratizem o acesso da população à formação artística. Motivada por seu objetivo simples e direto – "artistas que formam artistas", define o slogan – a Escola articula propostas como, no plano social, a interface com estudantes contemplados com bolsas-auxílio, atitude que democratiza o acesso ao universo teatral para diferentes camadas da população; e, no sistema pedagógico, a exploração conjunta do terreno do conhecimento por docentes e estudantes.
 

Ao ser aberta, em 2010, a SP Escola de Teatro teve como sua primeira unidade um prédio histórico no bairro do Brás, centro expandido da cidade. Erguido em 1913 e tombado como patrimônio histórico, o edifício já abrigou a Escola Normal do Brás, onde estudaram nomes como a escritora Pagu e a apresentadora Hebe Camargo. Durante 2014 e 2015, a unidade passou por uma restauração e reabriu em fevereiro de 2017. No período em que esteve em reforma, as atividades da Escola foram realocadas a uma unidade provisória na rua Marquês de Itu, no Centro. Com a reabertura do prédio do Brás, a Escola passou a contar no local com as atividades pedagógicas e administrativas, os ateliês de Cenografia e Figurino e de Técnicas de Palco, a estrutura circense, a biblioteca, o acervo Antônio Abujamra e um auditório de 157 lugares.
 

A segunda unidade da SP Escola de Teatro foi aberta em 2012, na Roosevelt. Em um dos principais pontos turísticos da capital paulista, a Praça Roosevelt, reconhecida pela cena teatral, o prédio recebe atividades pedagógicas e residências artísticas. Ele também possui quatro salas multiuso para apresentações da própria instituição e de grupos convidados, um estúdio de som e espaço para outros eventos culturais.
 

Sobre o Selo Lucias

O selo Lucias é uma iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP). Tem como programa editorial a publicação de livros no campo das artes (teatro, dança, cinema e literatura), da pedagogia, das ciências sociais e da psicanálise. Homenageia, na raiz de seu nome, a professora, jornalista e gestora cultural Lucia Camargo (1944-2020), que foi coordenadora da Escola, e o expande ao plural, pela vocação da ADAAP pela coletividade e pelo múltiplo. O grupo que compõe a coordenação editorial do selo é composto por Ivam Cabral (diretor executivo), Beth Lopes, Elen Londero e Marcio Aquiles. Entre as publicações do Selo Lucias, estão os livros "Memórias do Cine Bijou" (Marcio Aquiles), "Athos Abramos - O Crítico Reencontrado" (Alcione Abramo e Jefferson Del Rios - Org.) e "A Digna 10 Anos".

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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Adaptação de obra polonesa, peça teatral "À deriva" estreia temporada em Salvador

Espetáculo à deriva - Foto: Amanda Chung

O espetáculo "À deriva" fará uma curta temporada em Salvador. Adaptação da dramaturgia "Em Alto Mar", do autor polonês Slawomir Mrozec, a peça é uma sátira à sociedade contemporânea e aos valores sociais. A montagem ficará em cartaz entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro no Teatro Martim Gonçalves, no Canela, e 4, 5, 9 e 10 de setembro, no Teatro SESI Rio Vermelho.

Com diálogos inteligentes e situações cômicas, a montagem de Victor Hugo Sá questiona a lógica, a razão do comportamento humano em situações extremas e propõe possibilidades de caminhos que essa viagem pode apresentar. O diretor conta que a peça utiliza o humor para abordar questões como abuso de poder, autoritarismo, religião, ciência e arte.

"A história se passa em um navio em alto mar e conta as aventuras de três passageiros incomuns. Cada personagem representa um estereótipo diferente da sociedade, como um burocrata, um militar, um religioso, um cientista, um artista e um empresário. Durante a viagem, eles enfrentam diversos desafios e situações inusitadas, que revelam suas personalidades e conflitos internos", detalhou Victor Hugo Sá.

O elenco é composto pelos atores Clay Sabino, Jell Oliveira, Mário Luz e Ofalowo. A produção é da Sankofa Lab Produções, com direção de movimento de Dayana Brito e direção musical de Pedro Botto.

Experiência gastronômica

Quem for assistir ao espetáculo no Teatro Martim Gonçalves, terá uma experiência gastronômica. A chef Paloma Zahir, do Kissanga Buffet, estará no foyer do teatro com cardápio elaborado exclusivamente para o espetáculo "À Deriva". O momento também marcará o lançamento de uma experiência gastronômica ancestral que Kissanga realizará ao longo do mês de setembro em um espaço cultural de Salvador, que ainda será divulgado. 

A chef  preparou três pratos: o Egbó de Kayala, que é um mungunzá de Sururu; o Dengo de Kalunga, que é uma salada de feijão branco com frutos do mar; e o Marabô: bolinho de arroz com peixe e especiarias acompanhado de molho de nagô.


Serviço

À deriva

31 a 03 (Quinta a Domingo), no Teatro Martim Gonçalves, Av. Araújo Pinho, 292 - Canela - Entrada gratuita

04 e 05, 09 e 10 (Segunda e Terça; Sábado e Domingo) no Teatro SESI Rio Vermelho. Valor: R$ 30,00 e R$ 15,00

Horário: sempre às 20h – exceto aos domingos, que começa às 19h.

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terça-feira, 25 de abril de 2023

Adaptação da obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, estreia no Teatro Sérgio Cardoso

Marco Sobral - Foto divulgação

"O diabo na rua, no meio do redemunho" estreia em 28 de abril; mais informações acesse o site www.teatrosergiocardoso.org.br

O Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte, recebe o monólogo “O diabo na rua, no meio do redemunho”, peça adaptada da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, idealizada pelo ator e pesquisador da obra de Rosa, Gilson de Barros, que também está em cena. A direção é de Amir Haddad. Os ingressos já estão disponíveis via Sympla

Com estreia marcada para o dia 28 de abril, o espetáculo integra a Trilogia Grande Sertão: Veredas, estudos do ator e diretor sobre a obra de João Guimarães Rosa, considerado um dos maiores escritores brasileiros do século 20. 

“Ler, estudar Guimarães Rosa é um prazer tão grande que me tomou inteiro. Vivo perdido e achado nesse Ser Tão”, brinca Gílson. “Temos um pacto de amor”.

A trilogia é composta pelas peças RiobaldoO diabo na rua, no meio do redemunho e O Julgamento de Zé Bebelo (com estreia prevista para 2024). Riobaldo, que este ano  ganhou o Prêmio Shell de 2023 em duas categorias (Melhor Dramaturgia e Melhor Ator), estreou em 2020 e, no ano passado, fez temporada no Teatro Sérgio Cardoso.  

O monólogo apresenta o famoso personagem Riobaldo, protagonista e narrador do clássico de Guimarães Rosa. Riobaldo, um ex-jagunço, hoje um velho fazendeiro, conversa com um interlocutor (o público) e, nesse encontro, cheio de filosofia, conta passagens de sua vida e reflete sobre a dialética do bem e do mal.  

Riobaldo, na juventude, por amor, e para conseguir coragem e força, fez o que julga ser um pacto com o demônio. Durante a narrativa, o personagem se vale de várias histórias populares para questionar: “o diabo existe?”. Ao final, conclui, sem certeza: “Nonada! O diabo não existe, arrenego! Existe é homem humano. Travessia!”. 

Depoimentos de Amir Haddad e Gilson de Barros

AMIR HADDAD - @amirhaddadreal 
Li as duas primeiras páginas do ‘Grande Sertão’ várias vezes até perceber que aquela ‘língua’ tinha tudo a ver comigo. O resto da narrativa devorei em segundos, segundo minhas sensações. Aprendi a ler, aprendi a língua, lendo este romance portentoso no original. Entendi! Não era uma tradução, era um livro brasileiro, escrito na ‘língua’ brasileira.

Até hoje me orgulho de ser conterrâneo e contemporâneo de Guimarães Rosa. E tenho certeza de que qualquer leitor estrangeiro que ler o livro traduzido jamais lerá o que eu li. Assim como jamais saberei o que lê um inglês quando lê Shakespeare. Os realmente grandes são intraduzíveis. 

GILSON DE BARROS - @gilsondebarrosator
Há alguns anos venho estudando a obra de Guimarães Rosa, com ênfase no livro Grande Sertão: Veredas. Interpretar Riobaldo tem sido meu trabalho e minha dedicação. A cada releitura do livro, cada temporada da peça, a cada curso que participo, vou aumentando a compreensão da obra.

O objetivo é traduzir a prosa Roseana para a linguagem do teatro. Pretensioso, eu sei. Mas, não imagino outra forma de enfrentar essa obra-prima, repleta de brasilidade. Por fim, registro a honra de estar no palco com o suporte de João Guimarães Rosa, Amir Haddad, José Dias, Aurélio de Simoni e todos os colegas envolvidos nessa montagem. Evoé!

Sobre Amir Haddad
Amir Haddad, em parceria com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, criou em 1958 o Teatro Oficina, ainda em atividade com o nome de Uzyna Uzona. Nesse grupo, Amir dirigiu Cândida, de George Bernard Shaw; atuou em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e em Vento Forte para Papagaio Subir (1958), de José Celso Martinez Corrêa. Em 1959, dirigiu A Incubadeira e ganhou o prêmio de melhor direção.

Deixou o Oficina em 1960. Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção do Teatro da Universidade Católica do Rio. Fundou, em 1980, os grupos A Comunidade (vencedor do Prêmio Molière pelo espetáculo A Construção) e o grupo Tá na Rua. Paralelamente, Amir também realizou projetos como O Mercador de Veneza, de Shakespeare (com Maria Padilha e Pedro Paulo Rangel), e shows de Ney Matogrosso e Beto Guedes.

Ainda hoje, com o microfone na mão, Amir coordena sua trupe de atores pelas ruas e praças o Grupo Tá Na Rua. Tem dirigido e/ou supervisionado peças com grandes nomes da cena, como Clarice Niskier, Andrea Beltrão, Pedro Cardoso, Maitê Proença, entre outros. 

Sobre Gilson de Barros
Gilson é operário do teatro, é ator, gestor, dramaturgo e apaixonado pelo que faz. Hoje, aos 62 do segundo tempo, pode dedicar todas as suas horas ao ofício, seja no palco ou fora dele. Precisou de uma pausa estratégica para conseguir criar suas três filhas que já são adultas, neste período, dividiu seu tempo teatral com a tecnologia.

Estudou na UNIRIO, Bacharelado em Artes Cênicas. Trabalhou com diretores expoentes, como Augusto Boal, Luiz Mendonça, Mário de Oliveira, Domingos Oliveira e o próprio Amir Haddad com o qual estabeleceu parceria artística na Trilogia Grande Sertão: Veredas.

Participou como ator de mais de 25 peças. Algumas: Bolo de Carne, de Pedro Emanuel e direção de Yuri Cruschevsk; Murro em Ponta de Faca, texto e direção de Augusto Boal; Ópera Turandot, com direção de Amir Haddad; Os Melhores Anos de Nossas Vidas, texto e direção de Domingos de Oliveira; Da Lapinha ao Pastoril, texto e direção de Luís Mendonça; A Tempestade, de Shakspeare, direção de Paulo Reis e O Boca do Inferno, texto de Adailton Medeiros e direção de Licurgo. Ganhou ainda o prêmio de Melhor Ator no Festival Inter-regional de Teatro do Rio – 1982 e prêmio de Melhor Ator do Festival de Teatro – SATED/RJ – 1980. Foi  indicado ao Prêmio Shell  2023, em duas categorias: Melhor Dramaturgia e Melhor Ator.  

Ficha Técnica 

Adaptação e atuação: Gilson de Barros

Direção: Amir Haddad

Direção de Arte a Cenário: José Dias

Figurinos: Ansa Luiza

Iluminação: Aurélio de Simoni

Programação visual: Guilherme Rocha

Fotos e vídeos: Marco Sobral

Técnicos: Mikey Vieira  

Serviço
O diabo na rua, no meio do redemunho
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno - (Av. Rui Barbosa, 153 – Bela Vista - SP).
Temporada: Estreia dia 28 de abril a 28 de maio, sexta a domingo, às 19h
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia entrada) | Sympla 
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 149 lugares 

Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão do Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Sérgio Cardoso Digital e Teatro de Araras, além da plataforma de streaming e vídeo por demanda #CulturaEmCasa,  trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus mais de 17 anos de atuação, a Organização desenvolveu cerca de 60 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas. 

Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a tradição e a relevância conquistada em mais de 40 anos de atuação na capital paulista. Palco de espetáculos musicais, dança, peças de teatro, o equipamento é um dos últimos grandes teatros de rua da capital, e foi fundamental  nos dois anos de pandemia, quando abriu as portas, a partir de rígidos protocolos de saúde, para a gravação de especiais difundidos pela plataforma #CulturaEmCasa. 

Composto por duas salas de espetáculo, quatro dedicadas a ensaios, além de uma sala de captação e transmissão, o Teatro tem capacidade para abrigar com acessibilidade oito pessoas na sala Nydia Licia, 827 na sala Paschoal Magno 149 pessoas são comportadas no hall de entrada, onde também acontecem apresentações e aulas de dança. 

Em junho deste ano, mais uma vez o Teatro inova e lança o Teatro Sérgio Cardoso Digital. Com um investimento em alta tecnologia e adaptação para as necessidades virtuais, o TSC Digital, na vanguarda dos teatros públicos brasileiros, vai ao encontro de forma inédita da democratização do acesso à cultura com objetivo de garantir uma experiência online o mais próxima possível da presencial.

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segunda-feira, 11 de julho de 2022

Lona das Artes fará apresentação teatral e lançamento de livro na praça de Sumaré

           


          "Mágica para salvar o planeta" é o livro que inspirou o espetáculo "Aqua Circus"

O circo social Lona das Artes fará a apresentação do” Aqua Circus” e o lançamento do livro “Mágica para salvar o planeta” no dia 15, sexta-feira, na praça da República, no centro de da cidade de Sumaré (SP), às 19h. No dia 16, também haverá mais uma apresentação do espetáculo.

“Mágica para salvar o planeta” chega a Sumaré depois do lançamento oficial na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O livro compõe um projeto educativo para abordar as temáticas do meio ambiente e da sustentabilidade para o público infantil. A narrativa conta a história dos palhaços Risadinha e Espoletinha, que têm as férias na praia interrompidas pela sujeira deixada na areia e pelas más condições da água do mar.

Os interessados em participar do lançamento e assistir às apresentações estão convidados a comparecer na praça de Sumaré. Serão distribuídas 2.000 cópias gratuitas do livro para bibliotecas, espaços culturais, organizações sociais, escolas públicas da cidade e acontecerá um sorteio durante o lançamento. Os palhaços Risadinha e Espoletinha estarão à disposição no local para conversar e tirar fotos com o público. 

Sobre a Lona das Artes: 

A Lona das Artes é um espaço de arte, cultura e educação para centenas de jovens em situação de vulnerabilidade econômica. Por meio da arte, a missão da companhia é educar e transformar a realidade social de crianças e adolescentes. Atualmente, a Lona das Artes integra a Rede Circo do Mundo Brasil e está entre as dez melhores do país. Além da Casa da Bailarina, a instituição possui entre os seus principais projetos: o Circo Social, o PIEJ (Programa de Inclusão Econômica de Jovens), a Profissionalização Artística, dentre outras ações educativas. 

Em 2019, o Instituto Doar classificou a entidade entre as 10 melhores ONG’s (Organizações Não Governamentais) do país e, em 2020, concedeu ao Projeto Lona das Artes o selo doar, que incentiva, legítima e destaca o profissionalismo e a transparência nas organizações ONGs, na forma de um atestado independente de sua adequação aos PGTD (Padrões de Gestão, Transparência e Doação).

Serviço 

O que: Lançamento do livro “Mágica para salvar o planeta” e apresentação do “Aqua Circus".
Onde: Praça da República, centro Sumaré (SP)

Quando: dias 15 e 16 de julho.
Valor: Gratuito
Público: Classificação livre

Inscrições: não é necessário.

Espetáculo Aqua Circus - Ficha Técnica:

Elenco:
Direção: Rodrigo Cachanco
Risadinha: Giovanna Bernal
Espoletinha: Carlos Correa
Marinheiro: Samuel Ithalo
Tartaruga: Gustavo Delmonte

Direção Geral: Rodrigo Cachanco
Figurinos: Hugo Hector Marinelli
Fotos: Danillo Sabino
Costura: Janice Souza

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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Musical inspirado na Broadway chega a teatro de Cangaíba

 

Espetáculo Brincando com a Broadway chega ao Teatro Flávio Império
CRÉDITO FOTO: RICARDO LIMA

Com entrada gratuita, espetáculo traz canções que marcaram o cenário teatral de Nova York

A curiosa história de Zirabér ganha os holofotes do Teatro Flávio Império, em Cangaíba, distrito de São Paulo (SP), com a chegada do espetáculo Brincando com a Broadway – Aos Cantos e Encantos dos Musicais. O musical, que acontece no dia 3 junho, conta com duas sessões: às 19h, aberta ao público, e outra mais cedo, às 10h, exclusiva para escolas da região. A entrada é gratuita mediante um cadastro prévio online.

HISTÓRIA Zirabér é uma migrante do interior de Minas Gerais que, assim como muitos, muda-se para São Paulo para tentar ganhar a vida. Lá, ela consegue um emprego de faxineira em um teatro. Entre uma limpeza aqui e outra ali, ela também faz o papel de camareira de atrizes muito conhecidas. Todo este glamour dos palcos desperta nela devaneios sobre como seria sua vida se fosse famosa. Com um toque cômico revela, até mesmo, um segredo: o sonho de ser cantora.

Para desenrolar esta narrativa, há uma interação performática entre os artistas e as imagens projetadas ao fundo do palco, além de músicas, executadas ao vivo, que vão desde números de grande sucesso da Broadway, como CabaretA Bela e a Fera e A Heart Full of Love (Les Miserables) até músicas mais atuais, como Let it Go, do filme Frozen. Um dos destaques é a interpretação de canções da luso-brasileira Carmen Miranda.

Ao assistir à peça, os espectadores também serão presenteados com um livro ilustrado inspirado no espetáculo, inclusive, narrado com a linguagem tão característica de Zirabér. Junto com as aventuras da personagem, os leitores poderão conferir ainda uma série de curiosidades sobre os musicais da Broadway.

INGRESSOS Para assistir ao espetáculo, que tem entrada gratuita e classificação livre, é preciso se cadastrar, a partir do dia 24 de maio, neste link. Depois, é só apresentar os ingressos gerados, na entrada do evento. Para as crianças, com exceção das que ainda são ‘de colo’, também é preciso solicitar ingresso no site, além da entrada do adulto responsável. Caso a criança não tenha um e-mail válido, é preciso entrar em contato com a D'Color Produções Culturais. O Teatro Flávio Império fica na rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba, São Paulo (SP).

Vale ressaltar que é necessário levar o comprovante vacinal de Covid-19 completo. O espetáculo continua com protocolos de segurança para manter a diversão segura, saiba mais aqui. Em conformidade com as recomendações do Governo do Estado de São Paulo, o uso de máscaras em ambientes internos e externos passa a ser facultativo, porém, o uso é encorajado para aqueles que assim desejam.

A peça Brincando com a Broadway é viabilizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com patrocínio da empresa Atacadão. A realização é da D'Color Produções Culturais, empresa que atua no mercado de produção cultural, assessorando, planejando e executando projetos culturais para o desenvolvimento social, em parceria com instituições, produtoras e artistas dos mais diversos segmentos. Mais informações pelo telefone (19) 3256-4500 ou pelo e-mail contato@dcolor.art.br.

ATACADÃO Com 60 anos de história, o Atacadão está entre os maiores atacadistas brasileiros em número de lojas. Presente em mais de 170 cidades espalhadas por todos os estados do Brasil, conta com cerca de 62 mil colaboradores, 250 unidades de autosserviço e mais de 33 atacados de entrega, que garantem o abastecimento de comerciantes, transformadores e consumidores finais. Também atua no e-commerce, integrando o canal de vendas online do próprio Atacadão com uma robusta operação de marketplace, com mais de 300 sellers parceiros de atacado.

SERVIÇO
Brincando com a Broadway - Aos Cantos e Encantos dos Musicais
Dia: 03/06
Horários: 19h (sessão aberta ao público)
Ingresso gratuito: clique aqui
Classificação livre
Local: Teatro Flávio Império - rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba, São Paulo (SP) -  MAPA AQUI
Informações: (19) 3256-4500 | contato@dcolor.art.br

O projeto Brincando com a Broadway é viabilizado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com patrocínio da empresa Atacadão.

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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Clássica história da Chapeuzinho Vermelho ganha transmissão ao vivo para os pequenos assistirem de casa

       


Espetáculo de teatro virtual do Santana Parque Shopping acontece no próximo dia 24

O Santana Parque Shopping e a Cia Cambaio se uniram para manter viva a tradição do teatro mesmo em tempos de isolamento social. Afinal, nada como uma peça ao vivo para trazer a emoção e interação da plateia em tempo real!

No próximo dia 24 de abril, a partir das 16h, o público é convidado a conectar suas telas na transmissão ao vivo da peça infantil “Chapeuzinho Vermelho”, que acontece pelo Instagram do empreendimento (@santanaparqueshopping).

Na releitura do clássico, o público infantil conhece uma versão atual da famosa personagem que desobedece sua mãe ao levar doces para vovozinha e acaba se deparando com o Lobo Mau.

No espetáculo, a Cia Cambaio apresenta aos espectadores uma versão cômica, dinâmica e lúdica que apresenta uma vovó briguenta que torce as tripas do Lobo de dentro de sua barriga para salvar sua netinha e uma Chapeuzinho Vermelho muito esperta e comilona. A peça conta com figurinos especiais, roteiros divertidos e ensinamentos valiosos sobre família e amor.

“Esperamos levar entretenimento e diversão para que todos possam aproveitar mesmo estando cada um em suas casas. Mal podemos esperar para animar a criançada e divulgar uma surpresa para lá de especial” afirma Marcus Borja, superintendente do Santana Parque Shopping. 

Serviço

Live Chapeuzinho Vermelho

Data: 24 de abril

Horário: 16h

Local: www.instagram.com/santanaparqueshopping 

Santana Parque Shopping

Endereço: Rua Conselheiro Moreira de Barros, 2780 – Santana – SP

Mais informações pelo site: www.santanaparqueshopping.com.br ou pelo telefone: (11) 2238-3002 ou WhatsApp: (11) 96588-3226.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

8x Hilda: projeto reúne obra teatral de Hilda Hilst em ciclo de leituras online


A obra teatral completa de Hilda Hilst (1930-2004) é apresentada em 8x Hilda, ciclo de leituras online com participação dos atores Lavínia Pannunzio, Joca Andreazza, Flávia Couto e Kiko Rieser, entre os dias 7 de fevereiro e 28 de março. A curadoria é de Fábio Hilst e a direção se alterna, semanalmente, entre os próprios atores.

 

A transmissão é ao vivo e grátis, aos domingos, às 18 horas, pelo canal YouTube/CuradoriaHilst. As sessões serão gravadas e disponibilizadas com tradução em Libras no mesmo canal, sempre na quarta-feira seguinte a cada leitura, às 20 horas.

 

8x Hilda comemora os 90 anos de nascimento da escritora paulista, completados em 2020, trazendo à cena suas oito peças, escritas entre os anos de 1967 e 1969: A Empresa (A Possessa) (7/2), O Rato no Muro (14/2), O Visitante (21/2), Auto da Barca de Camiri (28/2), As Aves da Noite (7/3), O Novo Sistema (14/3), O Verdugo (21/3) e A Morte do Patriarca (28/3).

 

O projeto propõe um jogo cênico virtual que celebra e explora a dramaturgia hilstiana, criada em pleno período da ditadura militar brasileira. Segundo o idealizador Fábio Hilst, “a dinâmica consiste no mergulho dos quatro atores/encenadores  no universo de Hilda, desvendando os textos - e subtextos - e os mais de 60 personagens da obra, para mostrar ao público o processo de estudo de uma peça e o início da construção de personagens e cenas”. A ideia de encenar o teatro completo de Hilda Hilst é uma iniciativa que Fábio, pela produtora Três no Tapa, já havia colocado em andamento, em 2020, com a montagem de As Aves da Noite, cuja estreia foi adiada em decorrência da quarentena imposta pela pandemia do coronavírus.

 

A produção dramatúrgica de Hilda Hilst - criada no momento em que o teatro e os artistas viviam sob os mandos e desmandos da censura do regime militar - é considerada um ensaio para sua obra em prosa da década de 1970, mais livres nos artifícios da linguagem e nas tramas do cotidiano. Seus textos teatrais traduzem a atmosfera claustrofóbica de opressão e os questionamentos ao sistema, representado pela igreja, pelo Estado ou pela ciência, para se comunicar com as pessoas de forma "urgente" e "terrível". Os personagens, vítimas ou algozes, aparecem em situações limite, presos às estruturas que escravizam e alienam - celas, porões, colégios religiosos ou locais de julgamento e execução de prisioneiros. As máscaras sociais (juiz, carcereiro, monsenhor, papa, madre superiora) são arrancadas por Hilda, que mostra também personagens dotados de almas, tolhidas do seu verdadeiro voo.

 

As primeiras encenações ocorreram na cena universitária, na Escola de Artes Dramáticas, com O Rato no Muro e O Visitante, no final dos anos 60. O Verdugo teve a primeira montagem profissional, em 1973, sendo a única peça hilstiana editada na época. As quatro primeiras peças de Hilda Hilst foram publicadas, em 2000, pela Editora Nankin (Teatro Reunido). Em 2008, quatro anos após sua morte, a Editora Globo publicou seu teatro completo em volume único.

 

FICHA TÉCNICA: Textos: Hilda Hilst. Curadoria / idealização: Fábio Hilst. Elenco / direção: Lavínia Pannunzio, Joca Andreazza, Flávia Couto e Kiko Rieser. Produção: Três no Tapa Produções Artísticas. Assistência de produção: Fernanda Lorenzoni. Técnico de transmissão: Gustavo Bricks e Henrique Fonseca. Design / gerenciamento de mídia: Ton Prado. Sinopses: Hilda Hilst - Teatro Completo (L&PM / Leusa Araujo). Realização: ProAC Expresso LAB, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. As leituras contam com participação de atores convidados, conforme a demanda de personagens de cada texto.

 

PROGRAMAÇÃO

 

Ciclo de leituras: 8x Hilda

Quando: 7 de fevereiro a 28 de março/2021

Horário: Domingos, às 18h

Onde: Youtube/CuradoriaHilst

Grátis. Duração estimada: 120 min. Classificação: 14 anos.

Com tradução em Libras (gravado): 10/02 a 31/03 – Quartas, às 20h

 

7 de fevereiro: A Empresa (A Possessa)

A Empresa (inicialmente, A Possessa) foi o texto de estreia de Hilda Hilst na dramaturgia, em 1967. Trata-se de uma crítica ao trabalho alienado, com o qual se busca mais a eficiência que a criatividade. América é uma adolescente questionadora que se rebela contra a tradição representada pelo colégio religioso e terá de prestar contas ao Monsenhor e ao Superintendente. Esse inconformismo é medido por certos “robôs eletrônicos" (personagens Eta e Dzeta) criados pela própria América que, depois, são utilizados pela instituição para conter as “asas do espírito” e a imaginação. Ou seja, os dirigentes do colégio/empresa impõem às Postulantes e a América um trabalho alienante, o que desencadeia a morte da protagonista. 7 personagens. Direção: Flávia Couto.

 

14 de fevereiro: O Rato no Muro

O ambiente do colégio religioso, recorrente na obra da autora, aparece em O Rato no Muro (1967) ainda mais estreito. Tudo se passa numa capela, onde a Superiora está cercada por nove irmãs, identificadas por letras de A a I. Estão ajoelhadas, e ao lado de cada uma delas, o “chicote de três cordas”. Cada uma das religiosas expressa visões diferentes, a partir de pequenos abalos ao austero cotidiano do claustro. Irmã H (alter ego da autora) é a mais questionadora e lúcida. Tenta em vão mostrar às outras a necessidade de libertação, representada pelo desejo de ser o rato, único capaz de ultrapassar os limites do muro da opressão e do pensamento único. 10 personagens. Direção: Kiko Rieser.

 

21 de fevereiro: O Visitante

Peça mais poética de Hilda Hilst, O Visitante (1968) gira em torno do conflito entre Ana e Maria – mãe e filha. Ana, encantadora e meiga, descobre-se grávida. Mas a filha, estéril e parecendo mais velha, levanta suspeitas sobre a paternidade, já que seu marido, genro de Ana, é o único homem da casa. A chegada de um visitante, o Corcunda, provoca uma distensão sem, no entanto, apagar o conflito que, de um lado tem o apelo da vida, do sexo e do amor e, do outro, a aspereza de um mundo sem prazer. 4 personagens. Direção: Lavínia Pannunzio.

 

28 de fevereiro: Auto da Barca de Camiri

Baseado em fatos reais, Auto da Barca de Camiri é a quarta peça de Hilda Hist, escrita em 1968. Em julgamento encontra-se o revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, morto em Camiri, na Bolívia - ainda que seu nome não seja mencionado e que sua figura, na peça, seja confundida com a de Cristo. Sob a tensão permanente dos ruídos de metralhadora soando do lado de fora e com o desconforto do cheiro dos populares que desagradam os julgadores, Hilda introduz elementos grotescos e inovadores. A severidade da Lei é representada pelos juízes (vistos de ceroulas antes de vestirem as togas com abundantes rendas nos decotes e mangas). Há também o Prelado e o Agente. A condenação está decidida, a despeito do depoimento do Trapezista e do Passarinheiro que, assim como os demais humildes, serão executados pelas metralhadoras. 7 personagens. Direção: Joca Andreazza.

 

7 de março: As Aves da Noite

Escrita em 1968, As Aves da Noite é baseada na história real do padre franciscano Maximilian Kolbe, morto em 1941, no campo nazista de Auschwitz. Ele se apresentou voluntariamente para ocupar o lugar de um judeu pai de família sorteado para morrer no chamado “porão da fome” em represália à fuga de um prisioneiro. No porão da fome, a autora coloca em conflito os prisioneiros – o padre, o carcereiro, o poeta, o estudante, o joalheiro –, visitados pelo comandante da SS, pela mulher que limpa os fornos e por Hans, o ajudante da SS. O processo de beatificação do padre Maximilian Kolbe, iniciado em 1968, resulta na canonização em 1982, pelo papa João Paulo II. Hoje São Maximiliano é considerado padroeiro dos jornalistas e radialistas e protetor da liberdade de expressão. 7 personagens. Direção: Kiko Rieser.

 

14 de março: O Novo Sistema

O Novo Sistema, escrita em 1968, volta ao tema da privação da liberdade e da criatividade por regimes totalitários. O personagem central, o Menino prodígio em física, não se conformará com a execução dos dissidentes em praça pública nem com a opressão – desta vez exercida pela ciência – à evolução espiritual do indivíduo. Assim como em A Empresa, é evidente a afinidade com a literatura distópica de George Orwell e Aldous Huxley. 12 personagens. Direção: Joca Andreazza.

 

21 de março: O Verdugo

O Verdugo foi escrito em 1969 e, no mesmo ano, recebeu o prêmio Anchieta. Conta a história do carrasco que se recusa a matar o Homem, um agitador inocente, condenado pelos Juízes e amado por seu povo. Temendo reações contrárias, os Juízes tentam - em vão - subornar o verdugo para que este realize a tarefa o mais rápido possível. Apenas o jovem filho entende a recusa do pai. A mulher, ao contrário, aceita a oferta em dinheiro e toma o lugar do marido ao pé do patíbulo, com a concordância da filha e do genro. No final, o verdugo reaparece, desmascara a mulher e conta ao povo o que se passara após sua decisão. O povo reage violentamente matando a pauladas o carrasco e o Homem. O filho sobrevive e foge com os Homens-coiotes, símbolos de resistência. 10 personagens. Direção: Flávia Couto.

 

28 de março: A Morte do Patriarca

Em A Morte do Patriarca (1969) podemos reconhecer o humor ácido e o tom de escárnio de Hilda. Um Demônio com “rabo elegante” e de modos finos discute os dogmas da religião e o destino humano com Anjos, o Cardeal e o Monsenhor, ante a visão dos bustos de Marx, Mao, Lenin e Ulisses, de uma enorme estátua de Cristo e da tentativa do Monsenhor de colocar asas na escultura de um pássaro. O Demônio seduzirá o Cardeal a tomar o lugar do Papa; posteriormente, o próprio Papa é morto pelo povo. 9 personagens. Direção: Lavínia Pannunzio.

 

PERFIS

 

Hilda Hilst (1930-2004, Jaú/SP) – Hilda Hilst foi ficcionista, cronista, dramaturga e poeta, considerada uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX, com traduções em países como Itália, França, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Argentina. Iniciou sua produção literária em São Paulo, com o livro de poemas Presságio (1950). Em 1965, mudou-se para Campinas e iniciou a construção de seu porto de criação literário, a Casa do Sol, espaço que a abrigou durante a realização de 80% de sua obra. Autora de linguagem inovadora, na qual atemporalidade, realidade e imaginação se fundem, a estreia de Hilda na dramaturgia foi em 1967 e, três anos depois, na ficção com Fluxo-floema. Em cerca de 50 anos, ela escreveu mais de 40 títulos, muitos com edições esgotadas, incluindo poesia, teatro e ficção, que lhe renderam prêmios literários importantes no Brasil. Em sua obra nos deparamos com a fragilidade humana que nos surpreende com personagens em profundos questionamentos na viagem de entender e descobrir o essencial. A partir dos anos 2000, a Globo Livros reeditou sua obra completa e, em 2016, os direitos de publicação foram para a Companhia das Letras. Mais recentemente, a L&PM Editores lançou em livro toda a sua dramaturgia. O acervo deixado pela escritora encontra-se na Sala de Memória Casa do Sol e no Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio da Unicamp.

 

Lavínia Pannunzio (atriz) - Atriz e diretora formada pela UNICAMP, Lavínia acumula importantes prêmios no currículo como APCA, Coca-Cola/Femsa, Shell e Mambembe. Foram mais de 50 trabalhos realizados apenas em teatro, em parte deles acumulando a função de diretora. Entre os principais trabalhos, destacam-se: A Vida é Cheia de Som e Fúria e Temporada de Gripe, com direção de Felipe Hirsch; Esperando Godot e O Mambembe, com direção de Gabriel Villela; Cacilda! com direção de Zé Celso; além de outros dirigidos por José Possi Neto, Silney Siqueira, Mário Bortolotto, Regina Galdino, Eric Lenate, Márcio Aurélio etc. Como diretora, destacam-se Pelos Ares (vencedor do 14º Festival Cultura Inglesa), A Serpente (de Nelson Rodrigues) e Era uma Vez um Rio (vencedor dos prêmios APCA e Coca-Cola/Femsa). No audiovisual, atuou no clip Gouts Dripping (de Gui Cicarelli, direção de Willians Mezzacappa), Pérola (adaptação de Murilo Benício para a peça de Mauro Rasi), O Quarto (de Luna Grimberg), Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos (de Ugo Giorgetti), Tudo que é Sólido Pode Derreter (de Rafael Gomes) e Cama de Gato (de Alexandre Stockler). Na TV participou de: Éramos Seis, Aruanas, Ligações Perigosas e Sandy & Junior (Rede Globo); Samantha! (Netflix); Beleza S/A (O2 Filmes); Psi (HBO); 9mm (Fox); Descolados (MTV); Além do Horizonte e Dois Apês (TV Cultura); Dance, Dance, Dance (Band), As Pupilas do Senhor Reitor, O Direito de Nascer e Chiquititas (SBT).

 

Joca Andreazza (ator) - Joca atua há mais de 20 anos como ator, diretor, mascareiro, aderecista e professor. Formado em Artes Cênicas pela Unicamp, onde docente por dois anos, e na UNISO - Universidade de Sorocaba - trabalhou como docente por três anos. Foi bolsista do FAP-Funcamp (Fundação de Apoio à Pesquisa de Unicamp), onde desenvolveu o projeto de pesquisa Um Estudo da Comédia do Renascimento Italiano. Ganhou o prêmio APCA de melhor ator com as peças A Bilha Quebrada, de H. von Kleist, e  A Ilusão  Cômica, de Pierre Corneille com direção  de Márcio Aurelio, e Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro de melhor elenco por Anatomia Frozen, de Bryony Lavory. Integrou por 25 anos a Cia. Razões Inversas, atuando nos premiados Agreste e Anatomia Frozen, apresentados no Brasil inteiro e exterior. Atuou em A Estrada e Protocolo Volpone (direção de Johana Albuquerque), Assim É se lhe Parece (de L. Pirandello, direção de Marco Antônio Pâmio), ganhador de vários prêmios, e A Língua em Pedaços (direção de Elias Andreato). Atuou na série O Caçador (direção de José Alvarenga) e Felizes para Sempre (direção de Fernando Meirelles), ambas na Rede Globo. Integrou a série Escola de Gênios (Gloob), além de participar de O Escolhido (Netflix).

 

Flávia Couto (atriz) - Atriz e produtora, doutoranda no Programa de Artes da Cena na linha Poéticas e Linguagens da Cena da Unicamp, mestre em Pedagogia do Teatro e bacharel em Interpretação Teatral. Em 2020, dirigiu e atuou no experimento cênico online O Amor e a Peste, em parceria com o ator Pedro Guilherme e participou do Tablado Lírico de Hilda Hilst (online) da Biblioteca Mário de Andrade. Em 2019, pela Bolsa Aprimoramento do ProAC, realizou o Workshop/Formação Intensiva Teatro Total  com A Dança das Intenções (de Roberta Carreri, do Odin Teatret) e Alquimia Corpo/Texto (com Fábio Ezechiele Sforzini, do Théâtre des Grands Chemins). Como atriz destacou-se nos solos Anaïs Nin à Flor da Pele (direção Aline Borsari, do Théâtre du Soleil) e Floema (de Hilda Hilst, direção de Donizeti Mazonas) e em Hamlet-ex-machina (direção de Érika Bodstein), A Casa de Bernarda Alba (leitura dramática musical, Itaú Cultural, Ocupação Laura Cardoso), Vestir o Pai (de Mário Viana), Selvagens - Homem de Olhos Tristes (direção Hugo Coelho) e O Unicórnio (de Hilda Hilst, direção Christina Trevisan). No cinema participou dos longas Amador e À Procura de Borges, ambos com direção de Cristiano Burlan, e da série A Vida Alheia, da TV Globo.

 

Kiko Rieser (ator) - Formado em Artes Cênicas pela ECA-USP, Kiko dirigiu Capitu, Olhos de Mar (autoral), Na Cozinha com a Autora (com Adriana Londoño e Camila dos Anjos), Amarelo Distante (autoral, baseado em Caio Fernando Abreu), A Dama da Noite (de Caio F. Abreu, com André Grecco), A Vida Útil de Todas as Coisas (autoral - indicações ao Prêmio Aplauso Brasil) e os infantis Braguinha - Sons, Canções e Histórias (parceria com Cristiano Tomiossi, Sesc’s Ipiranga e Pinheiros, Quatro indicações ao Prêmio São Paulo) e O que Fica das Pessoas que Vão (autoral). Produziu todos esses espetáculos (exceto A Dama da Noite), além de Cabarezinho (por dois anos no CIT-Ecum), Gardênia (em cartaz por seis anos), Consertando Frank (indicado a melhor espetáculo no Prêmio APCA), Volpone (Teatro MuBE), Moinhos e Carrosséis (infantil), A Cabala do Dinheiro (direção de Clarice Niskier e André Aciolli), Esperando Godot (Grupo Garagem 21, indicado ao Prêmio Shell 2017 de Melhor Figurino), O Quarto Estado da Água (com Anderson Di Rizzi e Kiko Pissolato) e Brian ou Brenda? (direção Yara de Novaes e Carlos Gradim). Em 2012, foi um dos vencedores do concurso Dramaturgias Urgentes, do CCBB, com a peça Desassossego. É autor de Lapsos (poemas, Editora Patuá, 2017) e Átimo (romance, Editora Instante, 2018).

 

Fábio Hilst (produtor e curador) - Produtor teatral há mais de 15 anos, Fábio Hilst assina a produção executiva de vários espetáculos de sucesso, recomendados pela crítica. Ao lado de nomes como Jarbas Homem de Mello, Henrique Benjamin, Sandro Chaim e Alexandra Golik, entre outros, realizou os seguintes trabalhos nos últimos anos: Forever Young (comédia musical, há três anos em cartaz) e Musical Popular Brasileiro, ambos com direção de Jarbas Homem de Mello; os infantis O Jovem Príncipe e a Verdade (direção Regina Galdino, vencedor de editais da Petrobrás e Caixa Cultural) e O Corcunda Quaquá (clássico da literatura adaptado para o público infantil com foco na acessibilidade); Bola de Ouro (direção Marco Antonio Braz, com Celso Frateschi, Walter Breda e outros); Selvagens - Homem de Olhos Tristes (direção Hugo Coelho), O Terraço (de Jean-Claude Carrière, direção Alexandre Reineck); A Graça do Vira (com Paulinho Serra, Guilherme Uzeda e outros, direção Alexandra Golik); Vovó Delícia (infantil adaptado do livro de Ziraldo, com Anna Karolina Lannes). Atualmente, está à frente da produção de As Aves da Noite (de Hilda Hilst, direção Hugo Coelho, com Marco Antônio Pâmio, Marat Descartes e Genézio de Barros) e do infantojuvenil Hora do Recreio (escrito e interpretado por Fernando Lyra Jr.). É proprietário da Três no Tapa Produções Artísticas.

 

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

a_ponte: cena do teatro universitário abre a programação cênica de 2020 no Itaú Cultural em janeiro, com 18 espetáculos e oito debates

Bruno Bernardi - Foto divulgação
A mostra apresenta os 10 espetáculos de nove estados, selecionados entre 141 inscritos para a segunda convocatória de teatro universitário realizada pelo instituto em 2019. Além de abrir ao público debates sobre a difusão deste gênero, a programação também conta com apresentações ao ar livre e recebe convidados: Grupo Sobrevento, Ói nóis Aqui Traveiz, Cia LaMínima, Grupo 59 de Teatro, de Cia 4 pra Nada e Cia dos Bondrés, trupes com trajetórias consolidadas, que vêm conquistando o olhar do público e inspiram os novatos.

O Itaú Cultural abre a programação teatral de 2020 com mais uma mostra do que está sendo produzido na academia e tem ganhado cada vez mais espaços nos palcos de todo o país. Trata-se da segunda edição de a_ponte: cena do teatro universitário, cujo resultado é apresentado no instituto de 16 a 26 de janeiro, em uma programação com 10 espetáculos de nove estados – Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Eles foram selecionados entre os 141 inscritos na convocatória aberta em agosto de 2019 pelo instituto, voltada para estudantes de cursos técnicos e universitários de artes cênicas espalhados pelo Brasil. O resultado leva ao público uma pluralidade temática e de abordagem cênica, que marcam as montagens contemporâneas.

Celebrando a produção teatral universitária, o Itaú Cultural convidou, ainda, sete grupos consagrados na cena regional e nacional, para participarem da programação com montagens atuais de seus repertórios. Ao longo dos 11 dias de programação, passarão pelo instituto Cia 4 pra Nada, Grupo 59 de Teatro, Cia dos Bondrés, Grupo Sobrevento, Ói nóis Aqui Traveiz e Cia LaMínima. Toda essa programação é permeada por painéis reflexivos sobre os espetáculos selecionados e debates sobre a formação e a difusão cênica das universidades no país.

"Além das apresentações, torna-se cada vez mais presente a relevância das pesquisas que norteiam os trabalhos cênicos", observa Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Instituto. "Gostaríamos de iluminar ainda mais o aspecto investigativo, científico do teatro universitário. Tanto que uma das inovações desta edição é a presença de professores das instituições selecionadas", continua ela, acrescentando que, para isso, foi concebida uma série de atividades para incluir essas vozes. "Temos grande expectativa das trocas e atravessamentos que a_ponte pode gerar nesse âmbito", conclui.

A programação abre às 20h do dia 16 (quinta feira) com um dos convidados em apresentação única. Barracal, peça cearense dirigida por Andréia Pires, parte do livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, e de músicas de Cartola para refletir sobre questões de luta e para construir uma poética capaz de expandir os pensamentos criativos sobre elas. O espetáculo se passa na casa de Carolina, onde ressoa nos cantos da sua sala a música do autor de As Rosas não Falam.

Na sexta-feira, dia 17, a programação é tripla. Às 15h, os selecionados do grupo pernambucano do curso de interpretação para teatro do Sesc Piedade apresentam A Palavra Progresso na Boca da Minha Mãe Soava Terrivelmente Falsa, texto do dramaturgo romeno Matéi Visniec. Embora ambientado na Europa, a história pode acontecer em qualquer lugar do Brasil, uma vez que fala de um contexto de conflitos, hostilidades e das guerras de cada dia.

Às 17h, o também selecionado A Vila de Pantolux, da MT Escola de Teatro/Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), apresenta um teatro de sombras contemporâneo com projeções de figuras recortadas, sombras do elenco e próteses corporais. No enredo dirigido por Juliana Graziela vemos o progresso ensombrecer quando uma barragem se rompe em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica do Manso – história real vivida na Comunidade João Carro, onde um dos integrantes do elenco morou.

As apresentações fecham às 21h, com mais um dos convidados, que leva ao palco a dança: a Cia. 4 pra Nada, com [H3O]mens. Em cena, os bailarinos/atores André D.O., Rafael Bougleux e Rafael Ravi fazem uma investigação sobre o ser humano masculino e o corpo. Um homem diante de outro, um homem encostando em outro, um homem dançando para outro.

Palco, rua e crianças
A programação de a_ponte: cena do teatro universitário segue pelo final de semana, abrangendo todas as atividades cênicas do instituto nestes dois dias.

No sábado, dia 18, as atividades têm início às 15h com a peça para crianças O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, do Grupo 59 de Teatro, dirigida por Cristiane Paoli Quito, também convidada para integrar a programação. Reapresentada no domingo, no mesmo horário, ela é inspirada no livro homônimo de Jorge Amado, que conta a surpreendente história de amor impossível entre um gato malhado e uma linda andorinha, contada de forma lúdica e costurada por canções.

Abordando temas como masculinidade e marginalização da mulher negra, os selecionados da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) apresentam às 17h desse mesmo dia o espetáculo Poeira, construído durante o curso de licenciatura em Teatro. Com concepção, direção e atuação de Luan Renato Rodrigues Telles, usa elementos de atuação, dança e canto para olhar para as lembranças borradas do passado, responder perguntas que ficaram sem respostas e levantar questões sobre masculinidade, família e amor.

A temática racial segue às 21h, em MIL LITROS DE PRETO: A MARÉ ESTÁ CHEIA. A performance concebida e apresentada por Lucimélia Romão, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), parte da reflexão sobre uma maré cheia de corpos negros atravessados por balas, transbordando dor, morte e lágrimas de mães periféricas, que sabem que colocaram seus filhos no mundo para serem alvejados pelo estado e pela polícia. Os sete litros de sangue que escoam de cada corpo a cada 30 segundos, enquanto a vida se esvai, podem encher uma piscina de 400 litros em cerca de 40 minutos. A performance é um manifesto para a criação de mundos possíveis, para que o negro possa existir com dignidade e qualidade de vida.

As atividades do domingo, dia 19, são todas realizadas com convidados da programação. Antes da reapresentação de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, a Cia. dos Bondrés apresenta na calçada em frente ao Itaú Cultural, às 14h, Batalha de Improvisação com Máscaras, integrando o Arte na Rua, atividade fixa na programação anual do instituto. Guiados pelo improviso e pela direção de Fabianna de Mello e Souza, 10 atores mascarados se confrontam nos moldes das antigas disputas dos programas de auditório. O público é convidado a embarcar nesta aventura teatral, sugerindo temas de improvisação a serem sorteados, para que eles possam batalhar. A plateia, por sua vez, vota em seus favoritos e torce na hora da disputa.

A Cia. dos Bondrés volta à cena às 19h, quando apresenta Interior, espetáculo que investiga o universo onírico do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck (1862- 1949). Transparecendo nas máscaras a tensão desse texto simbolista, a peça traz à tona uma ação que se desenrola paralelamente em dois espaços sem comunicação. Em um deles, uma família se reúne tranquilamente em casa após o jantar sem suspeitar do drama pelo qual passam. No outro, do lado de fora, os habitantes da cidade estão cada vez mais perto de revelar o trágico infortúnio que acaba de acontecer. 

Estudantes
A segunda semana de a_ponte é marcada pela presença mais intensa de espetáculos selecionados. Com uma apresentação por dia, a programação faz, de forma mais concentrada, uma mostra dos trabalhos selecionados.

Helena, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), é o espetáculo da segunda-feira, dia 20, às 15h. O título é uma metáfora à imagem de superação, que conduz a narrativa não-cronológica da história de vida uma mulher-mãe-professora-brasileira-resistência. Helena é feita de carne, osso e, principalmente, fé. A dramaturgia é de Francis Madison e Priscilla Conserva.

Na terça-feira, 21, um elenco da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresenta, às 17h, Entremeios, peça de teatro performativo criada a partir de um material não-dramático. Foi assim que um grupo de alunos chegou a contos dos livros Primeiras Estórias e Estas Estórias, de João Guimarães Rosa, que conduzem este experimento cênico, dirigido por Matteo Bonfitto, por meio de estímulos sensoriais, como cenografia, luz, figurino, aromas, sonoplastia e musicalidade.

No dia seguinte, quarta-feira, 22, o grupo Teatro Secalhar, da Faculdade de Artes do Paraná (FAP)/Universidade Estadual do Paraná (Unespar), apresenta lepAp, trabalho de dramaturgia corporal com base no gestual, na coreografia falada, dança-teatro e teatro performativo. Nesta performance sobre gêneros, o elenco, orientado por Francisco Gaspar, leva ao palco mais de 30 mil folhas de papel, que representam armas, flores, ou ainda uma forma de diálogo e, ao mesmo tempo, de opressão.

O Resgate do soldado Rayan é o cartaz de quinta-feira, 23, às 17h, com alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Este trabalho cênico de criação coletiva, dirigido por Brenda Alaís, aborda a situação de gays que passaram pelo alistamento militar e daqueles que ingressaram no Exército Brasileiro para cumprir o serviço obrigatório. Para tanto, usa como base os princípios do teatro documentário autobiográfico.

Por fim, na sexta-feira, dia 24, às 18h, os selecionados da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostram Transversos Corporais. Com direção coletiva de Carolina Laranjeira, Ewellyn Lima, Jéssika Andrade, Luk's Gomez e Rafael Sabino, ele faz um mergulho no estudo do movimento, em uma (re)união de solos distintos em suas complexidades, mas comuns em seu desejo – o de entender, por via corporal, questões das relações contemporâneas entrelaçadas nas tradições ancestrais da cidade.
A programação do dia termina às 20h, quando a atriz, encenadora e produtora Tânia Farias, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, apresenta, a convite da programação, a desmontagem de Evocando os mortos – Poéticas da experiência. A proposta refaz o caminho do ator na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea, constituindo um olhar sobre as discussões de gênero, a violência contra a mulher e questões abordadas no trabalho de criação do grupo.

Convidados em foco
O último final de semana da mostra a_ponte é praticamente todo tomado por espetáculos de grupos convidados. Caso do infantil Mozart Moments, do Grupo Sobrevento, dirigido por Luiz André Cherubini, apresentado no sábado e no domingo, 25 e 26, sempre às 15h. Nele, os bonecos da trupe contam momentos curiosos da vida agitada de Mozart: brigas com a mulher, confusões em que se meteu, ida ao cabeleireiro e, também, a sua morte. A peça mostra de forma delicada, divertida e tocante o compositor irreverente, vaidoso e brincalhão, pai severo, mas carinhoso, e sua esposa meiga, mas implicante.

Às 20h, é a vez de Cabaré Sade, único e último grupo selecionado a se apresentar no final de semana. Vinda da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), esta criação colaborativa trata da morte do líder revolucionário Jean-Paul Marat, assassinado pela jovem camponesa Charlotte Corday, em plena Revolução Francesa. A história, dirigida por Christina Streva, é encenada no falido e fabuloso Cabaré da Mamacita, criando analogias com os tempos atuais e com a realidade do Brasil, mergulhado em uma polarizada crise política e econômica.

Assim como na primeira, a segunda edição de a_ponte: cena do teatro universitário encerra com um espetáculo convidado: Ordinários, da Cia LaMínina, que volta a ser apresentado no Itaú Cultural, onde fez sua estreia em 2018. Sob direção de Alvaro Assad, coloca em cena três soldados que formam um pelotão improvável, inadequados para o mundo da guerra.

Debates

Ao longo dos 11 dias de atividades, a programação conta com uma série de encontros com olhar crítico sobre a cena do teatro universitário e, mais especificamente, voltado também para os 10 selecionados que passarão pelo Itaú Cultural de 16 a 26 de janeiro.

Formação e Difusão da Cena Universitária / Institucional – Qual o lugar do risco? é o nome da mesa que acontece no dia 23 de janeiro (quinta-feira), às 14h30, aberta ao público em geral. No encontro, curadores do projeto Palco Giratório (SESC), do Teatro Vila Velha (BA) e do Festival do Instituto de Artes / FEIA (Campinas- SP) conversam sobre o pensamento curatorial e as formas de programar que promovem intercâmbio entre artistas, circulações, iniciativas de estudantes e experiências com os públicos.

O público pode também assistir aos painéis reflexivos sobre as obras apresentadas, nos apontamentos provocados por especialistas convidados. No dia 19, a dramaturga Dione Carlos e a atriz Naruna Costa falam sobre Poeira (SC) e MIL LITROS DE PRETO: A MARÉ ESTÁ CHEIA (MG), e no dia 20, a diretora Sandra Vargas e o crítico Valmir Santos analisam A Palavra Progresso na Boca da Minha Mãe Soava Terrivelmente Falsa (PE) e A Vila de Pantolux (MT). No dia 22, Helena (AM) e Entremeios (SP) recebem o olhar da encenadora Luciana Lyra e do coreógrafo e ator Kleber Lourenço, enquanto no dia 24 O Resgate do Soldado Rayan (MG) e lepAp (PR) são comentados pelo diretor Lubi Marques e Lili Monteiro, e no dia 26, Cabaré Sade (RJ) e Transversos Corporais (PB) são novamente por Lubi Marques e Kleber Lourenço. O último dia da programação conta, ainda, com uma avaliação aberta de a_ponte, feita pelos críticos Kil Abreu e Roberto Lúcio, às 16h30.

Estreitando contatos entre novatos e veteranos, entre selecionados e convidados, uma programação fechada de encontros e atividades acontece em paralelo, criando mais pontes entre os participantes desta edição.

SERVIÇO

a_ponte: cena do teatro universitário

De 16 a 26 de janeiro de 2020 (quinta-feira a domingo)

Entrada gratuita

Veja a programação completa no atachado

Reserva online de ingressos a partir do dia 6 de janeiro (segunda-feira). Pelo site www.itaucultural.org.br:

Será disponibilizado 1 ingresso por pessoa para cada espetáculo adulto. Já quanto aos espetáculos infantis, cada pessoa pode reservar até 3 ingressos online.

Público beneficiado pelas cotas on-line (obesos, cadeirantes e quem possui mobilidade reduzida): um ingresso + um ingresso para acompanhante

Apresentar o comprovante da reserva (impresso ou no celular) até 10 minutos antes do início do espetáculo.

Todos os ingressos serão reservados online. Caso tenha procura presencial no dia do evento, e a pessoa não tenha feito a reserva prévia, haverá fila de espera. 

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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