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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Cepe Editora lança coletânea que reúne obra do pernambucano Augusto Rodrigues


O pernambucano Augusto Rodrigues (1913- 1993) foi um homem múltiplo e intenso. Educador, pintor, caricaturista, desenhista, ilustrador, gravador, fotógrafo, jornalista e poeta, legou ao Brasil um acervo único em todas as linguagens artísticas em que transitou. Foi o mais importante caricaturista brasileiro da 2ª Guerra Mundial e teve Adolf Hitler como principal alvo de seus traços no combate à tirania. Liderou um movimento nacional que permitiu a inclusão da Arte no ensino público em proposta baseada na liberdade. Criou, e ajudou a fundar, mais de uma centena de Escolinhas de Arte no Brasil e na América Latina, tendo sua preocupação com a educação para além dos quadros-negros reconhecida mundialmente. Incentivador da cultura popular, revelou para o país expoentes como o Mestre Vitalino de Caruaru. Suas muitas contribuições e significativa obra são agora apresentadas em coletânea  lançada pela Cepe Editora na próxima sexta-feira (24).

Com projeto, pesquisa e organização do jornalista, desenhista e fotógrafo Antônio Carlos Rodrigues, filho de Augusto Rodrigues, a coletânea reúne em quatro livros (capa dura e papel couché) as ideias, ideais, história de vida e acervo do multiartista nos campos da caricatura/charge, educação, fotografia e pintura. Um trabalho iniciado há mais de duas décadas por Antônio e que também se revelou uma jornada pessoal significativa. “Revisitar de forma tão intensa a sua obra foi uma das experiências fundamentais de minha vida. Redescobri meu pai, que no final ressurgiu como uma pessoa ainda mais genial do que considerava antes. Continua sendo um mistério como ele encontrou tempo para realizar uma obra tão ampla, numerosa e significativa”, assegura.

Recifense, Augusto cresceu em uma família (os Rodrigues) de jornalistas, escritores e artistas. Aos 13 anos de idade, com o primo Nelson (que se tornaria o mais importante dramaturgo brasileiro), dava os primeiros passos no jornalismo com o ácido tabloide Alma Infantil. Aos 16 anos, com Hélio Feijó, Percy Lau e Nestor Silva, criou o Grupo dos Independentes, célula que mais tarde daria origem ao I Salão de Arte Moderna de Pernambuco. Aos 20 anos, começou a trabalhar como caricaturista no Diario de Pernambuco, revelando nos desenhos sua predileção à crítica aos poderosos. Aos 21, ao lado de  Guignard e Portinari participou de exposição da Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro (então capital do Brasil), para onde se mudaria em definitivo no ano seguinte (1935).

Suas charges e caricaturas estamparam as páginas dos principais veículos da imprensa brasileira, como a revista O Cruzeiro, O Estado de São Paulo e os Diários Associados de Assis Chateaubriand, tornado-se o primeiro caricaturista a sair em rede nacional de jornais. Acreditava ser a caricatura um “instrumento direto para atingir fins políticos e humanos, ajudando a preservar a dignidade do homem e a liberdade da arte”. Também teve participação efetiva na fundação de outros veículos, como a Revista Diretrizes (que tinha entre seus colaboradores Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Jorge Amado, José Lins do Rego e Manuel Bandeira) e o Última Hora, de Samuel Wainer, que o considerava o melhor chargista da história da imprensa brasileira.

No prefácio do livro Augusto Rodrigues, Caricaturista (245 páginas, mais de 150 imagens entre fotos, registros jornalísticos e desenhos produzidos entre 1931 e 1993), o jornalista José Hamilton Ribeiro destaca que o trabalho de Augusto permitiu ao brasileiro compreender os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o maior conflito armado da história.  “O primeiro lance genial de Augusto foi ver que a Humanidade dependia, naquele momento, do que iria acontecer com um homem que, por ventura, era quase uma caricatura viva: Adolf Hitler. E pegou no pé dessa figura, com talento e humor, até vê-la desaparecer da guerra — mas não da História.[...] E o lance de fazer de Hitler seu personagem-símbolo revela o quão bom jornalista ele era: seguindo o Fuehrer, a pessoa acabava triando o mais importante da guerra.”

Assim como no desenho (são clássicas as caricaturas de ícones da cultura e da política nacional), sua pintura tinha fascínio pela figura humana, sobretudo, a feminina. Ao recifense, o mineiro Carlos Drummond de Andrade dedicou o poema Pintor de Mulheres (Este pintor/sabe o corpo feminino e seus possíveis/de linha e de volume reinventados./Sabe a melodia do corpo em variações entrecruzadas./Lê o código do corpo, de A ao infinito/dos signos e das curvas que dão vontade de morrer/de santo orgasmo e de beleza). E são as mulheres que essencialmente se apresentam em intensidade e lirismo no livro Augusto Rodrigues, Artista (181 páginas, 187 imagens entre fotos, singelos bilhetes como os de Cora Coralina, Drummond, Fernanda Montenegro e reproduções de trabalhos em diversas técnicas).

O livro revela ainda sua grande preocupação com os rumos da arte no Brasil. Em iniciativas coletivas (ao lado de nomes como Cícero Dias, Di Cavalcanti, Segall, Portinari, Francisco Brennand e Lula Cardoso Ayres) ou individuais esteve presente em todos os movimentos plásticos (populares ou de vanguarda) que abriram novos fronts culturais no país. Começou a se interessar por arte popular logo após participar do I Congresso Afro-Brasileiro (1934), passando a ser uma das mais ativas vozes de defesa. Em 1942, levou o grupo Pás Douradas, do Recife, para se apresentar no Museu de Belas Artes (RJ) em uma de suas exposições. Em 1947, organizou a Exposição de Cerâmica Popular Pernambucana, na Biblioteca Castro Alves do Instituto Nacional do Livro (RJ), impactando a elite intelectual com a arte de Vitalino de Caruaru.

Educação - Para Augusto Rodrigues, que como jornalista acompanhou os horrores provocados pelas guerras, a educação era o único caminho possível  para a cultura de paz. Acreditava que apenas assegurando às crianças ambientes de liberdade, diálogo e estímulo criativo é que se poderia conquistar bases para sociedades estruturalmente solidárias. Convicção espelhada em sua própria experiência de vida:  Augusto Rodrigues foi expulso de todas as escolas que passou (escolas tristes e sombrias, como dizia) por não concordar com a prática educacional. “Na escola primária, pude observar que tentavam nos ensinar tudo aquilo que não estávamos interessados em aprender e retirar de nós o direito inalienável de nos exprimirmos livremente, impedindo o desenvolvimento de nossa criatividade, coisa fundamental para a nossa sobrevivência”, destacou certa vez em entrevista.

A semente desta transformação foi plantada em 1948, ano de fundação da primeira Escolinha de Arte do Brasil, que funcionava em um pequeno espaço na Biblioteca Castro Alves (RJ). O que começou com alguns papéis e pincéis e empenho de  Augusto Rodrigues, da artista americana Margaret Spencer e da professora Lúcia Alencastro Valentim, logo se transformou em um movimento nacional apoiado por artistas, intelectuais e educadores.

A experiência exitosa das Escolinhas de Artes, que estimulou intercâmbios entre países, formação de professores e reconhecimento internacional, é contada no livro Augusto Rodrigues, Educador (109 páginas, 63 imagens entre fotos, reportagens e trabalhos de alunos)através de entrevistas concedidas pelo próprio Augusto, reportagens, depoimentos e textos assinados por nomes como Anísio Teixeira (jurista, escritor e um dos mais importantes nomes da educação no Brasil), Aníbal Machado (professor e ensaísta), Artur da Távola (escritor e jornalista), Rubem Braga (escritor e jornalista) e Noêmia Varela, que ao lado de Augusto Rodrigues, Paulo Freire, Francisco Brennand, Aloísio Magalhães, Hermilo Borba Filho e Lula Cardoso Ayres criou a Escolinha de Arte do Recife, em 1953.

Fotógrafo - Entre maio de 1968 e outubro de 1969, a escritora Clarice Lispector manteve a seção Diálogos Possíveis, na Revista Manchete, espaço para entrevistas com nomes importantes da cultura nacional. Entre as 42 selecionadas que foram reunidas no livro Entrevistas (Rocco, 2007), estava a de Augusto Rodrigues. Sobre ele Clarice escreveu: “Era uma vez um homem bom, muito inteligente, cheio de talento para desenho e fotografia, e cheio de amor ao próximo. Este homem se chama Augusto Rodrigues e mora num dos lugares mais bonitos do Brasil, o Largo do Boticário, entre árvores e pássaros e borboletas.”

O livro Augusto Rodrigues, Fotógrafo (149 páginas e 125 imagens) aborda muito dessa relação do artista com o Largo do Boticário - recanto histórico e natural localizado no bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, para onde ele se mudou nos anos 1950.

Morador da casa de número 1, que tinha jardins de Burle Marx, Augusto Rodrigues foi um aguerrido defensor do reduto secular, que escapou de ser totalmente destruído nos anos 1960 exclusivamente pela resistência de seus moradores. As fotos são uma narrativa do cotidiano acolhedor do espaço, com seus casarões, Mata Atlântica, personagens anônimos e as mulheres, que nunca deixaram de preencher o universo criador do artista. “Augusto Rodrigues vivenciou tudo com um pincel numa mão e uma máquina fotográfica na outra. Suas fotografias têm importância por vários motivos. Primeiro, porque retratam, com a sensibilidade de um grande artista, um dos momentos áureos da vida carioca, quando com vigor reinaram na cidade a esperança, a alegria, a criatividade e a sensualidade de seu povo. Depois, porque revelam mais um aspecto da vasta obra do artista que, além de fotografar, desenhou, pintou, fez esculturas, caricaturas, ilustrações, foi figurativo e abstrato”, afirma em texto Antônio Carlos Rodrigues.

Devido a pandemia do coronavírus, o lançamento será virtual. Todos os títulos podem ser encontrados na loja online da Cepe Editora.

Serviço:

Preço dos livros:

Augusto Rodrigues, Artista : R$ 80,00
Augusto Rodrigues, Caricaturista: R$ 100,00
Augusto Rodrigues, Fotógrafo: R$ 70,00
Augusto Rodrigues, Educador: R$ 50,00
Box com os quatro livros: R$ 250,00

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