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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Sobre o Conto “O Lagarto de Woz”, de Edmund Cooper

Edmund Cooper
*Por Roberto Fiori

Vindo do mundo de Woz, a quinhentos anos-luz de distância da Terra, uma nave em formato de disco cortava a atmosfera terrestre, descendo a uma altitude de três mil metros e a uma velocidade de 1.580 quilômetros por hora. Nela, Ynkwysytyv observara a Terra de seu telescópio e não detectara sinal algum de vida réptil inteligente, como ele próprio o era. Os terrestres usavam carruagens primitivas terrestres para se locomover e voavam em máquinas atrasadas, obra de amadores, evidentemente.

Quando ele se encontrava a esta altitude, foi perseguido por dois caças da Força Aérea norte-americana, mas Ynkwysytyv — chamado de Ynky, pelos seus colegas da Organização dos  Planetas Unidos — os deixara comendo poeira e só os abatera quando os dois pilotos dos caças lançaram contra o disco voador alguns mísseis. Mas os dois homens escaparam da morte, ejetando-se da cabine a tempo. Ynky não estava na Terra por escolha, mas fora mandado para lá devido a um incidente com a filha do Presidente da Administração da Organização. As listras que demonstravam interesse pelas fêmeas reluziram bem diante do pai, acompanhado da filha, na hora mais imprópria. Ynky viajara por dez anos em estado de hibernação, seu cérebro sendo programado nas línguas terrestres inglesa, chinesa, russa e francesa, estudadas anteriormente por um linguista de Woz, um lagarto que havia tido a triste sorte de ser cozido por selvagens de Papua Nova Guiné, em missão cultural na Terra.

Ynky desceu, portanto, em um ponto dos Estados Unidos, às margens de uma autoestrada, perto de um café, o Café Retiro dos Pacatos. Ativou o campo de invisibilidade do disco voador e entrou no estabelecimento. O homem que o atendeu, o dono do café, tinha familiaridade com histórias de Ficção Científica. Então, não estranhou quando um lagarto, vestido de fraque e chapéu alto — indicação do linguista que antes havia sido devorado — entrou no café. Foi logo dizendo: “Como vão as coisas na galáxia?”. O lagarto disse que iam mais ou menos, e respondeu, à oferta de comida, com o pedido de uma dúzia de laranjas, uma dúzia de maçãs e uma dúzia de bananas. E, para beber, seis litros de leite. Ynkwysytyv acabou com toda a lauta refeição de uma sentada só. Então, pôs-se a explicar, a pedido do dono do café, como as coisas se passariam na Terra, futuramente. As ordens para a fumigação — destruição completa das formas de vida humanas e esterilização completa do planeta, introduzindo-se na atmosfera um gás letal que se multiplicava, a partir de uma pequena amostra.

Yinky retrucou, quando o dono do café perguntou sobre o porquê dessa atitude, que os sábios de Woz haviam tentado treinar para serviço técnico alguns símios inteligentes de Sírio 5, mas não dera certo. Os macacos destruíram três esquadrões espaciais, pois haviam adquirido manias de independência política. Robôs faziam um trabalho simples de maneira muito mais eficiente. O dono do café falou que voltaria dentro de pouco, se Ynky lhe desse licença. Voltou e disparou contra o lagarto um tiro de espingarda caçadora de dois canos, que furou o chapéu do alienígena, e outro tiro, que o atingiu na cauda. O lagarto de Woz escapou, o seu disco sendo atingido por outro tiro inofensivo de balas de chumbo.

Cuidando dos ferimentos de sua cauda, Ynky dirigiu-se para a Ásia, atravessando o Oceano Pacífico. Tomou cuidado de não tornar seu disco invisível, ao avistar uma casa à beira da ferrovia transiberiana, onde um guarda ferroviário morava. Era uma região completamente deserta, fora a habitação. Agora, se o lagarto fosse alvo de tiros, acharia com facilidade seu disco voador, visível. O guarda ficou em estado de alerta, ao ver a nave pousar no deserto. Deveria ser um agente secreto, vindo para vigiá-lo ou interrogá-lo! Arrumou o cabelo, penteando-o, limpou os sapatos, aprumou-se. Recebeu muito bem Ynky, convidando-o a tomar um copo de vodka em sua companhia. O lagarto foi prudente, agradecendo. O homem não estranhou a aparência de Ynky, pois era certo que os agentes secretos possuíam muitos disfarces. O russo disse que se chamava Puchoff, da passagem de nível de Slobovanutsky, e estava ao seu dispor. Puchoff perguntou de onde Ynky viera. Ele explicara ter vindo de Woz, virando-se à esquerda da Estrela Polar e seguindo em frente por mais quinhentos anos-luz. Disse que não viera, como o russo dera a entender, de um satélite, mas de um planeta de primeira grandeza. E falou isso com orgulho. Ynky falara também que Woz não era um Estado Comunista, tampouco uma nação capitalista, e que não havia proletariado, lá. “Não, não haviam exterminado todos os trabalhadores”!, respondera Ynky. Não havia operários, mas autômatos. Puchoff perguntou há quanto tempo eles estavam sendo explorados. O lagarto disse vinte mil anos.

“Então”, Puchoff concluiu, “a revolução será bastante sangrenta, não?”. Ynky falou que não adiantava, que o planeta teria de ser mesmo fumigado. Era um atraso terrível em matéria de inteligência, o que imperava ali, e disse que Woz não tinha retrocedido tanto assim, a ponto de se tornar um Estado Comunista. O russo falou, ao ver que Ynkwysytyv partiria, para que ele esperasse um pouco. E voltou, com uma bela caixa de metal, onde uma chave se encontrava acoplada. Disse que era um presente, que ajudava no sono e acalmava as tensões da pessoa. Ynky avaliou a caixa e falou que deveria se tratar de indução psicostática, ao que o russo confirmou. Puchoff deu cinco voltas na chave, passou a caixa para o lagarto segurar e voltou para casa. Ynky, que havia dito a Puchoff que ele poderia ter a sorte de não ser exterminado, mas sim, encaminhado para o departamento de escravagismo de Woz, dirigiu-se à sua nave e partiu. Subiu para nove mil metros de altitude e singrou os céus rumo a uma ilha tropical, luxuriante, onde concluiria seus estudos sobre a vida terrestre. No meio do caminho, a bomba de Puchoff ativou-se e, em um raro momento em que as bombas do russo realmente funcionavam, ela explodiu a torre de controle do disco voador.

Ynky viu-se de fraque esfarrapado, chapéu queimado e sua nave descendo a toda velocidade contra o oceano. Ele conseguiu manobrar seu aparelho espacial e aterrissou na ilha que era seu objetivo, Komodo. Caiu sobre uma série de palmeiras e colidiu de maneira relativamente suave na terra. Viu que teria de fazer duas coisas: uma, consertar o disco, o que levaria não menos do que três dias; outra, iria fazer Puchoff suplicar para que fosse fumigado, quando zarpasse de volta ao passo de Slobovanutsky. 

Mas então, uma respiração em seu pescoço o fez virar-se. Era uma fêmea de Dragão-de-Komodo. Ynky morreu de amores por ela, era paixão à primeira vista! Disse a ela que poderia adiar a fumigação da Terra, para viver permanentemente na ilha com Kanna-Belle, aquela formosíssima Dragão-de-Komodo. Ela era só sorrisos, palavras doces e rubores. Ele caiu aos pés dela e falou que agora seriam só eles dois, esquecendo-se dos planos de expansão do Império de Woz pela galáxia e jurando que nada os separariam. Kanna-Bellle falou que seria maravilhoso, mas que agora estava morrendo de fome. Dito isso, lançou seus noventa quilos de peso de sua cauda contra a cabeça de Ynky, homogeneizando seu cérebro e jogando-o no chão, onde ficou. E ela sentou-se, para fazer sua refeição à base de lagarto de Woz e, inadvertidamente, salvando o planeta da fumigação. 
Essa história jocosa de Edmund Cooper é, talvez, uma das mais curiosas que se tem na ficção de antecipação. Passada na época da Guerra Fria entre americanos e soviéticos, fala da surra que alienígenas superinteligentes levaram de humanos e Dragões-de-Komodo.

Pode-se imaginar que um alienígena teria amplos poderes para aniquilar a raça humana, pois, vindo dos abismos imponderáveis do Universo infinito, teriam a tecnologia para nos esmagar total e irremediavelmente.

Mas, pensemos no que poderia ter acontecido se o famoso asteroide de 65 milhões de anos atrás passasse de raspão na atmosfera da Terra, ou nem a tocasse. Os dinossauros continuariam a existir, a se desenvolver, devorando plantas e animais, inclusive qualquer roedor mamífero que existisse naquela época. Porque no tempo dos “Tyranossauro Rex”, o “Deltatherium” seria um dos pratos dos répteis gigantes. Mais precisamente, uma sobremesa saborosa. O “Deltatherium” foi o mais antigo mamífero que existiu, segundo o estudo de seus fósseis e da datação por Carbono-14, que identifica a idade dos fósseis e das camadas de sedimentos que depositaram em camadas distintas, a cada período da história da Terra. Um mero e simples rato.

Mais tarde, por ação da evolução e certamente da divisão dos répteis em outros animais que não os mamíferos, acabar-se-ia tendo uma outra civilização, tão ou mais adiantada do que a humana, do Século XXI d.C. 

Pensemos também que, caso a civilização decorrida da evolução dos dinossauros fosse um pouco mais agressiva do que o ser humano o é hoje, este planeta não seria semelhante a um mundo verdejante e repleto de fauna e flora. Seria uma esfera seca, quente, ou gelada, talvez radioativa, talvez apenas contendo uma civilização em ruínas que se exterminou com armas convencionais.

Pura e simplesmente, tais seres não teriam uma cultura como a nossa: suas cidades seriam completamente diferentes do que conhecemos hoje, ou nem se reuniriam em agrupamentos civilizados. Talvez não fosse questão de tecnologia, mas sim, de segregação, de isolacionismo entre os diversos membros dessa sociedade. 

Não haveria o pouso na Lua; nem lançamento de sondas espaciais. Pode ser que tais seres, se não desenvolvessem um sentido de solidariedade e compaixão entre eles, jamais apresentariam sonhos de colonização do Sistema Solar e do Cosmos. Viveriam para a guerra, assim como macacos, ou, mais precisamente, chimpanzés. 

O chimpanzé vive em bandos grandes. São muito mais fortes que o homem. Juntos, podem derrotar felinos, como o leão, ou gorilas isolados. Seus grupos guerreiam entre si. São violentos, muito agressivos. Por que eles se reúnem em grupos? Mesmo eles se reúnem em um tipo de sociedade, pois precisam uns dos outros para caçar e se alimentar, além de derrotarem grupos de chimpanzés rivais.

Mas um outro tipo de sociedade, derivada dos dinossauros, poderia ser muitíssimo menos inteligente que o homem. Na verdade, seus membros poderiam não desenvolver a inteligência, mesmo por seleção natural, o que eu considero muito difícil de acontecer. Porém, vamos extrapolar esse raciocínio: se a seleção natural dos répteis não se desse, por problemas como o número de interconexões neuronais no cérebro, havendo pouca diversidade de pensamentos e raciocínio, os descendentes dos répteis continuariam a viver exatamente como na época da pré-história, há mais de 100 milhões de anos atrás.

O planeta Terra, por muito e muito tempo, salvo o aparecimento de mutações entre os genes dos répteis, apresentaria um panorama hoje muito diferente do que é: sem tecnologia, sem indústria, sem transportes, sem energia para suprir o que é a civilização humana. 

Poder-se-ia pensar até mesmo que, mesmo com a mudança do clima, por obra de glaciações, que ocorreram em parte da existência dos dinossauros, poderiam contribuir, na época pré-histórica, para o impedimento do surgimento de seres mais inteligentes, pois os dinossauros estariam muito ocupados em como sobreviver em ambientes hostis.

E, com corpos enormes e cérebro do tamanho de uma noz, o estegossauro, por exemplo, jamais daria início a sociedade moderna alguma. Seus descendentes poderiam ser um pouco mais inteligentes, mas acredito que, mesmo se houvesse seleção natural e mutações, para os répteis, estes teriam de sofrer mudanças muito drásticas em sua fisiologia e neurologia, para se equiparar aos seres humanos de hoje.

Não sei qual seria o futuro dos seres que viriam e resultariam no que existiriam hoje. Pela primeira vez, desde que escrevo extrapolação científica, acredito que não haveria futuro tecnológico para criaturas descendentes de répteis, que não fossem mamíferas. Os mamíferos têm, por contarem com as leis de Darwin e do uso e desuso dos músculos, membros e cérebro, algo mais. Eles evoluíram de macacos para hominídeos e, a partir de então, passaram a possuir dedos articulados com a oposição do polegar em relação aos outros. A inteligência foi a chave. Desenvolvendo capacidades cognitivas com o tempo, foram capazes de se desenvolver muito mais que o mais capacitado dos animais.

O problema surgiu com a ambição, a cobiça, a inveja, irrompendo em atos de violência que hoje são os responsáveis por uma possível autodestruição do próprio Homem.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

“M 81: Ursa Maior”, sobre um conto de Edmund Cooper

Galáxia M 81 ou Messier 81 ou ainda, Galáxia de Bode: descobriu-se em 1993 uma supernova em seu interior, sendo sua nebulosa remanescente ainda possível de ser vista por imagens de rádio 18 meses após a explosão.
*Por Roberto Fiori

Eram oito, os viajantes naquela expedição à Galáxia Messier 81, conhecida como M 81: Ursa Maior. O Capitão Mauris, o imediato Phylo e seis dos mais capazes homens de Ciência que existiam na Terra, entre eles, o físico Kobler. A Santa Maria era a nave experimental que cruzaria mais de um milhão de anos-luz até a M 81, em horas. A teoria do salto extra-galáctico era atravessar o espaço normal por um ponto de entrada, ou orifício que penetrava na teia do espaço, cruzar através do espaço para o subespaço e sair no espaço normal, mais uma vez, no ponto de destino.

O Capitão Mauris já havia experimentado a impulsão extra-galáctica, iniciando sua jornada experimental nas proximidades de Plutão e regressando a ele são e salvo. Ele e todos os tripulantes não haviam conseguido parar de rir por dois dias, com exceção de um deles, que ainda andava muito divertido consigo mesmo, desde a volta. O alívio de voltar a casa, quando acreditava que não retornaria, fora demais para Egon, o navegador.

Agora, faltava pouco para saltarem para as profundezas do espaço e atingirem — teoricamente — M 81. Todos estavam a postos na ponte de comando da Santa Maria.

Quando o impulso extra-galáctico se deu, Escuridão sobreveio. Não havia movimento; tudo estacionara. E a ausência de movimento cansaria uma pessoa até a morte. Mas o Capitão Mauris não morrera; uma voz, durante o salto, lhe dizia para esperar, que lhe falava que era talvez Adão, o primeiro homem a nascer...

O Capitão Mauris, o único sobrevivente a bordo da Santa Maria, pedia a Deus que, se não podia morrer, que o deixasse renascer, que se fizesse a luz...

Na nave, com a chegada da luz, para Mauris, tudo estava invertido: os lugares dos cientistas e de Phylo, e o seu, também, na ponte de comando; assim como os algarismos do cronômetro elétrico instalado na ponte estavam invertidos. Mauris constatou que os motores de salto extra-galáctico estavam irreparavelmente danificados. Pela comporta de ar, colocou os sete membros da tripulação para fora da nave e acionou a propulsão por retrofoguetes, para livrar-se da companhia dos sete corpos. Depois, não se preocupou, por algum tempo, com seu destino.

Mais de vinte dias se passaram e a Santa Maria dirigia-se a um Sistema, onde um planeta verde orbitava uma estrela. A nave caía progressivamente em direção a ele. Mauris decidiu, com extrema dificuldade, que tentaria uma decida nele. Fora uma opção difícil, ele já estava decidido a queimar na superfície da estrela. Seria melhor do que esperar que os mantimentos acabassem ou ficar insano, vagando pelo espaço sem fim.

Ele ajustou os retrofoguetes e a nave o deixou desacordado, jogando-o contra o chão, primeiro, e depois contra parede, com o efeito da desaceleração. Acordou quando a nave pousara. Saiu dela, vestindo uma roupa espacial. O planeta era acolhedor: oceanos azuis, nuvens de sonho, esfarrapadas e correndo pelo céu. Um regato corria próximo a um bosque, perto de onde a nave pousara, em uma campina onde relva crescia.

O Capitão Mauris sentiu-se bem. Abriu o mecanismo de segurança do traje que vestia e nada aconteceu. A pressão e a atmosfera do planeta eram seguras. Tirou o escafandro. Arrancou fora o traje espacial. Ouviu o regato. Correu até ele e jogou água contra o rosto. Rasgou suas roupas sujas e mergulhou. Depois de nadar, saiu da água e, sem se preocupar em se vestir, olhou em direção ao ponto onde descera. A nave não mais estava lá.

Olhou para o Leste, através do bosque, e viu o sol carmesim subir aos céus. E se recordou da voz de mulher que lhe dizia que ele era o primeiro homem a nascer, Adão, em um sonho em que não havia movimento algum...

Há dois aspectos nesse conto do escritor inglês Edmund Cooper (1926-1982), “M 81: Ursa Maior” (“M 81: Ursa Major”, ou “The End of Journey”), que podemos comentar. Este é mais um conto da antologia de Ficção Científica “The News of Elsewhere” (publicado em 1970, como “Novas de Algures”, em Portugal). São contos na maioria sobre viagens espaciais, de humor, drama, fantasia e horror.
A ausência de movimento realmente mataria um ser humano? Como lembrou Cooper, na introdução do conto, Sir Arthur Eddington (um grande astrônomo), em seu livro “A Natureza do Mundo Físico”, fala que nós nos deslocamos pelo espaço, através do planeta Terra, a 30 km/s ao redor do Sol; O Sol nos leva a 18 km/s ao redor da Galáxia; e assim por diante. Nada no Universo está em repouso absoluto. O “Big Bang”, ou “A Grande Explosão”, que lançou, de um ponto sem dimensões, toda a matéria e energia para fora, há 13,7 bilhões de anos, é o responsável por não haver imobilidade absoluta e por nós estarmos aqui, hoje.

Se a Terra freasse bruscamente, seríamos lançados — junto com tudo o que não estivesse firmemente preso à superfície da Terra — em uma aceleração tangencial a uma velocidade de 30 km/s para o espaço, sem a possibilidade de voltarmos, pois a aceleração da gravidade na Terra é de aproximadamente 9,8 metros por segundo, por segundo. Nesse sentido, se tudo no Universo fosse estabilizado até os corpos (planetas, estrelas, Galáxias, buracos negros) adquirirem velocidade zero em relação uns aos outros, qualquer coisa dotada de aceleração superior à aceleração superficial da gravidade em cada um dos objetos que compõem nosso Cosmos seria lançada para o vácuo espacial, com a possibilidade apenas de choque entre eles ou de uma possível volta ao planeta ou estrela em questão, por sorte (ou azar...).

A Galáxia M 81 é uma Galáxia espiral, situada a 12 milhões de anos-luz de distância da Via Láctea, na direção da Constelação da Ursa Maior. Nesse ponto, o conto de Cooper fala que a nave Santa Maria saltaria por mais de um milhão de anos-luz, até M 81; na realidade, somente em 1993 pôde-se calcular a distância de M 81 até a Via Láctea, através da observação de 32 estrelas de luminosidade variável cefeidas; na altura em que o conto foi publicado, em 1970, muito provavelmente não se conhecia isso; o que não diminui, nem retira a importância da obra de Edmund Cooper. Com as estrelas cefeídas, foi primeiro calculada a distância de nossa Galáxia até M 81 como de 11 milhões de anos-luz; o satélite Hipparcos determinou posteriormente a distância como de 12 milhões de anos-luz, por paralaxe, sendo este o dado mais atual e mais preciso.

Foi o astrônomo alemão Johann Elert Bode, em 1774, que descobriu esta Galáxia, chamada também de Galáxia de Bode. Distante somente 150 mil anos-luz de sua Galáxia companheira M 82, elas quase colidiram há alguns milhões de anos atrás. Sua quase-colisão deixou-as deformadas, fisicamente. Em 1779, Pierre Méchain as redescobriu, sendo que seu colega de laboratório, Charles Messier, as catalogou, originando o nome alternativo de Galáxias Messier 81 (M 81) e Messier 82 (M 82).


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem. 

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

“O Menhir”, uma Fantasia pós-apocalíptica escrita por Edmund Cooper

Stonehenge - Foto divulgação

*Por Roberto Fiori

As tribos, vindas do Norte e do Oeste, a cada ano faziam aquela jornada pelo deserto, no solstício de Inverno. O deserto era perigoso, nele a doença existia e os Mutantes banidos das tribos espreitavam. De doze em doze meses, os povos das tribos vinham visitar Aquele que Não Vê, na Cerimônia da Escolha. E no deserto nada vivia por muito tempo, até mesmo os animais mais resistentes adoecendo e morrendo.

Runa, de dezessete anos, carregava Thali, o filho pequeno de três anos, junto ao seio, caminhando com os membros de sua tribo. Estavam perto do que seria a Escolha e perto também do que seria o fim para o filho de Runa. Quando ela tinha somente quinze anos, sua aldeia fora atacada por um bando de Mutantes selvagens, que matara todos os homens e levara as mulheres. Ela fora feita prisioneira, mas fugira. Porém, antes de escapar, fora engravidada por um Mutante.

Voltara para sua tribo e tratara logo de se relacionar com dois ou três homens, para que todos ficassem na dúvida se ela daria à luz a um filho de um Mutante ou de um homem. Mas a criança que nascera trouxera uma marca — um vergão avermelhado que atravessava as costas de cima a baixo. Crescera aos poucos uma saliência por toda a extensão, e pelos nasceram sobre ela. Somente Runa sabia dessa mutação e, para disfarçar, no início deixava o filho sempre coberto por roupas, sob a alegação de ser para que ele não adoecesse com as intempéries.

Mais tarde, a saliência crescera mais e Runa não pudera mais escondê-la. A mãe tinha de amordaçar o filhinho, para que ele não gritasse, quando ela raspava a crosta com uma pedra afiada. Mas a Saliência crescia de novo muito rapidamente e esse processo, de crescimento e raspagem, era um infortúnio tanto para a mãe como para o filho.

Estavam há um dia de viagem do que seria a Cerimônia aos pés de Aquele Que Não Vê, quando a tribo parara pela última vez no deserto para os aldeões descansarem. Runa, sob a luz das estrelas, tomou o filho nos braços e fugiu pelas areias. Andou a esmo, pois viajara por três dias e não levava alimento nem água. Sabia que morreria logo, devido à doença do deserto e à fome e à sede. Mesmo que voltasse pela trilha traçada pela tribo, não sobreviveria à jornada de volta. Por isso, tanto fazia qual caminho escolhesse.

Foi quando caiu, a noite escura encobrindo um abismo. Entre dois paredões de rocha, Runa e Thali foram deslizando, as paredes de pedra esfolando as costas da mãe e do filho. Ela aterrissou no chão, a queda não sendo muito profunda. Acreditou que fizera o filho morrer, esmagado entre ela e a rocha.

Tentou escalar a rocha, as costas contra uma das paredes e os pés empurrando o corpo contra a parede em frente. Caiu por três vezes, mas na quarta vez conseguiu chegar à superfície. Dormiu. De manhã, viu-se perante uma estátua enorme de Aquele Que Não Vê. Fora devido a sua blasfêmia, seus pensamentos e atos impuros que Aquele Que Não Vê a fizera matar seu próprio filho?

Atirou o corpo inerte de Thali aos pés da estátua e jogou-se ela mesma a seu lado. Desejava morrer, junto a seu filho, pela vontade do deus. Mas o filho não estava morto. Começara a emitir ruídos fracos e, depois, a gritar baixinho. Os trapos em que estivera enrolado haviam se soltado e podia-se ver vergões atravessando os ombros e uma marca avermelhada de alto a baixo da espinha, onde antes corria a saliência.

Thali havia sido livre da maldição de sua mutação. Agora, era uma criança sadia, sem os efeitos maléficos de um cruzamento entre um Mutante e uma humana normal. Runa podia comparecer à Cerimônia da Escolha, sem temer pela vida de seu filho. Abaixo da superfície do deserto, abaixo da estátua que ela descobria, de Aquele Que Não Vê, jazia uma cidade. Uma grandiosa cidade, que há muito imortalizara em pedra um homem que perdera um olho e um braço em combate, que cruzara mares agora mortos.

A autodestruição da Civilização outrora vigorosa que o homem erigira se dera, e tudo o que sobrara de bom fora a coragem tênue da sobrevivência dos que teimavam em continuar vivos. E o amor de pessoas como Runa, que se recusavam a entregar o que mais possuíam para um deus de pedra, que os homens agora primitivos adoravam.

“O Menhir” (“The Menhir”), conto do escritor inglês Edmund Cooper, publicado na antologia “The News From Elsewhere” (em português, lançada como “Novas de Algures”, de 1970, Coleção Galeria Panorama), trata de um deus representado por uma estátua de pedra no deserto mortal pós-apocalíptico de um futuro não tão distante.

Vamos falar de estruturas de pedra erigidas por nossos ancestrais do período Neolítico, de 2.000 anos antes de Cristo. Foram erguidas, no Neolítico, várias estruturas como Stonehenge, mas Stonehenge foi o mais ambicioso projeto de um computador astronômico da Idade da Pedra, construído de 2.600 a.C. a 1.700 a.C. Nossos ancestrais não eram macacos peludos aterrorizados pelos elementos, vivendo escondidos em cavernas, mas pessoas cultas, que inventaram a agricultura (há 10.000 anos) e foram capazes de construir monumentos de pedra na Europa Ocidental que se equivalem à tecnologia que existiu no Egito Antigo.

Stonehenge possui um círculo interno de megálitos (grandes rochas) e um círculo mais externo constituído de 56 “buracos”, onde pedras podem ser movimentadas. Para erguer e construir os megálitos, foi utilizada uma tecnologia inferior, em termos astronômicos, embora sejam mais impressionantes. São usados, alinhados corretamente, para prever acontecimentos da natureza, mas na verdade, foram construídos por pessoas que haviam perdido parte do conhecimento de uma outra Era, mais antiga, mas que tentavam manter a sabedoria do que entendiam.

O que é importante é ressaltar que alinhamentos entre marcos e rochas eram feitos, de modo a se prever os eclipses solares e lunares, calcular a posição do Sol e da Lua. Isso era fundamental para a agricultura. Podia-se calcular o tempo do plantio e da colheita, por exemplo. Nesse contexto, o número 7 tinha especial importância. Não é coincidência que temos os 7 dias da semana, o número 7 sendo o número do azar e Deus, como sendo invisível e onipotente, membro superior de uma crença nossa, a Santíssima Trindade. Deveriam ser movimentadas três pedras no círculo externo, de modo a que os antigos astrônomos podiam calcular com precisão de até meio dia por ano os eclipses do Sol e da Lua.

Na verdade, o circulo externo, ou círculo de Aubrey, representa o que chamamos hoje de eclíptica — o plano geométrico da órbita dos planetas ao redor do Sol. Os planetas (e a Lua) oscilam para cima e para baixo desse plano e somente ocorrem os eclipses quando Sol, Terra e Lua se encontram alinhados nesse plano, o que ocorre a cada 18,61 anos. E esse ciclo é previsível, ao se movimentar três pedras no círculo de Aubrey, de forma a que, quando ocorre um eclipse, as três pedras estão alinhadas adequadamente.

O enigma de Stonehenge foi desvendado em princípios e meados da década de ’60 por Gerald Hawkins, que utilizou um computador eletrônico moderno para calcular todas as previsões que os megálitos e o círculo de Aubrey podiam oferecer. Mais tarde, o astrônomo e físico Fred Hoyle realizou o feito de calcular com lápis e papel tais previsões, demonstrando não ser necessário o uso de um computador para se conferir os resultados de Stonehenge.

E, se Hoyle, na verdade uma pessoa de inteligência notável, podia calcular a fórmula de Stonehenge, pensa-se que homens com intelecto equivalente ao dele, vivendo na Idade da Pedra, podiam construir Stonehenge apenas usando a mente, sem nem mesmo a utilização de papel e lápis, ou qualquer método moderno.

*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem. 

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Um conto de horror no espaço: "Borboletas", por Edmund Cooper

Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

A nave de reconhecimento “Prometheus” entrou em órbita do Planeta Cinco, no Sistema Planetário duplo de Sírio. Este, uma grande estrela, com um único planeta vermelho junto a ela, singrava pelo Universo em companhia de sua Companheira, estrela anã branca, com sete planetas a seu redor. Cada um dos sóis situava-se na extremidade do Sistema Planetário, afastadas, trazendo seus próprios mundos. Na nave seguiam o capitão Trenoy, o Dr. Blane, físico, psicólogo e cirurgião, e o Dr. Luiss, geólogo e bioquímico. Vieram da Terra galgando um abismo de 8,5 anos-luz, durante 18 meses, o que significava que na Terra se passariam 35 anos quando voltassem, devido ao efeito da propulsão relativística de seus motores.

Além dos homens, viera Whizbang, robô positrônico de dois metros de altura. Os tripulantes decidiram que Whizbang deveria descer primeiro no Planeta Cinco, precaução extra e aparentemente desnecessária, visto que não havia sinal de vida hostil naquele mundo, seiscentos quilômetros abaixo. Mas cuidado nunca era demais... No planeta, havia a dezoito quilômetros de onde o módulo de descida aterrissara, montanhas, a mais alta, de mais de dois mil metros de altura; havia rochas vermelhas, negras e púrpuras; uma relva de um metro a um metro e meio de altura. Uma única vida animal, borboletas, esvoaçava em uma nuvem de vinte a trinta em círculos acima do módulo.

O robô recebeu ordens de sair para recolher amostras do ar, realizando medições da radioatividade, pressão do ar e testes dos gases principais, além de fazer uma filmagem dos arredores e, principalmente, das borboletas. Whizbang obedeceu. Na campina, cinquenta espécimes levantaram voo mais distante de onde o robô estava e dirigiram-se para ele, executando, então, um voo em círculos sobre a cabeça da máquina. Whizbang experimentou algo semelhante ao canto: dizia frases desconexas com a tentativa de fazer rimas. Os três homens na “Prometheus” se alarmaram. Tentaram de todas as formas fazer contato com o robô. Mas não obtiveram êxito.

O capitão Trenoy e o geólogo decidiram descer na superfície. Um deles ficaria sempre no módulo. O outro iria ver o que ocorrera com o robô. Levaram, então, pistolas ultrassônicas e pistolas de raios de alta frequência, o suficiente para acabar com qualquer ameaça biológica. Chegando no planeta, os o Dr. Luiss saiu do módulo e dirigiu-se até onde Whizbang estava. Ele tinha emudecido e ficara plantado em uma só perna, em uma posição grotesca.

O Dr. Blane interrogou a máquina, quando ela regressou em um dos módulos. Não se lembrava do que ocorrera, a partir do momento em que as borboletas voaram em círculos ao redor de sua cabeça, e realizaria testes relativos à radioatividade. Lembrava-se de o Dr. Luiss ter se aproximado dele e recriminá-lo devido a sua atitude inconsequente, posteriormente, quando ele e o capitão desceram ao planeta. A nuvem de borboletas sobre a campina parecia maior, e isso deveria ser devido ao disparo de dois segundos da arma ultrassônica que o geólogo fizera contra elas.

O robô, sob ordens do Dr. Luiss, voltara ao módulo e o homem disse que daria uma volta de cem metros para coletar amostras. O capitão saiu do módulo, chamado por Luiss, que afirmara ter descoberto um esqueleto de um animal muito desenvolvido, evolucionariamente falando. Trenoy se reuniu ao geólogo. Avaliaram a carcaça. E as borboletas se aproximaram, um pequeno grupo de vinte. Aproximaram-se, aproximaram-se... os dois homens retiraram muito lentamente seus capacetes.

O robô afirmara que, nesse momento, o cirurgião ordenara que Whizbang regressasse com o máximo de urgência para a “Prometheus”. A ligação fora cortada e o robô subiu para a nave, aumentando a força dos propulsores.

O Dr. Blane decidiu descer no planeta. Na superfície, no local onde Trenoy e Luiss haviam permanecido, uma nuvem de borboletas esvoaçava alguns metros acima deles. Algo obscurecia suas cabeças. O Dr. Blane saiu do módulo e caminhou até eles. Quando chegou perto, viu o que o impedira de ver com clareza as cabeças: não havia cabelo, pele ou carne, apenas o crânio liso e escuro. O cirurgião teve ânsias de vômito. Ele ouviu uma música, então. Era a sinfonia do bater de asas das borboletas, que o atingia como nunca em seu âmago. O médico havia sacado as armas de ultrassom. Agora, deixava-as caírem no chão e tateava com frenesi os fechos do capacete.

Abriu-os. Lágrimas corriam de seus olhos, não pela morte que vinha chegando, mas era a única reação perante uma experiência tão avassaladora que nenhum homem poderia jamais esquecê-la ou repeti-la. Esperou pela morte, ouvindo a música de milhares de lepidópteros carnívoros que se abatiam sobre sua presa, as mandíbulas pequenas, mas poderosas prontas para devorar.

Na nave, o robô positrônico chamou inúmeras vezes pelos tripulantes no planeta, sem resposta. Decidiu partir após dez dias, concluindo que os homens haviam morrido de sede. Uma vez que eles necessitavam de água para sobreviver, e a água no Planeta Cinco possuía estrutura molecular mais complexa do que a da Terra, não poderia ser consumida pelos astronautas. Whizbang não tomara conhecimento da morte dos homens, quando esta se dera. Quando fora atingido pela música dos lepidópteros, ela não era destinada a ele, mas a presas para que fossem subjugadas. O metal de que ele se constituía não era comestível, para as borboletas. O único efeito sobre o robô havia sido a sua “perda da razão” e ausência da realidade.

Ele voltaria para a Terra e contaria o que acontecera no Planeta Cinco. O robô acionou os motores, iniciando a propulsão relativística, certo de que poderia executá-la melhor do que qualquer dos homens que o acompanharam poderia jamais tê-lo feito.

“As Borboletas” (“The Butterflies”) é o nome do conto cuja sinopse descrevi acima. Publicado em 1970, na antologia “Novas de Algures” (News from Elsewhere”), do escritor inglês Edmund Cooper, é um conto de horror no espaço. É a prova de que nem todo alienígena que constitui uma ameaça aos cientistas e exploradores espaciais do futuro poderá vir a ter aparência medonha, como Alien, o 8º Passageiro nos fez acreditar ter.

Não é preciso sair da órbita da Terra, para constatar que insetos que existem aqui já poderiam ter nos dizimado, se tivessem um mínimo de inteligência para se organizarem e nos atacarem. Formigas, mosquitos, pernilongos, aranhas, vespas, abelhas e milhares de espécies de insetos carnívoros, que nos atacam somente quando ameaçados, ou nos procuram para sugar nosso sangue — o caso dos mosquitos e pernilongos — poderiam destruir a raça humana em menos de dois dias, se agissem em conjunto e inteligentemente.
Filmes como o clássico “Selva Nua” (“The Naked Jungle”, de 1954), estrelado pelos monstros sagrados do cinema Charlton Heston e Eleanor Parker, baseado no conto “Leiningen Versus the Ants” (de 1954), de Carl Stephenson, nos fazem recordar o que um exército de formigas poderia fazer contra o homem. Formigas podem atravessar qualquer terreno e construir “barcos” para ser transportadas pela água. Isso foi observado em laboratório e nas florestas e matas cruzadas por rios, onde as formigas utilizam folhas e outros tipos de material para realizar a travessia.

No filme “Selva Nua”, dirigido por Byron Haskin e produzido por George Pal, as formigas rumam em direção à plantação de cacau de Leiningen (Heston) em plena Floresta Amazônia. Os insetos possuem inteligência. Fogo não as impede de destruir a fazenda de Leiningen, que tenta — e consegue! — pará-las por intermédio de uma correnteza de água, que libera abrindo uma válvula, sendo quase morto pelas formigas.

O cérebro de um inseto é rudimentar. Pouco mais do que uma migalha de grão de arroz, consegue milagrosamente elaborar mapas mentais para orientação desses animaizinhos, que nunca erram seu caminho para o ninho. A vida dos insetos não é fácil. Estão sempre em luta, ou abelhas contra vespas e marimbondos, ou legiões de formigas contra exércitos de outras formigas. Na guerra dos insetos, armas químicas, substâncias que as formigas-soldado utilizam contra os inimigos, são usadas. O objetivo: entrar no ninho inimigo e destruir a rainha. Uma vez morta a rainha, o ninho entra em colapso. Pânico, fuga, em uma casa que não mais conta com seu principal elemento vivo, responsável pela disseminação de ovos para que as formigas que cuidam da rainha e as operárias e os soldados, possam continuar a perpetuar sua espécie. Sem a rainha, o ninho morre.

As borboletas do conto “The Butterflies”, de Edmund Cooper, teriam exterminado todos os demais seres do Planeta Cinco, isso está implícito, quando se diz que é achado o esqueleto de um animal evolucionariamente bastante desenvolvido, na verdade, um quadrúpede. E não se encontra, pelos tripulantes da “Prometheus”, sinal de vida ameaçadora ou de qualquer outro animal, senão as borboletas.

O Universo com certeza nos trará surpresas nos milhares de anos pela frente. Boas ou más, o fato é que certamente encontraremos vida inteligente, seja semelhante à da Terra, seja completamente diversa do que existe em nosso planeta. Os blocos de construção da vida, ou o DNA, podem sofrer mutações em outros planetas, resultando na evolução de criaturas mais ou menos perigosas para os primeiros exploradores.

Resta saber se estaremos preparados para nos defender de ameaças alienígenas, em exoplanetas distantes dezenas, centenas ou milhares de anos-luz de nosso Sistema Solar.

*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem. 

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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

“Dia de Juízo”, sobre o conto de Edmund Cooper

Edmund Cooper - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Os dias de hoje... a Idade Negra, o que sobrou de uma civilização próspera e maravilhosa. As crianças de agora falam com reverência nos Grandes de Antanho, com admiração pelos seus heróis do passado. Mas, cinquenta anos após o Dia de Juízo, sou um velho, passando meus últimos anos no resplandecente vale inglês de Derbyshire, como tecelão. Sou o último em minha região dos que viveram o quase total holocausto.

Naquele dia fatídico, saíra de uma estadia de duas semanas internado no hospital, para me submeter a uma pequena operação no estômago. Minha esposa viera me buscar e, na volta, ganhei a discussão sobre como voltaríamos para casa. Eu havia escolhido retornarmos a pé, através do parque.

O cansaço de tanto tempo imobilizado, ou quase, na cama do hospital, se fazia sentir em meu corpo. Sentamos em um banco e apreciamos o calor se espalhando por nossos corpos, assim como muitas outras famílias o faziam. Súbito, uma sirene. No outro lado do parque, surgiu uma ambulância. Ela veio em alta velocidade, saiu do asfalto em que rumava e colidiu violentamente contra uma árvore. Um ajuntamento de pessoas se reunira ali perto.

Próximo a nós, uma menininha começou a ter acessos de vômito e convulsões. Justine, minha mulher, aproximou-se da criança, que passara a não mais vomitar, mas sim, apresentava tremores pelo corpo. Justine tentou consolá-la, dizendo que sua mãe logo estaria ali. Mas a menina murmurou algo muito triste, sobre sua mãe e, em seguida, seus olhos fitaram-nos sem vida. Minha esposa colocou a garotinha em seus braços e embalou-a, como a tentar reanimá-la. Ao redor, por todo o parque, homens, mulheres e crianças vomitavam e tinham convulsões. Para depois, estirarem-se mortos no chão.

Justine teve os mesmos sintomas, mas morreu de modo mais violento que a menina. Após os acessos de vômitos, começou a tossir fortemente, ao mesmo tempo em que tinha convulsões. Cheguei-me a ela, mas ela quis que eu fosse embora, dizendo que não queria que a visse naquele estado. Eu não tinha forças para sair de lá e a cicatriz da operação em meu estômago doía. Logo, Justine tossiu pela última vez, seu corpo esticou-se grotescamente e ficou paralisado.

Desfaleci. Quando acordei, dei com um carro do Exército perto de mim e um soldado, fitando-me. Soube pelo rádio do carro que uma guerra fulminante fora travada, onde os lados inimigos haviam lançado um contra o outro, armas nucleares, biológicas e químicas. O resultado foi que noventa por cento da população mundial tinha sido dizimada. O soldado disse-me que a toxina “Botulinus” havia sido lançada na cidade. Falou ainda que em Londres uma Bomba de Hidrogênio caíra. Fez-me apresentar documentos, sob a mira de sua pistola. E, sob seu conselho, saí da cidade, pois em breve os corpos dos mortos entrariam em decomposição e seria muito, muito ruim para quem permanecesse em qualquer cidade ou ajuntamento de corpos. Seria necessário que se usasse máscaras contra gás e lança-chamas, para limpar as ruas e os parques daquela e das outras cidades.

Aqui em minha casa, com a vista para o belo vale do Derbyshire, termino minha tarefa matinal de tecelão, em mais um dia que se passa. Ouço crianças falarem com grande respeito dos Grandes de Antanho, gigantes que faziam coisas hoje de sonho, como pontes entre continentes, objetos e máquinas fantásticas.

E penso que, mesmo que hoje somente restem grupos tribais pela Terra, um dia a Humanidade e sua Civilização retornarão, para mais uma vez estabelecerem a Ciência e o Progresso pela face da Terra.


Esta história pungente de Edmund Cooper, “Dia de Juízo” (“Judgement Day”), foi publicada na antologia “Novas de Algures” (“News from Elsewhere”), pela coleção Galeria Panorama, distribuída no Brasil pela Livraria Martins Fontes. Edmund Cooper (1926-1983) foi um poeta e prolífico escritor inglês de Ficção Científica, livros para crianças, ensaios e histórias policiais, sob os pseudônimos de Richard Avery, Martin Lester, George Kinley e Broderick Quain, além de trabalhos publicados sob seu próprio nome. Teve obras publicadas para o cinema, como “The Invisible Boy”, “The Uncertain Midnight” (na França) e “Death Watch” (parte de uma série italiana).

Vivemos em uma Era de insegurança. Vivemos em uma pré-Idade das Trevas, pelo que podemos constatar no que acontece em todo o mundo. Guerras no Oriente Médio, criminalidade maciça nas cidades, temor até mesmo de sairmos de casa à noite. Isso vem acontecendo há décadas, mas foi somente a partir do aumento desproporcional da população, a partir de fins do Século XIX, que o ser humano deixou um pouco de lado o conceito de “Ser Humano” e a luta pela sobrevivência nos centros urbanos se tornou mais acirrada.

A produção de armas para a guerra e para o uso do cidadão aumentou desenfreadamente após a Segunda Grande Guerra, o que levou o crime organizado a se armar de maneira caótica. Em certos países, como nos Estados Unidos, a adoção de leis bastante duras contra, primeiro, os crimes e o tráfico de drogas e, mais recentemente após a data de 11 de Setembro de 2001, contra o terrorismo, ajudaram a abaixar o nível de crimes violentos. Ao mesmo tempo, em um plano generalizado, a política anti-terrorismo dos E.U.A. acarretou uma série de guerras e conflitos, que puseram os norte-americanos em uma posição difícil entre o resto do mundo. Isso contribuiu para piorar a tensão internacional entre as superpotências e outros países.

No Brasil, talvez haja a adoção de medidas rígidas contra o crime organizado, em um governo novo que se formará a partir de 1º de Janeiro de 2019. Até agora, nenhuma medida policial foi efetiva contra a criminalidade, exceto quando se tomou medidas drásticas, como o estado de emergência na cidade do Rio de Janeiro.

Não se sabe se o Futuro reservará uma cultura de paz ou de violência entre a população de países como o Brasil. O fato é que não se concebe um país em que o cidadão é refém em sua própria casa, vindo a sofrer a ameaça constante de assaltos, sequestros e morte.

Algo precisa ser feito. O que não se pode é deixar o Brasil nas mãos de criminosos, mesmo porque hoje em dia a polícia começa a trabalhar em conjunto com o Exército, pois somente a força policial, mal armada para coibir o crime, não é suficiente para tal.

Espera-se que dias melhores virão. Espera-se que a segurança das pessoas seja de fato alcançada, o quanto antes.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

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