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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Márcia Lígia Guidin, o livro Armário de vidro e a Miró Editorial, por Sérgio Simka e Cida Simka

Márcia Lígia Guidin - Foto divulgação
Primeiramente, fale-nos sobre você

Bem, eu fui a vida toda professora de língua e depois de literatura brasileira, mas sempre trabalhei com livro, fazendo leituras críticas, coordenando publicações para casas editoriais.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre seus livros.

Se você pergunta de livros de minha autoria, tenho três ou quatro obras teóricas, de crítica literária, das quais duas são o resultado de teses de mestrado e doutorado. Uma é sobre a Hora da Estrela, de Clarice Lispector; outra sobre a velhice na obra de Machado de Assis; também tenho um livro sobre a poesia indianista de Gonçalves Dias. Todas essas pesquisas me deram muita alegria.

Você é editora na Miró Editorial. Fale-nos sobre esse trabalho.

A Miró surgiu como editores externos, ou seja, para fazer trabalhos editoriais completos, desde o original até o arquivo digital completo, pronto para a gráfica. Depois houve vários pedidos de autores independentes, que nos pediam para editar seus livros, sob patrocínio ou não. Aí a Miró passou a editar ficção, poesia, memorialismo e crônicas familiares.

Você tem prestado um extenso serviço na área editorial, como acompanhamento de coleções para várias editoras, coordenação e feito traduções, por exemplo. Gostaríamos que falasse um pouco sobre essa tarefa.
 

Neste momento, estas tarefas são exíguas,  dada a crise que também afetou o mercado editorial. Tudo está parado, exceto os livros que vão ser eventualmente comprados pelo governo. Mas além  do acompanhamento, da concepção de coleções, o que gosto muito de fazer é traduzir livros infantis de várias línguas: inglês, alemão, francês, espanhol. É um trabalho delicioso, dedicado,  e muito importante porque a obra é dirigida à infância.

Você ministra oficinas literárias de contos e crônicas, além do serviço de coaching literário. Poderia discorrer sobre essas duas atividades?

As oficinas são um momento muito especial para os escritores, pois além da minha audição de um texto escrito  pelo autor, com calma, em casa, há a contribuição preciosa dos colegas. Eles ajudam demais a formar a opinião dos leitores e o autor ganha essa referência para seu trabalho. Eu sou só uma, mas um grupo pequeno, de até 8 pessoas, é fabuloso para respeitosamente dar opiniões.

Quanto ao coaching, é como uma sessão de aula; mas a finalidade do coaching  é o escritor NÂO precisar  mais de coaching; ou seja, a partir de sessão de 1 ou 1,5 hora de  leitura e análise do que escreve e traz para a sessão, ele deve (e tem dado muito certo há dez anos) ser seu próprio analista, seu próprio crítico. A finalidade é não precisar mais de mim. O coaching é um trabalho miúdo, frase a frase, para o autor desenvolver seu estilo, para ele ficar esperto e  manusear a frase com mais desenvoltura: para comunicar-se  melhor com seu leitor. Estando em  coaching, o escritor aprende a fazer o pacto com o leitor. Sem pacto, não há como conquistar um leitor. Mas, ao fim, o dono do texto é o autor. Se eu der uma sugestão que não lhe agrade, ele vai fazer o que ELE quiser, não o que eu quero.

Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho?

Eu acho que ele pode entrar no site da Miró Editorial (www.miroeditorial.com.br), passear um pouco por lá, ver o que já editei, quem sou eu, pode ficar meu amigo no Facebook (a Miró tem FB e o Miró Coaching também).

Como analisa a questão da leitura no país?

Hoje, a leitura literária é a terceira ou quarta opção de um leitor jovem, que estaria formando sua competência como leitor. Não se pode culpá-lo: a internet, os games, o youtube e as mídias são muito mais gostosas. Mas, pobre dele,  ele perde aquilo que muito interessa ainda a todos: a competência de abstração, de “ver” os personagens, os cenários, as intrigas, os temas da obras a ser lidas. Ler não é mais uma coisa familiar; as famílias, quando existem, estão contaminadas pelo trabalho, pela pressa, pela sobrevivência. Não podemos culpar ninguém que não tenha livros em casa. Os pais não tiveram,  talvez os avós também não. Mas, afinal, há quem culpar: a escola, a formação do leitor na escola. Se a família não pode ajudar, a escola deve fazer isso.  E aí há um impasse: o professor que exige que seu aluno leia “Senhora” e “Lucíola” de José de Alencar, também foi obrigado a ler da mesma forma: jogaram o livro em cima dele  e lhe disseram “Leia”.

Quem aguenta ler essas obras do século 19 sem  que o mestre pegue-lhe a mão e o entusiasme? Iracema é uma das mulheres mais livres que Alencar criou. Como mostrá-la sem dizer isso ao leitor: é maravilhosa a ligação dela com a natureza. É muito corajoso ela abandonar tudo para seguir seu amor branco, de olhos europeus. Isso é o grande drama de amor. Mesmo sabendo que não era um ser da mesma cultura  que ele. Como mostrar isso  ao leitor aluno, se o mestre não ler  trechos com o aluno, não lhe arrancar o desejo de ler  sozinho,  se  não estudarem  o livro, que é tão pequeno e lindo?
Eu, na faculdade, tenho dado aula de pós-graduação para professores, principalmente de português (da  escola particular ou pública). O que lhes digo? Que é muito melhor ler, analisar e interpretar um trecho importante de romance decisivo  para a cultura brasileira do que fingir que se lê um romance, mas se vai buscar o resumo na internet... Há professores indolentes que falam de Capitu como se fossem vizinhos dela,  mas não leram o romance D. Casmurro. Acham que estão enganando quem? O professor finge que sabe do que fala e o aluno finge que acredita. Quando eu pergunto se o romance está em primeira ou terceira pessoa, eles não sabem algo essencial.
Ou seja, a formação  do professor é muito, muito frágil. Falo disso numa pesquisa de pós-doc que estou desenvolvendo. (Sobre o ensino de literatura nos livros didáticos; e já digo
que é horrível..., muito pouco louvável o que se ensina nos didáticos).

O que tem lido ultimamente?

Sempre leio Machado de Assis, um pouco ao dormir. Não importa muito a obra. Sempre aprendo e rio com ele. Mas recentemente eu li um dos livros do ganhador do Nobel, o  britânico japonês Kazuo Ishiguro ( Quando éramos órfãos), confesso que não gostei muito). Li também o ganhador do prêmio Jabuti, (Machado) de Silviano Santiago, um dos poucos professores de literatura do Brasil que sabem escrever brilhantemente. Agora estou lendo um tal best-seller, talvez para falar mal dele, mas sem conseguir, pois é ótimo (Sapiens, uma breve história da humanidade) do Yuval Harari. Na fila, está um livro de crítica, do autor argentino Alberto Mangel (O leitor como metáfora).

E gostaria de dizer, para encerrar, que quem não lê livros nos leitores digitais é bobinho. Essa história do cheiro do papel é bobagem, você vira a página, você lê mais rápido, você aperta uma palavra o significado aparece na hora; ou clica num personagem histórico, abre a Wikipedia na hora. Se quiser, pode mandar buscar uma palavra, que ele localiza para você todas as ocorrências. É o máximo. A luz pode estar apagada, mas seu livro, ou melhor, seu leitor funciona com a própria luz... e ainda por cima é mais barato. A única coisa chata é que  não dá pra emprestar, como a gente faz com o livro em papel. Recomendo muito, você leva 30 livros numa viagem, se quiser, e não carrega peso. E juro que se lê mais rápido.

*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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