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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Antonio Carlos Secchin e o livro Ana à esquerda & outros movimentos (narrativas), por Cida Simka e Sérgio Simka

Antonio Carlos Secchin - Foto divulgação

O escritor Antonio Carlos Secchin, membro da Academia Brasileira de Letras, acaba de lançar seu novo livro: “Ana à esquerda & outros movimentos”.

Secchin é poeta, ensaísta, crítico literário, doutor em Letras, professor emérito de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membro da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores especialistas da obra de João Cabral de Melo Neto.

Ele fala sobre seu novo livro de prosa:

Sou um ficcionista bissexto. Aos 23 anos, publiquei uma novela, Movimento, pela Faculdade de Letras da UFRJ. De lá para cá, escrevi apenas 11 contos, curtos, a maioria na década de 1970, uns 4 mais recentes, já no século XXI. O editor Miguel Jubé, da Martelo, reuniu essa miniprodução num belo projeto gráfico, que acaba de ser publicado, com apresentação de Flávia Amparo.” 

SINOPSE:

“Ana à esquerda & outros Movimentos” é o novo livro de prosa de Antonio Carlos Secchin, reunindo seus contos (incluindo o homônimo ao livro) e uma segunda parte com sua novela “Movimento”, publicada durante sua juventude. O volume dois da ‘coleção só prosa’ traz a intrigante história de Ecila, que estabelece o mundo invertido por que percorrem as personagens do conto de abertura do livro, ‘Ana à esquerda’, e também as histórias de outras mise en abymes [“narrativas em abismo”: narrativas que contêm outras narrativas dentro de si] exploradas pela narrativa de ficção de Antonio Carlos Secchin.

O livro traz ilustrações e capa de Hallina Beltrão e prefácio de Flávia Amparo. 

Link para o livro:

https://www.oio21.com/ana-a-esquerda--outros-movimentos-narrativas---antonio-carlos-secchin/p? 

Link para a entrevista que Secchin concedeu ao programa Nóis sabe português da TV Cidade de Santo André (SP): 

https://www.tvcsa.tv.br/nois-sabe-portugues-p01-antonio-carlos-secchin/ 

  

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura e apresentadora do programa “Nóis sabe português” na TV Cidade de Santo André: https://www.tvcsa.tv.br/nsp/.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Apresentador do programa “Nóis sabe português” na TV Cidade de Santo André: https://www.tvcsa.tv.br/nsp/.

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Antonio Carlos Secchin e o livro João Cabral de ponta a ponta, por Cida Simka e Sérgio Simka

Antonio Carlos Secchin - Foto divulgação

Considerado o maior especialista da obra de João Cabral de Melo Neto, inclusive pelo próprio poeta, Antonio Carlos Secchin, professor emérito de Literatura Brasileira da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras, reúne neste livro, em edição revista, o conjunto de textos que, ao longo de quatro décadas, constituem o objeto de seu estudo dedicado ao autor de Morte e vida Severina. Além de analisar “de ponta a ponta” a produção do escritor pernambucano, Secchin inclui também um estudo inédito e um caderno de imagens com exemplares preciosos da bibliografia de João Cabral.

Quem é Antonio Carlos Secchin

Doutor em Letras pela UFRJ, é poeta, publicou oito livros, entre eles Desdizer (2017), poesia reunida. Em 2018, publicou o livro infantil O galo gago, que recebeu o selo 10 da Cátedra de Leitura da Unesco. No mesmo ano, lançou Percursos da poesia brasileira, do século XVIII ao XXI, ganhador do Prêmio APCA de ensaio. Foi eleito em 2004 para a Academia Brasileira de Letras. Em 2013, a Editora da UFRJ publicou Secchin: uma vida em letras, sobre a sua trajetória. Em 2019, recebeu o Grande Prêmio Cidade do Rio de janeiro, da Academia Carioca de Letras, pelo conjunto da sua obra.



Característica:

Dimensões: 16 x 22cm

Assunto: Literatura/Ensaio

Número de páginas: 568

Ano de edição: 2020

Link para o livro:

http://editora.cepe.com.br/livro/joao-cabral-de-ponta-a-ponta

Entrevista exclusiva com Antonio Carlos Secchin:

http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2020/03/entrevista-exclusiva-com-antonio-carlos.html 


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).

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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Uma análise robusta sobre a obra de João Cabral

Antonio Carlos Secchin.    Crédito  - Fernando Rabelo
Em comemoração aos 100 anos do poeta pernambucano, Cepe lança edição revisada e acrescida de material inédito de João Cabral de ponta a ponta, de Antonio Carlos Secchin 

Neste ano do centenário do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança João Cabral de ponta a ponta. Trata-se de uma edição revisada e enriquecida com material inédito, onde estão reunidos estudos dedicados a toda a obra publicada pelo poeta pernambucano, realizados pelo escritor, professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Carlos Secchin. O autor passou mais de 35 anos debruçado sobre as escritas cabralinas. No título de 598 páginas o leitor descobre um ensaio sobre Cabral e Carlos Drummond de Andrade e valiosas imagens com reprodução de dedicatórias importantes e de capas raríssimas de obras do autor. A obra será lançada dia 26 de agosto, às 17h30, em uma live no canal da Cepe no You Tube, com a participação de Secchin mediada pelo editor do Suplemento Pernambuco (Cepe), Schneider Carpeggiani. Na ocasião o autor pretende falar da concepção do livro, desde as versões iniciais, publicadas em 1985 e 1999, passando pela de 2014, até chegar à forma definitiva, pela Cepe. Inicialmente os livros estarão disponíveis apenas em formato e-book. A impressão está condicionada ao retorno das atividades presenciais da gráfica da empresa pública. 

O livro conta ainda com uma importante entrevista de Cabral concedida a Secchin em 1980; a última palestra do poeta em ambiente acadêmico (na Faculdade de Letras da UFRJ, em 1993); todo o material analítico dos 20 títulos de João Cabral, expostos cronologicamente de acordo com as datas das publicações. Sem falar nos cinco ensaios sobre temas transversais da poesia do autor e de suas relações com outros escritores. Este último material de pesquisa foi publicado em 2014, pela extinta Cosac Naify, sob o título João Cabral: uma faca só lâmina.

Pregão turístico 30 x 21 duas páginas
"É um orgulho publicar, dentro da programação do centenário de João Cabral de Melo Neto, uma obra que se dedica aos meandros da sua poesia, do primeiro ao último livro. João Cabral de ponta a ponta é a versão ampliada e consolidada das pesquisas de Secchin sobre o poeta; parte do trabalho de uma vida dedicada à literatura. É uma edição para conhecer a poesia cabralina em profundidade, pois o autor traz leituras essenciais da produção tardia de João Cabral, pouco lembrada pela crítica. Na edição da Cepe Editora, temos ainda material inédito, com um novo ensaio, uma entrevista, um depoimento e imagens de exemplares raros colecionados por Secchin. Além de tudo isso, o ensaísta consegue mostrar como ninguém, ao longo do volume, a vitalidade e novidade do poeta pernambucano para os leitores atuais", resume o editor da Cepe, Diogo Guedes.

"Uma vez que Cabral dizia apreciar meu trabalho crítico sobre sua poesia, gostaria de que quem gosta da obra cabralina pudesse conhecer o que sobre ela escrevi, o que agora será possível graças à publicação da Cepe. Mas antes, ou paralelamente a isso, o fundamental é ler a própria obra dele", sugere Secchin. O livro propõe, segundo Secchin, "uma leitura que não privilegie em particular qualquer corrente teórica que se ocupe do discurso poético. Por causa da multiplicidade de direções que o poeta imprimiu à sua obra", diz Secchin na introdução do livro. Estudioso de vários autores, Secchin admite que enfatizou as pesquisas em João Cabral pela sintonia que se criou entre o escritor e o que ele, como leitor, valorizava: poemas de alto teor criativo simultaneamente claros e complexos. "O poema apenas 'claro', muitas vezes, tende a ser ingênuo ou panfletário. E me agrada percorrer a teia de seus versos para constatar que nela o 'complexo' jamais se transforma no 'confuso'". João Cabral é apontado como concretista, modernista, poeta marginal, integrante da geração de 45... O fato é que percorreu diversos movimentos artísticos, o que o torna atemporal. "Transitar entre vários movimentos artísticos é não congelar no tempo. Autores que respondem canonicamente à demanda de suas épocas correm o risco de desaparecerem com elas, por não terem injetado em seus textos um suplemento de sentido que os capacitasse a suportar demandas vindouras", defende Secchin.

 No início dos escritos do poeta, em 1938, João Cabral sofre influência do intelectual Willy Lewin, que o apresenta ao surrealismo, estilo que apareceu em seus primeiros trabalhos como forte característica, para logo desaparecer sem deixar rastros, e ser repudiado veementemente pelo autor.  Essa fase surrealista e onírica é bem presente em Pedra do sono (1942), seu livro de estreia.  "O surrealismo só esteve presente nas produções iniciais do poeta. Logo a seguir, já em 1945, em O engenheiro, ele começa a se libertar da influência surrealista, situando-se resolutamente contra o idealismo de 'mistérios' e de 'essências' na poesia, em prol de uma arte solar". A morte está sempre ali, mas nunca é sombria. "É ao ar livre, ou então temperada ou relativizada pelo humor, embora ácido".

 Nos detalhados estudos críticos, há espaço também para comentários de outros críticos sobre os livros de João Cabral. Tanto sobre o que os críticos mais falam quanto sobre o que eles preferem ignorar.  Poucos críticos destacavam, por exemplo, o caráter de humor de suas poesias, como o próprio João Cabral observava, segundo Secchin. "Um humor cortante, quase agressivo, eu acrescentaria, bem típico de quem maneja uma faca só lâmina". Título de um dos livros de João Cabral, Uma faca só lâmina (1955) é obra de mais de 300 versos hexassílabos. Outros livros ignorados pela crítica são A escola das facas (1980), O Auto do frade (1984) e Agrestes (1985). "Considero que muitos se dão satisfeitos com a digamos, fase um de Cabral, que se encerra em 1968: ele entra na Academia Brasileira de Letras e publica, com grande sucesso de público e de crítica, sua Poesias completas. Quando retorna ao verso, em 1975, o contexto cultural já é outro, o da 'poesia marginal', e ele fica numa espécie de limbo, um poeta-'monumento' que pouco teria de novo a dizer. Mas não foi o que ocorreu".

Averso ao poema lírico, Cabral se autodenominava antilirista. "Minha poesia é intelectual, em alguns livros, é uma poesia de crítica social à situação nordestina, é uma poesia, como dizem os críticos atuais, metapoesia, uma poesia sobre a poesia, mas não é uma poesia lírica. Eu tenho a impressão de que a verdadeira poesia lírica hoje está sendo feita pelos compositores de música. Os grandes líricos do Brasil hoje chamam-se Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda", diz João Cabral a Secchin. Para ele, o trabalho poético era como um trabalho manual." Ele recorre a comparações com atividades manuais – as do ferreiro, do toureiro, do pescador – exatamente para retirar da poesia a aura do sublime, como efeito de inspiração reservada aos poucos eleitos  ou iluminados. Cabral não é um iluminado, é um iluminador". 

O poeta de Morte e vida severina (1966), seu maior sucesso, transformado em peça de teatro e "best-seller absoluto na história editorial da poesia do país", nas palavras de Secchin, er grande apreciador da temática sertaneja. O cão sem plumas (1950), O rio (1953) e A educação pela pedra  (1966) são obras que tratam do tema. Mas ao estilo cabralino: "O Sertão de Cabral é singularmente silencioso. Não há urros animais ou gritos humanos, estrondo de águas, sequer o crepitar de folhas sob um sol assassino, ou o impacto de cascos na caatinga. Reduzida a sua expressão mais tosca — as pedras, o rio, e de vez em quando alguma coisa viva aí no meio —, a natureza, ainda assim, não cessa de falar (...) O Sertão não é unicamente um lugar; é um estilo. Captá-lo, traduzir-se nele, significa estar atento a suas numerosas configurações, sobretudo as discursivas". Cabral aproximou o Nordeste brasileiro à Espanha, país onde exerceu sua profissão de diplomata - viveu fora do Brasil durante 40 anos. Na cidade de Sevilha encontrou semelhanças com a paisagem nordestina e se encantou, elegendo esses dois espaços como os mais importantes de sua vida.

"Descobri nesse poeta crítico que força criadora e rigor analítico podem partilhar o mesmo solo de linguagem. Convivi com poemas que não propõem um estoque de saberes, mas o exercício de sucessivas desaprendizagens para aprender melhor aquilo de que o olhar domesticado não consegue dar conta, na travessia tormentosa para o novo", elogia Secchin.

Se fosse entrevistar o poeta hoje, Secchin disse que perguntaria a João Cabral: "João, tudo bem com os capítulos finais que escrevi e que você não chegou a ler? Se tiver algo a acrescentar ou retificar, me avise num sonho, embora eu desconfie de que você, com seu apego ao dia e à razão,  provavelmente detestará valer-se  desse veículo para comunicar-se comigo".

João Cabral - Acervo da família
TRECHOS DE POESIAS DE JOÃO CABRAL 

Esse punhal do Pajeú,
faca-de-ponta só ponta,
 nada possui da peixeira:
ela é esguia e lacônica.
(Facas pernambucanas) 

Ó jardins enfurecidos,
pensamentos palavras sortilégio
sob uma lua contemplada;
jardins de minha ausência imensa e vegetal;
ó jardins de um céu
viciosamente frequentado:
onde o mistério maior
do sol da luz da saúde?

(Poesia) 

A luz de três sóis
ilumina as três luas
girando sobre a terra varrida de defuntos.
Varrida de defuntos
mas pesada de morte:
como a água parada,
a fruta madura.
/ (...) /
E morte ainda no objeto
(sem história, substância,
sem nome ou lembrança)
abismando a paisagem,
janela aberta sobre
o sonho dos mortos.

(A paisagem zero) 

A bailarina feita
de borracha e pássaro
dança no pavimento
anterior do sonho.
A três horas de sono,
mais além dos sonhos,
nas secretas câmaras
que a morte revela.
Entre monstros feitos
a tinta de escrever,
a bailarina feita
de borracha e pássaro.
Da diária e lenta
borracha que mastigo.
Do inseto ou pássaro
que não sei caçar.

(A bailarina) 

Desordem na alma
que se atropela
sob esta carne
que transparece.
Desordem na alma
que de ti foge,
vaga fumaça
que se dispersa,
informe nuvem
que de ti cresce
e cuja face
nem reconheces.
Tua alma foge
como cabelos,
unhas, humores,
palavras ditas
que não se sabe
onde se perdem
e impregnam a terra
com sua morte.
Tua alma escapa
como este corpo
solto no tempo
que nada impede.

(Pequena ode mineral)

Serviço: 

Lançamento do livro João Cabral de ponta a ponta com bate-papo entre Antonio Carlos Secchin e Schneider Carpeggiani
Quando: 26 de agosto
Horário: 17h30, em live no canal da Cepe no You Tube (https://www.youtube.com/watch?v=tHCBSwwWfkk)
Preço do livro: R$ 18 (e-book); R$ 60 (livro físico)

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quarta-feira, 11 de março de 2020

Entrevista exclusiva com ANTONIO CARLOS SECCHIN, membro da Academia Brasileira de Letras, por Cida Simka e Sérgio Simka

Antonio Carlos Secchin - Foto divulgação
A revista Conexão Literatura tem a honra de apresentar a entrevista com o professor e escritor ANTONIO CARLOS SECCHIN, membro da Academia Brasileira de Letras.
Solicitamos-lhe uma entrevista, a propósito do debate de que participará em São Paulo, sobre as traduções de João Cabral de Melo Neto na América Latina. Disse-nos que “no momento, estou meio no sufoco, com duas viagens consecutivas, uma delas para fora do país, disponibilidade restrita. Mas, com prazer, dentro dessas limitações, aguardo sua mensagem”.
Encaminhamos-lhe apenas duas perguntas, dados os seus compromissos. Mesmo com a sua agenda lotada, teve a generosidade de nos responder.
Com isso, queremos publicamente agradecer a ANTONIO CARLOS SECCHIN o seu carinho e a sua humanidade. Para nós, fica a prova de que, quanto mais “alta” e sábia é a pessoa, mais humilde e humanamente linda ela é.

Saiba mais sobre ANTONIO CARLOS SECCHIN

Membro da Academia Brasileira de Letras, sétimo ocupante da Cadeira nº 19, eleito em 3 de junho de 2004, na sucessão de Marcos Almir Madeira e recebido em 6 de agosto de 2004 pelo acadêmico Ivan Junqueira.
Antonio Carlos Secchin nasceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1952. Filho de Sives Secchin e de Victoria Regia Fuzeira Secchin. Até os seis anos morou em Cachoeiro de Itapemirim. Desde 1959 reside no  Rio de Janeiro.
Formação e experiência profissional
É doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982). Professor de Literatura Brasileira das Universidades de Bordeaux, (1975-1979), Roma (1985), Rennes (1991), Mérida (1999), Paris III-Sorbonne Nouvelle (2009) e da Faculdade de Letras da UFRJ, onde foi aprovado (1993), por unanimidade, com nota máxima, em concurso público para professor titular. Na carreira docente, foi diversas vezes eleito paraninfo e  patrono dos formandos. Orientou 26 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado. Ministrou 50 cursos de pós-graduação, no país e no exterior. Em 2013, tornou-se professor emérito da UFRJ.
Conferências, palestras, mesas-redondas e comunicações
Proferiu 461 palestras, em sua maioria versando sobre temas de literatura e cultura brasileira, no Brasil e nos seguintes países: Argentina, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, México, Portugal e Venezuela.
Editorias e conselhos científicos e editoriais
Membro de 46 editorias ou conselhos, no Brasil e no exterior, sobretudo de periódicos de investigação literária.
Prêmios literários
Total de 16 prêmios nacionais, destacando-se: 1.o lugar, categoria “ensaio”, do Instituto Nacional do Livro (1983); Prêmio Sílvio Romero, da Academia Brasileira de Letras, 1985, ambos para João Cabral: a Poesia do Menos; Prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional (2002); Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras (2003); Prêmio Nacional do PEN Clube do Brasil (2003), atribuídos a Todos os Ventos como melhor livro de poesia.
Mais informações no site da Academia Brasileira de Letras:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid%3D217/biografia

ENTREVISTA:

Você é um dos maiores especialistas em João Cabral de Melo Neto. Participará, em 13/3, de um debate em São Paulo sobre ele, um dos maiores poetas do século 20. Ainda há muito a dizer?


Todo grande escritor é inesgotável, sujeito a infindáveis releituras, e propício a explorações de ângulos inéditos. É o que vai ocorrer em São Paulo. Não apresentaremos, propriamente, um novo olhar sobre o poeta, mas discutiremos uma faceta pouco explorada de sua obra: as traduções, especialmente as feitas para o espanhol e o inglês. E pretendo abordar um aspecto ainda menos relevado: a atividade de Cabral como tradutor, de ficção e de poesia.

Você se considera mais poeta, mais ensaísta ou mais crítico literário?

Depende do dia, rs. Mas gostaria, sempre, de ser mais poeta, inclusive no ensaio e na crítica.

CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin, integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.
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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Livro de poemas traz contraponto à intransigência que toma conta do Brasil

A Última Estrela Tropical, de João Augusto, chega ao mercado com consentimento do imortal Antonio Carlos Secchin e da jornalista Ludmila Honorato

Dialogar com poetas do passado e do presente para refletir sobre a angústia do ser humano e seu afastamento do sonho, seu isolamento e sua submissão à exaustiva rotina da vida é a missão do ex-editor da revista eletrônica Brasil que Lê e do Blog do Galeno, o poeta João Augusto, no livro A Última Estrela Tropical - Volume 1: Diálogos e sonho, que chega ao mercado pela Editora Patuá.

Temas como o amor, em suas variadas formas, e a esperança também estão presentes. Repletos de intertextualidades, os poemas esbarram na solidão moderna, que impõe a comunicação imediata e a ausência quase simultânea. A forma natural, nos dias de hoje, diz o poeta, é guardar-se dos riscos da efetiva entrega ("Como Poe, amei sozinho, / o que sozinho me restava amar."). Para João Augusto, o sintoma mais grave é o pertencimento a quase tudo, a interconexão on-line e, no mesmo instante, a presença viva em quase nada.

A Última Estrela Tropical é o sonho que está sendo esquecido, perdido com o passar dos dias, define o autor, de quem o livro tem apresentação do crítico, escritor e doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Antonio Carlos Secchin. "Associando-se à linhagem/linguagem lírica, João Augusto apresenta uma rara qualidade: a elaboração de imagens simultaneamente claras e originais", reforça o membro da Academia Brasileira de Letras. A orelha do livro é da jornalista Ludmila Honorato, repórter do Estadão. É ela quem diz: "No processo de escrever, há de se domar as palavras, e João faz isso como ninguém".

A inspiração de João para o livro, além do amor pela escrita, vem da necessidade de criar um mundo em que o próprio autor caiba. "Embora não espere resposta do mundo, escrevo deixando perguntas, quase afirmações, ao tempo, aos sentimentos que nos embalam ou nos adoecem, questões que remeto a mim mesmo o tempo todo. Escrever é minha forma de pertencer a alguma coisa", afirma.

A poesia, para João Augusto, é a marca do seu contrato com o drama humano, parafraseando o escritor argentino Ernesto Sabato. "A Última Estrela Tropical, pelas mãos do diálogo, num tempo em que nosso país e o mundo vivem a intransigência e acentuam a divisão, torna-se o próprio sonho, quase escasso, solitário, acuado, para o qual precisamos acordar, antes que nossos olhos se cerrem para sempre". O livro é ainda uma forma de homenagear um primo do autor, vítima fatal de câncer.

Canto XXIX, poema do livro, para degustar:
Tarde as tendas da alma se abrem ao sol. Tudo é tão perto, e distante o amor, paralisado. Escrevo desarmado de palavras, como quem planta abraços de papel. Aqui assento meus pensamentos. A inatingível espera da vida que não és. A cidade está vencida, as flores, os ídolos, a vida vencida. Deixa que alguma luz limpe o teu rosto. Que o sal marinho queime as tuas tardes de melancolia. Não, o tempo não chegou de completa justiça. Somos todos inocentes. Seres de avolumados cabelos, pernas e tônus muscular. Temos olhos e tato. E fábricas onde se fabricam cartazes e sobremesas de medo. Onde te escondes mais, é ali que existes. Guardo uma canção antiga num peito cansado. Guardo apenas o ar necessário para encerrar este poema. Minha casa é a rua, a ruína, o relento. Mas meu corpo ainda respira, e deseja amar.
João Augusto - Foto divulgação
O AUTOR
João Augusto é jornalista e escritor e mora em Ribeirão Preto. Foi editor da revista eletrônica Brasil Que Lê e do Blog do Galeno. A Última Estrela Tropical é o quinto livro do autor.  Foram publicados Que Diabo de Poeta És Tu? (Editora São Francisco), Sem a Sombra de um Guarda-chuva (Scortecci), Poesia de Telhado (Escrituras) e A Verdade é a Mais Bela entre as Falsas Criaturas (Editora Patuá). Avesso a prêmios e quase recluso com seus livros, João raramente expõe suas obras.

Ainda assim, o poeta coleciona menções de autores que são verdadeiros expoentes da literatura nacional: Menalton Braff, vencedor do Jabuti do ano 2000, o chamou de um dos bons poetas contemporâneos do Brasil, assim como Fernando Py, e o já falecido jurado também do Jabuti Paulo Bentancur.

SERVIÇO:
A Última Estrela Tropical
João Augusto
Editora Patuá
Páginas: 79
Formato: 13,8 x 21cm
Preço: R$ 40,00

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Antonio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras, abre o semestre do Instituto Estação das Letras

Antonio Carlos Secchin - Foto divulgação
Aula inaugural acontece dia 4/2, de graça, na Fundação Casa de Rui Barbosa, às 17h

Como já é tradição, o Instituto Estação das Letras promove dia 4/2, segunda-feira, das 17h às 19h, sua aula inaugural na Fundação Casa de Rui Barbosa. Neste semestre, o tema são os percursos da poesia brasileira, com o poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin.

Percursos da Poesia Brasileira - do século XVIII ao século XXI tem o objetivo de reunir professores, leitores de poesia e amantes de literatura em geral, além, claro, poetas para pensar sobre de onde surge a poesia; para que serve; o que a distingue ou a  distinguia da prosa.

Sechhin vai questionar, ainda, os limites entre uma forma de expressão e outra e estimular a discussão sobre os caminhos da historia literária em 2019. Durante a aula inaugural do IEL, abordará com a plateia percursos da poesia brasileira, percorrendo-a desde o século XVIII com Tomás Antonio Gonzaga , alcançando autores importantes do século XXI, entre eles, Paulo Henriques Britto, Carlito Azevedo e Eucanaã Ferraz, e passando por Cecilia Meireles, João Cabral  de Melo Neto e Ferreira Gulllar. A literatura dos anos 1970, com Ana Cristina Cesar e Chacal, por exemplo, além dos poetas da canção Chico e Caetano, estarão presentes numa abordagem ampla e técnica. 

Segundo Suzana Vargas, diretora do IEL, escritores que marcaram época pelo estilo e caráter inovador serão pensados através do olhar acurado do crítico e grande leitor. “Ele vai organizar para os participantes dessa aula especial um panorama  a partir da diversidade de tendências contemporâneas, capaz de se perder entre o material e o virtual”, antecipa. A escolha do nome ela atribui ao fato de Secchin ser poeta e crítico dos poucos com abordagem organizada e atualizada sobre a história da poesia brasileira. 

- A aula aberta torna-se importante para reunir nossa comunidade leitora, dar à literatura o lugar nobre que merece, divulgar nosso trabalho que neste momento inaugura diversas parcerias, inclusive com a Fundação Casa de Rui Barbosa que nos apoia desde o início. Em abril, a Estação completa 24 anos e nosso Instituto, dois . O momento é de festa. A aula aberta festeja a literatura, comemora Suzana Vargas.

Durante todo semestre o Instituto mantém oficinas de criação literária em gêneros diversos  e cursos para formação e atualização de mão de obra para o mercado editorial. Neste, em especial, a poesia terá lugar de relevância na programação do IEL. Passarão pelo  IEL, no primeiro semestre, Juva Batella e João Paulo Vaz (Conto), Carlito Azevedo (Poesia), Ninfa Parreiras e Elias Fajardo (Romance). Todas as aulas acontecem na R. Marquês de Abrantes, 177, no Flamengo.

A programação completa do semestre está em https://bit.ly/2Hvtyol.

A Estação das Letras e o Instituto

O Instituto é um desdobramento da história da Estação das Letras e seus mais de quatro mil eventos, cursos e oficinas realizados ao longo de mais de duas décadas de atuação, com programações culturais e oficinas regulares e sazonais.

O IEL funciona com um colegiado de alunos, professores e escritores e tem a finalidade de ampliar projetos que já existiram, como Rodas de Leitura; Caravana de Escritores; Estação Pensamento e Arte, além de implantar ações para promover o desenvolvimento artístico e educacional com o apoio de leis federais, estaduais e municipais de incentivo à cultura sempre disseminando a leitura e a escrita.

SERVIÇO 

Aula inaugural Instituto Estação das Letras
GRÁTIS
Dia: 4/2, segunda-feira
Horário: 17h
Onde: Fundação Casa de Rui Barbosa – R. São Clemente, 134. Botafogo
Informações: 21 3237-3947 // iel@estacaodasletras.com.br

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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Livro dialoga entre o poeta do presente e do passado


Dialogar entre a poesia contemporânea e a tradicional, esse é o intuito da nova obra do escritor Luiz Otávio Oliani. Publicado pela editora Penalux, o livro "Palimpsestos, Outras Vozes e Águas" traz a reflexão, por diferentes ângulos e influências literárias, sobre as grandes questões de todos os tempos: o amor, a solidão, a morte, a efemeridade do tempo entre outros.

Segundo o autor, a obra reúne, de maneira harmoniosa, "vozes" poéticas do presente e do passado. O livro mostra os palimpsestos, ou seja, os textos escritos e inspirados em autores tradicionais, que conversam com contemporâneos e com águas diversas, a partir de temas sem ligações com autores específicos.

As referências de escritores alcançam extremos longínquos, como quando se fala de Drummond ou Kafka, mas também demonstra proatividade e atualidade, ao inovar trazendo influências de poetas modernos, como, por exemplo, Alexandra Vieira de Almeida, Jorge Ventura e Astrid Cabral.

- A ideia era mostrar que o poeta precisa dialogar com o "cânone literário" para produzir sua própria obra, sem ignorar os que antecederam - ressalta.

Sobre o autor
Luiz Otávio Oliani é poeta, contista, cronista e dramaturgo. Graduou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, em Direito, pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). Atua como professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Produção Textual em diversos estabelecimentos de ensino.

Como escritor, publicou 12 livros, sendo 9 de poemas e 3 peças de teatro. É membro da APPERJ (Associação Profissional dos Poetas do Estado do Rio de Janeiro) e da Academia Humanística, Artística e Literária "Lítero Cultural". Participa de mais de 200 livros coletivos nacionais e estrangeiros como poeta, cronista, contista ou autor de prefácios, orelhas ou resenhas críticas.  Participou da Revista Literária Sociedade dos Poetas Novos. Ainda representou o país, em 2017, no IV Encontro de Poetas da Língua Portuguesa em Lisboa (PT).     

Serviço:
Livro: "Palimpsestos, Outras Vozes e Águas"
Editora Penalux
Páginas: 108
Tamanho: 14 cm x 21 cm
Link para comprar: http://editorapenalux.com.br/loja/palimpsestos-outras-vozes-e-aguas
Valor: R$35,00
- Orelhas de Adriano Nunes
- Quartacapa de Antonio Carlos Secchin
- Prefácio de Diego Mendes Sousa
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