Nathan Matos - foto divulgação |
Fale-nos sobre você.
Sou formado em Letras, e tenho mestrado em Literatura Comparada pela UFC. Sou doutorando em Literaturas Moderna e Contemporânea pela UFMG.
Ajudei a fundar a Substânsia, editora cearense, e há quase 3 anos criei a Moinhos com minha sócia (e também esposa) Camila Araujo.
ENTREVISTA:
Você é coeditor na Editora Moinhos. Fale-nos sobre ela. Como é o seu trabalho? Recebe quantos originais por mês? Quantos são publicados? Quem quiser publicar por sua editora quais os procedimentos a serem adotados?
Eu e a Camila Araujo somos os editores da Moinhos. A editora nasceu com a vontade de resgatar obras esquecidas por aqui no país, assim como publicar novas traduções. Nosso objetivo é ter um catálogo voltado para a literatura sul‐americana ao longo dos próximos anos, assim como literaturas nórdicas, entre outras. Nosso catálogo é composto, atualmente, em grande parte por livros de poesia e de contos. Mas já publicamos romances, livros acadêmicos e dramaturgia. Nós trabalhamos via chamada de originais, então quem quiser publicar conosco tem que ficar atento a nossa chamada de originais, que acontece uma vez por ano, e tem sido assim que selecionamos boa parte dos nossos livros. Em quase 3 anos de existência, já publicamos quase 70 livros.
Sou formado em Letras, e tenho mestrado em Literatura Comparada pela UFC. Sou doutorando em Literaturas Moderna e Contemporânea pela UFMG.
Ajudei a fundar a Substânsia, editora cearense, e há quase 3 anos criei a Moinhos com minha sócia (e também esposa) Camila Araujo.
ENTREVISTA:
Você é coeditor na Editora Moinhos. Fale-nos sobre ela. Como é o seu trabalho? Recebe quantos originais por mês? Quantos são publicados? Quem quiser publicar por sua editora quais os procedimentos a serem adotados?
Eu e a Camila Araujo somos os editores da Moinhos. A editora nasceu com a vontade de resgatar obras esquecidas por aqui no país, assim como publicar novas traduções. Nosso objetivo é ter um catálogo voltado para a literatura sul‐americana ao longo dos próximos anos, assim como literaturas nórdicas, entre outras. Nosso catálogo é composto, atualmente, em grande parte por livros de poesia e de contos. Mas já publicamos romances, livros acadêmicos e dramaturgia. Nós trabalhamos via chamada de originais, então quem quiser publicar conosco tem que ficar atento a nossa chamada de originais, que acontece uma vez por ano, e tem sido assim que selecionamos boa parte dos nossos livros. Em quase 3 anos de existência, já publicamos quase 70 livros.
Como é ser editor em um país como o Brasil?
É difícil responder essa pergunta, porque existem algumas variáveis em jogo. Ser uma pequena empresa no Brasil, seja qual negócio for, é complicado. Os impostos, a dificuldade na logística, o preço do livro e outras coisas mais são o que acabam trazendo aspectos negativos para se ter uma editora, mesmo que pequena em nosso país. Mas, ao mesmo tempo, é uma boa área para se trabalhar, uma vez que se goste de ler, revisar, lidar com pessoas, pois cada autor ou autora é diferente e daí é possível também fazer amizades duradouras. Os pequenos editores hoje é quem têm se dado às aventuras de publicar as coisas mais estranhas, diferentes e interessantes nos últimos anos, além de terem criado inúmeras feiras de livros, ajudando-se mutuamente e o próprio mercado. Muitas vezes, fazem mais até do que algumas associações que existem em prol do livro.
Como analisa a questão dos e-books?
Demorei para ver os e-books como aliados. Quando ajudei a fundar uma outra editora, a Substânsia, em Fortaleza, há quase 5 anos, eu era meio contra. Achava que era um gasto que não daria retorno. Contudo, a Moinhos nasceu com o objetivo de ter todo o seu catálogo tanto na versão impressão quanto na versão digital. Os e‐books ainda não se pagam, vendem pouco, mas vendem, e acabam levando nossos livros para outros lugares do mundo, o que é muito. O livro digital dá essa possibilidade. Além disso, conseguimos vender os e‐books de maneira mais barata do que muitas editoras fazem. Não conseguimos ver sentido se o livro digital é apenas 10% mais barato que o impresso. No nosso caso, buscamos trabalhar com descontos de 40 ou 50% nos nossos livros digitais. Eles ainda não são a preferência, mas ajudam e muito na divulgação do trabalho dos nossos autores e autoras.
Quais são suas leituras preferidas?
Talvez a poesia. Todos os dias leio poemas, nos livros que tenho nas estantes, pela internet, peço sugestões a amigos, o que seja.
Mas gosto muito de contos também, dois gêneros que não são tão bem vistos, ainda, pelos brasileiros.
Que conselho pode dar a um escritor principiante?
O primeiro conselho é o de ler, sempre. É impossível não ler para se escrever. Depois disso, sempre estar aberto a críticas. Hoje, os escritores acham que já nascem sabendo de tudo e que não precisam de críticas. Acho que é preciso ter humildade, saber ouvir e ler e ler e ler e estar sempre escrevendo. Escrever é prática.
Quais os próximos projetos da Editora?
Nosso objetivo é ser uma casa editorial onde os nossos autores e autoras queiram ficar. Respeitamos aqueles que desejam ter uma experiência de publicação conosco e depois publicam em outras editoras menores. É um movimento migratório muito realizado nesses tempos, mas sou daqueles que ainda acreditam que uma parceria bem‐feita, e a longo prazo pode resultar em muitas coisas boas. Além disso, queremos aumentar o número de pessoas estrangeiras em nosso catálogo, voltando o olhar principalmente para a América Latina e para os países de línguas lusófonas.
É difícil responder essa pergunta, porque existem algumas variáveis em jogo. Ser uma pequena empresa no Brasil, seja qual negócio for, é complicado. Os impostos, a dificuldade na logística, o preço do livro e outras coisas mais são o que acabam trazendo aspectos negativos para se ter uma editora, mesmo que pequena em nosso país. Mas, ao mesmo tempo, é uma boa área para se trabalhar, uma vez que se goste de ler, revisar, lidar com pessoas, pois cada autor ou autora é diferente e daí é possível também fazer amizades duradouras. Os pequenos editores hoje é quem têm se dado às aventuras de publicar as coisas mais estranhas, diferentes e interessantes nos últimos anos, além de terem criado inúmeras feiras de livros, ajudando-se mutuamente e o próprio mercado. Muitas vezes, fazem mais até do que algumas associações que existem em prol do livro.
Como analisa a questão dos e-books?
Demorei para ver os e-books como aliados. Quando ajudei a fundar uma outra editora, a Substânsia, em Fortaleza, há quase 5 anos, eu era meio contra. Achava que era um gasto que não daria retorno. Contudo, a Moinhos nasceu com o objetivo de ter todo o seu catálogo tanto na versão impressão quanto na versão digital. Os e‐books ainda não se pagam, vendem pouco, mas vendem, e acabam levando nossos livros para outros lugares do mundo, o que é muito. O livro digital dá essa possibilidade. Além disso, conseguimos vender os e‐books de maneira mais barata do que muitas editoras fazem. Não conseguimos ver sentido se o livro digital é apenas 10% mais barato que o impresso. No nosso caso, buscamos trabalhar com descontos de 40 ou 50% nos nossos livros digitais. Eles ainda não são a preferência, mas ajudam e muito na divulgação do trabalho dos nossos autores e autoras.
Quais são suas leituras preferidas?
Talvez a poesia. Todos os dias leio poemas, nos livros que tenho nas estantes, pela internet, peço sugestões a amigos, o que seja.
Mas gosto muito de contos também, dois gêneros que não são tão bem vistos, ainda, pelos brasileiros.
Que conselho pode dar a um escritor principiante?
O primeiro conselho é o de ler, sempre. É impossível não ler para se escrever. Depois disso, sempre estar aberto a críticas. Hoje, os escritores acham que já nascem sabendo de tudo e que não precisam de críticas. Acho que é preciso ter humildade, saber ouvir e ler e ler e ler e estar sempre escrevendo. Escrever é prática.
Quais os próximos projetos da Editora?
Nosso objetivo é ser uma casa editorial onde os nossos autores e autoras queiram ficar. Respeitamos aqueles que desejam ter uma experiência de publicação conosco e depois publicam em outras editoras menores. É um movimento migratório muito realizado nesses tempos, mas sou daqueles que ainda acreditam que uma parceria bem‐feita, e a longo prazo pode resultar em muitas coisas boas. Além disso, queremos aumentar o número de pessoas estrangeiras em nosso catálogo, voltando o olhar principalmente para a América Latina e para os países de línguas lusófonas.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.