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sexta-feira, 31 de julho de 2020

Monólogo, por Roberto Fiori


Monólogo

A Lua, estrelas, planetas... todos espiralando em redor do núcleo turbulento da Galáxia. Rodopiando, imergindo em buracos negros, quando uma estrela colapsa. Entre tudo o que existe de melhor, encontro, nos últimos recantos do Sistema Solar, a Cidade, a última façanha do homem. Uma cúpula de estanho translúcido, uma atmosfera, as casas e os edifícios estendendo-se por quilômetros e quilômetros...
No Outono, o domo reluz com a queda da neve de metano congelado, no exterior. Os homens, mulheres e crianças passeiam sob o teto de metal, buscando... o quê? Há lojas, escolas, firmas, parques, ruas e avenidas? 
Não, não há nada glorioso como o fora nos dias de outrora. Hoje, em dias tão perdidos quanto uma ilusão, observo da órbita daquele pequeno mundo, asteroide imenso e volátil, a queda de uma civilização. Os habitantes da Cidade, sem poderem se libertar da rocha onde vivem, pois esqueceram-se da mágica do voo sideral. Podem circular por entre os montes de neve, procurando o alimento que algum dia encontrarão. Porém, enquanto essas sombras de homens não aprenderem a cultivar, a lavrar a terra e a construir seu próprio mundo, não se alimentarão. Mundo que foi deixado para eles, o que resta da Humanidade, em um átimo de grandeza, por seus antepassados.
Podiam ter sido menos belicosos, enquanto lutavam nas batalhas de Antíope e Calepsidra, nas escaramuças das praias uma vez belas e que hoje se encontram perdidas em escombros. Poderiam ser mais humanos, quando sem querer topavam com um vagabundo deitado na sarjeta e passavam ao largo, sem mesmo dedicarem-lhe um olhar mais sensível. Poderiam, ao invés de seguir em frente, ver o que haviam feito no passado recente e recuar um pouquinho, para salvar seu semelhante da fome.
Mas, se a fé move montanhas, o que dizer de Fingal, Medison, Arturo de Mezzanino e outros ditadores tão tresloucados quanto sanguinários? Pode-se pedir que ninguém surja como eles, para que a última e reclusa cidade humana não retorne a um tempo de barbarismo.
Epicentro de catástrofes, quem dera poder pedir que se escondam em suas casas para ocultarem seus rostos trágicos e culpados? Pois a loucura do homem o levou a morar em outros lugares hostis, ao contrário de como a Terra o fora, como um atoleiro de areias movediças do qual se está preso sem chance de escapatória.
Liberdade para todos, isso não é preciso pedir. As pessoas são livres para fazerem o que quiserem. Na Cidade não há espaço para se aprisionar os outros. Há tempo de sobra para se remoer o passado, mas nem uma hora por dia para se pensar no futuro. Quem diria que a raça humana fosse viver no cinturão de asteroides, quando podia escolher entre um bilhão de mundos conquistados?
Mas é desse modo que a guerra conduz a História, destruindo, pouco a pouco, o que foi alcançado com tanto esforço e sacrifício. Nesta viela, um menino persegue um bando de pássaros. Deixou de brincar, faz tempo. Se apanhar um deles, o levará para um lugar ermo e o matará, para assá-lo. No beco, uma mulher busca com uma faca um alvo, de preferência alguém fraco, para esfolá-lo e devorá-lo.
Tudo foi perdido. Apenas se consegue visualizar o fim do dia, quando menos pessoas sobreviverão e mais corpos se espalharão pelas travessas e espaços fechados. No espaço, uma estação espacial montada pelo último déspota lança de quando em quando um feixe de laser ou uma salva de mísseis termonucleares, em direção ao vazio sem fundo do vácuo negro. Já é hora do homem deixar este canto da Galáxia, de abandonar o cinturão de asteroides e partir para o infinito.
É hora de ele se despedir de tudo o que perdeu, de tudo o que foi bom e digno. 
É tempo de o homem se tornar adulto.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
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