Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores

Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores. Saiba mais, acesse: https://revistaconexaoliteratura.com.b...

Mostrando postagens com marcador Escritoras negras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Escritoras negras. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Da luta aos livros: Carolina Maria de Jesus

(…) em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.
Carolina de Jesus

Carolina de Jesus (Carolina Maria de Jesus, 1914-1977), está entre as primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Com problemas familiares desde a infância, era filha ilegítima e foi maltratada. Com muito sacrifício e apoio da mãe, frequentou a escola até o  segundo ano, aprendeu a ler e a escrever e foi justamente nessa época que começou a ter gosto pela leitura e escrita. Em seus manuscritos é fácil notar referências religiosas, mas Carolina foi expulsa da Igreja Católica, pois sua mãe tinha dois filhos ilegítimos. Já em sua fase adulta, também não foi readmitida na congregação, mesmo sendo católica devota. Com pouco estudo, foi uma mulher brilhante, sábia e visionária.

Sem dinheiro, Carolina só conseguia ler algo novo quando encontrava um livro ou revista que já tinham sido descartados por outras pessoas. Apaixonada pela leitura passou a escrever sobre o dia-a-dia na favela onde morava. Desempregada e grávida, isso em 1947, morando na favela do Canindé, em São Paulo, conseguiu emprego na casa de um famoso médico que liberou a leitura de seus livros de sua biblioteca particular, já que notou a paixão da empregada. Depois de ter mais dois filhos, passou a ser catadora de lixo, época em que voltou a registrar o seu cotidiano, somando vinte cadernos, sendo que um deles virou livro, intitulado “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. O livro foi um sucesso, tendo rapidamente três edições que somaram 100 mil exemplares vendidos e tradução para 13 idiomas, sendo vendido em mais de 40 países.

Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade. - Carolina de Jesus

Carolina teve o apoio do jornalista Audálio Dantas na publicação do seu livro “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, isso depois dele conhecer seus manuscritos.

Além do seu cotidiano, Carolina descrevia fatos políticos e sociais, reflexões sobre a pobreza que pode levar uma pessoa boa ao desespero, traindo seus princípios e cometendo atos dos quais jamais pensariam em cometer, diferente da autora que sustentava os filhos com o que encontrava no lixo.
Carolina Maria de Jesus morreu em 13 de fevereiro de 1977, vítima de insuficiência respiratória.
Segundo algumas informações de um site inglês, Carolina vendeu cerca de 30 mil cópias de seu livro em apenas três dias.
A fama e o dinheiro trouxe rapidamente inimizades. Seus vizinhos passaram a hostilizá-la e até jogavam pedras quando ela passava na rua.

PARA SABER MAIS:
Em 2014, foi criado o Portal Biobibliográfico de Carolina Maria de Jesus, mantido por Sergio Barcellos. Além de informações sobre a autora, leitores poderão conferir em detalhes a sua biografia, além de sua história em imagens: https://www.vidaporescrito.com
Compartilhe:

terça-feira, 9 de julho de 2019

Giovana Xavier, voz negra a se destacar na FLIP


Escritora lança, em Paraty, seu primeiro livro, Você pode substituir Mulheres Negras como objeto de estudo por Mulheres Negras contando sua própria história, publicado pela Editora Malê

Você pode substituir Mulheres Negras como objeto de estudo por Mulheres Negras contando sua própria história. O título grande dá pista dos caminhos que a historiadora Giovana Xavier percorre em seu primeiro livro, que será lançado, pela editora Malê, em 13 de julho, na Flip, em Paraty. São 33 artigos em que a autora “ousa teorizar sobre surfe, rap, férias, rebolado, orixá, literatura, Baco Exu do Blues, teatro – tudo junto e misturado”, como definiu a jornalista Flávia Oliveira que assina o texto da contracapa.

Fundadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ e pesquisadora de metodologias e práticas educativas feministas, Giovana Xavier, nesses artigos, inova na linguagem acadêmica para abordar de forma mais espontânea os temas da igualdade de gênero, da representatividade, da maternidade, entre outros. Divididos por eixos temáticos, os capítulos foram nomeados com hashtags: #eurobolo, #escrevivênciaacadêmica #nãosejogueprojetese, #intelectuaisnegras, #maternidadesemfiltro, #crowdflorido.

“O livro é a compilação de textos que escrevi intersectando os papeis de mãe, ativista, historiadora e professora universitária”, conta. Reuni-los, segundo Giovana, “contribui para destacar a importância da escrita de novas histórias por sujeitos silenciados no espaço público de debates”.

No livro, Giovana faz referências a pensadoras que a influenciaram, como Azoilda Loretto da Trindade, Kimberlé Crenshaw, bell hooks, Djamila Ribeiro e a própria Conceição Evaristo. 

Sobre a autora:
Giovana Xavier é professora da Faculdade de Educação da UFRJ. Formada em história, tem mestrado, doutorado e pós-doutorado, por UFRJ, UFF, Unicamp e New York University. É idealizadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ. Em 2017, organizou o catálogo Intelectuais Negras Visíveis, que elenca 181 profissionais mulheres negras de diversas áreas em todo o Brasil.

Sobre a editora:
Inaugurada em junho de 2016, a Editora Malê tem como objetivo a valorização de escritoras e escritores negros e a ampliação da diversidade no mercado editorial brasileiro. Entre seus autores estão expoentes da literatura afro-brasileira como Conceição Evaristo, Cuti Silva e Muniz Sodré, além de novos talentos como Rosane Borges, Cristiane Sobral, Eliana Alves Cruz, Ernesto Xavier, Fábio Kabral, entre outros. A editora também lançou seu próprio prêmio de literatura – voltado a jovens escritores negros – e, a cada ano, publica uma coletânea com os textos vencedores do concurso.

Você pode substituir Mulheres Negras como objeto de estudo por Mulheres Negras contando a sua própria história, 160 páginas, R$ 40,00.

Lançamento na Festa Literária Internacional de Paraty - FLIP 

Data: 13 de julho
Horário: 15 horas
Local: Casa Poéticas Negras
(Rua Marechal Santos Dias, 22 – Centro Histórico de Paraty)
Compartilhe:

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Procura-se: poeta busca leitores de literatura negra feminina

Por meio de postais digitais, Elizandra Souza está em busca de pessoas que queiram conhecer mais da literatura contemporânea brasileira feita por mulheres negras

"Procura-se leitores de literatura negra feminina". Esta é a provocação do novo projeto da poeta e jornalista Elizandra Souza, que busca, através de postais digitais, sensibilizar as pessoas para conhecerem e consumirem a literatura negra feminina feita às margens, como a dela própria, entre outras publicações do selo Mjiba. A recompensa é conhecer mais da literatura contemporânea brasileira feita pelas mulheres negras.

A ideia surgiu, segundo Elizandra Souza, após identificar e vivenciar a invisibilidade das mulheres negras no universo literário, especialmente o alternativo. "Apesar de termos um aumento no número de escritoras negras, vindas de periferia, que fazem uma literatura às margens do mercado, ainda não temos leitores e digo isso entre nós mesmas: nós não nos lemos. Ou pelo menos não o fazemos com a frequência que seria necessária para nossa literatura se pulverizar em diferentes espaços. É claro que estamos avançando, mas ainda precisamos de leitores. Por isso,  lanço esta campanha. Quem sabe encontramos leitores?", disse.

A ação começou no mês de julho em alusão ao Dia da Mulher Negra Afro-Latino-Americana e Caribenha, comemorado no dia 25. "É uma data importante para nós, mulheres negras. Trazer para o debate a nossa literatura é fundamental, a fim de compreendermos os caminhos que trilhamos e para onde estamos indo com o que produzimos", refletiu.

Estampam os postais escritoras como Jenyffer Nascimento, Raquel Almeida, Nayla Carvalho e  Tina Mucavele, de Moçambique, além dela própria. Todas elas são autoras publicadas pelo selo criado por Elizandra, o Mjiba – palavra de origem chona que significa Jovem Mulher Revolucionária. As autoras supracitadas possuem textos no livro "Pretextos de Mulheres Negras", lançado em 2013, com coordenação de Elizandra Souza e Carmen Faustino. A obra reúne 22 autoras negras e teve distribuição gratuita de exemplares no lançamento.

"O Pretextos de Mulheres Negras foi uma provocação e foi uma provocação bem sucedida. Quisemos mostrar que existimos enquanto autoras negras e que produzimos uma literatura de qualidade. Distribuímos exemplares no lançamento para que não houvesse desculpas quanto ao consumo da nossa literatura", destacou.

Entre os livros está também o "Águas da Cabaça", publicado por Elizandra Souza em 2012, cinco anos após o lançamento da primeira obra, "Punga", em co-autoria com Akins Kintê. O livro traz poesias feministas, com temáticas que passam por amor, liberdade, violência contra a mulher e a necessidade da escrita negra feminina nas periferias de São Paulo. A obra é dividida em cinco capítulos e traz ainda citações de escritoras negras da diáspora africana como Paulina Chiziane, Conceição Evaristo, Maria Tereza, Zara Neale Hurston e J. Mozipo Maraire. Além disso, conta com ilustrações de Renata Felinto e Salamanda Gonçalves.

Outra obra em destaque nos postais que tendem a inspirar novos leitores é a "Terra Fértil", de Jenyffer Nascimento, publicado em 2014, também com organização de Elizandra Souza e Carmen Faustino, com uma reunião de textos publicados em diferentes antologias, como Pretextos de Mulheres Negras, Sarau do Binho, entre outras.

Assim, com estes livros, a poeta pretende instigar a atrair novos leitores.  Os postais estão disponíveis na página dela no Facebook e os livros podem ser comprados também diretamente com a escritora.

Serviço  - Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas na página fb.com/elizandramjiba 

 
Compartilhe:

Baixe a Revista (Clique Sobre a Capa)

baixar

E-mail: contato@livrodestaque.com.br

>> Para Divulgação Literária: Clique aqui

Curta Nossa Fanpage

Siga Conexão Literatura Nas Redes Sociais:

Posts mais acessados da semana

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA
clique sobre a capa

PATROCÍNIO:

CONHEÇA O LIVRO

REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

AURASPACE - CRIAÇÃO DE BANNERS - LOGOMARCAS - EDIÇÃO DE VÍDEOS

E-BOOK "O ÚLTIMO HOMEM"

E-BOOK "PASSEIO SOBRENATURAL"

ANTOLOGIAS LITERÁRIAS

DIVULGUE O SEU LIVRO

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

APOIO E INCENTIVO À LEITURA

APOIO E INCENTIVO À LEITURA
APOIO E INCENTIVO À LEITURA

INSCREVA-SE NO CANAL

INSCREVA-SE NO CANAL
INSCREVA-SE NO CANAL

Leitores que passaram por aqui

Labels