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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Profª Elena Vássina e o livro “Conversa noturna e outras histórias”, de Leonid Andrêiev (Orel Books)

Elena Vássina - Foto divulgação
Sobre Elena Vássina: 
Pesquisadora russa,  atualmente trabalha como professora dos cursos de graduação e de pós-graduação da USP, participando nos projetos da pesquisa do Programa da Pós - graduação em Literatura e Cultura Russa e orientando mestrandos e doutorandos. Organizadora, autora e tradutora dos livros “Tipologia do simbolismo nas culturas russa e ocidental” (2005), “O cadáver vivo”, de L. Tolstói (2007), “Liev Tolstói: Os últimos dias”(2011), “Teatro russo: literatura e espetáculo” (2011), “Stanislávski: Vida, obra e Sistema” (2015), “Eugênio Onêguin”, de A. Púchkin (2019), entre outros. Em 2016, foi finalista do premio Jabuti e do premio Aplauso Brasil. 

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como surgiu seu interesse em estudar a língua e a literatura russas e como foi sua vinda para trabalhar no Brasil?

Profª Elena Vássina: Não fui eu que escolhi, foi predestinação (risos...)

CL: Leonid Andrêiev foi escritor, dramaturgo, crítico, ensaísta, pintor e fotógrafo e considerado o pai do expressionismo russo. Sua obra também é representativa dos estilos do realismo e do naturalismo. Entretanto, para alguns estudiosos, ele é tido como um “autor menor”. Qual sua opinião sobre isso e qual a importância de Andrêiev para a literatura russa?

EV: Eu chamo Leonid Andrêiev de um “esquecido” entre os grandes escritores russos. E é verdade que ele, um dos incontestáveis clássicos da literatura russa, se tornou um grande esquecido no meio da avalanche das publicações dos escritores russos no Brasil nas duas últimas décadas.

CL: Andrêiev tem fama de autor soturno, trágico e pessimista. Este rótulo faz justiça à sua obra como um todo?

EV: Leonid Andrêiev entrou na literatura no final de século XIX quando, em 1898, foi publicado seu primeiro “conto natalino”, “Bargamot e Garaska”, e logo chamou atenção dos leitores que sentiram na criação do jovem escritor sua proximidade à obra de Tchekhov e Górki. Este último, ao perceber “revoltas dentro da alma humana” como o tema central de Andrêiev, ajudaria muito a ascensão rápida da carreira literária do jovem colega, admirando este “homem de raros originalidade e talento e muito corajoso na sua busca de verdade”. Porém, o leitmotiv de “revolta”, tão importante também na criação de Górki, é tratado por Andrêiev de maneira diferente: fortemente marcado pelo pessimismo social, o escritor não vê nenhuma possibilidade de resolver as profundas angústias existenciais que, ao seu ver, fazem parte integrante da trágica condição de vida humana. E nesse sentido, Andrêiev foi um filho fiel do novo Século XX com todas as suas crises humanísticas e metafísicas. Talvez por causa dessa consonância com a atmosfera da nova era, ele se virou um dos contistas russos mais lidos no início do Século XX. 

CL: Embora muito famoso e popular em seu tempo, Andrêiev é um autor pouco divulgado em língua portuguesa. Em sua opinião, o que justifica essa situação?

EV: O processo de “descobrimento” da literatura russa no mundo lusófono está ligado com as traduções diretas para o português que tem começado faz pouco tempo  e por isso ainda foi impossível apresentar toda a riqueza e diversidade que nossa literatura tem. Antes de mais nada, as editoras brasileiras ficaram interessadas na publicação das obras mais conhecidas – como, por exemplo, as de Dostoiévski ou de Tolstói ou de Tchekhov. 

CL: A Editora Orel Books está lançando o importante livro “Conversa noturna e outras histórias”, de Leonid Andrêiev, cujo centenário da morte completa-se neste ano de 2019. Como a Srª avalia a importância deste lançamento para o público brasileiro?  

EV: Certamente essa publicação é muito importante, ela abre para os leitores brasileiros novo e fascinante universo literário russo apresentando diferentes facetas da criação de Leonid Andrêiev na tradução direta e cuidadosa de Helena Kardash.

CL: O que os leitores podem encontrar na obra de Andrêiev?

EV: Ao meu ver, Andrêiev, como nenhum outro escritor russo do início do Século XX, conseguiu refletir todas as “questões malditas” da existência humana, revelando irracionalidade do mal dentro da natureza humana e abrindo as feridas doloridas da alma humana. E tudo isso por meio da linguagem literária expressiva, plena de trágicos contrastes e das imagens simbólicas. Interpretando as ideias filosóficas de Schopenhauer e mergulhando nos abismos do “homem subterrâneo” de Dostoiévski, o escritor é veemente em sua crítica da solidão humana na sociedade e na cultura urbana. Seu universo literário é tão intenso e denso que não deixa ninguém impassível: sua obras provocam e tiram os leitores da zona de conforto. Em uma das suas últimas obras, “SOS”, Andréiev escreve: “Assim como um telegrafista no navio que no meio de escuridão está afundando, manda o ultimo pedido: “Socorro! Rápido! Estamos afundando! Salvem-nos!”, eu, movido pela fé na bondade do homem, lanço ao espaço e à escuridão meu clamor sobre as pessoas que estão afundando... A noite é escura... E o mar está assustador! Mas o telegrafista acredita e, teimoso, chama, chama até o ultimo minuto, até o ultimo fogo apagar e até seu telégrafo ficar mudo para sempre”. 

CL: Poderia destacar um trecho que você considera especial no livro “Conversa noturna e outras histórias”?

EV: “Uma inflexível e enigmática fatalidade pairou sobre Vassíli Fivéiski durante toda a sua vida. Como se amaldiçoado por um feitiço desconhecido, desde a juventude ele carregou um pesado fardo de tristeza, doença e pesar, e as feridas que sangravam em seu coração jamais cicatrizavam. Ele se sentia solitário em meio às pessoas, como um planeta em meio aos outros planetas, e parecia que um ar peculiar, destrutivo e pernicioso, rodeava-o como uma nuvem invisível e transparente.” (A vida de Vassíli Fivéiski (1904) p.273)

CL: Perguntas rápidas:

Um livro: “O idiota”, de F. Dostoiévski.
Um autor ou autora: Lev Tolstói
Um ator ou atriz: Daniel Day-Lewis
Um filme: tantos… não posso escolher apenas um
Um dia especial: 21 de março – início do novo ano astrológico, energias renovadas

Para adquirir o livro “Conversa noturna e outras histórias”, de Leonid Andrêiev: Clique aqui.
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sábado, 28 de setembro de 2019

Orel Books lança "Conversa noturna e outras histórias", de Leonid Andrêiev


Neste ano de 2019 completa-se o centenário da morte, prematura, de Leonid Andrêiev. Tal evento não poderia passar em branco junto aos leitores lusófonos de literatura russa. Embora muito famoso e popular em seu tempo, Andrêiev não desfruta hoje do reconhecimento e da divulgação que merece em língua portuguesa. Esta edição inédita de obras do autor, em cuidadosa tradução diretamente do original russo, pretende preencher em parte esta grande lacuna e, ao mesmo tempo, lhe prestar uma merecida e sincera homenagem.

O lançamento do livro contou com a participação da Profª Elena Vássina (FFLCH-USP), que fez uma apresentação da vida e obra do autor, seguida de debates com os participantes.

Sobre o autor
Leonid Nicolaievich Andrêiev foi escritor, dramaturgo, crítico, ensaísta, pintor e fotógrafo e considerado o pai do expressionismo russo. Sua obra é representativa dos estilos do realismo e do naturalismo.

Andrêiev nasceu em Oriol, Rússia, em 9 de agosto de 1871, em uma família de classe média russo-polonesa. Estudou Direito em São Petersburgo e Moscou, tornando-se repórter do tribunal policial para um jornal de Moscou. Escreveu alguns textos sem muito sucesso, tendo publicado seu primeiro conto em 1898, “Bargamot e Garaska”, que chamou a atenção de Maksim Górki, já famoso nesta época. Impressionado com os primeiros textos, Górki recomendou a Andrêiev que se dedicasse em tempo integral à literatura.

Andrêiev rapidamente ganhou fama depois que sua primeira coletânea de contos foi publicada em 1901. Muitos de seus trabalhos enfocavam os aspectos psicológicos de seus personagens e um tratamento dramático da sexualidade para a época. Vivendo um momento muito agitado da história russa, envolveu-se em debates políticos como defensor dos ideais democráticos durante a Revolução Russa. Histórias que tipificaram o espírito deste período de agitação política incluem “O Riso Vermelho” (1905), “O Governador” (1905) e “Os Sete Enforcados” (1908). Outros de seus mais famosos contos e novelas são “Lázaro” (1906) e “Judas Iscariotes” (1907). Estreou como dramaturgo e escreveu muitas peças a partir de 1905. Uma de suas peças mais exibidas e populares na Rússia do século XX foi “Os dias das nossas vidas” (1908).

Andrêiev faleceu em 12 de setembro de 1919, em sua propriedade em Vammelsuu, território então pertencente à Finlândia. Sua última novela, “Diário de Satanás”, estava inacabado em sua morte. Publicado em 1921, pinta um mundo em que o mal ilimitado triunfa. Em 1956, seus restos mortais foram levados para São Petersburgo. Proscrito pelos revolucionários, sua a obra somente voltou a ser publicada na Rússia a partir da década de 1960.

“A essência do talento de Andrêiev é constituída por uma sensibilidade extrema, uma grande audácia na descrição dos lados negativos da realidade, das melancolias e dos tormentos da vida.” 
Sergei Perski, escritor

Sobre o livro
São ao todo 19 textos, sendo 18 contos e novelas e uma peça de teatro, em mais de 400 páginas, com esmerada produção editorial e gráfica.

O leitor encontrará nos textos desde a ternura e compaixão de Andrêiev pelas pessoas simples do povo russo, como também reflexões filosóficas sobre o sentido da vida, passando, ainda, pelo lado sombrio e soturno característico de sua obra e finalizando com um toque de humor.

Trechos do livro:

“E com frequência eu ia à estação para ver os trens de passageiros chegando. Não esperava por ninguém e não havia ninguém que pudesse vir me visitar; mas eu amo esses gigantes de ferro, quando eles passam correndo, balançando seus ombros e bamboleando nos trilhos por causa do peso colossal e da força, e levam para algum lugar pessoas que não conheço, mas que me são próximas. Eles parecem vivos e extraordinários para mim; em sua velocidade, sinto a vastidão da Terra e a força do homem e, quando eles gritam imperativa e livremente, penso: na América, na Ásia e na ígnea África eles também gritam assim.”
Na estação

Dados técnicos
Título: Conversa noturna e outras histórias
Autor: Leonid Andrêiev
Tradutora: Helena Kardash 
Capa: brochura
Páginas: 417
Editora: Orel Books
Edição: 1ª (agosto de 2019)
Idioma: Português
ISBN: 978-65-80695-00-3
Formato: 23 x 16 x 2,5 cm
Peso: 620g
Preço: R$ 79,00

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