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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Fernão de Magalhães - Gianluca Barbera

Juan Sebastián Elano, chamado de "el Pero" (o Cão) navegou ao lado de Fernão de Magalhães por "um ano, sete meses e dezessete dias", que segundo ele foram os que contou. De cinco carracas - nome dado a navios que transportavam mercadorias - que enfrentariam os oceanos, apenas uma retornou (a Victoria) que estava sobre o comando desse timoneiro ao final da referida viagem.

Estamos falando de uma expedição que partiu sob o comando de Fernão de Magalhães, cuja história é conta por Elano no livro que recebe o nome Fernão de Magalhães, do escritor Gianluca Barbera, publicado no Brasil pela Editora Vestígio com tradução de Reginaldo Francisco - uma edição comemorativa dos 500 anos da jornada marítima ao longo do planeta.

O narrador da história traiu o comandante e colheu os louros no lugar daquele que foi o "único a merecer o título de circum-navegador do globo e de descobridor de novos mundos a oriente". Sebastián Elano, sentindo a morte se aproximando, aos oitenta e dois anos, faz a confissão já no prólogo da obra e o faz para "restituir àquele homem sublime que foi (...) Fernão de Magalhães a luz que seu glorioso nome merece". O próprio narrador revela ainda: "a consciência nunca deixou de atormentar-me, dia e noite; e isso é bom, porque, se assim não fosse, não poderia considerar-me um homem. Por tempo demais me tenho deixado esmagar pelo peso da culpa, calando-me, para não ter de renunciar àquelas honras e àquelas riquezas..." A partir daí passa a nos contar a história da primeira circum-navegação pelo globo e todos os acontecimentos que ocorrem durante o período em que estiveram pelos mares.

O objetivo de Fernão de Magalhães era dar a volta do Ocidente para o Oriente num percurso único e sem interrupções. Tal feito revelaria uma maneira mais ágil de chegar às Índias e o Mar de Sonda e, no discurso de Fernão, isso poderia aumentar as riquezas da Coroa de Espanha. Fernão queria também provar que as Ilhas Molucas estavam dentro da parte designada para a Espanha no Tratado de Tordesilhas. Com tal argumentação obteve apoio do rei que o confiou cinco navios munidos de "tripulação, víveres e artilharia". O português, a trabalho da Espanha, parte com os navios de Sevilha.

A navegação liderada por Fernão de Magalhães enfrenta alguns contratempos. Alguns deles se revelam ainda em terra firme, quando algumas pessoas, incluindo gente ligada à Portugal, tenta impedi-lo de partir. Já embarcados notamos que alguns dos tripulantes dos barcos tem alguma motivação camuflada, que por vezes se revelam nos diálogos e/ou nas estrelinhas do que falam.

Eles vivem uma verdadeira aventura nos mares e terras que cruzam. Se deparam com povos indígenas a quem tentam impor a catequização, promovem escambos e se confrontam com tradições que os inquietam, como a tribo que tem práticas canibais. Uma característica de Fernão é ressaltada pelo nosso personagem-narrador; o líder da navegação não era afeito a escravidão das pessoas e permitia que de ouro fosse carregada apenas uma certa quantia.

Observamos na escrita que palavras próprias do linguajar de quem navega são utilizadas. Para que a compreensão do leitor não seja prejudicada em algum aspecto que tenha ligação com o uso dos termos há, no fim do livro, um glossário. Observo, contudo, que mesmo que você não o utilize para consultas, o entendimento sobre o texto não é diminuído.

Fernão de Magalhães é um personagem intrigante que apresenta força, como seu espírito de liderança e a determinação em colocar em prática sua empreitada e, por outro lado, se engrandece demais de seus feitos, deixando no ar uma certa visão que diminui as ações de algumas figuras que navegam com eles. O que deve advir do fato de que é "nada afeito à introspecção". Tais características podemos depreender de suas ações e de falas trocadas com outros personagens. Ressalte-se, no entanto, que estamos falando de um relato feito em primeira pessoa por alguém que, nas páginas iniciais, revela que o traiu. Podemos então ter uma visão enviesada.

Outro fato ligado ao almirante é que só ele sabia ao certo o objetivo da viagem. Os tripulantes tinham conhecimento de que procuravam uma passagem, mas não sabiam o que havia além dela. Não seria tudo uma ilusão? Eis um dos questionamentos feitos por el Perro. A ilusão aqui refere-se ao fato da incerteza do que poderão encontrar. Por vezes, alguns relatam que acreditam que Magalhães não sabe exatamente que caminho estão fazendo e pretendiam voltar ao Brasil.

Eles enfrentam intempéries, doenças e motim, provocado por alguns que pretendiam tomar a navegação para si. A nau transforma-se num tribunal para julgar os traidores. A viagem segue, passam por terras e se deparam com uma imensa extensão de água que depois veio a ser denominada de Oceano Pacífico. 

"Diante de nós se descortinava uma vastidão sem fim de água, assustadoramente bela e calma, com ondas longas e plácidas. O sol despontava entre as nuvens. A vida parecia renascer depois de meses de tormentos do corpo e do espírito.

O grande Oceano Pacífico. Assim o chamaríamos depois de percorrê-lo. A maior extensão de água de todo o globo. Mas ainda não sabíamos disso. Ainda não sabíamos quantos sacrifícios e sofrimentos nos traria."

A comida entra em escassez, a falta de condições dos navios, a redução de recursos, tudo os coloca em perigo, inclusive com o risco de morrer. Diga-se que em muitas das etapas vários foram os mortos (ou presumiu-se morto, porque desaparecem).

Fernão de Magalhães não sobreviveu. Daí decorre o fato de que nosso narrador levou os louros em relação a jornada que empreenderam com a navegação dos cinco barcos, vez que foi com ele que a nau sobrevivente retornou. A obra, como dito inicialmente, é a forma do narrador refazer a história e transferir os louros ao almirante Fernão de Magalhães. 

O livro nos apresenta uma história rica de aventuras e de figuras singulares que nos levam verdadeiramente para uma expedição em alto mar. A ambientação recriada pelo autor transparece o clima da tensão que paira no ar e no desejo latente de que o objetivo seja alcançado. Essa certeza emana, sobretudo, de Fernão de Magalhães que deu origem a essa empreitada solicitando apoio à Coroa de Espanha.

A narrativa feita por el Perro é o que restou de manuscritos que ele teria deixado. A história é contada sob sua perspectiva e perfaz todo o trajeto, além de notadamente, como pretendido por ele, entrega os louros à Fernão de Magalhães, que tanto lutou para que a referida expedição acontecesse de fato. Trata-se de uma ficção histórica e o trabalho consolidado do autor ao reconstituir um dado evento real é tamanho que, por vezes, chegamos a nos questionar se não estamos lidando de fato com a realidade completa daquilo que teria acontecido.

O nome de Fernão de Magalhães permanece inspirando navegadores pelo seu grande feito. Ainda que não tenha concluído a jornada que se lançou, sua representatividade e o seu nome estão gravados na história.

Sobre o autor:

Ginaluca Barbera também é autor de La truffa come una delle belle arti (2016) - finalista dos prêmios Neri Pozza, Chianti, e Città di Como - e do ensaio Idee viventi. É filósofo e, atualmente é colaborador das páginas culturais do Il Giornale e da revista online Pangea.

Ficha Técnica:
Título: Fernão de Magalhães
Escritor: Gianluca Barbera
Tradução: Reginaldo Francisco
Editora: Vestígio
Edição: 1ª
Ano: 2019
ISBN: 978-85-54126-35-3
Número de Páginas: 255
Assunto: Ficção histórica
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quinta-feira, 27 de junho de 2019

1968: Quando a Terra tremeu, de Roberto Sander


MEIO SÉCULO DEPOIS, AINDA SENTIMOS OS EFEITOS DO “ANO QUE NÃO TERMINOU”

1968 é um ano-chave para a história mundial e brasileira, repleto de episódios emblemáticos, como o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar. A abordagem do jornalista Roberto Sander neste livro, contudo, não se limita aos acontecimentos políticos que tão profundamente marcaram o período.

O painel de 1968 construído aqui é completamente novo. A narrativa avança mês a mês, tratando dos mais variados assuntos. O leitor é levado ora para a Guerra do Vietnã, ora para a primeira visita ao Brasil de um arredio Mick Jagger; para a África do Sul, em pleno Apartheid, onde acontecia o primeiro transplante de coração bem-sucedido do mundo; para Havana, onde Fidel Castro fazia um expurgo no Partido Comunista cubano; e para as viagens espaciais que preparavam a chegada do homem à Lua.

Em 1968 – Quando a Terra tremeu, Roberto Sander explora histórias saborosas e surpreendentes sobre ciência, moda, comportamento, esporte e cultura em geral, daquele que foi um ano ainda mais complexo, assombroso e sedutor do que se sabe.

________________________________________

“Tendemos a pensar em 1968 como uma instituição. Deixou de ser um ano – tornou-se uma época, uma era, algo vindo da mitologia. Mas não. 1968 foi um ano como todos os outros, constituído de meses, semanas e dias. A diferença é que, em cada um desses meses, semanas e dias, o mundo estava sendo dividido em antes e depois. Eu devo saber – porque estava lá. E agora revejo tudo neste livro de Roberto Sander.”
Ruy Castro, escritor

Páginas: 304 • Formato: 16 x 23 cm • Acabamento: Brochura • ISBN: 9788582864371 • Código: 13344 • Área temática: História • Editora Vestígio • Edição: 1 • Mês/Ano de publicação: 04/2018

7 frases do livro "1968: Quando a Terra tremeu"

"As causas do descontentamento estudantil variavam de país para país, mas em todas as esferas existiam jovens que rechaçavam a sociedade caduca que lhes era oferecida. Eles simplesmente descobriram que tinham poder e passaram a sonhar com novos valores e com uma nova ética." - pág. 13

"Em tempos de Guerra Fria, a maior ameaça que pairava sobre o planeta era a eclosão de um conflito nuclear. A humanidade já havia vivido recentemente essa possibilidade." - pág. 34

"Das grandes janelas do Rio Negro, o que se via era só o deslumbramento de uma região de muito verde e de ar puro, em contraste com a atmosfera abafada que sufocava a política nacional." - pág. 50

"Cumprimos o nosso dever e havemos de cumpri-lo à custa de qualquer sacrifício. Os agitadores pedem sangue, mas o Brasil continuará sem sangue." - pág. 85

"O lema é 'proibido proibir' expressava bem o espírito de rebeldia que alimentava os sonhos dos jovens franceses." - pág. 120

"No núcleo da polêmica estabelecida na cultura brasileira naquele momento, Roda Viva representava, como afirmou Caetano Veloso, 'uma oportunidade de revelar os conteúdos inconscientes do imaginário brasileiro." - pág. 170

"Elizabeth se encantou com os quadros de Lula Cardoso Ayres e admirou as obras de arte em cerâmica de Francisco Brennand." - pág. 255 

Avaliação do livro: Nota 10
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