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terça-feira, 17 de maio de 2016

Entrevista com Adriana Sydor

Adriana Sydor
Foi diretora da rádio Educativa do Paraná, prestou consultoria para o Portal Educacional, Positivo Informática e hoje assina a coluna de música da Revista Ideias e escreve no blog Mil Compassos.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Adriana Sydor: Comecei, decerto, como começam todos: pela leitura. O universo dos livros me guiou primeiro na descoberta de outros mundos, outras vidas, outras histórias. Foi uma espécie de espanto que inaugurou um desejo de também fazer parte daquilo tudo. Fui seduzida pela comunicação, pelas palavras e acabei por acreditar que a literatura é a forma mais civilizada, barulhenta e silenciosa, de estar no mundo. Hoje escrevo pelo mesmo motivo que leio: paradoxalmente, para descobrir coisas, descortinar alguns mistérios. Leitura e escrita se transformaram nas formas mais íntimas de me relacionar.

Conexão Literatura: Você lançou recentemente o livro "Adriana Sydor, toda prosa" (Travessa dos Editores), poderia comentar?

Adriana Sydor: Este livro é uma seleção de crônicas do blog Mil Compassos (www.milcompassos.com.br) que coloquei no ar como forma de não enferrujar o texto, numa época em que trabalhava na gestão da Rádio Educativa e não tinha muito tempo para tratar da comunicação escrita. Comecei com esta finalidade bem clara, mas com o passar do tempo e o aumento do número de acessos fui percebendo uma necessidade crescente em me comunicar nesta forma.
A vida cotidiana é cheia de espantos e logo nasceu em mim o desejo dessa narrativa, de contar sobre como me sinto diante das coisas simples e corriqueiras. Dito assim pode parecer um pouco pretensioso, mas na prática é uma maneira de trocar ideias e de saber um pouco sobre os outros também.
Quando comecei a receber pedidos para que aquele universo pulasse para páginas de livro, fiquei insegura e não conseguia compreender direito os motivos para a transição, mas num determinado momento entendi que nem todo mundo está ligado no lance virtual e a mudança se fez.
Eu gostei muito, curti e recebi respostas ainda mais completas nesse anseio de comunicação, de saber de outras pessoas e até de saber de mim mesma...

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de “Adriana Sydor, toda prosa", especialmente para os nossos leitores?

Adriana Sydor: Como essa é uma tarefa difícil, abri o livro numa página aleatória. O resultado foi esse:
“a cada dia que passa meus cabelos ficam mais pálidos. também perdem vigor e volume e quase não faz sentido estarem a cobrir as costas. estola de bicho quase morto.
tão difícil envelhecer. tão bom envelhecer.
crise.
ontem ouvi da mocinha da clínica de estética sobre todos os meus defeitos físicos. aqueles que ela quer combater com lasers, botox, ácidos e uma infinidade de invenções caras para transformar calhambeque em esportivo.
achei até engraçado. as marcas do rosto, as cicatrizes na pele, os vincos pelo corpo são, como disse o humorista, a luta. passar borracha na casca é bem parecido com querer apagar a história.
ninguém gosta de perder o brilho, ver o tempo se sobrepondo ao corpo e cantando em voz alta e poderosa o quanto ele é mais forte. mas transformar isso num combate sem reflexões, acho estranho.
[…]
como já disse em outra não-oportunidade, aprender envelhecer, se preparar para a morte, ser consciente da finitude deveriam ser assuntos obrigatórios nas rodas, nas escolas, nos meios. sem nenhum tipo de tabu (detesto essa palavra!) ou depressão, só tratados com a mesma naturalidade com que falamos da profissão, da infância, do filho, do futebol.
talvez a vida fosse mais ampla, os sonhos mais possíveis e os problemas menores se a consciência do tempo e suas marcas estivessem para nós com a mesma simplicidade dos outros assuntos que nos compõem.
de uma forma ou de outra, estamos todos a tentar enganar os ponteiros e a acreditar que temos ainda muito tempo. e é assim que a mocinha da clínica de estética ganha o seu pão de todos os dias, vendendo a ilusão de despistar os anos do passado e do futuro.”

Conexão Literatura: Como Educadora, você participou de projetos de alcance nacional e escreveu uma coleção de livros sobre personalidades da MPB para crianças. Conte pra gente como foi esse projeto.

Adriana Sydor: Há qualquer coisa em mim que sempre pendeu pro lado da música. Sou ouvinte, faço parte de uma plateia que se esbalda na música brasileira. é quase um modo de viver e de saber de narrativas muito particulares sobre a própria vida contada por outros. Isso também sempre esteve presente na vida dos meus filhos, que em idade escolar tinham algumas dificuldades entre o que era popular entre os colegas e o que se ouvia em casa. Com o susto ao perceber a distância dos dois mundos e a sugestão de uma grande amiga, Luciana Monteiro, veio a ideia de contar para outras crianças sobre esse universo tão rico, esse patrimônio tão nosso, tão forte e com uma inexplicável obscuridade. Nasceu a Coleção MPB para Crianças, dez artistas biografados para o público infantil e um mar de belas surpresas em minha vida. 

Conexão Literatura: Como os interessados deverão proceder para adquirir um exemplar do seu livro?

Adriana Sydor: Há informações sobre isso no blog, no contato direto com a editora (www.travessadoseditores.com.br) e nas livrarias.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Adriana Sydor: Sim. Muitos. Atualmente estou envolvida com a edição do terceiro volume do Livro dos Novos, que é uma reunião de contos de novos escritores; um livro de um poeta e tanto do Paraná que me emociona a cada linha; outro livro de crônicas de Jaime Lerner; a estreia de Ilana Lerner e um romance histórico de Etel Frota – são projetos da Travessa dos Editores para 2016 e o início de 2017.
Sobre escritos particulares trabalho num romance que não tem hora para acabar e coleciono novas crônicas para publicar no final do ano. 

Perguntas rápidas:

Um livro: O primeiro da vida, o que abriu as portas: “Lucia Já-Vou-Indo”, de Maria Heloisa Penteado
Um(a) autor(a): Marguerite Duras
Um ator ou atriz: Charles Chaplin
Um filme: Flor da neve e o leque secreto
Um dia especial: hoje, sempre hoje
Um desejo: que a vida passe devagar e me permita

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Adriana Sydor: Fico feliz em poder conversar sobre o meu trabalho. Também um pouco sem jeito, porque sei da riqueza, diversidade e número incontável de obras que marcam nossa existência através dos tempos. Sei do meu tamanho, mas isso não me impede em querer um lugar maior do que eu mereço, porque quero ser lida, apesar de tudo.
Treco difícil é fazer propaganda de si mesmo, se auto-elogiar é uma das mais desonrantes formas de dizer ao mundo a que veio.
Estou a sofrer dentro dessa maldita questão. Depois que publiquei livro, leio, acanhada, tímida e desconfiada, comentários positivos, publicações a enaltecer a obra, generosidades em mensagens. Tudo isso é bom. Perigoso, mas bem gostoso.
Sei que entre meus devaneios de independência figura a dificuldade de promover-me, contar-me, propagar-me. É preciso que eu diga com todas as letras os motivos que me fazem crer que a escolha, compra e leitura do meu livro são ações fundamentais na vida das pessoas. E são? Claro que não! O que qualquer estante mais ou menos, como a minha por exemplo, apresenta como opções de leitura, já é um universo imenso de alternativas. Imagine concorrer com toda a literatura do mundo. Imagine os clássicos. Imagine uma grande biblioteca. Imagine as leituras técnicas obrigatórias. Imagine o seu autor favorito...
Agora pense nessa cena: eu, numa livraria, a falar em causa própria: “crônica?, não, não leve o Rubem Braga, compre o meu livro, ele é muito bom!”. Acho que me colocariam imediatamente numa camisa de força e me trancariam para nunca mais.
Numa anti-propaganda, mesmo precisando muito dela, dou sugestão, ainda que ninguém me tenha solicitado: se te sobrar uma graninha nesse mês, vá à livraria e compre um livro do Rubem Braga, este sim, fundamental.

Visite o blog da autora: http://milcompassos.com.br

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