João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Entrevista com o autor Roger Iglesias Berardo (Casa Projetos Literários)


Com uma escrita ágil, forte e sem meias palavras, Roger nos apresenta em seu primeiro romance uma estética que desmascara e questiona a sociedade brasileira dos reality's shows, e dos influenciadores. 

“Ovelha Cinza”, um romance sobre a raiva, reflete brutalmente o caminho de polarização que vivemos fora e dentro de nossas casas.

Seu original já está sendo negociado com editoras do Brasil e de Portugal. 

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: O que o inspirou a começar a escrever?

Roger Iglesias Berardo: É até cômico dizer isso, mas a probabilidade de eu me tornar escritor era mínima – minha mãe nunca foi ligada às artes e meu pai, bom, meu pai pior ainda, só leu dois livros na vida e ambos na infância dele. Eu, pelo contrário, sempre curti a arte da escrita, e eventualmente espiralei através da soma disso com minha criatividade. Eu costumava escrever poemas, mas migrei para romances e não me arrependo – criar um mundo, um universo, uma estória que vem da sua mente é algo divino e célebre.

Conexão Literatura: Você é autor do livro “Ovelha Cinza”. Pode comentar sobre a história?

Roger Iglesias Berardo:  Ovelha Cinza é um romance sobre a raiva, a raiva que sentimos em polarizações, controvérsias, situações, e o caramba a quatro. É a estória de vários indivíduos presos juntos em um reality show e sob enorme pressão por influência de eventos polarizantes, o que aflora o ódio em cada um deles. A raiva é explorada durante todo o livro, e o desenvolvimento dos personagens fala por si só.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo demorou para escrever o seu livro?

Roger Iglesias Berardo: Comecei este livro antes da pandemia, em 2019, e em um ano, quando o mundo já estava de cabeça pra baixo devido ao Corona Vírus, terminei o manuscrito em uma casa de praia em Alagoas. Não houve tanta pesquisa envolvida, fui mais com meu coração e discernimento próprio. 

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?

Roger Iglesias Berardo: 

“Nos ensinam tanto a virtude oposta da paciência, nos ensinam a função, nos ensinam a 

tolerância - Mas até quando teremos que ser pacientes e tolerantes?

Cólera é ruim, raiva não. Abrace sua raiva hoje, e lide com ela da melhor forma que 

conseguir. Ser absolutamente e exageradamente justo é também ter raiva em si - Por que ser 

justo só com o outro? Seja justo consigo mesmo e jamais se deixe tornar frustrado e amargo 

pela falta de uma reação”.

Conexão Literatura: Se você fosse escolher uma trilha sonora para o seu livro, qual seria?

Roger Iglesias Berardo: A resposta óbvia seria algo como “Ovelha Negra”, da Rita Lee, devido ao título, mas não – a ovelha é cinza, e não negra e nem branca. Acredito que “Ideologia”, de Cazuza, e “Que País É Esse?” do Legião Urbana representam bem os aspectos sobre radicalismos e o tom político da obra.

Conexão Literatura: Como os interessados deverão proceder para acompanhar o lançamento do seu livro e saber um pouco mais sobre você, e o seu trabalho literário?

Roger Iglesias Berardo: Acredito que é uma obra para todo mundo, e uma estória que precisa ser contada – espero que os possíveis leitores acompanhem, pois tenho fé que é algo que vale a pena ser lido. No meu Instagram, @valiumhippy, e no meu website valiumhippy.com/, há muito sobre minha personalidade e meu trabalho. Como também na página da agência que administra esta obra, Casa Projetos Literários, os futuros leitores poderão acompanhar o ciclo de lançamento.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Roger Iglesias Berardo: Difícil dizer, mas nunca realmente fico parado. Por enquanto, meu foco é “Ovelha Cinza”, mas tenho um segundo romance em desenvolvimento e sou também pintor comercial, o que significa que pinto para produtos artesanais feitos por mim num estilo artístico que chamo de “Banana People”, que é arte em estilo surrealista, até meio amador, que retratam conteúdo adulto comédico. 

Perguntas rápidas:

Um livro: “Hannibal”, de Thomas Harris

Um (a) autor (a): Nelson Rodrigues

Um ator ou atriz: Deborah Secco

Um filme: “Boa Sorte”

Um dia especial: O dia em que terminei “Ovelha Cinza” no litoral alagoano e entrei no mar com a sensação de dever cumprido.

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Roger Iglesias Berardo: Espero que este livro seja uma leitura agradável para o entretenimento e turbulenta para o pensamento, tudo ao mesmo tempo – uma experiência agridoce. Mas acima de tudo, espero que os possíveis leitores encontrem um significado próprio para com o que escrevi com esse romance.


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sábado, 17 de setembro de 2022

Entrevista com Jananda Germinari, psicóloga clínica e autora (Casa Projetos Literários)

Jananda Germinari - Foto divulgação

Jananda Germinari

Psicóloga clínica, abordagem comportamental e especialista em terapia analítica comportamental. Natural da cidade de Londrina/PR, onde mora e atua, é uma profissional apaixonada por atendimentos de orientação de pais de crianças e adolescentes, a chamada psicoeducação.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Você está escrevendo o seu primeiro livro infantil. Poderia nos contar o que a inspirou a começar a escrever?

Jananda Germinari: Como psicóloga, percebo em meu cotidiano de trabalho o quanto as famílias atualmente vivem numa rotina em constante movimento, é trabalho, casa, família, escola, compromissos, boletos, e em meio a tanta correria, muitas vezes os filhos acabam ficando com o tempo que sobeja dos pais - o que não deveria de forma alguma ser assim, e se está, algo necessita ser reformulado nesta rotina - o que nos leva a pensar e identificar que consequentemente as crianças necessitarão de uma atenção especial dos pais, e quando isto não acontece, suas emoções ficam desreguladas, o que acaba acarretando sem seus sentimentos e comportamentos, na qual, muitas vezes são expressados de maneira inadequada. Logo, a criança, na busca de obter atenção do meio em que está inserida, passa a variar seus comportamentos, e quando se obtém alguma consequência que lhe parece reforçadora, a criança reproduz o mesmo comportamento muito facilmente, sendo adequado, ou não.

Diante deste cenário, além de trabalhar com os pais sobre como agir em relação aos comportamentos da criança e como obter uma rotina familiar de mais afeto e harmonia, senti a necessidade de ultrapassar o setting terapêutico e poder contribuir com as famílias de modo que as minhas palavras possam alcançar onde minha presença não poder chegar. Para isto, além do livro infantil para leitura com a criança, será acompanhado uma cartilha de apoio sobre como usar o livro com a criança, estará disponível cartilha para os pais e também cartilha para profissionais, pois o livro também poderá ser utilizado em atendimento com a criança. Muito Legal, não é?!

Conexão Literatura: Pode nos contar o título do seu livro e comentar sobre a história?

Jananda Germinari: O título “Dedé queria ser legal” foi dado para que o leitor tenha uma ideia sugestiva do que o livro se trata. Vamos lá, um pequeno spoiler, o livro conta a história de um garoto que possui uma realidade de pouco tempo de qualidade familiar, e que possui diversos comportamentos inadequados em seu dia a dia. Dedé, na tentativa de chamar atenção e ser legal, acaba fazendo muitas traquinagens e brincadeiras que os amigos e as pessoas ao seu redor não aprovam. Diante disso, percebeu que as pessoas acabaram se afastando e que ele precisava urgentemente modificar seus comportamentos para não perder seus amigos, até que acontece uma cena no contexto da história que fez com que Dedé compreendesse o que ele deveria fazer para que muitas coisas pudessem mudar e obter consequências diferentes.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo demorou para escrever o seu livro?

Jananda Germinari: O Livro “Dedé queria ser legal” nada mais é do que a ilustração da realidade de muitas crianças e famílias. No consultório, lido constantemente com o trabalho de orientação de pais em relação a como agir diante dos comportamentos inadequados das crianças - o que é muito comum que a criança emita, até porque, estão aprendendo e tateando o mundo com seus comportamentos e expressões -  cabe aos pais saberem consequenciar de maneira adequada, ensiná-los, acolhê-los, e mais do que isto, como contribuir com a aprendizagem da criança de maneira efetiva e afetiva. 

Por se tratar de algo rotineiro em meu trabalho, ficou muito claro o que eu gostaria de transpor no livro, então surgiu a ideia de criar uma história de forma leve e lúdica, que possibilitasse além de ser uma leitura divertida com a criança, um instrumento de reflexão acerca de seus comportamentos, tanto para as crianças, quanto para os pais.

A escrita do livro não foi tão rápida, houveram neste processo de escrita momentos de questionamentos e reflexão sobre como iria impactar os leitores de maneira significativa e não fosse apenas mais uma obra infantil.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?

Jananda Germinari: Um dos trechos da história que eu gosto muito é quando o personagem principal faz alguns questionamentos acerca de seus comportamentos. Ele pergunta a si mesmo: como fazer algo diferente, sendo que estou tão acostumado a fazer sempre desta  forma. Isto nos demonstra que o processo de mudança muitas vezes não é tão simples ou rápido, mas o primeiro passo para a mudança é reconhecer as consequências de seus próprios comportamentos.

Conexão Literatura: Como os interessados deverão proceder para acompanhar o lançamento do seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho?

Jananda Germinari: Para saber mais sobre quando será o lançamento do livro e me conhecerem um pouco melhor podem me acompanhar nas redes sociais @psic.janandagerminari e também seguir o ig @casaprojetosliterarios, agência literária a qual faço parte.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Jananda Germinari: Há muito o que poder contribuir com a educação comportamental das crianças e psicoeducação dos pais, sinto-me muito motivada e acredito que novos projetos irão surgir, mas por enquanto, acompanhem nossos perfis para estarem por dentro das novidades de “Dedé queria ser legal”.

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