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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Habitats, por Márcio Almeida


Marisa tinha uma senhora mansão, um carro importado, um jardim de inverno, sala acústica com uma parafernália de dar inveja em DJ, dois telefones fixos, dois celulares, piano de cauda, bar com todas as bebidas, joalheria doméstica, closet-boutique, diamantes raros, cofre abarrotado de dólares e euros, um marido de ouro que nunca parava em casa, e aquela dúvida atroz: o que fazer para uma pessoa jantar sozinha à luz de velas?

(textos do livro Estranhos muito íntimos – Editora Multifoco, Rio de Janeiro, 2010).



MÁRCIO ALMEIDA nasceu em Oliveira, MG em 1947. É formado em Letras, com curso de mestrado, pós-graduado também em Ciências da Religião. Autor de diversas publicações de poesia, conto, literatura infanto-juvenil e teoria literária; detentor de dezenas de prêmios nacionais com o "Emílio Moura", "Cidade de Belo Horizonte"; Crítico colaborador, desde a década de 60, de vários jornais e revistas como o SLMG e a Germina; poeta visual com exposições em vários países da mostra intitulada "DidEYEtica - uma gramática do olho"; autor do "poemiseta", coleção de poemas serigrafados em camiseta, na década de 80; traduzido em espanhol, inglês, francês; tem livro-tese sobre o miniconto, no qual defende o pioneirismo do grupo de autores de Guaxupé. Almeida colaborou com a revista "Cronópios", editada pelo Pipol, onde publicou muitos artigos críticos, livros e registros culturais.
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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Rap hour, por Márcio Almeida


É mais um dia de perda de sentido,
família, Deus, o mercado – tudo é prensa,
nessa mistura fast-food com bandido,
no corre atrás da vida que não pensa

se vale a pena a correria para nada,
em cada rua uma oferta de trouxinha,
a traficante se parece com a fada,
pra comer, a menor tira a calcinha.

Hora do rush faz o transe da babel,
em cada esquina um assalto de tocaia:
o caos urbano cheira crack e a xarel,
loura gelada, muito sexo e só gandaia.

A maioria se espreme no busão,
e não se livra da gangue à mão armada;
daqui a pouco preso mora em camburão,
a violência é só oferta com porrada.

Não há escolha nessa troca de mentira,
a pressa corre e dá de cara com o perigo,
ninguém sabe se o que mata é fome ou o tira,
se o que morre será mesmo o inimigo.

Vidro suspenso que lá vem o trombadinha,
na sequência bando troncho de pivetes,
e o táxi por sequestro sai da linha,
você decide: um balaço ou canivete.

Quem vai de carro curte sarro com o estresse,
e como pária foge do engarrafamento,
chuva miúda, óleo na pista, a curva em S,
a tevê mostra os presuntos do momento.

Hora de Ângelus quer dizer adrenalina,
o desafio é chegar inteiro em casa,
herói urbano com nervos de gasolina,
que a contramão dessa briga cria asas.

Aperte o cinto que a noite é de pega,
a fauna solta vem malhando o arrastão,
o bebum louco liga o farol que cega,
a avenida vira pista de avião.

Muita cantada de pneu nessa disputa,
o seu carona pode ser muito doidão,
desfilam drags, pitibichas, muita puta,
e o carro serve de motel e de caixão.

Vão do seu lado perueiros e a ambulância,
muita buzina é sinal de coisa preta,
enquanto reza, você pede segurança,
e logo adiante mói a Besta num Cometa.

O sinal fecha e passa um raio na retina,
o mauricinho quer mostrar que é potente,
o guarda apita, tudo bem com a propina,
e o menor pratica pra matar mais gente.

E viva a vida na vã veloz cidade,
onde escapar é o prêmio que alerta:
pisar mais fundo é sentir a liberdade
e o inferno tem a porta sempre aberta.


MÁRCIO ALMEIDA
nasceu em Oliveira, MG em 1947. É formado em Letras, com curso de mestrado, pós-graduado também em Ciências da Religião. Autor de diversas publicações de poesia, conto, literatura infanto-juvenil e teoria literária; detentor de dezenas de prêmios nacionais com o "Emílio Moura", "Cidade de Belo Horizonte"; Crítico colaborador, desde a década de 60, de vários jornais e revistas como o SLMG e a Germina; poeta visual com exposições em vários países da mostra intitulada "DidEYEtica - uma gramática do olho"; autor do "poemiseta", coleção de poemas serigrafados em camiseta, na década de 80; traduzido em espanhol, inglês, francês; tem livro-tese sobre o miniconto, no qual defende o pioneirismo do grupo de autores de Guaxupé. Almeida colaborou com a revista "Cronópios", editada pelo Pipol, onde publicou muitos artigos críticos, livros e registros culturais.
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