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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Bela Vista Cultural lança livro que destaca a relação entre boa alimentação, saúde e longevidade

  

A publicação faz parte do novo projeto cultural e educacional da editora e produtora paulistana, que com patrocínio da Siemens por meio da Fundação Siemens, disponibilizará não apenas a obra, mas também uma série de materiais para professores e estudantes da rede pública de ensino

Bela Vista Cultural – editora e produtora paulistana voltada ao lançamento de ações de impacto social – apresenta a sua mais nova publicação: o livro "Saúde, Alimento & Cultura", que é o carro-chefe de uma ampla iniciativa cultural e educacional, com o mesmo nome, que aborda os aspectos práticos e teóricos da alimentação saudável e balanceada, demonstrando como esta atitude impacta a nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Destinado a todos os que desejam aprimorar seus conhecimentos sobre o tema, o livro aborda uma série de aspectos relacionados à maneira como comemos, trazendo informações que mostram a história dos principais alimentos presentes na mesa do brasileiro, além de apresentar como os nossos hábitos culinários foram influenciados por diferentes povos e regionalismos presentes no país.

"A nutrição é um fator essencial para a manutenção da saúde. A boa alimentação mantém o organismo em estado de plena saúde: ossos fortes, o peso e a estatura corporal compatíveis com o biotipo de cada pessoa, resistência imunológica, disposição para trabalhar, socializar, praticar atividades físicas e para as horas de lazer. Combinados, esses fatores conduzem a um estado emocional harmônico e a obra enfatiza justamente esses aspectos", comenta Renan Cyrillo, sócio presidente da Bela Vista Cultural.

Formada por capítulos que destrincham a relação entre alimentação e saúde, a obra também enfatiza a importância da água para o funcionamento do organismo e aponta, por exemplo, quais alimentos fortalecem o sistema imunológico, retardam o envelhecimento e combatem a insônia, com o objetivo de orientar as pessoas que gostariam de ter uma rotina alimentar mais equilibrada, possibilitando a melhora da qualidade de vida.

Com prefácio de Giselle Duarte, nutricionista conhecida nas redes sociais pelo canal @maternutri, o livro é caracterizado por uma escrita simples e fluída, que busca desmistificar o assunto. 

A maior parte da tiragem será doada para estudantes e professores da rede pública de ensino em diferentes estados do Brasil, mas uma pequena parcela também estará à venda, no e-commerce da editora, a partir de 29 de abril, pelo valor de R$ 50,00.

A publicação conta com patrocínio da Siemens, por meio da Fundação Siemens, e do Grupo GEA, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e é acompanhada de uma cartilha pedagógica, com sugestões de atividades complementares a serem utilizadas por professores dos ensinos Fundamental e Médio, que assim poderão trabalhar o assunto de diferentes maneiras com os alunos em sala de aula, após passarem por atividades formativas com a equipe da editora.

Para Janaína Conceição, da Fundação Siemens, "o apoio a este projeto reflete o compromisso da Fundação Siemens com a promoção de informações sérias e relevantes sobre temas que contribuem diretamente no processo de aprendizagem de crianças e adultos. Temos como objetivo estimular a melhoria do cenário educacional brasileiro por meio da realização e do apoio a projetos como esse, que enriquece o trabalho dos docentes e oportuniza um aprendizado amplo", finaliza.

O projeto ainda prevê a realização de palestras para os estudantes e o lançamento de uma exposição fotográfica digital, bem como de materiais acessíveis gratuitos disponíveis no site da editora, que englobam um audiolivro e uma apresentação com libras e audiodescrição, visando o acesso do público com deficiências visual e auditiva.

Ficha Técnica

Saúde, Alimento & Cultura 

Livro | "Saúde, Alimento & Cultura"

Tiragem: 2.000 exemplares

Formato: 21 cm x 25 cm fechado; 42 cm x 25 cm aberto

Número de páginas: 144

Miolo: em papel couché, impresso a 4x4 cores

Capa: dura, impressa a 4 x 0 cores

Valor: R$ 50,00

Cartilhas Pedagógicas e Materiais Acessíveis

Disponibilizados virtualmente, a partir do dia 29 de abril

Acesso via: belavistacultural.com.br/saudealimentoecultura

Exposição Fotográfica Digital | "Saúde, Alimento & Cultura"

Abertura: 29 de abril, on-line

Período expositivo: vitalício

Acesso via: belavistacultural.com.br/saudealimentoecultura

Sobre a Bela Vista Cultural

Fundada em 2016, a Bela Vista Cultural é uma editora, produtora cultural e consultoria especializada no desenvolvimento de projetos de forte impacto social. Desenvolve iniciativas culturais, educacionais e de responsabilidade social, voltadas à divulgação de temas urgentes e contemporâneos, em áreas como cultura, educação, meio ambiente, artes plásticas e patrimônio.

A empresa idealiza e desenvolve livros, cartilhas pedagógicas, exposições, filmes, palestras e cursos, a depender da temática e do formato de cada um de seus projetos culturais, sendo que todos possuem uma característica em comum: parte da distribuição desses materiais e o acesso às atividades complementares têm cunho gratuito aos professores e alunos da rede pública de ensino no Brasil, estimulando o diálogo e a continuidade das iniciativas abordadas nesses projetos. A Bela Vista Cultural acredita que a educação é o pilar fundamental para a transformação da sociedade, uma vez que impacta diretamente no desenvolvimento econômico e social. 

A Bela Vista Cultural possui uma série de projetos culturais realizados sob as mais diferentes temáticas, desde 2016. Livros: Projeto de Vida e Cidadania (2024); A Cultura dos Alimentos (2023); China-Brasil: invenções que mudaram o mundo (2023); Educação Financeira para Jovens & Estudantes (2023); Caminhos do Brasil - terra, água e céus (2023); Flores, Cores e Sabores dos Alimentos (2022); Cultura e Saúde: Personagens e Histórias do Saneamento no Brasil (2022); Cultura e Natureza: RPPNs do Espírito Santo (2022); Caminhos da Riqueza no Brasil: o guia da Educação Financeira (2022); China Impressões: Cultura e Natureza (2022); Suíça-Brasil: 200 anos de Imigração (2021); Associação Comercial de Pernambuco - Rumo aos 200 anos (2023); Personagens e Histórias da Medicina no Brasil (2023); Art Déco São Paulo (2019) e; ABCZ: 100 anos de história e histórias (2019). Exposição de arte: Paixão: caminhando no amor, na união e na justiça (2017). Documentário: Belém 400 anos: a influência francesa na capital paraense (2016).

Renan Cyrillo: empreendedor social, produtor cultural, editor, escritor e palestrante. Cyrillo é graduado em Produção Editorial em Multimeios (Universidade Anhembi Morumbi), pós-graduado em Gestão Cultural - Cultura, Desenvolvimento & Mercado (SENAC) e possui MBA em ESG - Environmental, Social & Governance (IBMEC/Exame). Atua na área cultural desde 2010, transitando por diferentes editoras, até fundar, em 2016, a Bela Vista Cultural. Também realiza palestras em instituições culturais e educacionais, em diversos estados do Brasil.

www.belavistacultural.com.br

@belavistacultural

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terça-feira, 2 de abril de 2024

Abril na Livraria da Vila: Programação oferece eventos para agradar públicos de todas as idades e estilos

 

Sessão de autógrafos do jornalista Ariel Palacios, contação de histórias para as crianças e a estreia de Thalita Rebouças junto ao público mulheres 40+ são alguns dos destaques do mês

Focada em oferecer experiências singulares aos amantes dos livros, a Livraria da Vila preparou uma programação imperdível para abril, que conta com diversos lançamentos, sessões de autógrafo com autores aclamados e contação de histórias para os leitores mirins.

No domingo7 de abril, das 16h às 19h, a psicanalista Thais Basile autografa Atravessando o Deserto Emocional, na Vila do Shopping Center Norte, em São Paulo. No livro, a autora repercute temas delicados ligados à parentalidade, como idealização familiar, projeções e transferências nos filhos, afastamento e rompimento das relações, entre outros.

Na noite de quinta-feira11 de abril, das 19h às 21h30, a escritora Thalita Rebouças faz sessão de autógrafos do livro Felicidade Inegociável e Outras Rimas, na unidade da Fradique Coutinho. Sucesso entre o público teen – com mais de 2 milhões exemplares vendidos –, essa é primeira vez que Thalita escreve para mulheres 40+. Em mais de 60 textos, que intercalam prosa e poesia—ou rimas, como a autora gosta de chamar –, Thalita aborda temas como menopausa, separação, a decisão de não ter filhos e a paz com o corpo e pessoa que se tornou.

Já no fim de semana dos dias 13 e 14 de abril, das 14h às 15h, a loja do Shopping Iguatemi de Brasília, tem Contação de Histórias com Queila Blanco dos livros da Editora Happy Books: Não Abra Este Livro e O Livro dos 1000 Porquês.

Na sexta-feira19 de abril, das 18h às 21h, a Vila do Aurora Shopping, em Londrina, recebe o jornalista Ariel Palacios para sessão de autógrafos do seu novo livro, América Latina Lado B. Com sua verve inconfundível e seu talento notável para a reportagem, que se tornaram famosos na TV e no rádio, Ariel, que é correspondente da GloboNews e apresentador da CBN, monta um rico e divertidíssimo mosaico dos países que compõem a América Latina, reunindo toda a gama de absurdos, abusos, loucuras e atos nonsense protagonizados por monarcas, ditadores, presidentes e até mesmo líderes religiosos com alguns (ou muitos) “parafusos” a menos, uma espécie que parece se proliferar aos borbotões abaixo e nos arredores da linha do Equador.

Na tarde de sábado20 de abril, das 14h às 15h, tem Contação de História com Neidja Genarri do livro A Cobra Jurema, da editora Ciranda Cultural, na Livraria da Vila do Shopping Iguatemi de Brasília

Na quinta-feira25 de abril, das 18h às 21h, é a vez da Vila do MorumbiShopping receber o jornalista Ariel Palacios para sessão de autógrafos de América Latina Lado B.

Encerrando a programação de abril, a unidade da Vila da Fradique Coutinho recebe a escritora e roteirista Giovana Madalosso, no domingo, dia 28 de abril, das 15h às 18h, para sessão de autógrafos de Altos e Baixos, livro infantil que traz ilustrações de Ionit Zilberman. Nele, a autora ensina às crianças uma importante lição sobre equilíbrio.

Confira abaixo os destaques da programação por unidade:

Livraria da Vila Aurora Shopping Londrina

Avenida Ayrton Senna da Silva, 400, Loja 6/7 - Piso 2 - Gleba Fazenda Palhano, Londrina

  • Dia 19/4 – das 18h às 21h – América Latina Lado B, de Ariel Palacios

Livraria da Vila Brasília Shopping

St Comercial Norte, S/N – Quadra 5 Bloco A, Brasília, Distrito Federa

  • Dia 14/4 – das 14h às 15h - Contação de Histórias com Queila Blanco
  • Dia 20/4 – das 14h às 15h - Contação de Histórias com Neidja Genarri

Livraria da Vila Shopping Center Norte

Av. Otto Baumgart, 245, Vila Guilherme, São Paulo

  • Dia 7/4 – das 16h às 19h – Atravessando o Deserto Emocional, de Thais Basile

Livraria da Vila Fradique Coutinho

Rua Fradique Coutinho, 915, São Paulo

  • Dia 2/4 – das 18h às 21h - A Cortesia da Casa, de Marta Barcellos
  • Dia 9/2 – das 18h30 às 21h30 - Crianças na Escola… E agora?, de Silvia M. Gasparian Colello
  • Dia 11/4 – das 19 às 21h30 – Felicidade Inegociável e Outras Rimas, de Thalita Rebouças
  • Dia 28/4 – das 15h às 18h – Altos e Baixos, de Giovana Madalosso

Livraria da Vila Shopping Iguatemi Brasília

SHIN CA 04, BLOCO A, Lojas 42 a 45, Setor de habitações Individuais Norte, Brasília

  • Dias 13 e 14/4 – das 14h às 15h – Contação de Histórias com Queila Blanco
  • Dia 20/4 – das 14h às 15h – Contação de História com Neidja Genarri

Livraria da Vila Shopping JK Iguatemi

Av. Juscelino Kubitschek, 2041 - Itaim Bibi São Paulo

  • Dia 2/4 – das 18h às 21h - O Fim da Depressão, de Julio Cerquetane
  • Dia 3/4 - das 18h às 21h - O valor Das Escolhas, de Fabian Salum e Karina Coleta

Livraria da Vila MorumbiShopping

Avenida Roque Petroni Júnior, 1089, piso Superior, São Paulo

  • Dia 25/4 – das 18h às 21h – América Latina Lado B, de Ariel Palacios

Livraria da Vila Park Shopping São Caetano

Espaço - Alameda Terracota, 545, São Paulo

  • Dia 16/4 – das 19h às 21h – Desconectados, de Marcelo Marçal

Livraria da Vila Shopping Pátio Higienópolis

Av. Higienópolis, 618 – Higienópolis São Paulo

  • Dia 2/4 – das 18h às 21h – Meu filho tá online demais, de Ana Escobar

Sobre a Livraria da Vila

A Livraria da Vila nasceu no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, em 1985. Desde seu início, há quase 40 anos, tornou-se conhecida e reconhecida por possuir um conceito e filosofia únicos no mercado livreiro. Presente nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, São Caetano, Ribeirão Preto, Curitiba, Londrina e Brasília, atualmente a Vila conta com 18 lojas físicas e um site para vendas online.  

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Jefferson Sarmento e a sua obra, por Cida Simka e Sérgio Simka

Jefferson Sarmento - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.
 

Sou formado em Publicidade e Propaganda, mas desde muito cedo queria criar/escrever histórias. Meu primeiro livro foi publicado em 2007: “Velhos Segredos de Morte e Pecados sem Perdão”, que me iniciou num mercado bastante restrito a novos escritores, principalmente aqueles que não estão em grandes centros. De lá até aqui foram (até agora) sete livros, viajando entre o suspense, o terror, a fantasia, o policial... gêneros que me são caros e queridos. 

ENTREVISTA: 

Sobre seus livros, o que motiva a escrevê-los? 

Costumo dizer que é uma necessidade quase fisiológica! Em geral a motivação para uma determinada história vem de uma cena do cotidiano, de uma informação interessante que passa por mim, de um tema que eu gostaria de abordar ou do qual descubro uma nova abordagem. A partir desse ponto, a motivação está em criar maneiras de tornar essa ideia interessante e divertida para mim e para outras pessoas. Para isso, é muito necessário que o escritor saiba o que está fazendo: outra premissa que sigo é a de que é preciso “respeitar” a ideia; é preciso tratá-la como você trataria um filho, dando-lhe não apenas o melhor de si, mas fazendo para ele as melhores escolhas, entendo quais são elas e onde buscá-las — e por isso sou defensor de que escrever não é só uma consequência de uma vontade surgida de uma ideia que emociona o escritor, mas uma responsabilidade, um ofício, e para cumprir com esse ofício, o profissional precisa estudar, entender os mecanismos que transformam uma ideia em uma boa história, dedicar seu tempo não apenas à escrita, mas ao estudo da escrita. E quanto mais o escritor se dedica a isso, melhor para sua história. Aí mora a minha motivação: fazer a ideia se tornar a melhor história que jamais poderia ser sem minha intervenção (pode parecer um pouco prepotente, mas esse “melhor” é uma “busca” e não uma certeza, porque sempre achamos que poderia ser melhor). 

Como analisa a literatura de terror/horror escrita por autores brasileiros? 

Preciso primeiro contextualizar: as histórias de terror, o sobrenatural, a fantasia... estão no nosso cotidiano desde sempre. Estão na formação do menino de interior que fui, sentado à mesa da cozinha dos meus avós e ouvindo histórias de assombração, de mula sem cabeça, de casas assombradas no final daquela rua mais escura do bairro. Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Aluísio de Azevedo, Guimarães Rosa e vários outros escritores clássicos já escreveram histórias de terror, já abordaram o sobrenatural. A maioria das pessoas têm interesse por coisas inexplicáveis e que assombram, e uma boa história não passa incólume a seus olhos — seja por qual plataforma vier: livros, podcasts, séries e filmes, novelas!

Mas o que é bem perceptível hoje é o crescimento do número de escritores e histórias de terror sendo publicadas. Isso se dá muito pela facilidade de publicação que experimentamos nos últimos anos. A possibilidade da impressão sob demanda ou em pequenas tiragens, e mesmo as plataformas de publicação de livros digitais (especialmente o Kindle), movimentaram o mercado livreiro de uma forma que as grandes editoras não conseguiram ainda compreender totalmente. Todo um novo mercado, dentro do mercado editorial, foi criado. Algumas editoras médias e pequenas começaram a buscar esses escritores autopublicados para apostar nesse ou naquele livro. Ainda é um movimento em ascensão e tem muito para crescer, apoiado em perfis literários de redes sociais como o Instagram e o Tiktok, que já têm e terão cada vez mais uma responsabilidade enorme de fazer o mercado de livros de gênero (não só os de terror) crescer cada vez mais.

Nesse ponto entra a necessidade de profissionalização do escritor, de encarar a escrita não apenas como uma expressão artística bruta, mas que precisa ser lapidada, estudada, melhorada com técnicas e o desenvolvimento das habilidades necessárias para se contar uma história. Existem muitos excelentes escritores de terror sendo publicados por médias e pequenas editoras hoje, e também por autopublicação. Escritores que visivelmente entendem o que estão fazendo, sabem como dar forma a uma ideia. Mas infelizmente também temos os que precisam se preocupar um pouco mais com a técnica, com as melhores formas de estruturar uma narrativa, com a fluidez do contar... 

Você é o editor da editora Tramatura. Por que resolveu abrir uma editora? 

Na verdade, não sei exatamente quando a ideia de abrir uma editora me veio — faz bastante tempo. Acredito que isso tenha surgido bem cedo por ser um apaixonado por livros. Contudo, esse era um mercado que eu não conhecia até alguns anos, que estava distante de mim. Mesmo publicando desde 2007, só em 2017 é que a ideia começou a tomar forma, quando meu livro “Relicário da Maldade” foi publicado pela Transversal — que é um selo da editora Oito e Meio.

Quando esse livro foi publicado, tive a oportunidade de acompanhar muito de perto o processo editorial que transforma um original em um livro de fato. Também foi o período em que me dediquei mais ao estudo e especialização de escrita criativa e me dediquei à pós-graduação nessa área — o que me deu a oportunidade de estar muito perto de grandes profissionais do mercado.

Em 2018, embora estivesse começando a tratar da publicação de “A Casa das 100 Janelas” com a editora de “Relicário da Maldade”, decidi fazer uma experiência: e se eu mesmo editasse o livro, do começo ao fim? E assim começou a jornada para não apenas “ver e entender” o processo editorial, mas colocar a mão na massa. Passo a passo, o projeto foi ganhando forma, fui entendendo a necessidade de contatar e contratar profissionais para revisão, diagramação, gráficas, registros, distribuição... Posso dizer que “A Casa das 100 Janelas” foi uma escola. E, a partir daí, sempre com o pé no chão, vieram outras publicações — como os livros da coleção Biblioteca Clássica de Espantos e Assombros (edições de histórias de escritores clássicos com viés sobrenatural, especulativo, de ficção científica), as edições pulp Científica Ficção e a recente Gritos de Horror...

E para este ano teremos pelo menos mais 2 escritores nacionais contemporâneos sendo publicados pela Tramatura. 

Como é seu processo criativo? 

Em geral a ideia surge de alguma fonte externa que pode ser uma música, uma cena do cotidiano, um filme ou livro, um vídeo que aborda certo tema. Aquela ideia fica me acompanhando por um tempo, feito um fantasma me assombrando. E então, se ela ainda está ali depois de alguns dias, é hora de prestar atenção nela e usar o que eu costumo chamar de “chave da imaginação” — é o mecanismo que transforma a realidade em algo completamente novo e vem na forma de uma pergunta: “e se...?”

Nesse ponto eu começo a moldar a história, ainda sem me preocupar com a escrita, com a forma. Esse é aquele momento mágico em o escritor se vê espantado e seriamente interessado pela chama criativa que nos ilumina vez em sempre.

O passo seguinte é saber se a ideia sobrevive a alguns parágrafos?

Então eu me sento e escrevo algumas páginas. Não necessariamente aquilo será um começo de história (na maioria das vezes é), mas uma proposta para mim mesmo. E, quando termino essas primeiras páginas, preciso ainda estar com aquela necessidade de continuar — mas aqui está a importância de recuar e entender que o processo de escrita é mais do que simplesmente colocar palavras no editor de texto. Esse é o momento em que paro tudo e começo a estruturar a história — começo, meio e fim, eventos catalizadores, forma de narrativa, qual o melhor protagonista para aquela ideia, que tipo de personagens serão necessários para levar a história adiante. Isso não significa que saberei exatamente como será o fim (às vezes acontece de o escritor saber como será o ponto-final da história, como eu sabia em “Alice em Silêncio” e em “Terra de Almas Perdidas”, mas não é necessário). O que é preciso é saber qual caminho será trilhado, em que ponto da história esse ou aquele tipo de evento vai acontecer, porque isso dá coesão ao texto, à narrativa, dá fluidez à história. 

Qual o seu próximo projeto? 

“A menina que fotografava estranhos” está programado para agosto — o mês do folclore! E isso tem tudo a ver com a história. “Terra de Almas Perdidas” foi um flerte com o folclore nacional, porque o objeto central da história é uma garrafa com um cramulhão que realiza os desejos de quem a toca. Mas em “A Menina que Fotografava Estranhos” eu queria mais do que um flerte, então busquei o máximo de referências da nossa cultura em pesquisadores como Câmara Cascudo, Januária Cristina Alves, cultura Tupi... para criar uma história que não deixasse nada a desejar aos grandes nomes da fantasia europeia e estadunidense. Se eles têm bruxos, magos, vampiros, lobisomens... nós temos centenas de criaturas mágicas no nosso imaginário. E que tal uma aventura cheia de fantasia e terror usando o que temos de melhor no nosso folclore? 

Link da editora: 

https://www.tramatura.com.br/ 

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Franklin Teixeira e o livro Visão noturna, por Cida Simka e Sérgio Simka

Franklin Teixeira - Foto divulgação

Os escritores Cida Simka e Sérgio Simka, colunistas da revista Conexão Literatura, não têm nenhum compromisso editorial com quaisquer editoras. 

É oportuno que se diga, pois entrevistamos autores que achamos interessantes, e, mais, que o público merece conhecer, independentemente de escritores publicados por editoras tradicionais ou não.

É, aliás, o brilhante trabalho da revista Conexão Literatura: trazer entrevistas com escritores que não têm penetração na grande mídia mas que são bons ou melhores que autores estrangeiros, que a mídia divulga à exaustão, patrocinados por grandes editoras.

É o caso do livro em apreço. Lemos e achamos maravilhoso. 

Enfim: trata-se de um trabalho excepcional, promovido pelo editor-chefe da revista Conexão Literatura, o também escritor Ademir Pascale. 

Fale-nos sobre você.

Meu nome é Franklin Teixeira, escritor nascido na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Além do livro Visão Noturna, lançado em 2023 pela editora Intrínseca, também sou autor do romance Verdades invisíveis, publicado de forma independente em 2017. Também publiquei histórias na plataforma Wattpad e na revista Mafagafo.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro "Visão noturna". O que motivou a escrevê-lo?

Visão Noturna conta a história de Theo e Yuri, dois rapazes que têm um canal on-line sobre lendas urbanas e crimes. Após ajudarem a desvendar um crime o canal deslanchou, e os dois agora estão em busca de um novo projeto. Isso os leva até Itacira, uma cidade interiorana na região serrana do Rio de Janeiro, repleta de lendas e casos sem solução. Lá os dois precisam lidar com os perigos advindos dos mistérios da cidade, e com os sentimentos que nutrem um pelo outro.

Desde que comecei a publicar de forma independente eu tinha vontade de conhecer a experiência de lançar um livro de maneira tradicional. Enquanto eu conhecia o meio literário e fazia novas amizades, escrevi o Visão Noturna com esse intuito, de publicar por uma grande editora. É uma história que mistura terror com relações interpessoais queer, que são elementos que sempre me atraíram. Ele também possui algumas mensagens que considero importantes no texto, mas, acima de tudo, minha intenção sempre foi divertir o leitor, e tentar marcá-lo com uma atmosfera e personagens envolventes. Visão Noturna passou por muitas versões até chegar nesse estágio, e o catálogo da Intrínseca se revelou uma ótima casa para ele.

Fale-nos sobre seus outros livros.

Verdades invisíveis foi meu primeiro romance, de lançamento independente. É a história de Angelo, que ao encontrar Enzo, uma amizade e paixão antiga, acaba se envolvendo num submundo místico no Rio de Janeiro. Esse livro inicialmente ia ser uma série, mas eu acabei mudando de caminho nos anos seguintes. Ainda tenho muito carinho por ele e vontade de voltar para aquele universo um dia.

As histórias que tenho no Wattpad são contos e noveletas, que originalmente ficavam num site que eu mantinha. São histórias contemporâneas, com um teor de estranheza que aprecio bastante. Na época eu as escrevi justamente para ter obras mais curtas e de acesso mais fácil para quem quisesse conhecer a minha escrita.

A novela que lancei pela revista Mafagafo é uma história mais simples e que considero bem divertida. Ela tem alguns elementos que também podem ser encontrados no Verdades Invisíveis, e eu a escrevi num período conturbado, quando eu mesmo estava precisando de algo mais leve.

Como analisa a questão da leitura no país?

Pessoalmente acredito que a leitura é uma das formas mais interessantes que o ser humano desenvolveu para se comunicar. Seja por diversão, educação ou ambos, acho importante que se desenvolva esse hábito em pessoas de todas as idades. É evidente que o incentivo no nosso país ainda pode melhorar muito, mas o que se observa nos grandes e pequenos eventos é que existe muito interesse pelos livros. E, além do livro impresso, cada vez mais surgem novas formas de publicação de histórias e ideias, e muitas comunidades diferentes engajam com elas. Sou otimista de que o cenário só tende a melhorar, mesmo que não seja pelo caminho, ou até pelos formatos, que esperamos.

O que tem lido ultimamente?

Estou sempre buscando ler tanto ficção quanto não ficção de diferentes gêneros, escritos por autores de etnias, países e orientações distintas. Parte do que torna os livros tão envolventes para mim é justamente mergulhar na experiência de pessoas diferentes de mim, e também poder me ver representado nas que são semelhantes. Muitas vezes encontro conexões de vivências em obras que nem imaginava. Um livro que li esse ano que gostei bastante foi Semantic Error, da autora J. Soori. É um tipo de narrativa que eu não costumo ler, mas simplesmente adorei o jeito que ela escreveu.

Há novos projetos em pauta?

Tenho muitas ideias para o futuro e quero continuar publicando. Já estou avançando no próximo romance, que não é continuação de Visão Noturna, mas também trará mistérios com experiências queer, e já estou pesquisando para um livro que pretendo escrever em seguida. Também tenho vontade de escrever uma continuação de Visão Noturna, mas ainda preciso pensar melhor nessa possibilidade.


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Professor Marcos Siqueira e o livro Português em diálogos, por Cida Simka e Sérgio Simka

Professor Marcos Siqueira - Foto divulgação

O autor.

O professor Marcos Siqueira é professor de Português há quase 10 anos para concursos e vestibulares, bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, advogado e pós-graduado em Letras. Estudou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, acumulando diversas aprovações em concursos durante sua vida.  Já ministrou aulas em cursos na cidade do Recife e João Pessoa para turmas da AFA, EN, ESPCEX, EFOMM, ESPCEX, CN, EPCAR, ESA, EEAR, EAGS, carreiras policiais e vestibulares. Atualmente, é professor de língua portuguesa do curso Teorema Militar, Coordenador de redações do Estratégia Militares e Vestibulares, com mais de 16 mil redações corrigidas.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro.

O objetivo do livro é proporcionar aos leitores uma boa experiência na compreensão das regras gramaticais. Utilizando diálogos entre aluno e professor com linguagem acessível, sem perder a normatividade, a obra é voltada para vestibulares e para concursos. Além disso, busca beneficiar aqueles que desejam aprimorar suas habilidades de escrita.


O que motivou a escrevê-lo?

Quando eu tinha 12 anos, meu sonho era ser oficial das Forças Armadas, sabendo que poderia ingressar na Escola de Cadetes aos 14 anos, comecei a estudar intensamente Português, uma matéria desafiadora no concurso. Minha avó, professora de português, me proporcionou a primeira gramática, porém não conseguia absorver a matéria devido à linguagem utilizada pelo livro. Aos 14 anos, já havia estudado três gramáticas, incluindo o Cegalla e o Celso Cunha. Embora eu tenha tido dificuldades no aprendizado, consegui dominar as regras gramaticais na época para prestar o concurso público. 

Com o tempo, a minha trajetória mudou, larguei o mundo militar e decidi me tornar professor de Português. Ao lecionar para diversas turmas militares e de vestibulares, percebi que os alunos tinham dificuldades com as abordagens dos gramáticos mais conhecidos, diante da linguagem bastante rebuscada de algumas obras.  Quando explicava determinado conteúdo de forma mais divertida em sala de aula, percebia que os alunos ficavam mais atentos e compreendiam melhor. Foi essa experiência que me motivou a desenvolver o Português em Diálogos, um projeto antigo, mas que decidi colocar em prática só agora a fim de acabar com o tabu de que a gramática é um bicho de sete cabeças.

Como vê a questão do ensino de língua portuguesa de maneira geral? Os alunos têm aprendido a chamada norma padrão da língua?

O ensino de língua portuguesa é crucial para o desenvolvimento das habilidades linguísticas e comunicativas dos alunos. No entanto, alguns desafios persistem no processo de ensino, especialmente no que diz respeito à aprendizagem da chamada norma padrão da língua.

Muitas vezes, o ensino tradicional foca excessivamente nas regras gramaticais de forma isolada, o que pode tornar o aprendizado árido e pouco motivador para os alunos. É importante abordar o ensino da língua portuguesa de maneira mais dinâmica, contextualizando as regras gramaticais em situações práticas e reais. O estímulo à leitura, à escrita e à expressão oral também desempenha papel fundamental.

Como analisa a questão da leitura no país?

A prática da leitura no Brasil ainda é deficiente em comparação a outros países. A formação de bons leitores está intrinsecamente ligada à educação, que ainda permanece como um desafio no país. Para promover melhorias, é essencial um investimento maior em editoras, bibliotecas, escolas e, especialmente, estimular as crianças ao hábito de leitura. 

Link para o livro:

https://lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/portugues-em-dialogos.html


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.  

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Henrique Rodrigues e seus livros, por Cida Simka e Sérgio Simka

Henrique crédito José Júnior

A revista Conexão Literatura e estes colunistas têm a enorme satisfação de publicar a entrevista com o escritor Henrique Rodrigues, semifinalista do Prêmio Jabuti 2023, que estará lançando seu 24º título no dia 7 de dezembro, em São Paulo: “Áurea” (mais informações no link ao final da entrevista). 

Fale-nos sobre você. 

Sou de uma família pobre da periferia do Rio de Janeiro, nascido em 1975, em Cascadura. Cresci em diversos bairros suburbanos e, desde os anos 1990, moro em Jacarepaguá, um bairro imenso e com diversos problemas sociais: violência, ausência de equipamentos socioculturais, planejamento urbano etc. Trabalho desde os 14 anos (comecei vendendo cachorro-quente em frente à quadra do Império Serrano, em Madureira, fui atendente de fast-food, balconista de videolocadora), até que fui o primeiro da família a ingressar na faculdade, algo que não era comum nem esperado para o nosso grupo, pois cresci ouvindo aquele papo de resquício da ditadura segundo o qual a única saída para pobre seria ser militar. Ao ingressar na faculdade de Letras na Uerj um novo universo se abriu, como se eu fosse realfabetizado para ler livros e o mundo. Continuei estudando, fiz especialização, mestrado, doutorado e muitas oficinas de criação literária. Comecei a escrever resenhas de livros para a imprensa e em 2006 publiquei meu primeiro livro (A musa diluída, poesia, Record). Daí para cá foram outros 23 e seguimos. 


ENTREVISTA:
 

Você tem dezenas de livros publicados e uma enorme trajetória literária. Conte-nos um pouquinho sobre ela.  

Ao estudar literatura e conhecer o ambiente literário, lá pelo fim dos anos 1990, descobri que a ideia de ser escritor não seria tão fácil assim, pois era um meio muito restrito a uma classe média já consolidada, composta por jornalistas/editores de um mesmo grupo social. Mas acabei me enquadrando naquela geração de jovens que começaram a escrever literatura nos blogs, e que começaram a chamar a atenção de editores. Muitos dos autores publicados pela primeira vez ao longo dos anos 2000 começaram assim. Era tudo muito novo e livre, ainda sem essa mercantilização e busca frenética de likes que as redes sociais trouxeram recentemente. Daí que talvez tenha surgido uma geração bem diversificada e aberto caminho para que jovens autores de periferia (e sem costas quentes) tivessem alguma oportunidade, algo que também se expandiu nos anos seguintes. Daí que foi nessa onda que, se não surfei para me tornar um dos autores mais conhecidos, pelo menos peguei um jacaré, conseguindo espaços de publicação para o que eu tinha a dizer como autor. 

Você transita por vários gêneros textuais (poesia, conto, crônica, romance, livros infantis). Claro que cada um tem suas especificidades. Que dica pode dar a quem deseja percorrer por esses gêneros? 

Quando descobri que para quem é preto, pardo e pobre tudo é mais difícil, me veio uma consciência de que, como escritor, não bastava eu ser bom. Eu precisava ser muito bom. Aquele papo furado de meritocracia se aplica nessa hora, pois eu saí com muita desvantagem. Daí que aproveitei ao máximo os meus anos de formação para entender e praticar todas as formas literárias. Passava um fim de semana inteiro reescrevendo um tipo específico de forma poética, por exemplo. Então aprendi a dominar tecnicamente toda a escrita poética clássica, conto, crônica, romance, e até a mais delicada e difícil de todas, que é a escrita para crianças e adolescentes. Assim como a poesia, essas formas parecem fáceis por haver menos texto, mas é uma armadilha. A dica é ler como leitor, mas também como quem quer entender os mecanismos por trás do texto, fazer oficinas, compartilhar ideias e leituras com os seus iguais. E o mais importante: não ser afobado. É incrível como hoje, por ser relativamente fácil ter um livro impresso ou oferecido digitalmente, os novos autores têm uma ansiedade por reconhecimento, prêmios etc. A literatura não segue esse tempo corrido das redes sociais.  

Como se dá o seu processo criativo? Que acha dos que dizem que para escrever é necessário que a pessoa tenha dom? 

Meu processo de escrita é hoje mais baseado na administração do tempo, moeda cada vez mais valiosa, do que outra coisa. Esse papo de dom eu acho que não existe. É claro que algumas pessoas têm uma predisposição para determinadas expressões artísticas, algo que precisa ser devidamente observado para que tenham espaço para se desenvolver. Se eu tivesse seguido carreira militar, como queriam, certamente teria uma frustração no peito porque algo em mim diria que eu não estava seguindo o que gostaria de fazer. Nesse aspecto tive alguma sorte de ter feito as escolhas certas para me desenvolver naquilo que talvez eu saiba fazer de melhor. 

Você trabalha com gestão de projetos de leitura. Como analisa a questão da leitura no país? 

Sim, como livros não pagam a conta para a maioria dos escritores, é preciso ter um trabalho fixo. Naturalmente, o miolo do meu tempo livre é gasto no meu emprego de gerir projetos literários, mas é um preço que se paga para poder olhar os boletos na geladeira. Ainda que 80% do tempo sejam investidos em trâmites burocráticos e administrativos, olhar o meio literário da parte de trás do balcão me dá outra perspectiva muito boa. Assim como ser escritor me ajuda muito nesse emprego, uma vez que tenho o olhar de quem, por vezes, também está prestando um serviço cultural como artista. Já a questão da leitura no país é um desafio grande, pois é uma área com muito a se fazer e que caminha lentamente. E vivemos num paradoxo, veja só: temos um país com muitos eventos literários, números de vendas de livros interessantes para umas poucas categorias, mas faltam políticas públicas aplicadas para o trabalho cotidiano. Um exemplo claro: o Rio de Janeiro acabou de ser divulgado como capital mundial do livro para 2025. Aí quem vê essa notícia logo atrelada à última Bienal do Livro com seus números altos faz parecer que a cidade é um paraíso dos livros, o que está longe de ser verdade: as escolas públicas estão fechando salas de leitura, na maioria dos bairros (inclusive onde é realizada a Bienal) não existe biblioteca pública, as livrarias estão concentradas nas áreas ricas da cidade e por aí vai. É preciso olhar esse desafio de frente e ter um plano de médio e longo prazos, mas isso é algo que nossa tradição imediatista não parece querer. Enquanto isso, fazemos nossa parte: nessas semanas tenho visitado as escolas públicas onde estudei para doar livros e palestrar (gratuitamente, vale dizer) para alunos e professores. O fato de não haver solução no geral não nos impede de, mesmo em trabalho de formiga, contribuir para levar livro e leitura para quem precisa. 

www.henriquerodrigues.net

Instagram e Twitter: @henriquerodrix 

Link para a notícia do lançamento do livro “Áurea”:

https://www.publishnews.com.br/materias/2023/12/01/henrique-rodrigues-lanca-seu-novo-romance-aurea-no-rio-e-em-sao-paulo

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.  

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 

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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Conheça o livro "Wyna, daqui a três estrelas", do autor Gabriele Sapio


Sinopse: Uma longa experiência e mergulho profundo em vários, maravilhosos e inesquecíveis sonhos lúcidos preparam, no decorrer de toda a vida, um afortunado e abençoado terráqueo que foi escolhido pelas altas esferas cósmicas e espirituais do Universo para o contato com uma belíssima, encantadora, fascinante, magnética e sedutora alienígena procedente do sistema estelar de Antares, cujo nome é Wyna. Tudo isso tem um propósito bem como uma razão muito especial e maior de ser, cujo desfecho final será de decisiva e crucial importância para o porvir e o amanhã da humanidade do planeta Terra.

Características

Autor: Gabriele Sapio

Selo: Dialética Literária

ISBN: 9786553555877

Nº de Páginas: 240

Ano: 2023


Sobre Gabriele Sapio:

– Graduação em Direito – UFPI – Teresina-PI (1992);

– Mestre em Direito Constitucional – UFC Fortaleza-CE (2005);

– Doutor em Ciencias Jurídicas y Sociales – UMSA, Buenos Aires, Argentina (2015);

– Professor Efetivo do Curso de Direito na Universidade Estadual do Piaui – UESPI;

– Tradutor Público Juramentado na Língua Italiana junto á Junta Comercial do Estado do Ceará – JUCEC;

– Local de Nascimento: Napoli – Itália / Data de Nascimento: 15/04/1969.

Entrevista com o autor: https://revistaconexaoliteratura.com.br/entrevista-com-gabriele-sapio-autor-do-livro-wyna-daqui-a-tres-estrelas/

Para adquirir o livro ou saber mais: 

Livro físico: CLIQUE AQUI

Ebook Kindle: CLIQUE AQUI

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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

José Carlos Honório lança nesta sexta-feira, dia 22, seu oitavo livro na Martins Fontes da Avenida Paulista

 

 "A Dobra do Osso" começa a ser autografado pelo autor, às 19h

Ilustrações de Hermè Tovar Eisenlohr

          

Escritor, livreiro, editor e psicanalista o paulistano José Carlos Honório lança nessa sexta-feira, dia 22, às 19h, A Dobra do Osso, seu oitavo livro, na Martins Fontes da Avenida Paulista. 

 

Composto por 25 ossos-poesias em alegoria aos ossos que compõem a coluna vertebral humana e mais o Osso único, totalizando 26 poesias, Zé Carlos mais uma vez investiga poeticamente os temas das relações humanas diante do amor, usa metáforas de peixes – que é sua antiga predileção--- para criar alegorias e devaneios no intuito de tentar entender o que acontece com seu próprio corpo diante do amor.

O livro tem prefácio de Regiana Queiroz e ilustrações do cartunista, chargista, caricaturista e ilustrador Hermé Tovar Eisenlohr, que cuidadosamente ilustrou a cada uma das poesias.

"A ideia de que a dobra do osso, como metáfora de uma cicatriz amorosa, posa continuar existindo para além da vida do apaixonado, é profundamente triste e mais dolorosa que a própria dobra. Como se o sofrimento fosse eterno, ao contrário do que sempre gostamos de acreditar, que eterno era o amor", escreve Regiana Queiroz no prefácio. 

 

 

José Carlos Honório

O paulistano José Carlos Honório nasceu em 1964. Desde pequeno, nutre uma certa devoção aos livros. "Os livros me ensinaram tudo que sei, e o que não sei, provavelmente, se vier a saber, virão também deles", costuma dizer. Foi o mais antigo vendedor e depois curador da Livraria Cultura e hoje, à frente de sua editora a Humana Letra, publica escritores e artistas de diversas vertentes. 

 


Lançamento dia 22 de setembro, sexta-feira, às 19h

Martins Fontes

Avenida Paulista, 509

A Dobra do Osso

Autor: José Carlos Honório

Editora: Humana Letra

Isbn 9788553065103

Preço: R$ 65,00

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