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domingo, 5 de julho de 2020

EXCLUSIVO: O escritor Oscar Nestarez e a literatura de horror, por Cida Simka e Sérgio Simka

Oscar Nestarez - Foto divulgação
O renomado escritor Oscar Nestarez concedeu uma entrevista muito bacana sobre seus livros, sua pesquisa acerca do horror e fornece outros esclarecimentos que só o leitor da revista Conexão Literatura tem o privilégio de ler.

Fale-nos sobre você.

Sou um paulistano nascido em dezembro de 1980. Paulistano mesmo: vim ao mundo no hospital 9 de Julho, ao lado da Av. Paulista, e sou um incurável e apaixonado torcedor do São Paulo Futebol Clube. Lá pelo meio da infância, graças à minha mãe, que adorava cinema, música e literatura, fui apresentado ao universo do horror, de onde nunca mais saí. 

Hoje, sou pesquisador e ficcionista da literatura de horror, além de tradutor. De certa forma, sempre escrevi: fiz graduação em publicidade e propaganda na ESPM-SP e trabalhei como redator publicitário por doze anos. “Encerrei” a carreira em 2013, quando fui demitido e decidi me dedicar integralmente à literatura. Em 2014, ingressei no mestrado em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP, estudando Edgar Allan Poe e Mário de Sá-Carneiro, e, após concluí-lo, comecei o doutorado na FFLCH-USP em 2018, estudando a produção contemporânea de literatura de horror no Brasil. Nesse período, publiquei uma coletânea de contos, Horror adentro (editora Kazuá) e um romance, Bile negra (editora Pyro), além de contos em inúmeras antologias, prefácios, apresentações e outros paratextos.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre seus livros.

Minha primeira publicação ocorreu em 2013 - o estudo “Poe e Lovecraft - Um ensaio sobre o medo na literatura”, que foi o resultado da monografia de uma especialização em História da Arte que cursei. O livro está esgotado, mas pode ser baixado gratuitamente pelo meu site [https://www.terratreva.com/post/pdf-poe-e-lovecraft-um-ensaio-sobre-o-medo-na-literatura]. A seguir, publiquei uma coletânea de contos, Sexorcista e outros relatos insólitos, de tiragem pequena, creio que 150 exemplares - estão esgotados, também. 

Penso que minha primeira publicação ficcional de maior relevo seja a coletânea Horror adentro, lançada em 2016 por meio de um concurso literário realizado pela editora, a Kazuá. São treze contos em que procuro explorar diferentes possibilidades estruturais e temáticas de uma narrativa literária, sempre tendo em vista as potências do horror. Paralelamente à escrita desses contos, compus também meu primeiro romance, Bile negra, publicado originalmente em 2017 pela editora Empíreo e com uma reimpressão da Pyro, o selo de horror da mesma editora. Trata-se de uma narrativa de horror psicológico em medida dupla - tanto temática quanto estrutural. Na história, procurei trabalhar o meu maior medo, que é o de “enlouquecer conscientemente”. 

Fale-nos sobre sua participação em antologias.

Tanto Bile negra quanto Horror adentro seguiram, ou seguem, carreiras animadoras. E como resultado tenho experimentado a felicidade de ser convidado para publicar em diversas antologias. Destaco minha participação em duas delas: Mulheres vs. Monstros [https://loja.claudialemes.com.br/mulheres-vs-monstros], idealizada pela Cláudia Lemes, em que autores e autoras escolheram alguma personagem feminina consagrada da literatura, do cinema ou mesmo da mitologia para criar suas histórias - meu conto, intitulado “Nellie vai para casa”, teve como protagonista a Eleanor Vance, do romance A assombração da Casa da Colina, da Shirley Jackson; destaco também a Galeria Clarke de Suspense e Mistério, da editora Wish, em que cada autor criou uma história a partir de uma ilustração do Harry Clarke - meu conto é “O gato no vácuo”, e presta uma discreta homenagem ao gato preto de Poe.  

Você é pesquisador da literatura de horror. Fale-nos sobre sua pesquisa de mestrado e doutorado.

Com prazer. Embora eu sempre tenha sido curioso, minha pesquisa começou “oficialmente” na especialização que realizei em História da Arte, na FAAP-SP, de 2009 a 2011. Na época, tive aulas de literatura com uma professora maravilhosa, Thais Rodegheri Manzano, que até hoje me influencia. Lembro-me de ouvi-la falar e pensar: “meu sonho é conhecer uma fração do que essa mulher conhece, e comunicar isso com uma paixão semelhante.” Ela foi a minha orientadora na monografia, que depois se transformou em minha primeira publicação - um estudo bastante lato sensu, mais apaixonado do que embasado, da literatura de horror a partir de Lovecraft e de Poe, os maiores nomes desse campo. 

Essa publicação resultou em convites para que eu falasse sobre literatura de horror em eventos literários, dando palestras, etc. Mas eu sentia que precisava aprofundar a pesquisa, conhecer mais. Então, ingressei no Mestrado da PUC-SP, onde pesquisei o fantástico a partir dos contos “Ligéia”, de Edgar Allan Poe e “A grande sombra”, do português Mário de Sá-Carneiro, à luz de estudos de Tzvetan Todorov, Irène Bessière, Remo Ceserani, Davi Roas e Giorgio Agamben. Minha dissertação também está disponível para download aqui.   

Já no doutorado, que está em curso, pesquiso a literatura de horror brasileira contemporânea. Por meio dela, procuro responder perguntas fundamentais que sempre me fiz: o que é a literatura de horror? Como se constitui? Como se desvincula do gótico e do fantástico? Quais são as singularidades de textos de horror produzidos no Brasil? É um trabalho muito estimulante. Até porque posso aproveitar o lugar “estratégico” que ocupo, tendo contato frequente com leitoras e leitores, editoras e editores e outras escritoras e outros escritores de horror. Minha qualificação aconteceu em março deste ano (2020). Então, se tudo der certo, e a pandemia assim permitir, concluirei o doutorado no comecinho de 2022.

Que dicas poderia fornecer a um escritor que deseja escrever sobre horror?

Escrever sobre horror como um pesquisador, ou um crítico? Bem, a dica principal é a de sempre: ler o máximo possível. Ficção e não ficção, estudos, teses, etc. Quanto à ficção, não me refiro somente a textos de horror, mas de outras vertentes literárias, também, porque é isso que vai permitir ao crítico entender o lugar ocupado por narrativas de horror no contexto literário atual. E recomendo, é claro, exercitar muito a escrita. Porque textos críticos e teóricos têm natureza bem diferente daqueles ficcionais; constituem-se mais de uma conversa com o leitor. E é preciso cuidar para que essa conversa não fique maçante, entediante. 

Uma pergunta que não fizemos e que gostaria de responder.

Interessante isso! Acho que eu gostaria de responder à seguinte pergunta: “Há cerca de vinte anos, na época da graduação, você achava que estaria onde está hoje?”

Eu diria que não, de jeito nenhum. Até porque eu era um tanto desorientado em termos de carreira ou vocação. Quando criança, já pré-adolescente, eu queria ser cineasta na Romênia, dirigindo filmes de horror. Mas logo a realidade se apresentou e percebi que era um plano um tanto inviável. Eu tinha uma vaga ideia de que gostaria de trabalhar com algo envolvendo criação artística, mas não tinha muito rumo. Até fiz um exame vocacional - que acabou indicando a publicidade. E mesmo na faculdade eu não tinha muito norte, acabei indo pra redação publicitária porque possuía alguma imaginação e escrevia medianamente. Enfim, fui mais reagindo aos movimentos da vida do que agindo; e se me dissessem, naquela época, que estaria onde estou hoje, eu duvidaria muito. Porque não me sentia capaz de tomar as rédeas da minha própria vida. No entanto, foi o que aconteceu, e hoje eu não poderia ser mais feliz, me sentir mais realizado. Claro que ainda tenho muita coisa pra fazer, mas eu não gostaria, de jeito nenhum, de estar em qualquer outro lugar ou tempo que não este, que não no agora.

Seu site:

Leia a entrevista com a Cláudia Lemes:


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).
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