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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Autor(a), participe da edição de julho da Revista Digital Conexão Literatura


AUTOR(A), PARTICIPE DA EDIÇÃO DE JULHO DA REVISTA DIGITAL CONEXÃO LITERATURA:

Nossa revista é digital, mensal e gratuita para os leitores baixarem através de download. Contamos hoje com mais de 700 mil seguidores, somados em nossas redes sociais Facebook (Revista Conexão Literatura e Conexão Gramática) e Instagram (Revista Conexão Literatura).

Para ler a nossa edição de junho: clique aqui.

Autor(a), aproveite e participe da nossa edição de julho (estaremos recebendo os textos até o dia 23/06), seja conto, crônica, resenha, ensaio ou poema. Nossa revista possui ISSN (International Standard Serial Number), válido para o currículo lattes.

O valor da taxa para 1 publicação, seja conto, poema, crônica, artigo cultural ou resenha, é de R$ 60,00 (até 4 páginas, fonte Times ou Arial, tamanho 12, incluindo título e minibiografia do autor).

Basta enviar o texto em documento do Word para o e-mail: ademirpascale@gmail.com , aos cuidados de Ademir Pascale, após o envio é só aguardar as instruções.

Atenciosamente, 

Ademir Pascale
Editor-Chefe | Revista Conexão Literatura
http://www.revistaconexaoliteratura.com.br
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domingo, 30 de abril de 2023

Baixe a nova edição da Revista Conexão Literatura - Maio/nº 95


EDITORIAL

Queridos leitores!

O mês de maio chegou com mais uma edição recheada de informações sobre o mundo literário. Na capa, destacamos o app Universo, uma nova rede social para escritores e amantes dos mais diversos gêneros literários. Confira mais informações nas próximas páginas. E para focarmos no mês do Dia das Mães, o leitor poderá conferir poemas em homenagem às mães. Contamos também com mais poemas, contos e artigos sobre o mercado literário, além de entrevistas com escritores. 

E para você que deseja publicar em nossa revista ou mesmo divulgar a sua editora ou o seu livro, saiba mais: clique aqui.

Tenha uma ótima leitura! 

Ademir Pascale - Editor-Chefe
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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Microconto "Literalmente", por Rafael Caputo


Literalmente

Rafael Caputo


Despediu-se da esposa, já intubada, com um beijo na testa. Rezou para que ela o perdoasse. Dirigiu-se, então, à sala ao lado onde uma equipe médica o esperava e confiou à enfermeira-chefe uma carta. Pediu desculpas por mantê-los reféns, os agradeceu e logo em seguida puxou o gatilho. O cirurgião cumpriu com a palavra e a mulher acordou, dias depois, com o coração literalmente partido, mas curada.

💔

Microconto selecionado sob o título de "Coração Partido" como finalista do Desafio de Microcontos #microcoração promovido pela Sweek Brasil em fevereiro de 2018.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Poesia "Só mesmo ele...", por Rafael Caputo




Só mesmo ele...

Rafael Caputo


Ele parou e me olhou com olhos de decepção.
Estava chateado consigo mesmo,
a imagem da desolação.
Tinha falhado mais uma vez e não sabia como.
Me veio a culpa pelo seu fracasso.
Senti vergonha e embaraço.
Não tive outra opção:
o encarei de volta com os mesmos olhos decepcionados e pedi perdão.
Compartilhei de sua dor, fui humilde, tive compaixão.
Uma resposta às desculpas é o que agora espero.
Uma espera silenciosa, uma aflição.
Depois de um longo hiato, ele sorriu de canto.
Um sorriso tímido, quase um espasmo.
Era o suficiente! Sabia que iria tentar novamente.
De todos, ele é o mais persistente, sempre foi.
Um sonhador incorrigível que não acredita no impossível.
Sentirei eterna gratidão por ele não desistir de mim,
não desistir de nós.
Quem é ele?
O Destino.

🙌

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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Conto "A vida é trem-bala, parceiro!", por Rafael Caputo




A vida é trem-bala, parceiro!

Rafael Caputo


Quarentena que nada, nunca trabalhei tanto na vida. A demanda está absurda. Não que eu esteja reclamando, longe de mim. Enquanto muitos perderam seus empregos em meio à crise, só tenho a agradecer. Afinal, fiz por merecer. Tô batendo meta atrás de meta. Tanto sacrifício, entretanto, tem seu preço. Sinto-me exausto. Até mesmo eu preciso de um descanso. Falando nisso, é hora da minha pausa. Bato o cartão, pego um copo de leite e aproveito para ler as notícias: “Milagre: avião cai no meio do oceano e todos os passageiros sobrevivem”. Mal tenho tempo para reagir, logo sou interrompido.

“Com licença, Senhor. Sei que está em seu horário de intervalo, mas os estagiários chegaram.”

Abandono as notícias, engulo o leite, bato novamente o cartão e sigo em direção aos novatos. Como vocês podem perceber, está ficando cada vez mais difícil dar conta do serviço. Não tive outra alternativa, a não ser pedir ajuda. Sim, foi preciso deixar o orgulho de lado, pelo menos dessa vez. O pessoal do RH até que foi rápido. Como é maravilhoso ver o termo “Recursos Humanos” sendo tão bem empregado novamente.

Os candidatos selecionados possuem bom potencial. Um deles tem vasto conhecimento em logística, o que é imprescindível nesse ramo. O outro, um pouco mais velho, dedicou grande parte da sua vida recepcionando pessoas. Já sei para onde irei designá-lo. E, por fim, uma outra, mais nova e sem muita experiência, atuava como motorista de aplicativo. Não sou muito familiarizado com essas novas tecnologias, mas acho que tal conhecimento pode ser útil. Quem dirige um carro também pode dirigir um barco, por que não? Tudo bem que, ultimamente, esse barco mais que triplicou de tamanho. Quase um transatlântico. Já é a segunda vez que mudamos de modelo. Culpa do trabalho, que só aumenta. Até entrei com um requerimento — polêmico, por sinal — para usarmos um trem como meio de transporte. De preferência, um trem-bala. Acredito que assim, com a distribuição dos passageiros em vagões, seria tudo mais organizado, e rápido. Digo por experiência própria. Mas o pessoal da velha guarda insiste em defender que o transporte marítimo é uma antiga tradição e estão meio receosos com uma mudança nessa altura do campeonato. Vamos ter que esperar para ver se o pedido será ou não deferido. Tô na torcida! Pode me chamar de ousado, não tem problema. Ou nostálgico, tanto faz. Vou fazer de tudo para ganhar de goleada. Tipo sete a um, se é que você me entende.

Guten Tag, senhoras e senhores, sejam muito bem-vindos! Modéstia à parte, tenho certeza de que vocês já me conhecem, ou pelo menos, já ouviram falar de mim. Pois bem, graças ao vosso currículo, vocês foram requisitados como meus assistentes. Não se enganem, sei tudo sobre cada um de vocês. Você, da logística, foi acusado de pedofilia e conseguiu incriminar um inocente que agora está pagando a pena em seu lugar. Nada mal. O cara da recepção, por sua vez, atuava também como pastor e usou o dízimo dos fiéis para pagar dívidas com prostitutas e traficantes. Corajoso, tenho que admitir. Por último, a motorista que atropelou o próprio cliente e fugiu sem prestar socorro. Bem, a política da empresa é que todos merecem uma segunda chance. Eu, no entanto, espero que vocês se esforcem ainda mais dessa vez. Temos muito trabalho pela frente. Isso está um verdadeiro inferno, um caos. Não para vocês, obviamente! Para vocês isso aqui é o Paraíso, fala a verdade? Bando de sortudos. Hoje é o primeiro dia, então, me acompanhem e observem.”

Passo pela sala de operações estratégicas e pego meu megafone. Subo com eles até um dos palanques principais para colocar ordem na casa. O local nos permite uma visão ampla de todo o saguão. Estamos no deck principal, o maior deles. À nossa frente, uma multidão de gente. Desde o início do ano está assim. Recentemente, nas duas últimas semanas, tivemos um crescimento ainda maior: cerca de dez mil pessoas por dia. Tem gente de todo o lugar, de várias partes do mundo. Nosso papel — nessa estação, especificamente — é relativamente simples: transportá-las com segurança para o outro lado da fronteira. Eu sou o responsável por isso também, além de trazê-las até aqui. É um cargo importante, escolhido a dedo. Não vejo problemas em acumular certas funções.

“Pessoal, atenção! Escutem com atenção. Essa fila maior é somente para COVID-19. Por favor, saia da fila quem não for COVID. Consultem o nome de vocês na lista afixada no mural. Outra coisa: moedas e bilhete nas mãos. Quem não validou o bilhete de embarque, favor retornar ao primeiro guichê. Quem ainda não recebeu as duas moedas de ouro precisa passar na bilheteria. Sem as moedas, não embarca.”

Todo dia é a mesma coisa: precisamos repetir essas instruções senão vira bagunça. O pior que pode ocorrer é alguém embarcar sem a devida autorização. Se eu os transporto, sobra pra mim. Tem alguns engraçadinhos que tentam burlar o sistema e adiantam a viagem. Quando descobertos, são deportados imediatamente. Voltam para lá, sem piedade. Antes, porém, acabam sendo punidos. Poucos retornam sem nenhuma sequela. Mas isso já não é meu departamento. Aqui, cada um cuida do seu setor.

Muitos acham que a Morte é um ser, uma espécie de indivíduo (tipo uma pessoa), mas não é. Na verdade, trata-se de um título. Assim como o Papa. Já existiram vários Papas, assim como várias Mortes. Sou eu quem ocupa esse cargo agora. (não o do Papa, o outro). E não que eu esteja querendo me gabar, mas estou fazendo um ótimo trabalho. Depois de tanto empenho para chegar até aqui, é o mínimo que posso fazer. Soube da possibilidade e aproveitei um programa de intercâmbio. Me candidatei pouco tempo depois que fiz a travessia. O tempo aqui é relativo, parece que foi ontem. O diretor de onde eu estava não queria abrir mão de mim de jeito nenhum, mas consegui convencê-lo. Nunca duvide do meu poder de argumentação, sou ótimo nisso! Ele está satisfeito agora, sua casa nunca esteve tão cheia.

Tomei posse no primeiro dia de 2020 e, desde então, venho recebendo bônus por produção, mês a mês. Um recorde. Nunca uma Morte foi tão eficaz logo no início do mandato. Não vejo a hora de receber a PLR. Acho que no fundo, me escolheram porque já sabiam da minha capacidade. Usei parte da minha experiência em vida como campanha eleitoral para disputar o título. Ganhei fácil. Fiquei sabendo, mais tarde, que não haviam candidatos à altura para competir comigo. Que pena, iria adorar travar mais uma batalha. Comigo é assim: ou tudo, ou nada. Quando entro numa guerra é para vencer. Pode apostar! Cá entre nós: a ideia do vírus foi tão boa quanto a do gás, não é mesmo?

Deixo o megafone nas mãos da estagiária e volto para concluir meu intervalo, também sou filho de Deus. Bato de novo o cartão, pego outro copo de leite e retomo a leitura: “Vazo ruim não quebra fácil: marginal toma quinze tiros e, ainda assim, consegue escapar da Polícia”, “Motorista bêbado que invadiu supermercado foi preso. Ninguém saiu ferido”, “Inacreditável: câmeras de segurança flagram o momento em que uma criança de apenas quatro anos despenca do sexto andar de um edifício, se levanta e sai andando normalmente”, “Protestos antifascistas e conflitos contra o racismo geram quebra-quebra generalizado com incêndios, brigas e saques. Apesar do prejuízo, não houve vítimas.”, ao ler esta última notícia, deixei escapar um curto sorriso irônico de canto, quase um espasmo. Amadores! Novamente, sou interrompido.

“Com licença senhor, desculpe incomodá-lo mais uma vez. É que o senhor pediu para avisá-lo caso afrouxassem o isolamento social e acabou de chegar uma informação de que no Brasil estão reabrindo as igrejas, academias, shopping centers e várias outras atividades comerciais.”

“Perfeito! Ótima notícia. Vamos colocar em prática o plano emergencial de contingenciamento brasileiro. Eu já imaginava que isso fosse acontecer. Avise o RH que preciso quadriplicar o efetivo o quanto antes (e não é exagero). Também ligue para ‘você sabe quem’ e pergunte sobre o trem, tente sondar se eles já se decidiram. Vou voltar ao trabalho imediatamente, temos muito o que fazer. Tome, já li o relatório com as notícias.”

“O que eu faço com ele, senhor?”

“Guarda na gaveta das pendências. Depois da Pandemia, eu resolvo tudo.”

“Tá bom, e não esqueça da sua reunião às cinco com o chefe.”

“Pode deixar!”

“Mais uma coisa: já estou com ‘você sabe quem’ na linha e ele disse que, graças ao Governo Tupiniquim, concordaram com o seu trem. Parabéns, você conseguiu!”

Sieg Heil, minha querida. Sieg Heil.”

😳

★★★

  • Conto angariado com uma menção honrosa no 19º Prêmio Literário Paulo Setúbal em 2021, promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Tatuí/SP.

  • Obra também publicada na 3ª Edição da Revista Cultural Traços em 2021.

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quinta-feira, 31 de março de 2022

Já está disponível a nova edição da Revista Conexão Literatura - Abril/nº 82


EDITORIAL

Queridos leitores!

Nossa edição de abril chega com artigos relevantes sobre o mundo dos livros, além de um artigo de Gilmar Duarte Rocha, sobre um assunto que tanto nos entristece: a guerra. Apesar da tecnologia que pode beneficiar o mundo e do avanço na informação, ainda existem pessoas com mentes perversas e pensamentos arcaicos que podem matar e destruir por ganância e poder, sem o menor pudor pela vida humana. Mas ainda bem que nem todos pensam assim e que ainda existe esperança para um mundo melhor.

Para saber como participar da nossa edição de maio/2022, seja com conto, crônica, poema ou mesmo divulgar o seu livro ou editora: clique aqui. 

Tenham uma ótima leitura!

Ademir Pascale - Editor-Chefe
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Já está disponível a edição de nº 80 da Revista Conexão Literatura - Fevereiro/2022


EDITORIAL

Bert Jr., autor do livro Eu canto o ípsilon E mais, é destaque da nossa edição de fevereiro. Confira nas páginas da revista a entrevista exclusiva que fizemos com ele. O leitor também encontrará belos poemas, crônicas, contos, dicas de livros e entrevistas com escritores, além de dicas de novas antologias.

Para saber como participar da nossa edição de março/2022, seja com conto, crônica, poema ou mesmo divulgar o seu livro ou editora: clique aqui.

Tenha uma ótima leitura!

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Em um relacionamento extraconjugal com a Literatura, por Rafael Caputo

 


Tudo começou com pequenos flertes aqui e acolá, ainda na juventude. A expectativa era grande e chegamos a nos encontrar algumas vezes, mas o romance não vingou. Depois disso, cada um seguiu seu caminho. Ficamos afastados por um bom tempo. Quarenta anos para ser mais exato. Até que o destino (irônico como sempre) nos uniu novamente. Isso foi em 2017. De lá para cá, investidas despretensiosas marcaram o compasso de nossa relação. Pelo menos, no início. Inevitavelmente, o tesão só aumentou, não posso negar. E vem se tornando cada vez mais potente e irresistível.

Fazendo jus à alcunha de amante, ela me resgatou do cotidiano monótono de uma vida sem graça, me salvando de um vazio existencial sem precedentes. Alguns dizem que isso só aconteceu porque eu estava vulnerável, fragilizado. Outros, afirmam que sucumbi à paixão. Simples assim! Os mais céticos, entretanto, falam da crise dos “enta” para justificar nossos devaneios. Isso mesmo: nossos (no plural), pois estamos nos encontrando às escondidas já faz algum tempo, confesso!

Em muitos momentos, nos vemos de madrugada, na calada da noite, depois que todos já foram dormir. Em outras ocasiões, bem cedinho, antes mesmo do galo cantar e acordar todo mundo. Às vezes, marcamos de nos ver no meio da tarde, graças a uma escapadinha rápida do trabalho, ou na correria da hora do almoço, ou até mesmo na sala de espera de um consultório qualquer, quando dá. Isso explica a intensidade dos nossos encontros. Sei que ela merece mais, muito mais. Digo isso a ela, muitas vezes. Sem falsas promessas, eu juro! A verdade é que, infelizmente, a vida adulta é feita de prioridades. Não somos mais os jovens inconsequentes e imaturos de antigamente. Temos responsabilidades. Por mais que eu queira (e queira muito), não posso simplesmente jogar tudo para o alto a fim de viver uma louca paixão, seria imprudente e insensato. Eu tenho família, filhos para sustentar. Filhos legítimos, não bastardos como os que concebemos. É complicado, eu sei. E dói mais em mim, pode apostar! É claro que sinto orgulho de nossas crias, mas somente orgulho não enche barriga, sejamos práticos.

Não me interpretem mal, por favor! Saibam que, ainda assim, passo os dias saciando minha alma com porres de esperança. Shakespeare que me perdoe, mas me nego a sermos como Romeu e Julieta, prefiro mil vezes Florentino e Fermina, de Gabo. Leve o tempo que for, não importa; com ou sem cólera.

Resumindo, nada mais sou do que um sonhador, um otimista em início de carreira que alimenta uma contida paixão pelo universo literário com a esperança de um dia viver, pura e simplesmente, desse amor.

Quem sabe as coisas não comecem a andar mais rápido daqui por diante? O ano novo já fez a sua parte e nos trouxe um presente: ganhamos um cúmplice. Alguém que se compadeceu (mesmo sem saber) por nosso caso secreto de amor, esse amor clandestino. O chamarei de “Padrinho”, nada mais justo. A convite desse amigo literário, aqui estou eu. Agora, um colunista. Um escritor que segue digitando alucinado, numa tentativa aflita de imortalizá-la com rápidos toques por minuto. Prometo dar a ela toda a atenção merecida. Irei me esforçar como nunca para fortalecer nossa conexão ainda mais. Licença poética à parte, nossa Conexão Literatura.


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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Entrevista com Roberto Schima, autor do livro "Era uma vez um outono"


Neto de japoneses, nascido a 01/02/1961. Agraciado com o "Prêmio Jerônymo Monteiro", promovido pela "Isaac Asimov Magazine" (Ed. Record) pelo conto "Como a Neve de Maio". Contemplado nos concursos "Os Viajantes do Tempo" e "Os Três Melhores Contos", ambos pela revista digital Conexão Literatura, com a qual colabora desde o nº 37. Escreveu: "Limbographia", "O Olhar de Hirosaki", "Sob as Folhas do Ocaso", "Cinza no Céu" e, agora, "Era uma Vez um Outono" Participou até o momento de cento e trinta antologias. O conto "Ao Teu Dispor" foi premiado na antologia "Crocitar de Lenore" (Ed. Morse). Informações: Google. Contato: rschima@bol.com.br. 

ENTREVISTA: 

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário? 

Roberto Schima: Em 04 de março de 1971, aos dez anos, tive que escrever uma redação para a escola – na época chamava-se “composição” – cujo tema era: “O que pretendo ser quando crescer”. Fascinado pelo clima da “Conquista do Espaço” e de seriados como “Jornada nas Estrelas”, escrevi: astronauta “... porque quando sair e entrar na órbita terrestre e lunar viverei numa aventura e tanto...” Isso jamais aconteceu, mas eu ganhei um “Muito Bom” da professora Irma Vergaças Daher e para sempre vivi no mundo da lua. Embora jovem, via na escrita algo de mágico, uma maneira de perpetuar as ideias. Esse tipo de reflexão acompanhou-me a vida toda. Eventualmente, no início dos anos 80, acalentei o desejo de ter um livro publicado, estimulado pelas leituras de livros como “Os Frutos Dourados do Sol” e “As Crônicas Marcianas”, de Ray Bradbury. Na segunda metade da referida década, travei contato com o Sr. João Francisco dos Santos, o qual publicara "Poemas de Amor e Humildade". Isso fortaleceu a ideia de ter meu próprio livro em mãos. Naquela época não havia a Internet. Meus originais eram datilografados. Precisava tirar cópias em xerox. Utilizava os serviços dos Correios. Provavelmente através de um correspondente, tomei conhecimento da editora Scortecci. Reuni algumas histórias e, sob o cacófato título de “Pequenas Portas do Eu”, em 1987, publiquei-as via produção independente. No ano seguinte, soube da existência do “Clube de Leitores de Ficção Científica” (CLFC). Em seu fanzine, Somnium, dei continuidade ao exercício da escrita, dando vazão através dos contos ao sonho infantil de viajar pelo espaço. Em 1990, tive a felicidade de ser contemplado com o “Prêmio Jerônymo Monteiro”, promovido pela “Isaac Asimov Magazine” (Ed. Record), pela história “Como a Neve de Maio”, publicada em seu nº 12. Em 1993, participei da antologia “Tríplice Universo” (Ed. GRD) com a noveleta “Os Fantasmas de Vênus”. Após isso houve um longo hiato. Então, a vontade de lançar novamente um livro começou a formigar e, felizmente – graças aos avanços na informática e o surgimento da Internet -, acabei conhecendo a agBook e o Clube de Autores. Assim, reunindo ou remodelando velhas histórias, em 2013 lancei a antologia “Limbographia” e, no ano seguinte, o romance “O Olhar de Hirosaki”. Em meados de 2018, através de uma postagem no Facebook, fiquei ciente de um concurso de contos com o tema “Os Viajantes do Tempo”, promovido pela revista digital “Conexão Literatura”, editada por Ademir Pascale. Meu ânimo para escrever fenecera fazia mais de vinte anos, mas eu tinha uma história engavetada que poderia adequar-se ao concurso e, após uns ajustes, enviei-a, afinal, o que tinha a perder? Foi uma surpresa maravilhosa quando, um mês depois, tive a notícia de ter sido contemplado. Isso representou um estímulo enorme e, a partir de então, retornei à escrita. Meu conto, “Abismo do Tempo”, foi publicado no nº 37 da revista e, desde então, colaboro com ela regularmente. 

Conexão Literatura: Você é autor do livro "Era uma vez um outono". Poderia comentar? 

Roberto Schima: Trata-se de minha quarta antologia solo (após "Limbographia", "Sob as Folhas do Ocaso" e "Cinza no Céu"). Em 2020 e 2021, devido à pandemia e ao confinamento, procurei ocupar o tempo e amenizar a ansiedade participando de diversas antologias. Nunca escrevi tantas histórias como nesse biênio. Eu poderia ter montado "Era uma Vez um Outono" algum tempo atrás. Posterguei devido a canseira em organizar todo o material. Em se tratando de uma autopublicação, além do papel de autor, a gente meio que assume o papel de organizador, revisor, diagramador, capista, ilustrador, fotógrafo etc. Ainda mais no meu caso, que tenho predileção por lançar calhamaços, inserir notas de rodapé e adicionar materiais extras além dos contos, a empreitada afigurava-me maçante. O impulso se deu na madrugada insone de 18.12.2021, por volta das três horas — a "hora mágica" —, enquanto em meio ao silêncio e à escuridão escutava uma versão instrumental de Auld Lang Syne. E os pensamentos, sem focarem em nada em particular — a exemplo das folhas que, ressequidas, desprenderam-se de seus galhos e dispersaram-se através da fluidez do vento — vagaram e vagaram por diferentes memórias sem nelas pousar. Diante de tais divagações, surgiu o título para uma nova antologia: "Era uma vez um outono". Os contos — e alguns versos — da presente antologia foram publicados nas edições nº 66 a 79 da revista digital "Conexão Literatura", editada por Ademir Pascale, bem como nas antologias por ele organizadas. Outros contos saíram em antologias digitais organizadas por Elenir Alves, do blog "Projeto AutoEstima". E, ainda, em exemplares avulsos da revista digital "LiteraLivre", de Ana Rosenrot. Abrangem diferentes gêneros como: fantasia, nostalgia, horror e ficção científica. Numa seção própria, fiz a inclusão de entrevistas que, a exemplo desta, concedi à "Conexão Literatura", ao "Projeto AutoEstima" e à Shirlei Pinheiro, do blog "Jornal Escritores da Serra". Inclui, ainda, a seção "Galeria" com amostras de meus desenhos desde meados dos anos 70 até meados dos anos 90 (já alerto: vão do grotesco ao estapafúrdio). Assim, pois, confesso o pecado de me utilizar da autopublicação como um meio de preservar memórias que, se me são muito caras, nada representarão a outrem além de objetos de mera curiosidade, se tanto. Que os contos que compõem este livro se dispersem ao vento qual folhas secas de um outono de outrora. 

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro? 

Roberto Schima: Por ser uma antologia de contos já escritos, o trabalho foi mais braçal, por assim dizer. Ficou por conta da montagem do livro em si e de sua divulgação através das plataformas de autopublicação (Clube de Autores, Uiclap e Amazon). Ah, sim, "apanhei" um bocado nesses sites, principalmente no momento de inserir a capa. Os contos encontram-se em ordem cronológica, conforme saíram nas publicações acima citadas. À época da criação de cada conto, empreendi maior ou menor pesquisa, conforme os assuntos de que tratavam. Mas, especificamente no caso de "Era uma Vez um Outono", levei cerca de oito dias da idealização até disponibilizá-lo na Internet. Pelo menos num dos dias fiquei trabalhando das quatro horas da manhã até cerca de vinte e uma horas. Felizmente, estou aposentado e isso foi de grande valia. Aliás, não fosse por isso, talvez os contos nem tivessem sido escritos, ou, pelo menos, boa parte deles. 

Conexão Literatura: É você que produz os seus livros, como capa, diagramação, etc.? 

Roberto Schima: Sim, sou eu (o que é patente nas falhas a começar pelas capas sofríveis). Gosto de manter o controle completo da organização e montagem do livro. Por ser lançado através de plataformas de autopublicação, elas se mostram ideais para termos nossos livros exatamente do jeito que queremos. Naturalmente, isso envolve tanto méritos quanto deméritos. Sendo eu próprio o revisor, o que me garante que não deixei passar nada? Ou que aquilo que julgo certo, na verdade está errado? Nenhuma editora publicaria meus livros da maneira como são apresentados, fosse por critérios editoriais próprios ou porque o produto final mostrar-se-ia inviável comercialmente, tanto pelas dimensões da obra quanto pelo volume de imagens inseridas, por exemplo. 

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?  

Roberto Schima: Como o livro se compõe de 58 contos, 3 crônicas e 3 poemas (além das entrevistas e ilustrações), em quase 700 páginas, é difícil destacar um trecho em específico como sendo o favorito. Mas posso reproduzir aqui um fragmento de um conto com o qual muito me identifico, intitulado "O Menino que Amava os Monstros": 

    "...Gonjiro não sabia dizer por que não era feliz ou por que não conseguia relacionar-se com as outras crianças, afinal, estas também passaram por dificuldades semelhantes. Apenas acontecia. E, quanto mais dele debochavam, mais introspectivo se tornava e mais se apegava a um mundo interior o qual, a seu ver, adquiria mais consistência do que aquele que o rodeava.

    Mergulhava nos desenhos animados, nos mangás, nos seriados. Invariavelmente, eles tinham algo em comum: os monstros. Fossem sobrenaturais, radioativos, do espaço sideral ou até os que já existiram ou existiam como os dinossauros e as criaturas abissais. Nutria sentimentos ambíguos por eles. Apavoravam-no, mas, ao mesmo tempo, sentia admiração.

    Em vez de serem assustados, assustavam.

    Em vez de serem indefesos, atacavam.

    Em vez de temer, eram temidos.

    Possuíam todas as formas e tamanhos e não se originavam apenas em território nipônico: robôs, zumbis, múmias, dragões, gárgulas, vampiros, alienígenas, lobisomens, assombrações, seres mitológicos, homem das neves, monstro de Loch Ness.

    Desde esqueletos ambulantes a criaturas maiores do que edifícios, Gonjiro, não obstante o medo, os amava, pois, por mais apavorado que ficasse ante aqueles olhos medonhos, uivos arrepiantes e o rastro de destruição que deixavam no papel ou nas telas, nunca, de fato, haviam feito mal a ele..." 

Conexão Literatura: Você passou um bom tempo sem escrever, mas de uns anos para cá voltou com muito entusiasmo e força de vontade. Conte mais pra gente. 

Roberto Schima: Ah, a "culpa" inicial disso cabe à "Conexão Literatura"! Graças ao concurso que a revista promoveu, intitulado "Os Viajantes do Tempo" e do qual tive a felicidade de ser contemplado com o meu conto "Abismo do Tempo", publicado na edição nº 37, a criatividade que eu julgara apagada reacendeu. O estímulo subsequente levou-me a participar desde então não somente de todos os exemplares da revista, incluindo este, como também de boa parte das antologias sob o "Selo Conexão Literatura". Outro impulso relevante foi a descoberta das antologias organizadas por diferentes editoras somado à chegada da pandemia e o confinamento. Meio que me forcei a participar de uma antologia atrás da outra tanto como uma forma de exercício literário quanto para ocupar a mente diante do estresse provocado pela clausura. Aliás, o volume de contos saídos nessas antologias bem poderiam formar uma nova antologia. Tudo está na dependência dos vencimentos dos prazos contratuais respectivos, bem como do fôlego para arregaçar as mangas outra vez. Ultimamente, como dizem por aí, tenho tirado o pé do freio. Continuo a escrever, mas sem tanta obstinação a fim de dar espaço a outras atividades nem que seja a de debruçar sobre meu pequeno jardim e divagar a medida em que observo as atividades das formigas... 

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

Roberto Schima: Para adquirir "Era uma Vez um Outono", basta entrar numa das plataformas de autopublicação: Clube de Autores, Uiclap ou Amazon. No Clube de Autores, há a opção da edição brochura com orelhas e papel offset  (mais em conta), capa dura e papel couché (mais cara) ou versão e-book em PDF (mais barata). Na Uiclap, há somente a opção brochura e papel offset, sem orelhas. Na Amazon há tanto o e-book quanto o livro físico. Para maiores informações, o leitor poderá acompanhar a "Conexão Literatura", pois, conforme mencionado, participo dela desde a edição nº 37. Pode inserir meu nome no Google. No Wattpad há duas dúzias de contos meus à disposição para leitura online. No site "Divulga Livros" há as antologias lançadas sob o "Selo Conexão Literatura", sendo que participo da maioria delas. O download é gratuito. Os sites das plataformas de autopublicação onde estão meus livros são: 

CLUBE DE AUTORES:  https://clubedeautores.com.br/books/search?where=books&what=roberto+schima

UICLAP: https://loja.uiclap.com/?s=roberto+schima&post_type=product

AMAZON: https://www.amazon.com.br/s?k=ROBERTO+SCHIMA&__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_noss 

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

Roberto Schima: Continuarei a participar da "Conexão Literatura", de uma ou outra antologia digital ou física e, conforme mencionado, espero juntar meus contos esparsos nas mais diferentes editoras em uma futura antologia solo. 

Perguntas rápidas: 

Um livro: "A Vida na Terra" (Life on Earth, Seleções do Reader's Digest), David Atthenborough

Um (a) autor (a):  René Barjavel

Um ator ou atriz: Lima Duarte

Um filme: "Luzes da Cidade" (City Lights, Charlie Chaplin, 1931)

Um dia especial: cada um deles ao lado de minha esposa 

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Roberto Schima: Desejo reproduzir um trecho da "nota final" de "Era uma Vez um Outono":

"... Reconheço o débito a minha mãe, Chieko Schima, que na minha infância e adolescência procurou incentivar o gosto pela aquisição de conhecimento. Particularmente através de obras da Editora Abril, cujo papel na formação cultural da época e em anos posteriores foi de uma relevância extraordinária. Entre elas, meu destaque vai para a magnífica Enciclopédia Conhecer. Minha mãe, embora mal tivesse cursado o primário, sempre teve uma preocupação com relação a instrução dos filhos. Naquele tempo, nos anos 60, a Editora Abril trazia ao público várias obras de grande conteúdo, mas a preço acessível, pois eram vendidas em fascículos periódicos nas bancas de jornais, podendo posteriormente serem encadernados. Entre essas coleções, uma que ela adquiriu foi a Enciclopédia Conhecer em sua edição de 1969. Eu ficava maravilhado só de poder folhear aqueles volumes de capas vermelhas e letras douradas. As ilustrações eram incríveis e as que mais me chamavam a atenção eram as de dinossauros, homens das cavernas, antigas civilizações e sobre temas astronômicos e astronáuticos. Havia a imagem de um imenso pteranodonte planando em primeiro plano, sob o um céu avermelhado, enquanto duas enormes criaturas marinhas (uma delas com um pescoço imenso e flexível) digladiavam-se ao fundo, em um oceano turbulento. Em outra ilustração, um rude homem pré-histórico estava agachado, saciando sua sede a beira de um lago; usava aquele traje de pele de animal amarrado ao corpo que fomos acostumados a ver em caricaturas de homens das cavernas e, preso à cintura, um potente machado de pedra. (...) Em outra imagem, um imenso foguete orbitava a Terra, tendo, um pouco mais além, uma estação espacial, semelhante a uma roda de bicicleta, como imaginava-se antigamente a exemplo do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço". Ilustrações assim faziam minha imaginação voar. Para mim, não eram apenas pinturas. Tinham vida própria, como se fossem algum tipo de janela para outros mundos, como se, de um momento para o outro, eu pudesse ver aquele pteranodonte agitar suas asas, ou o homem primitivo erguer-se e ir atrás de, digamos, um urso das cavernas ou um mamute; e ouvir o foguete acionar seus motores e seguir em frente até os planetas mais próximos ou além..."

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Netflix: #AnneFrank – Vidas Paralelas



Helen Mirren usa o diário de Anne Frank para contar sua história no filme, que é dedicado à sua memória e foi criado para marcar o que seria seu aniversário de 90 anos. O documentário também presenta a história de outras cinco mulheres que, quando jovens, também foram deportadas para campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. 

Impressões: 

Apenas um único diário foi responsável para fazer sucesso no mundo inteiro. Dentro dele? O sonho de uma garota judia ser destroçado pelo regime nazista. Anne Frank é o retrato sensível de uma família que busca de todas as maneiras fugir da crueldade da Segunda Guerra Mundial. 

#AnneFrank – Vidas Paralelas, mostra de uma forma ainda mais sensível o sofrimento daquelas pessoas (milhões) que perderam suas vidas em diversos campos de concentração. Famílias inteiras, sonhos perdidos e vidas perdidas por um motivo banal: eliminar os judeus. 

É inegável o sucesso que o diário de Anne Frank é para o Mundo. Ela trouxe toda sua angustia em páginas que mostram eles se escondendo dos soldados nazistas, porém! O final trágico para todos da família. 

O documentário é o mais novo sucesso da Netflix. Helen Mirren narra de forma ampla todos os familiares que perderam alguém do seu vínculo nos campos de concentração, tendo o foco e ligações entre a família Frank. 

Destaque para filmagens originais dos campos, mostrando todo o horror de crianças, idosos e mulheres que vivenciaram de perto o horror da Guerra. Esse documentário não é recomendado para pessoas sensíveis, por conter em alguns trechos, cenas fortes do período mencionado. 

O roteiro é gradual, mostrando de forma cronológica o período que toda família de Anne ficou escondido no anexo secreto da casa. Vale ressaltar que sendo o documentário, é de se esperar inúmeras fotos do acervo pessoal, cumpriram de forma brilhante o seu papel, mostrando foto até então desconhecidas do público. 

Foi um período nebuloso na história da humanidade, perdurando até os dias de hoje na memória dos sobreviventes e de pessoas que nunca imaginaram tamanha crueldade do ser humano para com o seu semelhante. 

#AnneFrank – Vidas Paralelas cumpre de forma intensa, emocionante e sensível o objetivo de levar para os espectadores os momentos da pequena Anne junto com sua família, mostrar os vários lados da crueldade com os judeus.

Título Original: #AnneFrank: Parallel Stories 
Direção: Sabina Fedeli e Anna Migotto 
Ano Lançamento: 01 de Julho de 2020 
Duração: 01h 35min 
Elenco: Helen Mirren, Arianna Szorenyi 
Gênero: Documentário 
Origem: Itália 


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terça-feira, 26 de outubro de 2021

Entrevista com o escritor Obam ɛ Ɛdhuu

Obam ɛ Ɛdhuu - Foto divulgação

Obam ɛ Ɛdhuu
, nascido em 1993 em Makokou (Gabão), é kweléfono, kotáfono, francófono, e estudante gabonês no Brasil. Tem formação em Letras Português-Inglês na Universidade Federal de Pelotas (2016-2019). Atualmente mestrando em Letras (Estudos da Linguagem) na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Além de escrever poemas em francês, português e inglês, escreve também poemas em línguas africanas para a divulgação do lirismo e das filosofias ancestrais africanos. 

ENTREVISTA: 

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Desde a adolescência sempre gostava de transcrever o que eu pensava. Era mais palpável ver meus pensamentos escritos. Mas, naquela época não tinha na mente a ideia de publicar um dia. É na faculdade que entendi a importância de publicar. Por isso, comecei a escrever poesia, primeiro gênero de predileção, nas línguas bekwel e francesa. Minha escolha e necessidade para um lirismo kweléfono e de outros idiomas africanos surge por uma carência bibliográfica autóctone que observei, e um desejo de preencher esse vácuo, isto é, produzir eu mesmo uma literatura que, no futuro, servirá de material de estudo e análise literários e linguísticos das línguas africanas. 

Conexão Literatura: Você já participou como coautor das antologias Poesia ao luar 2, Antologia dos melhores poemas 1 e Coletânea de poemas, além de publicações poéticas em bekwel e francês em revistas, como Revista Njinga e Sepé, Jornal Relevo, Revista Philos, Revista Literatura e Fechadura, Revista Caleidoscópio e The Decolonial Passage. Poderia comentar sobre a importância da participação de um autor em antologias e revistas literárias? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Participar em antologias e revistas literárias permite divulgar o trabalho de um autor e torná-lo accessível a um grande público. O autor descobre outros nomes e trabalhos, e aparece junto com eles nesse espaço literário. Ademais, o público de um certo autor poderá se deparar com o trabalho de outros autores da antologia. Há então laços e conexões feitos, uma rede de autores e leitores. 

Conexão Literatura: Você também é autor do livro de poesia Mɛkwa mɛ mut (Palavras do ser), escrito nas línguas ikota e bekwel, publicado pela Editora Letraria, e vendido em formato ebook no site da Editora. Poderia comentar? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Essa obra poética põe em cena o lirismo africano em línguas africanas, e aborda várias temáticas entre as quais a escrituralidade das línguas africanas e uma intelectualização autóctone. Nessa obra, convido os africanos a dar um valor intelectual e científico a suas línguas e filosofias. E do outro lado, convido o mundo a ver e ouvir nossas vozes como fazemos com as vozes do mundo.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho que você acha especial em seu livro?  

Obam ɛ Ɛdhuu: O trecho que resume a obra seria aquele do poema Simsail ɛ Kama (O filósofo negro), Ɛdjek mɛkana ɛ djoŋ/Aa sa yɔ/Yɛ ɛ ɛsa náá/Nyɛ dik kukuma yɔ (Aprender a filosofia alheia/Sem fazer a nossa/É fazer do outro/Dono de si). É o ponto crucial do desejo de emancipação do eu-lírico, que quer ser autor e consumidor do seu próprio conhecimento, um conhecimento parido a partir de uma auto-referencialidade (referência à ancestralidade).

Conexão Literatura: Você também auxilia e supervisiona autores? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Sim. Meu projeto da elaboração da Literatura Africana em línguas africanas me levou a incluir africanos no processo da emergência dessa Literatura, pois a realidade é que há africanos não letrados nas línguas coloniais, os quais são detentores de filosofias ancestrais na sua forma original. Acho que dar-lhes a oportunidade de expressar esse conhecimento nos seus idiomas respetivos é um passo para a descolonização linguística e literária. Alguns desses autores já participaram de algumas antologias da Revista Conexão Literatura. Nesse cenário, eu sou como uma ponte entre eles e as editoras, um tipo de agente literário. 

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Tenho contas de Facebook, Instagram, e um canal Youtube (Mɛkana mɛ Kama) onde divulgo meu trabalho. São plataformas mais acessíveis hoje para saber um pouco sobre mim e o que faço. 

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Em colaboração com oralitários (autores de oralitura), trabalhamos na escrita de contos tradicionais em seus idiomas de partida. Com esse projeto, queremos fazer uma transição da oralidade para a escrituralidade, não com o desejo de apagar a oralidade (uma arte africana), mas para permitir uma coexistência do orador e do escriba ou scriptor. 

Perguntas rápidas: 

Um livro: Tata Nzambi

Um (a) autor (a): Dibombari Mbock

Um ator ou atriz: Viola Davis

Um filme: Fences

Um dia especial: Sábado 

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Obam ɛ Ɛdhuu: Agradeço a Nzambe (Criador) e a Ziza (Nigromusa) pela inspiração e a oportunidade de fazer ouvir as vozes ancestrais, a Revista Conexão Literatura e outras editoras sendo plataformas que levam essas vozes para os olhos e ouvidos do mundo. 

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terça-feira, 31 de agosto de 2021

Já está disponível a nova edição da Revista Conexão Literatura (Setembro/2021)


EDITORIAL

A nossa edição de setembro destaca Amin Dehghan, autor, fotógrafo e montanhista iraniano que conquistou o topo do Everest. Confira nas páginas da revista a entrevista bilingue que fizemos com ele. Agradecimentos especiais aos autores e editores Jamila Mafra e Seyed Morteza Hamidzadeh, da Paradise Ocean Books e também para a escritora Negar Emrani.

Além das dicas de livros, o leitor poderá conferir entrevistas com autores, contos, crônicas e poesias, inclusive uma do autor italiano Antonio Di Bianco.

Tenha uma ótima leitura!

Participe da nossa edição de outubro, seja com conto, crônica ou poema. Você também poderá divulgar o seu livro ou editora. Saiba como: clique aqui.

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