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ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Conexão Literatura: Você é autor do livro "Caminhos Pagãos”, entre outros. Poderia comentar?
Joaquim
Pontes Brito: Esse livro é uma coletânea de poemas feitos e guardados sobre
diversos temas e em diversas fazes da minha vida, afinal sempre fui ligado a
leitura e escrita. Vou transcrever comentário de dois escritores, sobre o
Caminhos Pagãos:
“A
genialidade do autor é mostrada neste livro através dos seus poemas de versos livres
modernos, que valoriza a linguagem cotidiana, a liberdade de expressões e
brasilidade, estilos parecidos com os de renomados poetas brasileiros, como
Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e Érico Veríssimo”.
Paulo
Maciel – Historiador e Escritor
“A
obra de Joaquim Pontes Brito, repleta de meandros da língua pátria, brinca com
os sentidos das palavras que se fundem aos sentimentos trazendo a riqueza
simbólica das emoções que coadunam co0m os sentimentos do leitor”.
Rui Carlo Pontes Moura – Mestre e Pensador.
Conexão Literatura: Como são as suas pesquisas e quanto tempo leva em média para concluir um livro?
Joaquim
Pontes Brito: Meu trabalho com pesquisa começou quando li os livros Quixeramobim,
recompondo a história, do historiador Marum Simão, sobre o município de
Quixeramobim; Itapipoca, 314 anos de sua história, do historiador Paulo Maciel
e Notas de Viagem, de Antônio Bezerra de Meneses, estudioso das ciências
naturais e investigador da História. Em todos esses casos, senti o fascínio das
histórias do nosso povo cearense que despertou em mim a vontade de descobrir e
contar mais histórias de nossa gente.
Sempre
ouvi de meu pai histórias e estórias, desde minha tenra idade, de modo que já
tinha esse fascínio desde há muito, em mim. Ao ser esse encanto despertado,
lembrei de diversas histórias que ouvi quando criança em Itapipoca e passei a
buscar a confirmação das ditas histórias nas bibliotecas, jornais e livros de
amigos. Daí surgiu o livro O desalmado Conduru e outras histórias. Com
esse livro pronto, lembrei-me de algumas histórias sobre Quixeramobim, onde
resido atualmente, desde 1986, e pus-me a pesquisar até ter pronto oito contos
sobre fatos e personagens do sertão central, principalmente de Quixeramobim e
que dei o título do livro: A saga do comendador Garcia e outras histórias.
O tempo de pesquisa é variável, de acordo com o tema e sua abrangência.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de um dos seus livros especialmente para os nossos leitores?
Joaquim Pontes Brito: Trecho do livro “A guerrilha do Araguaia roubou 22 dias da minha vida”, página 30, da primeira edição.
À tardinha apareceu um americano.
Devia ter uns vinte e poucos anos. Não sabia falar português, somente umas
poucas palavras. Trouxeram um capitão do exército que falava inglês para
conversar com o americano. Eu sabia algumas palavras do inglês, e deu
minimamente para saber porque ele estava preso. Estava preso por estar com
recorte de jornais que falavam de atentados havidos em algumas cidades do
nordeste e atribuídos a subversão.
Quando caiu a tarde, um sargento
mandou que nós pegássemos nossas carteiras escolares e levássemos para fora do
prédio e colocássemos uma ao lado do outro para que ele ficasse conversando conosco
e nós também conversássemos entre nós.
Estávamos nós, até certo ponto
distraídos, quando vislumbrei em nossa frente três caras, um alto forte, um magro,
e um baixinho, mais velho que ou os outros, mas dava a impressão de ser o
chefe, tal a sua desenvoltura no andar. Antes de chegar perto de nós foi
perguntando:
-
Quem é Joaquim, aí de vocês?
-
Aqui tem dois. Aquele barbudo é Joaquim Januário Rocha e eu também, Joaquim,
Joaquim Pontes Brito - respondi.
Mal fechei a boca, e senti as duas
mãos do baixinho nos meus dois ouvidos, com uma tremenda força:
-
Esse é o chá. Amanhã tem o café - Disse o baixinho.
Os três fizeram meia volta e se foram. Eu fiquei sem ação, atônito. Os outros que estavam ao meu redor, ficaram de boca aberta a perguntar o que era isso, e porque estava acontecendo aquela agressão. Não sei quanto tempo demorei para me recompor. Só sei que ouvi a voz de um sargento ordenando que entrássemos na sala imediatamente. Pegamos, cada qual nossa cadeira, e fomos para a sala.
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deve proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Joaquim Pontes Brito: Através do
Whats app 88 99742.9730
Instagram: @joaquimpontesb
Facebook - joaquimbrito52@hotmail.com
E-mail – editoraestradar@hotmail.com
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Joaquim
Pontes Brito: Sim. Estou escrevendo os
dois próximos livros a serem lançados:
- Quixeramobim
político administrativo – 1789 a 2024, em 2 volumes, e,
- De
Vila da Imperatriz a Itapipoca – 200 anos de História, em 2 volumes.
São
trabalhos de pesquisa sobre a história político-administrativa desses dois
grandes municípios do estado Ceará.
E ainda,
- Uma visita a Terra dos Três Climas dos anos 60-70. Uma viagem pela cidade de Itapipoca, onde vivi até 1979, minha infância e adolescência.
Perguntas rápidas:
Um livro: Contos Reunidos –
Rubem Fonseca
Um (a) autor (a): Fernando
Pessoa e seus heterônimos.
Um ator ou atriz: José Wilker
Um filme: Uma linda mulher
Um dia especial: Hoje
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Joaquim Pontes Brito: Parabenizar o trabalho de vocês da revista conexão literatura pelo excelente apoio à literatura brasileira. Continuem com essa garra.