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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Márcio Souza, autor de Mad Maria e Amazônia Indígena, cede entrevista exclusiva para a revista Conexão Literatura

Márcio Souza
Márcio Souza nasceu em Manaus, Amazonas, em 1946. Aos 14 anos começou escrevendo críticas de cinema para um jornal local e em 1965 deixou Manaus para estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo.

Seu primeiro romance, “GALVEZ, IMPERADOR DO ACRE”, foi um enorme sucesso de crítica e de vendas, logo se tornando um fenômeno internacional. A seguir, outros romances, ensaios e textos teatrais foram lançados com o mesmo impacto. Romances como “MAD MARIA”, “A ORDEM DO DIA” e “O MUNDO PERDIDO”. Ensaios como “O EMPATE CONTRA CHICO MENDES”, “FASCÍNIO E REPULSA” e “BREVE HISTÓRIA DA AMAZÔNIA”. Peças de teatro como “DESSANA, DESSANA”, “A PAIXÃO DE AJURICABA” e “AS FOLIAS DO LÁTEX”.

É roteirista de cinema, dramaturgo e diretor de teatro e ópera. Como homem de teatro ele atualmente dirige o TESC-Teatro Experimental do Sesc do Amazonas, grupo teatral que foi pioneiro na luta pela preservação da Amazônia.

Participou de muitos encontros internacionais de literatura e foi professor convidado da Universidade da California, Berkeley, escritor residente nas Universidade de Stanford e Austin, Texas. No momento ele está escrevendo a tetralogia “Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro”, tendo já publicado dois volumes: “LEALDADE” e “DESORDEM”, editados no Brasil pela Editora Record.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Em Manaus, ainda jovem, você começou a trabalhar como crítico de cinema no jornal O Trabalhista. Poderia comentar?

Márcio Souza: Foi meu primeiro trabalho profissional, com carteira assinada, que nada serviu para a minha aposentadoria de acordo com os fatores do INSS. Sempre gostei muito de cinema. Ainda hoje sou um cinéfilo de carteirinha. Parte de meus textos esta reunido no livro “O Mostrador de Sombras” de 1967, editado em Manaus pela União Brasileira de Escritores.

Conexão Literatura: Perseguido pela ditadura militar, você interrompeu os estudos em 1969 e começou a vida profissional no cinema, como crítico, roteirista e diretor. Como foi essa trajetória numa época tão conturbada?

Márcio Souza: Não interrompi, finalizei a graduação, mas nunca fui buscar o canudo. No entanto, já estava trabalhando no cinema, primeiro como roteirista da empresa SERVICINE, do Antônio Polo Galante e Alfredo Palácios; Ali aprendi que meu negócio não era cinema, mas escrever. Foi a minha grande escola onde descobri que escrever era um trabalho. Um ofício solitário, mas que precisava alcançar do outro lado os leitores. Escrevendo roteiros e ouvindo as observações e comentários do Galante e do Palácios, entendi que os leitores é que faziam todo o sentido ao ato de escrever. Além do mais, vindo de uma família de trabalhadores, não podia me dar ao luxo de ser diletante.

Conexão Literatura: Você escreveu diversas obras inseridas no ambiente sociocultural da Amazônia, entre elas “Mad Maria” (1980), que relata os episódios mais macabros e inacreditáveis dos registros históricos da construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Como foram as suas pesquisas e tempo gasto para compor essa incrível obra que chegou a ser adaptada e exibida pela Rede Globo na minissérie Mad Maria (2005), escrita por Benedito Ruy Barbosa e com direção de Ricardo Waddington?

Márcio Souza: Escrever sobre a Amazônia para mim era óbvio, pois como amazonense via o mundo da perspectiva do grande vale. Meu romance MAD MARIA, de 1980, começou como uma espécie de subterfugio para falar da Transamazônica, um dos projetos megalomaníacos da Ditadura. Encontrei outra estrada delirante e mortal, a Madeira Mamoré, que ligava o nada a coisa alguma. O empreiteiro norte americano inventou a cidade de Porto Velho, como ponto de partida, e estendeu os trilhos até a fronteira da Bolívia, finalizando na aldeia de Guajará Mirim. Uma das inúmeras sandices perpetradas pelo Brasil na Amazônia. O trabalho de pesquisa foi talvez uma sandice ainda maior, porque os arquivos da estrada foram destruídos e fui obrigado a sair pelo mundo buscando informações. Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em Paris, no Museu Britânico, na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Como não costumo escrever sobre meu umbigo, gosto de fundamentar o que escrevo, talvez seja vício de alguém treinado em pesquisa de Ciências Sociais. O livro saiu em 1980 e a Globo comprou imediatamente a opção. Parece que a adaptação é razoavelmente fiel, mas não assisti a minissérie, na época estava dirigindo uma peça e coincidia o horário dos ensaios com a emissão. Estou esperando sair o vídeo. 

Conexão Literatura: "A ironia amarga de Márcio Souza germina diretamente do coração das trevas." (The New York Times Book Review). Essa "ironia amarga" citada pelo jornal também é encontrada em outras de suas obras e podemos dizer que trata-se de uma marca pessoal de Márcio Souza?

Márcio Souza: Não sei, um crítico espanhol identificou como humor judaico, veja só. Se assim for, não é uma marca pessoal, creio.

Conexão Literatura: "Galvez, imperador do Acre", vendeu mais de 1 milhão de exemplares e serviu de base para a bem-sucedida minissérie Amazônia, exibida pela Globo em 2007. Muitos anos depois, parece que você mexeu e reescreveu alguns trechos do texto. Por quê?

Márcio Souza: O texto do romance “GALVEZ, IMPERADOR DO ACRE” nunca sofreu modificação ou reparo. Segue publicado com todos os defeitos de origem.

Conexão Literatura: Você foi presidente da Funarte entre 1995 e 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso e ocupa, desde janeiro de 2013, a presidência do O Conselho Municipal de Política Cultural da cidade de Manaus. Essa forte influência e o convívio com assuntos relacionados certamente fizeram nascer a obra "Amazônia Indígena" (Record), uma obra essencial para o leitor repensar a relação do Brasil com seus habitantes mais antigos. Poderia comentar sobre essa incrível obra e sobre a sua importância para o atual cenário brasileiro?

Márcio Souza: Eu que sou avesso à burocracia tive duas experiências federais na administração da cultura, e uma municipal. Fui diretor da Biblioteca Nacional, presidente da Funarte e atualmente presido o Conselho Municipal de Cultura de Manaus. Posso garantir que o livro “Amazônia Indígena” nada deve a esta parte de minha vida pregressa. Trabalhar no governo, em qualquer instância é como disse o filósofo Erasmo de Roterdão: “é o triunfo da esperança sobre a experiência”. “Amazônia Indígena” pretende ser um grande painel do processo histórico da Amazônia da perspectiva das etnias, dos povos indígenas. Não se trata de um ensaio antropológico, mas também o é, de certo modo. Também é memorialística, literatura e crônica. Está escrito para ser lido e apreciado pelos leitores em geral, que tenham alguma curiosidade para entrar em contato com um mundo extraordinário: o mundo do índio. 

Minissérie Mad Maria
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Márcio Souza
: Tenho escrito peças teatrais que venho encenando com o Teatro Experimental do SESC do Amazonas. Posso citar “Rodrigueanas Amazônicas”, em homenagem ao centenário de Nelson Rodrigues, “Carnaval Rabelais”, para o ano da França no Brasil e “Eretz Amazônia”, celebrando o bicentenário da imigração judaica para a Amazônia. No romance, estou concluindo o quarto volume da tetralogia “Crônicas do Grão Pará e Rio Negro”, “Derrota”, enquanto busco informações para o projeto de um romance sobre a vida de quatro jovens amazonenses que vão combater o nazismo na Itália, durante a II Guerra Mundial.

Perguntas rápidas:

Um livro: Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade.
Um (a) autor (a): Moacyr Scliar.
Um ator ou atriz: Júlia Lemmertz
Um filme: L’Age D’Or, de Luis Buñuel.

Conexão Literatura
: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Márcio Souza
: Agradecer a oportunidade de conversar com os leitores de Conexão Literatura.

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