João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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segunda-feira, 20 de março de 2023

Obra clássica sobre cangaceirismo ganha nova edição pela Cepe

 


Guerreiros do Sol: Violência e banditismo no Nordeste do Brasil é um livro que não pode faltar na estante de leitores interessados no tema do cangaceirismo. O título é de autoria do pesquisador Frederico Pernambucano de Mello, que faz um estudo detalhado do cangaço à luz do poder, da estética e da mística em volta desse período da história. Foi publicado pela primeira vez em 1985, estava esgotado e chega à 6ª edição pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O lançamento será nesta quinta-feira (23/03), às 19h, na Academia Pernambucana de Letras, localizada no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.


Advogado de formação, Frederico Pernambucano de Mello é referência em estudos sobre o cangaço e Guerreiros do Sol é considerado um clássico nessa temática. O livro tem 544 páginas, ricamente ilustrado e ancorado numa extensa pesquisa realizada em jornais, na poesia sertaneja, em documentação histórica e em depoimentos escritos e orais. Segundo ele, a nova edição traz poucos acréscimos. “O que predomina é a purificação dos dados, dever interminável de quem escreve”, declara o escritor.


No livro, ele traça um panorama do homem sertanejo, descreve a violência instalada no país, analisa as formas de cangaço e ressalta a teoria do escudo ético, argumento da vingança usado por cangaceiros para exercer a bandidagem. “Com a franqueza e a ausência de inveja com que procuro me pautar, digo que, sem sombra de dúvida, a teoria do escudo ético, de Frederico Pernambucano, foi a única que, até o dia de hoje, me pareceu convincente: foi a única que explicou a mim próprio os sentimentos contraditórios de admiração e repulsa que sinto diante dos cangaceiros”, disse, sobre essa teoria, o escritor Ariano Suassuna.


Lampião e Maria Bonita em Sergipe. Cena do filme de Benjamin Abrahão. Cortesia da Aba-Film, CE


O mais famoso dos cangaceiros, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938), justificava sua entrada no cangaço como vingança pela morte do pai e prometia retaliações contra José Saturnino e José Lucena de Albuquerque Maranhão, a quem responsabilizava pela vida que levava. “Curiosamente, a propósitos tão firmados e melhor alardeados não se seguiam ações de mesma intensidade. Pode-se mesmo conjecturar que Lampião jamais tentou sinceramente destruir os seus dois grandes inimigos”, relata o pesquisador em uma das passagens da obra.


Frederico Pernambucano analisa as figuras do cangaceiro, jagunço, pistoleiro, capanga, cabra e valentão. “O cangaceiro mostra não ter sido fenômeno homogêneo, divergindo segundo a motivação que levava o indivíduo a tomar armas, bem assim pela conduta adotada”, destaca. Assim, ele identifica o cangaço como meio de vida (Lampião e Antônio Silvino são os principais representantes), o cangaço como instrumento de vingança (Jesuíno Brilhante e Sinhô Pereira são os grandes exemplos) e o cangaço como refúgio (Ângelo Roque é o mais expressivo).


Elogiado por pesquisadores nacionais e estrangeiros, como o sociólogo Gilberto Freyre e Billy Jaynes Chandler (escritor norte-americano com livros lançados sobre o cangaço brasileiro), Guerreiros do Sol é o resultado de uma vida dedicada à pesquisa. “Seguindo Gilberto Freyre, com quem trabalhei por quinze anos na Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, vali-me da mais aberta pluralidade de fontes, das mais carrancudas, cartório etc, às mais insuspeitadas, sem desprezar a poesia dos cantadores e os folhetos ditos de cordel, como os anúncios de jornal, sempre uma fonte purificando a outra”, diz Frederico Pernambucano.


Num texto publicado na 5ª edição (Selo A Girafa/SP, 2013), Evaldo Cabral de Mello, tido como um dos maiores historiadores do Brasil, define Guerreiros do Sol como “o mais abrangente e profundo estudo do cangaceirismo, tema sobre o qual muito já se escreveu, mas que só este livro aborda desde uma variedade de ângulos que vão do seu condicionamento socioeconômico pelo ciclo do gado à análise do arcaísmo cultural em que seus comportamentos deitam raízes, e ao acobertamento ético que habilita o cangaceiro a justificar o uso sistemático da violência perante si mesmo e perante a sociedade.”



Entrevista com Frederico Pernambucano de Mello


Pergunta - Queria que o senhor definisse em poucas linhas o que é fazer-se cangaceiro.


Frederico Pernambucano - Fazer-se cangaceiro era protagonizar uma tradição brasileira de insurgência coletiva, rural, armada e metarracial, essa última característica significando que se podia ascender na hierarquia dos bandos de cangaceiros independentemente do tipo racial a que se pertencesse. Lampião era caboclo; Corisco, louro dos olhos claros; Luiz Pedro, Candeeiro e Elétrico, sararás; Zé Baiano, negro; Zé Sereno, negroide; Cobra Verde, moçárabe; Gato e Peitica, índios quase puros; Maria Bonita, alva; Dadá, mulata; Inacinha, índia.


Pergunta - O que o senhor destaca como a grande contribuição do livro para as pessoas interessadas neste período da história?


Frederico Pernambucano - O livro salienta a existência de dois Nordestes, o da agricultura de exportação, à frente a cana-de-açúcar, e o da pecuária, o ciclo do gado e do couro. Dois mundos, duas sociedades, dois homens, duas formas de motivação e exteriorização da violência, presente em ambos. Salienta, individualiza e conceitua os protagonistas dessa violência: o cabra, o capanga, o "matador de pé de pau" ou pistoleiro, o jagunço e o cangaceiro. Há ainda a salientar no livro uma teoria proposta e hoje adotada em geral, a do "escudo ético". Em essência, a narrativa adotada pelo fora da lei logo que vai ficando famoso, destinada a lhe justificar a conduta. Afinal, coragem, bravura e audácia produziam simpatia no universo rural, contudo, para a imortalização pela poesia de gesta era necessária uma justificativa moral compreensível.


Pergunta - O livro lançado em 1985 é o resultado de um extenso trabalho de pesquisa em documentação histórica, jornais, depoimentos orais e escritos e em poesia sertaneja. Quanto tempo o senhor levou para fazer esse levantamento?


Frederico Pernambucano - Há um tempo de vivência e de convivência que cobre a vida inteira do observador, notadamente os verdes anos, tempo em que pude estar com muitos remanescentes do ciclo histórico do cangaço, em andanças intermináveis pelo Sertão. Dos remanescentes, quem mais me ajudou foi Miguel Feitosa Lima, o cangaceiro Medalha, que andou com Lampião de 1921 a 1925, de quem findei me tornando "afilhado de fogueira", instituição sertaneja hoje em desuso. E há o tempo sistemático de pesquisa, desenvolvido, no meu caso, sobre o cabedal de vivências mencionadas acima. Nesse segundo domínio, levei cerca de dez anos, gastando saliva em entrevistas e comendo poeira em arquivos.



Serviço


O que: Lançamento do livro Guerreiros do Sol: Violência e banditismo no Nordeste do Brasil, em evento aberto ao público


Quando: 23 de março


Local: Academia Pernambucana de Letras (Avenida Rui Barbosa, 1596, Graças, Recife)


Hora: 19h


Preço: R$ 80 (impresso) e R$ 32 (e-book)

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Jorge de Barros, Lexy Soares e a revista LAMPIÃO, por Cida Simka e Sérgio Simka


Jorge de Barros, professor, roteirista e escritor, e Lexy Soares, quadrinista e autor de HQs, estão com uma campanha no Catarse (site de financiamento coletivo), para o apoio de publicação da revista em quadrinhos LAMPIÃO.
Veja mais informações abaixo.
Os colunistas e a revista Conexão Literatura apoiam o projeto!

LAMPIÃO
Na época em que passavam Kombis pelas ruas, trocando garrafas vazias por doces, ou pintinhos, um garoto troca garrafa por um pintinho, para ser seu bichinho de estimação. Mas ele cresce, e se torna um galo de briga, que ataca toda a família.
LAMPIÃO é uma revista em quadrinhos feita por Jorge de Barros (roteiro) e Lexy Soares (arte), que está em campanha no Catarse, um site de financiamento coletivo, em busca de verba para a publicação impressa, prevista para o primeiro semestre de 2021. Há vários brindes para apoiadores, como marcadores de página com artes exclusivas, e quadrinhos anteriores dos autores.
A história tem um ar de nostalgia, mesclando drama e humor com as lembranças de acontecimentos típicos de cidades periféricas, nos anos 80 e 90, que eram as Kombis que passavam nas ruas trocando garrafas.
E, devido à pandemia, os leitores que apoiarem o financiamento recebem acesso imediato a um PDF da obra para leitura antes de receber a versão impressa.
Abaixo, segue link para conhecer o projeto, e escolher a forma de apoio. Também é possível ler as primeiras páginas gratuitamente na página inicial do projeto.


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).
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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Lampião e Maria Bonita - Uma história de amor entre balas, por Wagner Barreira

Um legítimo romance de aventura

Lampião é um sujeito raríssimo cuja história não se encerra. Circunscrito a seu ambiente, o semiárido nordestino, Virgulino Ferreira da Silva, bandido, assassino, terrível, encontrou Maria da Déa, casada, inquieta, aventureira. A união da dupla e a vida entre seus seguidores apresentou ao país, preocupado em ser moderno, uma forma diferente, assustadora e sedutora de viver. Gênio militar inato, galanteador, sábio, pernóstico, malvado, justo... Quantas pessoas foram capazes de reunir tantos defeitos e qualidades? Quantas mulheres abandonaram tudo para seguir o grande amor?

Testemunhada, contada, recontada, reescrita, a vida e o amor de Lampião e Maria Bonita, um legítimo romance de aventura, só podem ser projetados como ficção coletiva, erguido sobre as fundações deixadas por tantos outros narradores que se aventuraram a contar seu romance. A saga dos dois é uma história verdadeira que, até hoje, alimenta a mística do cangaço e continua mexendo com o imaginário popular.

Editorial: Planeta
Tema:
História
Coleção: Outros
Número de páginas: 224

Acesse: https://www.planetadelivros.com.br
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