João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Conto "Um Lugar Tranquilo", por Roberto Fiori


O salão 606, imenso, abrigava, junto à parede dos fundos, algumas máquinas engenhosas. A mesa de cristal e aço reluzia à luz de seis lâmpadas de 300 Watts, instaladas no teto. Um homem de idade avançada estava em uma extremidade do móvel, em silêncio. Os outros, o observavam com vivo interesse.

— Virem-se para a parede afastada de nós, digamos, a uns trinta metros.

Os rapazes e moças sentados em ambos os lados da mesa se voltaram e, parecendo perceber pela primeira vez as máquinas, suspiraram.

— O robô da extrema esquerda. O primeiro. Chamem-no.

— De que manei...

— Robô. Chamem-no de robô.

Uma mulher na fronteira entre os vinte e nove e os trinta anos levantou-se e falou:

— Robô, venha se juntar a nós!

A máquina tinha cinco pares de câmeras inseridas no tronco, miniaturizadas e protegidas.

— Do que ele é feito, Dr. Spaulding?

— Anna, guarde essa dúvida para quando sairmos desta sala — ele respondeu. O robô era imenso quando ereto, todos haviam sido informados sobre suas dimensões quando se pusesse em posição de locomoção. Mas presenciar aquele gigante “in loco” era incomparável.

A máquina deu dois passos e se colocou ao lado de Anna. Falou, sua voz idêntica à de um humano:

— Estou pronto para os testes reais. Esperava esse momento, em que o Dr. Spaulding me soltaria.

— Nunca esteve preso aqui, Titanus. Precisávamos de tempo para terminar seu projeto e testá-lo.

— Foi algo que fiz? — Spaulding levantou uma sobrancelha em um centímetro, mas o robô o percebeu. E fez a seguinte pergunta: — Robôs foram treinados para matar ou para salvar?

O Dr. Spaulding respondeu:

— Para as duas coisas, Titanus. Você tem a prerrogativa de defender os Estados Aliados de um ataque. Não se sinta inútil ou sem propósito. Hoje, sairemos todos para o campo de demonstração e você fará tudo o que as diretrizes que implantamos em seu córtex lhe ordenarem.

— Eu me sinto despropositado, Dr. Spaulding. A guerra acabou há oito meses. A Dra. Anna Spencer me colocou a par da situação geopolítica da Terra e tudo o que aprendi foi luta, combate e destruição. Quero mais que isso. Quero ver os prados dourados e verdejantes, as montanhas dos Apalaches e das Rochosas e observar desertos de Israel e da Jordânia. Utilizar meu vocabulário de todas as línguas dos povos terrestres, conversar com Fermi, Tesla, Faraday, Edison, Shrödinger, Einstein. Preciso estar na companhia de Isaac Newton, quando ele formulou suas Leis da Gravitação, da Inércia e da Ação e Reação.

— Por quê, Titanus? Nâo somos o que eles foram, em sua época, mas chegamos perto. Olhe para seu corpo formidável. Setecentos quilos de uma liga mais resistente do que o neodímio e cem vezes mais leve que o aço. Soubemos como fazer uma máquina pensante, seu encéfalo comporta conhecimentos que só três homens possuem, no planeta Terra.

— Devo trazê-los para cá, Dr. Spaulding. São eternos, são a prova de que o Homem é mais do que um devastador, um saqueador, um guerreiro e um conquistador.

Em seguida, Titanus virou-se e caminhou para a porta de saída. Seus pés cromados ressoaram alto e ele conseguiu passar pela porta sem dificuldade. A entrada do salão havia sido projetada para que grandes volumes de carga fossem trazidos ou levados do recinto. Spaulding teclou em seu computador integrado à mesa e, do lado de fora, cinquenta soldados se mantiveram de prontidão.

Titanus saiu para o ar livre e foi alvejado por lasers de alta potência, que separaram a cabeça de seu corpo e, como em uma cirurgia, cortaram com precisão os membros do tão alardeado neodímio, que podia, teoricamente, aguentar uma detonação nuclear de cem megatons de potência. O suficiente para aplainar metade das montanhas do Himalaia.

No salão imponente, o Dr. Spaulding coçou o cavanhaque e as costeletas aparadas com esmero.

— Sabe, Anna, foi uma perda de quinhentos bilhões que tivemos em cinco segundos de disparos, com o robô. Reconheço que você fez um excelente trabalho, ao manipular a mente imaculada dele e levá-lo a concluir coisas que nunca imaginei que ele pudesse vir a pensar. Como acha que ele poderia voltar a 1935 e trazer Albert Einstein a nós? Acha que fabricamos máquinas do tempo, neste complexo? Poderíamos fazê-lo, mas a desorganização temporal que o transporte de um único átomo do passado entraria em conflito com as leis da Termodinâmica e da Relatividade... ora, deixemos essa discussão acadêmica para outro dia... Sabem, a Dra. Anna é uma das nossas mais notáveis...

Spaulding continuou a falar daquela maneira calma e rítmica que seduzia as pessoas em suas conferências e aulas da Universidade. Quando quatro soldados armados entraram e seguraram Anna para algemá-la, ela se debateu, gritou, tentou socá-los e pisar nos pés e pernas dos homens, mas o esforço foi em vão. Levaram-na, ela batendo com a cabeça na quina da entrada, quando os cinco passaram de volta pela porta aberta.

— Senhores e senhoras, as outra máquinas não funcionam, na verdade. São apenas carcaças. Titanus foi o melhor que já alcançamos, no âmbito da Inteligência Artificial, mas isso serviu de lição a todos nós. Jamais empreguem alguém que veio fugindo de um país ditatorial. Pode ser uma faca laser mal ajustada... ou ajustada para matar o seu dono.

— Para onde levaram a Dra. Anna, Dr. Spaulding?

Ele fitou o mais jovem membro de sua equipe e respondeu:

— Então você não sabe sobre “aquele lugar”? Ora, Dr. Caldwell, ela foi para um lugar tranquilo, muito tranquilo...

Eles apanharam suas coisas, suas valises, colocaram no bolso seus drives de 100.000 Terabytes de memória e seguiram o idoso professor, que se virou na altura da porta de entrada e desabafou:

— Não é culpa dela. Não é! É de todos os que começaram essa maldita guerra!


*Sobre Roberto Fiori:

Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro Cedrik - Espada & Sangue:

“Em uma época perdida no Tempo,

onde a Escuridão ameaçava todos,

surgiu um líder.

Destruição, morte, tudo conspirava contra.

Mas era um Homem de extremos, audacioso.

Era um Homem sem medo”. 

Dos Relatos e das Crônicas da Velha Terra.  


Em sua obra “Cedrik – Espada & Sangue”, o escritor Roberto Fiori coloca sua imaginação e força de vontade à prova, para escrever seu primeiro romance. Um livro de Fantasia Heroica, no gênero Espada & Feitiçaria, em que, em uma realidade paralela, a Terra da Idade do Ferro torna-se campo de lutas, bravura, magia e paixão.

Cedrik é um Guerreiro capaz de levantar 75 kg em cada braço e, ao mesmo tempo, de escalar uma parede vertical de mais de 20 metros de altura facilmente. Em meio a ameaças poderosas, parte para o Leste, em missão de vingança. Acompanham-no a bela princesa Vivian, vinda do Extremo Leste, e o fiel amigo Sandial, o Ancião, grande arqueiro e amigo a toda prova.

Os amigos enfrentam demônios, monstros, piratas e bandidos sanguinários. Usam de magia para se tornarem fisicamente invencíveis. Combatem demônios vindos do Inferno, no Grande Mar. Vivian é guardiã e protetora do Necrofilium, livro que contém maldições, feitiços e encantamentos em suas páginas.

A intenção do autor é continuar por anos as aventuras de Cedrik, escrevendo sobre todo um Universo Fantástico, em que bárbaros e guerreiros travam lutas ferozes e feitiçaria não é uma questão somente de “se acreditar” em seu poder, mas de realmente utilizá-lo para a batalha, como uma arma.

A obra pode ser adquirida com o autor, pelo e-mail spbras2000@gmail.com,  no site da Editora Livros Ilimitados, em livrarias virtuais e no formato de e-book, na Amazon. Os links para acessar o livro são:

1.     Americanas.com:

https://www.americanas.com.br/produto/3200481831?pfm_carac=cedrik-espada-e-sangue&pfm_index=2&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page

2.     Submarino.com:

https://www.submarino.com.br/produto/3200481831/cedrik-espada-e-sangue?pfm_carac=cedrik-espada-e-sangue&pfm_index=2&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page

3.     Amazon.com:

https://www.amazon.com.br/Cedrik-Espada-Sangue-Roberto-Fiori-ebook/dp/B091J3VP89/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=cedrik+espada+e+sangue&qid=1620164807&sr=8-1 

4.     Site da Editora Livros Ilimitados:

https://www.livrosilimitados.com/product-page/cedrik-espada-e-sangue

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