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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Katia S. Parente e o livro Herança sombria, por Cida Simka e Sérgio Simka


Katia
é engenheira química e atua na área ambiental há alguns anos. Sempre gostou muito de ler livros de suspense e ficção. Acompanhem essa superentrevista.

Fale-nos sobre o livro "Herança sombria". O que a motivou a escrevê-lo?

Eu tive a ideia inicial quando morei em Coimbra, Portugal, em 2018. Um dia estava voltando para minha casa e eu precisava andar por uma ladeira onde nunca havia ninguém. Eu fiquei pensando na época: se eu for atacada por alguém aqui onde vou pedir socorro? Aí eu inverti esse pensamento: e se eu atacar alguém? 

Bom, claro que não ataquei ninguém, isso foi só um devaneio, mas então comecei a elaborar a trama, que só terminei quando já estava de volta no Brasil, em São Paulo. Decidi montar um cenário que se passasse em São Paulo, ao menos na maior parte do tempo, e peguei emprestada a história de vida de minha avó paterna, que nasceu em Portugal.

Este foi o livro que me deu mais trabalho, pois precisei pesquisar muito e ficar atenta às datas e às informações de todas as personagens. Além de arriscar escrever algo que se aproximasse de um suspense policial. Foi uma experiência ótima!

Como é o seu processo de escrita?

Na maior parte das vezes eu começo a escrever sem planejar muito. Deixo as ideias sairem da cabeça e vou colocando no papel. Depois que começa a tomar forma, então eu volto no início e reescrevo o que for necessário para que as coisas se encaixem. No final, leio tudo umas duas vezes para corrigir os erros, que não são poucos, e só quando estou certa que terminou passo para alguns amigos lerem. Eles me ajudam muito com as revisões.

Como analisa a literatura de terror/horror publicada por brasileiros?

Acho que há muita coisa boa! Nós temos certa resistência em ler, assistir e consumir produtos nacionais, porém precisamos dar uma chance, pois podemos nos surpreender. O que foi meu caso. 

A escrita não é um produto valorizado, na maior parte dos casos o autor ganha dinheiro com outras coisas, ou quando o livro vira filme ou série, isso é uma pena, porque é um trabalho como outro qualquer e que realmente dá trabalho! 

Há o Patrick Corrêa e o Marcos DeBrito, que são exemplos de escritores brasileiros de suspense e terror que são muito bons! Assim como há outros anônimos que deveriam ter a chance de ser publicados. Temos nosso folclore e "causos" regionais que dariam excelentes livros de suspense!

Quais os seus próximos projetos?

Estou trabalhando no terceiro volume da série que começou com meu primeiro livro, Em busca da fotografia perfeita. O segundo volume já finalizei e estou aguardando retorno de uma editora. Também há um livro de contos que escrevi junto com outros quatro amigos escritores, estamos no final da revisão e talvez seja publicado no início do ano que vem. Torcemos para fazer o lançamento pessoalmente!

E há outros projetos ainda embrionários, que com certeza serão livros um dia.

Link para o livro: https://www.amazon.com.br/dp/B08H2JPS18

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Conto: "No conforto da esteira", por Katia S. Parente


*Katia S. Parente

Caminhava por trinta minutos na esteira todos os dias no final da tarde. Era como trabalhava seus músculos, após passar o dia inteiro sentado em frente ao computador judiando das teclas para crias histórias que seus leitores adoravam.
Na esteira havia um monitor onde o cronômetro e a quilometragem eram marcados, mas o mais divertido era um filme simulando lugares por onde andar.  A paisagem passava pela tela e parecia de fato estar lá. Ele escolhia sempre o percurso da Pacific Crest, Califórnia, uma trilha rodeada por árvores e picos nevados.
Raramente andava na rua, era muito trabalhoso. Calçadas acidentadas, carros, semáforos, muita coisa para prestar atenção. Na esteira selecionava a trilha com os picos nevados e não tinha qualquer preocupação.
Certa tarde, após finalizar um romance no qual vinha trabalhando há um ano, foi para a academia fazer sua caminhada. Subiu na esteira, selecionou a velocidade e depois o percurso. A trilha começava plana, rodeada por pinheiros e vez ou outra um chalé aparecia à margem, depois de alguns minutos era possível ver um rio caudaloso acompanhando o caminho e as montanhas cobertas de neve, igual açúcar de confeiteiro.
De repente a esteira começou a tremer. Parecia quando o metrô passava por baixo, mas desta vez foi mais forte e contínuo. As luzes piscaram e apagaram, o ambiente se tornou sombrio. Ele segurou nas laterais da esteira para não cair e olhou para os lados, a academia estava vazia e escura.
O tremor da esteira aumentou e uma força o puxava, atraindo seu corpo para o monitor da esteira. Ele segurou no suporte de braços, mas a força era enorme, sugava seu corpo para perto do monitor. Até que veio um apagão e tudo parou.
Quando abriu os olhos, estava em pé na trilha de terra cercada de pinheiros e montanhas nevadas. Ficou ali parado, sem entender nada. Só podia ser uma alucinação, talvez não houvesse comido direito! No entanto, o frio, o cheiro da terra e das árvores despertavam seus sentidos. Aquilo era real. Havia entrado na esteira.
Olhou para trás e não viu nada, estava sozinho. Decidiu que o melhor a fazer era seguir caminhando pela trilha até chegar em um dos chalés. Caminhou rápido, mantendo a velocidade da esteira para não passar frio.
A trilha era acidentada com buracos, pedras e desníveis, além dos trechos íngremes que exigiam mais esforço dos seus músculos. O chalé apareceu após uma curva, igual ao percurso da esteira. Era real! Ele se aproximou e olhou pela janela, não viu ninguém. Chamou por ajuda, nenhuma resposta. Continuou caminhando.
O rio caudaloso era o único ruído que trazia vida, de resto, nem pássaros. Caminhou por cerca de uma hora, já estava exausto. Na esteira não cansava tanto!
Ao atingir o pico de um morro, após uma subida tão íngreme que pensou que teria um enfarto, uma vista apareceu em sua frente; tão linda que mal pôde acreditar. Aquilo não aparecia no percurso da esteira!
Montanhas nevadas circundavam o vale por onde serpenteava o rio e ao fundo podia ver o oceano. Azul e imenso. Sentiu vontade de ir lá, viajar até aquele oceano lindo e ultrapassar aquelas montanhas imponentes. Poderia escrever um novo romance com essa experiência.
Uma águia soltou um grunhido atrás dele. Olhou para cima e viu o grande pássaro voando em direção ao mar, despertando ainda mais essa vontade de fazer as malas e cair no mundo.
Foi neste instante que o chão voltou a tremer. A terra escorregava precipício abaixo, em direção ao rio e as árvores farfalharam com um vento gelado, sentiu seu corpo arrepiar. A escuridão repentina caiu outra vez.
Quando abriu os olhos, estava em pé na esteira da academia. O visor exibia a mensagem: Parabéns! Você concluiu seu exercício. Fitou aquela frase por um instante e foi como se um clique houvesse estalado em sua cabeça.
Voltou para casa e após uma pesquisa rápida no Google, comprou uma viagem para a Pacific Crest Trail. Faria 800 dos 4.265 km.
Levou três meses de preparo, físico e emocional, e mais três meses para concluir o percurso. Ganhou bolhas nos pés, um joelho inchado, tornozelo e lombar estragados, mas escreveu seu livro e fez mais sucesso que os anteriores, afinal era um suspense baseado em fatos reais.
Após esta experiência, o conforto da esteira ficou só para os dias de tempestades elétricas, pois nem as chuvas o impedia de caminhar pelas ruas.


Katia S. Parente
é engenheira química e atua na área ambiental como professora e conteudista, escrevendo textos técnicos para a sua área de atuação. Começou a trabalhar como escritora há três anos e possui alguns trabalhos publicados como o livro Em busca da Fotografia Perfeita, pela Editora Chiado, A Lenda do Vale Seco, Editora Viseu, além de outros contos publicados no wattpad.com, onde está seu conto Café com leite, ganhador do prêmio Dois melhores contos de 2018, promovido pela revista Conexão Literatura.
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