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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Uma boa história garantida em "Cabeças Cortadas", novo livro do autor Gilmar Duarte Rocha


"Cabeças rolam! Cabeças de Leonardo da Vinci. De Rafael. De Giotto. De Veronese. De Shakespeare. De renascentistas. A polícia federal do Brasil na esteira do suposto sucesso de uma grande operação recente de combate à corrupção, empreende mais um sofisticado e complexo esquema de investigação policial a partir de vestígios de lavagem pesada de dinheiro que tem como ponto de conexão a cidade de Florença, Itália, o berço do Renascentismo.

Mas o que a corporação não prevê é que esse complexo engenho de podridão e degradação não envolve apenas políticos e funcionários corruptos. Envolve a própria polícia, milicianos, banqueiros e altos empresários, nacionais e estrangeiros, interessados em algo muito precioso que o Brasil guarda e que terá valor maior que ouro e petróleo num futuro não muito distante.

Leitura obrigatória para pessoas interessadas em entretenimento, tecnologia, semiótica, cibernética e em uma boa história. "

PARA SABER MAIS OU ADQUIRIR O LIVRO, ACESSE:

https://www.amazon.com.br/Cabe%C3%A7as-Cortadas-Gilmar-Duarte-Rocha-ebook/dp/B08S6ZRJYC/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=cabe%C3%A7as+cortadas&qid=1610315862&sr=8-1

https://books.google.com.br/books?id=uS0SEAAAQBAJ&pg=PT3&dq=cabe%C3%A7as+cortadas&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwizkv6GupLuAhVSDrkGHd9zDZIQ6AEwAHoECAQQAg#v=onepage&q=cabe%C3%A7as%20cortadas&f=false

https://www.kobo.com/br/en/search?query=cabe%C3%A7as+cortadas

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Macbeth, de Shakespeare, tem leitura dramática dirigida por André Guerreiro Lopes no palco do Itaú Cultural

Foto: André Guerreiro Lopes
A apresentação marca o lançamento do projeto Macbeth – Som e fúria que, posteriormente, se desdobrará em espetáculo teatral. Na Sala Itaú Cultural, os atores Djin Sganzerla, André Guerreiro Lopes e o músico Gregory Slivar evocam, por meio de projeções e sonorização ao vivo, o ambiente soturno e mágico criado pelo dramaturgo inglês nos idos de 1606

No dia 8 de agosto, às 20h, no Itaú Cultural, é realizado o lançamento do projeto Macbeth – Som e Fúria, com a leitura dramática da peça de Wiliam Shakespeare. A narrativa evolui sobre a história do personagem homônimo, que, seguindo a profecia de três bruxas, inicia uma árdua jornada em busca do trono escocês. No palco, os atores Djin Sganzerla e André Guerreiro Lopes, também diretor da produção, emprestam as vozes aos emblemáticos personagens da obra. Quem assina a produção é Alexandre Brasil. Em 2012 ele iniciou o Projeto 39, que prevê a montagem, em 10 anos, das 39 obras completas do dramaturgo inglês. Ele as produziu no século XVII e, passados quatrocentos anos, mantêm-se atuais.
Para transportar o público para o suspense evocado pela peça, foi desenvolvida uma ambientação sonora pelo músico Gregory Slivar, que, ao vivo, cria os sons presentes no texto. A ideia do diretor é evocar a potência da imaginação por meio desta sonorização singular, pesquisada para o projeto. A partir dos ouvidos o público tem a oportunidade não apenas de ouvir as vozes do principal personagem e de sua esposa, Lady Macbeth, mas também o som das guerras travadas por eles em nome da coroa da Escócia. Além disso, uma projeção com imagens em câmera lenta é utilizada durante toda a leitura, não para ilustrar, mas para aprofundar o clima de suspense eminente, criando um tempo e espaço dilatados, onde tudo pode acontecer.
Guerreiro é diretor artístico da Companhia Estúdio Lusco-fusco. Ele dirigiu e atuou em espetáculos como Tchekhov é um Cogumelo, indicado ao prêmio APCA, de Melhor Espetáculo do Ano, em 2017. A respeito deste novo projeto, que é um embrião, pois futuramente se tornará um espetáculo teatral, ele conta: “Macbeth é uma peça muito atual, de como a ambição deforma o caráter e a mente. Como a ideia pode transformar a cabeça da pessoa e ser maior até do que a própria cabeça. ” Esta impressão, ele leva ao palco por meio de pontos de luz posicionados sobre os atores, que representam os pensamentos, pois, como complementa Brasil, tudo no texto parte da manipulação de ideias. 

Para compor esta leitura, baseada na ambientação sonora, uma das referências de Guerreiro é o episódio da narração radiofônica do livro Guerra dos Mundos, de Herbert George Wells, realizada por Orson Welles, em 1938. Na ocasião, o cineasta “relatou” uma invasão alienígena, na Costa Leste americana, e acabou desencadeando uma onda de pânico na população, tendo paralisado três cidades.  Passados 10 anos, em 1948, Welles, ainda dirigiu, produziu, roteirizou e atuou no drama Macbeth – Reinado de sangue. Este filme, junto com outros 11 títulos já produzidos sobre a emblemática peça shakespeariana compõem, em uma mixagem, as imagens projetadas durante a leitura, com apresentação única no Itaú Cultural.

Minibiografias:
André Guerreiro Lopes: Diretor artístico da Companhia Estúdio Lusco-fusco. Dirigiu e atuou em espetáculos como Tchekhov é um Cogumelo, indicado ao APCA de Melhor Espetáculo do Ano, Ilhada em Mim – Sylvia Plath, indicado ao Prêmio APCA de Melhor Direção e O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência, escolhido como o 2º Melhor Espetáculo do ano pelo jornal Folha de SP. Recebeu os prêmios de Melhor Ator no 21º Festival Luso Brasileiro de Cinema, de Portugal, Melhor Ator no 41º Festival de Cinema Guarnicê, São Luís do Maranhão, entre outros. Atuou em longas-metragens, como no filme A Moça do Calendário, de 2017, e em séries de TV, como Carcereiros, da Globo, Detetives da História, do History Channel, na novela Sangue Bom, também da Globo, entre outros. Foi diretor assistente do diretor Bob Wilson na montagem brasileiras A Dama do Mar e Garrincha - Uma Ópera das Ruas.
Djin Sganzerla: Atriz e co-fundadora da Companhia Estúdio Lusco-fusco. Recebeu os prêmios APCA de Melhor Atriz de Cinema, Melhor Atriz no 12º Festival de Cinema Luso Brasileiro em Portugal, Melhor Atriz, no Festival de Cinema de Natal e Melhor Atriz Coadjuvante, no 39º Festival de Cinema de Brasília. Atua nos espetáculos da lusco-fusco e trabalhou com diretores como Antonio Abujamra e Zé Celso Martinez Corrêa, em Cacilda! Também em Savannah Bay, dirigida por seu pai, Rogério Sganzerla, A Melancolia de Pandora, de Steven Wasson, encenada pela companhia londrina Theatre de l'Ange Foi, e em Frank-1, de Samir Yazbek e Helio Cícero, entre outras. Em cinema atuou em mais de 15 longas metragens, entre eles:  A Moça do Calendário, Ralé e Luz nas Trevas, de Helena Ignez; Ornamento & Crime produção portuguesa dirigida por Rodrigo Areias; O Gerente, de Paulo Cesar Saraceni; Meu Nome é Dindi, de Bruno Safadi e Falsa Loura de Carlos Reichenbach.
Gregory Slivar: Formado em composição pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), local onde também começou a estudar violino e realizar pesquisas tanto em música contemporânea quanto para teatro. Atualmente é mestre pela USP, na área de sonologia. No âmbito estritamente musical seus principais interesses sempre foram pela música de vanguarda. Em seus trabalhos permeiam o uso do computador e programação como suporte composicional, abordagens alternativas para instrumentos convencionais, técnicas vocais expandidas, construção de novos instrumentos musicais, esculturas sonoras e performance musical. Nos últimos anos realizou diversos concertos em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, e teve suas peças executadas em vários estados do país através de rádios e eventos ligados a música contemporânea. Entretanto, sua principal pesquisa e mais abrangente área de atuação é a música ligada a cena. Sempre privilegiando a execução ao vivo, suas concepções sonoras procuram se amalgamar de maneira estrutural dentro das peças, e quando possível, estudar maneiras cênicas de inserção da figura do músico nos espetáculos e instrumentos como objetos cênicos. Teve seus trabalhos premiados em festivais nacionais de teatro e foi contemplado com o Prêmio Shell de Teatro, na categoria Música, pelo espetáculo Prometheus – A tragédia do Fogo, da Cia Balagan de Teatro.
Alexandre Brazil: Diretor de produção desde 1998, entre seus espetáculos produzidos estão Nem Princesas Nem Escravas, de Humberto Robles, e direção de Cacá Rosset; A Vida em Vermelho – Brecht e Piaf, de Aimar Labaki, direção de Bruno Perillo, Coriolano, de William Shakespeare, direção de Márcio Boaro, Isso  Não é Um Sacrifício, de Fernando Bonassi, direção de Christiane Tricerri, A Merda, de Cristian Ceresoli, direção de Christiane Tricerri, Ricardo III, de William Shakespeare, direção de Marcelo Lazzaratto, A Tempestade, de William Shakespeare, peça traduzida por Barbara Heliodora, dirigida por Marcelo Lazzaratto, entre outras.

SERVIÇO
Leitura pública dramática e lançamento do projeto Macbeth – Som e Fúria
8 de agosto, às 20h
Duração: 90 minutos
Sala Itaú Cultural
Capacidade: 224 lugares
Classificação indicativa: 16 anos
Gratuito
Distribuição de ingressos: público preferencial: 1 hora antes do espetáculo (com direito a um acompanhante, que deve retirar o ingresso ao mesmo tempo).
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa).

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1777
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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quarta-feira, 5 de abril de 2017

10 obras literárias existencialistas para ler e refletir

O ser humano se questiona, deveras, sobre muitas e muitas coisas. Sempre foi assim, e sempre será. Pelo menos assim esperamos que seja, pois é esse questionamento que leva a humanidade adiante. E algumas das principais questões hão de ser: qual o sentido disso tudo? Por que nós, por que aqui, por que agora, e para quê? O que podemos fazer para dar algum sentido a essa bagunça toda que chamamos de vida, que muitas vezes parece tão sem sentido? Resumindo de uma forma bem simplificada, sem aprofundarmo-nos muito em nenhuma das correntes teóricas existencialistas, é mais ou menos isso que é tratado nos romances/contos etc desta lista. Claro que estas obras tratam de diversos outros assuntos também, mas há questões existenciais presentes em todas elas, e é isso que vamos ver agora. Então, vamos à lista! Hora de resolver (ou criar) algumas crises existenciais!

Sonho de um homem ridículo – Fiódor Dostoiévski
Inicialmente, a lista ia ser só de romances, mas com um conto como esse (é um conto longo, quase uma novela, mas ainda não pode ser chamado de romance), seria impossível deixar a lista só com romances. A história é narrada do ponto de vista de um homem que achava ser um homem ridículo, e era indiferente a tudo. Até que na noite em que decidira se matar, antes de chegar em casa encontrara uma criança chorando pelo caminho, e ignorara a criança. Mas ao chegar, em vez de se matar, dormiu com a arma na sua frente, e sonhou com um mundo utópico, onde todos eram bons e puros, mas foram corrompidos. Então ele acorda, acreditando na bondade do ser humano, no amor à vida, e encontra um sentido para sua existência, antes tão indiferente e sem razão. Resolve pregar o amor ao próximo, e tentar resgatar aquela humanidade pura que vira em sonho.

Memórias do Subsolo – Fiódor Dostoiévski
Sim, mais Dostoiévski! E por acaso dá pra falar de literatura existencialista sem Dostoiévski? Seu romance, Memórias do Subsolo é por muitos considerado o primeiro romance existencialista da história. Seu protagonista é um homem que se considera um homem doente, mau, desagradável – que na verdade é um homem atormentado por sua consciência. Sendo este o sentido de subsolo na metáfora de Dostoiévski, a consciência humana, um lugar distante, escuro, escondido e muitas vezes não muito puro – e por estar afundado em tal subsolo, o personagem sente-se corrompido por si mesmo. Este é um romance essencialmente psicológico, no qual o narrador condena a hipocrisia e os homens supérfluos, ao mesmo tempo em que revela sua própria consciência como um subsolo, de forma que o personagem se vê tão fechado em si mesmo que mal consegue se encontrar. A narrativa mostra as faces mais sombrias da alma humana – as quais não maioria de nós não consegue admitir para si mesmo. O protagonista, perturbado consigo mesmo e com a realidade ao seu redor, questiona fatos críticos a respeito da existência humana e questiona, até, a própria sanidade. Um livro realmente forte que influenciou diversas gerações, como Freud, Kafka, e inclusive, o existencialismo de Sartre.

Hamlet – William Shakespeare
Ok, a peça inteira não gira exatamente em torno de questões existenciais, mas os monólogos de Hamlet, o famoso do “Ser ou não ser”, no qual que ele diz à Rosencrantz e Guildenstern sobre o motivo de sua melancolia, sobre as glorificações do homem, que apesar de tudo, para ele nada significam, são puramente questões existenciais. E descritas da forma mais bela e lírica possível – apenas por ser a mais famosa obra de Shakespeare, já dá pra entender a importância deste texto. Só o diálogo do “Ser ou não ser” já é um dos maiores questionamentos já escritos, e acho impossível alguém ler isso e não refletir, ao menos um pouco, sobre o fato de existir (ou não existir?).

O Apanhador no Campo de Centeio – D.J. Salinger
Holden Caulfield é um dos maiores questionadores do mundo da literatura, apesar da linguagem do livro ser extremamente informal, diferentemente das outras obras desta lista. Um jovem que não se encaixa neste mundo de jeito nenhum, acha todo mundo falso e superficial, pensa em viver isolado do mundo – Holden é um símbolo do jovem fora de lugar em um mundo vazio, sem sentido, de uma geração perdida, em crise existencial. Assim, ele encontra algum sentido para esse mundo vazio na inocência da infância, ele se alegra em ver sua irmã mais nova, Phoebe, dando voltas em um carrossel, e quer ser o apanhador no campo de centeio, o único adulto que fica à beira do abismo para não deixar as crianças caírem (uma grande metáfora para salvar a inocência das crianças), assim salvando-as de se perderem no superficial e vazio mundo adulto, talvez as transformando em adultos menos vazios.

Clube da Luta – Chuck Palahniuk
Na obra prima de Chuck Palahniuk vemos um personagem que está cansado de seu trabalho, de sua vida, e que não vê sentido em trabalhar em um emprego que não gosta, para comprar coisas inúteis. Enfim, um ciclo inesgotável de dependência ao sistema sem sentido – é uma crítica ao capitalismo, ao consumismo, à falta de liberdade que a sociedade impõe às pessoas, transformando-as em parte do sistema, sem vida própria, tornando-as não elas mesmas, mas seus pertences, seu dinheiro etc. Então o protagonista da história conhece Tyler Durden, personagem que representa os seus anseios de liberdade, e os dois dão início ao clube, onde nada material importa, só a força de cada um e o seu entregue à luta. A força é representada como física, mas penso que pode ser interpretada de diferentes formas. Pessoalmente, vejo como uma metáfora para a força vital de cada ser, uma vontade de poder, como a descrita por Nietzsche. Também pode ser vista como uma vontade de nada, um niilismo, que busca nada além da destruição, ou, até, como uma capacidade de destruição e auto-destruição em protesto às regras impostas de auto-preservação, garantindo o funcionamento do sistema que transforma seres humanos em números, peças, robôs, etc.

Assim Falou Zaratustra – Nietzsche
“É preciso muito caos interior para parir uma estrela que dança.” – Essa é uma das diversas passagens altamente existenciais encontradas neste livro de Nietzsche, onde Zaratustra, personagem que é uma representação antropomórfica das ideias de Nietzsche, anuncia o super homem, o homem acima da moral. É mais reconhecido como um livro de filosofia do que de literatura, mas o valor literário desta obra é inegável; é o livro mais poético e literário de Nietzsche, e que joga a mente do leitor em divagações que revolucionaram a filosofia mundial. Ler Nietzsche é sempre um exercício mental, ler Zaratustra é uma contemplação (bem mais que contemplação, um questionamento na verdade) da filosofia. Dos aspectos mais abordados por Nietzsche, nesse caso, a moral e o homem acima da moral – e nesta obra vemos a filosofia organizada de forma lírica e em prosa, onde um personagem anda pelo mundo anunciando os ideais defendidos por Nietzsche. Para os fãs de literatura que se interessam por filosofia, é o melhor jeito de ler filosofia.

Demian – Hermann Hesse
Esse romance de Hesse, que pode ser considerado um romance de formação, por tratar da história de vida do protagonista, Sinclair. Desde a infância, até certo ponto de sua vida adulta, tem milhares de passagens existencialistas. Seu romance é praticamente um romance filosófico – e escrito de forma completamente lírica, em muitas passagens soa como um poema em prosa. O romance conta a jornada do jovem Sinclair, que no início da história se encontra em problemas, até que conhece Demian, que o guia para uma nova visão de mundo. A obra tem uma força narrativa e filosófica capaz de fazer o leitor refletir sobre a própria existência, tais como as seguintes:
“A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que
destruir um mundo.”
“A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo,
a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem
algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode.”

O Lobo da Estepe – Hermann Hesse
Hesse de novo na lista, mas o que fazer, se seus livros são tão focados na questão da existência? O protagonista de Lobo da Estepe, Harry Haller, que se auto-denomina o Lobo da Estepe, por seus hábitos solitários, poderia ser praticamente comparado a um Holden Caufield adulto. É um homem solitário, que vivia uma vida calma, confortável, mas sem sentido, sem o que esperar do futuro, que já considerara o suicídio inclusive; era um outsider (excluído), sentia não pertencer à sociedade. Até que ele um dia encontra um lugar chamado Teatro Mágico – só para loucos, é o que anuncia a entrada de um lugar onde os personagens parecem sair da realidade. O protagonista conhece uma mulher que lhe faz um pedido um pouco incomum (e um pouquinho mórbido), e depois desses acontecimentos, a vida do Lobo da Estepe parece ganhar sentido novo, pelo menos por algum tempo. O livro é narrado por três pontos de vistas diferentes, o de próprio protagonista, o do filho da dona da pensão onde ele esteve e há também o Tratado Lobo da Estepe, uma espécie de mini-livro sobre o Lobo da Estepe, que o protagonista lê. Resumindo, O Lobo da Estepe é uma obra essencialmente existencial, que acrescenta muito à vida de quem a lê.

O Estrangeiro – Albert Camus
O personagem mais indiferente da literatura, Meursault não demonstra sentir absolutamente nada quando é informado da morte de sua mãe, depois fica amigo de um vizinho que arranja problemas com uns árabes, e acaba matando um árabe. Meursault é ateu, e, quando condenado à morte, lhe oferecem que se confesse para não ir para o inferno, mas ele não muda sua conduta. O mundo para ele é indiferente, assim como ele mesmo, e a única forma de encontrar sentido, em sua visão, é criar um (Existencialismo detectado? Apesar disso, Camus nega que este seja um romance existencialista.), e assim ele o faz, diz que fora feliz, e era mais uma vez feliz ao contemplar o fato do universo ser indiferente, assim como ele. Diz também esperar que sua execução seja assistida e recebida com gritos de ódio. Meursault é realmente um estrangeiro, não no sentido geográfico, mas no sentido existencial, ele não se encaixa na sociedade, não age como todos devem agir, não se importa de ser condenado à morte, não se importa em matar, tudo para ele tanto faz. Portanto, ele é condenado à morte, não apenas pelo assassinato, mas pelo seu “crime” social, por não ter demonstrado sentir nada no enterro de sua mãe, isso que foi utilizado no julgamento que o condenou. Ele foi considerado menos humano por não sentir o que se deve sentir em determinadas circunstâncias.

Homem no Escuro – Paul Auster
Este é um romance muito interessante, principalmente por tratar de dois temas: primeiro, o que mais salta aos olhos do leitor é a meta-ficção presente nesta obra. O livro conta a história de um escritor aposentado, que para se esquecer de seus problemas, passa as noites imaginando uma história, mas só imaginando, pois ele nem sequer chega a escrever a história. Resumidamente, a história que ele imagina é sobre um personagem que tem o dever de matar o escritor que está imaginando tudo (o próprio narrador) para salvar o mundo do caos em que se encontra. Ok, realmente é interessante, mas o que tem de existencial nisso? O modo como a realidade é mostrada nesse livro quase nos faz questionar a nossa própria realidade, a nossa própria existência, pois os personagens imaginados pelo escritor vivem, e sofrem e têm identidade própria, uma existência tão completa quanto à do escritor, que claro que também é um personagem de Auster. Além disso, o escritor aposentado arruma um sentido para sua vida, que é uma vida bem complicada: sua mulher morreu, sua filha é divorciada e meio solitária, e o ex-namorado de sua neta foi assassinado. Mas mesmo com tantos dilemas, o escritor segue em frente, e encontra um sentido para tudo isso.

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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Stoner do escritor John Williams

Stoner

Olá caros leitores estou feliz por ter sido convidado para ser colunista desse blog e fazer parte de um grupo que acredita que a Literatura tem muito mais a oferecer do que parece. E na esteira desse mundo mágico trago Stoner do escritor americano John Williams publicado em 1965.

Dizem que o tempo pode corrigir equívocos e nos brindar com o que há de melhor quando se tem a paciência para esperar. Stoner parece ser um presente que há muito tempo estava esquecido, afinal, publicado em 1965 foi esquecido por quase 50 anos e resgatado do limbo para nos proporcionar uma literatura cativante.

John Williams é o responsável por essa obra cativante cujo tempo foi paciente. Nascido em 1922 no interior do Texas numa cidade chamada Clarksville foi enviado para a Índia em missão da Força Aérea e por mais de dois anos realizou várias missões. Ao retornar ingressou na Universidade de Denver onde recebeu o bacharelado em Literatura Inglesa.

Fez o doutorado na Universidade de Missouri em 1954. Voltou para Denver para atuar como professor assistente de Literatura Inglesa. Publicou três romances: Butcher´s Crossing (1960), Stoner (1965) e Augustus (1972) premiado com o National Book Award.

O livro Stoner foi publicado em 1965 e vendeu apenas duas mil cópias. Foi redescoberto em 2003 e não despertou o interesse do público em geral. O livro caiu nas graças da escritora francesa Anna Gavalda que pediu para que seu editor adquirisse os direitos. Em pouco tempo o livro estava entre os mais vendidos na Europa.

DNA da Obra

Willian Stoner é filho de camponeses que preocupado com o futuro do filho o manda para a Universidade estudar Agronomia. Na disciplina obrigatória do curso estuda Literatura Inglesa e Stone é exposto a uma peça de Shakespeare e fica absorto. Era a Literatura transformando a vida desse estudante.

Com a mudança de curso novos desafios são lançados e Stoner parece não se preocupar com isso, aliás, segue em frente e conclui o curso de Literatura. É convidado a ser professor assistente e com essa nova profissão segue sua vida.

Stoner é uma pessoa simples que descobriu a vida com o acesso ao conhecimento. Ele é humilde e mantém suas raízes firmes sem muitas pretensões materiais. Casa-se com Edith e não tem muita sorte. Sua esposa mantém uma distância e fica claro que se casou não por amor e sim para fugir de sua vida medíocre.
Por vezes, imerso nos seus livros, tomava consciência de tudo o que não sabia, que não lera, e a serenidade à qual aspirava estilhaçava-se, quando percebia o pouco tempo de que dispunha na vida para ler tanta coisa, para aprender o que queria.” Pág. 28;
No percurso de carreira como professor há alguns conflitos profissionais que são os pontos altos de sua vida. Destaca-se a paixão que nutre pela literatura do que como professor. A impressão que o personagem passa é que ele não saiu da fazenda e a vida passa sem causar impactos.

O personagem principal foi bem construído. É cativante de forma que a todo o momento você torce por ele. A sua passividade frente aos desafios da vida nos faz repensar o modo como ele consegue suporta-los.

Ele não se preocupa com a popularidade e sim com a paixão que nutre pela literatura. Não é um professor notável cujas aulas são disputadas por alunos ávidos por aprender. Seu ofício talvez seja um meio que ele encontrou para manter a sua paixão pela literatura.

Edith é outro personagem para se pensar. Criada para ser uma esposa perfeita ela sente o peso que o mundo deposita nela. Numa época na qual a mulher era preparada para o casamento e apenas isso ela parece querer romper com esse tratado e não sabe como.

A narrativa é fluída e a cada página virada faz com que você queira mais. A linguagem é simples como uma vida no campo. Embora a simplicidade da escrita seja uma marca é importante salientar que nessa simplicidade mora uma profundidade de pensamentos que estão reverberando até agora.

Para os amantes da Literatura essa obra é recomendadíssima, afinal, um professor de literatura que a usa para aplacar as dificuldades da vida de forma simples e apaixonante é maravilhoso.

Capa


Autor: John Williams

ISBN9788567861135

Ano edição: 2015

Editora: Rádio Londres

Páginas: 320

Skoob: 4,7


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