Marco Antonio Palermo Moretto - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.
Marco Antonio Palermo Moretto, natural de São Paulo, capital, é formado em Comunicação Social pela Universidade Metodista; Letras e Filosofia pelo Centro Universitário Assunção; Pedagogia pela Universidade São Marcos, e Teologia pelo ITESP.
Tem mestrado na área da Educação pela USP, doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC/SP e pós-doutorado em Ciências da Religião pela PUC/SP.
Atuou como Programador Cultural do Centro Cultural São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo, professor da rede pública do Estado de São Paulo até 2019, professor da escola particular São Francisco Xavier (padres jesuítas) e professor universitário da UNIBERO, UNIFAI, UNIABC, FAPCOM, FATEC SÃO CAETANO e ITESP. É pesquisador na área que estuda as relações entre a literatura e a religião.
Escritor há 36 anos, trabalhou na Revista de Estudos e Comunicações Lúmen do Centro Universitário Assunção e é autor de livros. Tem inúmeros artigos publicados; no entanto, sua paixão é escrever contos, muitos publicados em revistas e veículos próprios de comunicação, como o conto “Pão Nosso” publicado na antologia Contos Para um Mundo Melhor, da Editora Xeque-Matte, de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Escreveu peças de teatro infantis que foram montadas como “Quem Achou a Maldade?”, que ficou um ano em cartaz, “Cadê o Tempo?”, “As Aventuras da Cor Vermelha”, e “Aqua, um misterioso caso no fundo do mar”. Organizou a oficina de teatro do Centro Universitário Assunção montando e dirigindo muitas peças com alunos universitários.
Em um segundo momento o autor pesquisa a influência da religiosidade cristã em outros segmentos da arte como o cinema, tendo publicado um artigo sobre o filme Agnes de Deus e análise de pinturas vistas em alguns importantes museus do mundo como o Louvre e Museu do Prado.
Recebeu em 2016 o Prêmio Marco da Paz, da Prefeitura Municipal de São Paulo, oferecido aos educadores que promovem a paz pelo trabalho docente.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro A expressão da religiosidade nos poemas de Adélia Prado (Editora Paco, Jundiaí, São Paulo, 2021).
O livro apresenta um estudo que relaciona conceitos teológicos aos poemas da escritora Adélia Prado no intuito de mostrar a forte carga subjetiva religiosa que aparece nos poemas, revelando o sentimento religioso que se expressa nesses textos poéticos. É um eu que precisa emergir e revelar o que sente no campo religioso. São poemas belíssimos, que mostram conflitos, amor, saudades, relação com mãe e símbolos sagrados como anjos, santos e uma relação apaixonada pelos representantes da cristandade. Adélia Prado é única nesse sentido, pois é um ser humano passível de expressar o que sente sobre religiosidade. Assim, a literatura nos mostra os poemas e a teologia os conceitos que se ligam aos versos, como pecado, perdão, oração. Nesse diálogo o leitor ganha a possibilidade de entender o religioso no poema.
Esse livro é o resultado de longa pesquisa começada no Pós-Doutorado da PUC/SP e de profunda pesquisa feita no curso de Teologia do ITESP.
Quando eu era professor de Literatura conheci a poetisa Adélia Prado, fiquei encantado com seus poemas e passei a perceber o conteúdo religioso que apresentavam; depois quando fui fazer o doutorado, utilizei um poema dela para fazer um evento de leitura com os alunos e observei ainda mais o conteúdo desses textos poéticos. Após o doutorado, ingressei no pós-doutorado do programa de Ciências da Religião da PUC de São Paulo e fiz um projeto para estudar a influência religiosa nos poemas dela. Redigi uma monografia sobre isso e as categorias religiosas fizeram parte desse estudo, como o pecado, o perdão, a oração. Após o pós-doutorado fui cursar o bacharelado em Teologia e no curso reuni elementos científicos para aprofundar meus estudos sobre a questão da religiosidade nos poemas da escritora. Agora estava completo.
Fale-nos sobre meus outros livros.
Tive o prazer de participar da coleção Bicho-de-sete-cabeças da editora Ciência Moderna, do Rio de Janeiro; nessa coleção, participei com três títulos:
→ Escrever contos não é um bicho-de-sete-cabeças (2009). Fala sobre minha experiência com os contos, ensinando e escrevendo, uma grande paixão.
→ Fazer teatro não é um bicho-de-sete-cabeças (2010). Nesse livro falo de outra paixão, o teatro, atuei como ator, mas escrever peças infantis foi um grande acontecimento para mim, principalmente porque depois de escrita foram montadas e transformadas em contos também publicados, com destaque para Quem achou a maldade?, que ficou um ano em cartaz.
→ Ser professor reflexivo não é um bicho-de-sete-cabeças (2013). É o resultado de minhas pesquisas no curso de doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, resultado de meu trabalho de leitura com alunos.
→ Em 2006 publiquei A Leitura na Prática do Professor Reflexivo pela editora Espaço Editorial. Pesquisa feita no doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC/SP.
Fale-nos sobre a questão da leitura no Brasil.
Infelizmente muitas pessoas perderam o prazer pela leitura. Como lecionei para adolescentes, percebi que o grande interesse deles é pela internet, pelas redes sociais, um ou outro aluno realmente se interessava pela leitura, e viam-na como algo obrigatório, que fazia parte da grade curricular, principalmente a leitura dos clássicos, que aparece na escola. A imagem, a comunicação rápida, o atrativo das redes sociais é mais forte e a leitura fica relegada para algumas pessoas, mas percebo que pessoas que têm formação superior e mesmo em outras faixas etárias se interessam pela leitura. Veja o número de livrarias que fecharam na época da pandemia, mas eu não desisto, publico meus textos desde 1986 e não parei, 35 anos acreditando que a palavra pode transformar, construir, ajudar na formação e levar a viagens incríveis em mundos criados pelo escritor e principal fonte de conhecimento. Outro empecilho é o preço do livro que não condiz com a realidade brasileira, uma pessoa gastar 80,00 com um livro pode ser muito. Também fazemos parte de uma cultura descartável, o que era ontem já não é hoje, tudo é consumido e não memorizado, não há muita fixação na memória. Agora temos o e-book, que exige ter um computador ou um celular para ler, mas ainda prefiro o texto impresso.
O que tem lido atualmente?
Estou lendo três livros ao mesmo tempo; com a pandemia, fica fácil ler vários livros:
A imitação de Cristo, de Tomas Kempis
Cristianismo puro e simples, de C.S. Lewis
Encontro com a Morte, de Agatha Christie.
Pretende um dia parar de escrever?
Sinceramente não, mas encontro dificuldade de encontrar editoras dispostas a publicar meus livros, de comercializar e divulgar, principal problema para mim, pois a divulgação é fundamental para tornar o livro conhecido. Gostaria de escrever um romance com muitas páginas ou reunir todos os meus contos em um único livro.
Link para o livro:
https://www.pacolivros.com.br/a-experessao-da-religiosidade-nos-poemas
Links para os outros livros:
Escrever contos não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/escrever-contos-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas.html
Fazer teatro não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#livros/detalhesLivro/fazer-teatro-nao-e-bicho-de-sete-cabecas.html
Ser professor reflexivo não é um bicho-de-sete-cabeças:
https://www.lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/ser-professor-reflexivo-nao-e-um-bicho-de-sete-cabecas.html
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020) e Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Membro do conselho editorial da Editora Pumpkin e colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro infantojuvenil se intitula Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021).