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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Júlio Emílio Braz e seu mais novo livro: Epaminondas Goiabeira e a Máquina da Felicidade, por Cida Simka e Sérgio Simka


O renomado escritor Júlio Emílio Braz está lançando seu mais novo livro. Nesta entrevista, ele fala um pouco sobre ele.

Quem é Júlio Emílio Braz

Júlio Emílio Braz nasceu em 16 de abril de 1959. Autor de livros infantis e juvenis há quase quarenta anos, começou sua carreira literária de maneira curiosa: desempregado, aceitou convite para escrever roteiros para as revistas de terror da antiga em Editora Vecchi em outubro de 1980. Seguiram-se publicações em outras editoras no Brasil e países como Estados Unidos, Bélgica, Portugal, entre outros e sua primeira premiação: o Ângelo Agostini da AQC como melhor roteirista de quadrinhos de 1986. Em 1983 começa a escrever Bolsilivros de bangue-bangue para a Editora Monterey, escrevendo cerca de quatrocentos títulos sob 39 pseudônimos também para editores como Nova Leitura e Cedibra. Em 1988, publicaria seu primeiro infantojuvenil, Saguairu, pela Atual Editora, e no ano seguinte ganharia o Prêmio Jabuti de Autor Revelação. Em 1990 escreveria sketches de humor para o humorístico Os Trapalhões na TV Globo e atualmente dedica-se exclusivamente à Literatura infantojuvenil, com quase duzentos livros publicados no Brasil e no exterior (em 1997, a tradução para o alemão para seu livro Crianças na Escuridão – Kinder im Dunkeln – lhe daria prêmios na Suíça – o Blaue Brillenschlangue – e na Áustria – o Austrian Children Blooks Award.

ENTREVISTA:

O que o motivou a escrevê-lo?


Na verdade, “Epaminondas Goiabeira e a Máquina da Felicidade” trabalha com as perdas que nos marcam e nos definem ao longo da vida. Ele começa quando o protagonista da história, então um homem crescido nos idos dos anos sessenta, recebe a notícia da morte do filho, um militante de esquerda durante a ditadura militar. Enquanto ele sofre por conta da notícia repentina e devastadora, volta a pensar nos tempos de infância e particularmente em sua primeira perda, a mais importante e fundamental, a perda da inocência. Coincidentemente a história se passa nos anos da Gripe Espanhola e ele mora no Rio, filho de uma importante figura da República. O pai, com medo de que o filho seja vítima da febre, envia o filho para viver com o irmão na Costa Verde do Rio de Janeiro. Os dois irmãos se detestam e no início o menino é acolhido com frieza pelo tio e se refugia na amizade de alguns empregados do tio e posteriormente na figura misteriosa de um vizinho, Epaminondas Goiabeira, que descobre mais tarde estar construindo uma ainda mais misteriosa Máquina da felicidade com a qual pretende recuperar a felicidade perdida. O envolvimento entre os dois se torna crescente é fácil imaginar a grande decepção do menino quando tudo não passava de um engodo de Epaminondas Goiabeira, um homem infeliz que após perder a família num naufrágio, para não enlouquecer ou exatamente por ter enlouquecido, se entregou à construção da tal Máquina sabendo de antemão que ela jamais funcionaria.
Não darei spoiler, viu?
A ideia do livro partiu das observações minhas sobre a necessidade do ser humano nos dias de hoje de ser ou se apresentar feliz que infesta hoje as redes sociais e como contraditoriamente nos apresentamos cada vez mais vazios e infelizes.

Como analisa o país pós-pandemia?

Quanto ao país pós-pandemia, ainda estou esperando por ele, mas antevejo um período conturbado neste mundo cada vez mais dividido entre a ignorância imobilizante de alguns e a ousadia cognitiva e a insaciável busca pelo conhecimento de outros. Torcendo para que não nos destruamos no processo.

Abraços,
Júlio Emílio Braz 

Link para o livro:

https://www.oficinaraquel.com.br/livro/epaminondas-goiabeira-e-a-maquina-da-felicidade/


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).

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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Caravana da Leitura e do Autor Fluminense

Júlio Emílio Braz - Foto divulgação
Projeto patrocinado pela Enel Distribuição Rio vai capacitar professores, estimular alunos, incentivar a proximidade com escritores do Rio, além de doar mil livros para 10 bibliotecas da rede pública
Em meio ao isolamento social proposto pela pandemia de Covid-19, um projeto literário vai fomentar o hábito da leitura e aproximar estudantes da rede pública do Rio de Janeiro dos livros e seus e autores. A Caravana da Leitura e do Autor Fluminense vai desenvolver estratégias de democratização do acesso à leitura e ao livro, além de estimular o contato com os escritores – tudo de forma remota, mas não menos acolhedoras e interativas. 
A Caravana da Leitura e do Autor Fluminense terá início na primeira quinzena de setembro e ocorrerá ao longo de dois meses, com atividades direcionadas para 10 escolas municipais localizadas nas cidades de Angra dos Reis, Duque de Caxias, Maricá, Niterói e São Gonçalo. A ação online de circulação literária é viabilizada pela Enel Distribuição Rio e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

O projeto pretende gerar impacto social atingindo aproximadamente 4 mil crianças de 7 a 14 anos, por meio apresentações artísticas e conversas com autores fluminenses. Para democratizar o acesso e garantir acessibilidade de pessoas com deficiência às atividades, serão utilizados recursos como audiolivros, intérprete de libras nas transmissões ao vivo e materiais legendados nas atividades pré-gravadas. As 10 oficinas de formação pretendem impactar cerca de 250 professores, por meio de videoaulas, podcasts e teleconferências, estimulando o uso da literatura no processo educacional. Ao final da caravana, mil livros serão doados para bibliotecas das instituições parceiras.
"Democratizar o acesso à leitura e ao livro deveria ser a meta de todo o processo educativo. É por isso que a Caravana da Leitura e do Autor Fluminense é tão impactante. Ele faz o mínimo que deveria ser feito em todo o processo de aprendizado da criança, trabalhando o livro e a leitura da forma mais lúdica possível", explica Raimundo Moreira, um dos idealizadores do projeto.

Live de aberturaNo dia 4 de setembro, o projeto será lançado em uma live, na qual serão apresentadas as atividades, depoimentos dos representantes dos municípios que receberão a Caravana e dos autores e autoras que compõem a programação. Ao final, o público ainda terá o gostinho de ouvir uma das muitas histórias que serão contadas ao longo de todo o projeto.

Distribuição online de conteúdo
As atividades serão realizadas por meio de canais digitais como YouTube, Facebook e Instagram, além de sites das prefeituras dos municípios, plataforma do Projeto Escolas Criativas, plataformas Enel e site do projeto. Todo o conteúdo será acessado através de links enviados para os inscritos através do WhatsApp. Além disso, será disponibilizado material com atividades lúdicas e educativas impressas, enviados às escolas, para aquelas crianças sem acesso digital. Por fim, os conteúdos de áudio dos podcasts com os autores será transmitido nas rádios dos municípios participantes.
A formação dos professores terá duração de 4 horas, entre aula pré-gravada e aula ao vivo para tirar dúvidas através do Google Meet. Também serão disponibilizadas quatro oficinas de Ilustração e quatro de narrativa teatralizada, que entre outras plataformas, serão disponibilizadas nos portais educacionais de cada município.

Autores fluminenses nas escolas do Rio
As conversas com os autores acontecerão por meio de lives que serão transmitidas nas diversas plataformas digitais. Augusto Pessôa, Lucia Fidalgo, Júlio Emílio Braz e Bia Bedran, estão entre os escritores que participarão do projeto. A Caravana da Leitura e do Autor Fluminense visa contribuir com a ODS 3, 4 e 5 onde se estabelecem como prioridades uma vida saudável, educação inclusiva e de qualidade e igualdade de gênero.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. O Objetivo 3 fala sobre assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades. A ODS 4 pretende assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. O quinto objetivo visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Sobre a Enel Distribuição Rio
A Enel Distribuição Rio, subsidiária da multinacional italiana Enel, atende a 66 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo 73% do território estadual, com cobertura de uma área de 32.188 km². A Região Metropolitana de Niterói e os municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Magé representam a maior concentração do total de 2,9 milhões de clientes atendidos pela companhia. A estratégia de atuação da Enel é baseada no seu Plano de Sustentabilidade e nos compromissos assumidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

Links
Inscrição para Capacitação em Dinamização de livros e narrativa para infância: https://www.caravanadaleituraaf.com.br/inscricao/

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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Júlio Emílio Braz e o livro Contos de arrepiar, por Sérgio Simka e Cida Simka

Júlio Emílio Braz - Foto divulgação
Nesta superentrevista, o renomado escritor Júlio Emílio Braz, que dispensa apresentação, fala sobre seu livro de contos, publicado pela Editora Imperial Novo Milênio, e sobre o fascinante gênero literário de terror.

Quanto tempo demorou para escrever o livro CONTOS DE ARREPIAR?

Os contos foram escritos em épocas distintas, mas em nenhum deles eu gastei mais do que metade de um dia. Adoro escrever contos.

Por que o gênero literário de terror? Você acha que o público gosta desse tipo de "pegada"?


Segundo Lovecraft, a primeira emoção do homem foi o medo e acredito que boa parte da humanidade aprecia levar seus sustinhos de vez em quando ou então não entraria numa roda-gigante, não visitaria locais aprazíveis como onde a possibilidade real de ser sequestrado, explodido, assaltado e morto é mais do que uma possibilidade, e principalmente, não votaria em certas pessoas pelo mundo afora. No caso de meu público juvenil e até o infantil, eles têm verdadeira fascinação pelo gênero (tanto quanto pelo policial). O problema, na minha opinião, é o mediador, já que desgraçadamente a maioria das crianças deste país ainda depende da escola para ter acesso e contato com a leitura, e o mediador deste contato, o professor, via de regra, não sabe muito bem como explorar as inegáveis potencialidades pedagógicas do gênero, já que o interesse da garotada já existe. ALIÁS, ALGO PARECIDO TAMBÉM OCORRE COM O GÊNERO POLICIAL E COM A POESIA.

O livro faz parte do projeto Minha Biblioteca (2018), da Prefeitura de São Paulo. Fale-nos sobre isso.

Louvo quando o Estado se preocupa em criar tais pontes entre o cidadão e o conhecimento. Esse projeto da prefeitura paulistana é antigo e me encanta que ele não sofre com os problemas tão comuns de descontinuidade que afetam muitos municípios e estados brasileiros, onde, dependendo do humor e até da concepção de vida dos eleitos, projetos tão meritórios como este ou o simples investimento em educação e cultura são amesquinhados por tolas e passageiras antipatias partidárias ou ideológicas. Cultura e educação não têm ideologia ou partido. São patrimônios de sociedades modernas e participativas. Infelizmente, quando a crise bate à porta de todos nós, governo ou não, as primeiras vítimas geralmente são as áreas culturais e até as educacionais.  Mas muitos projetos como o Minha Biblioteca sobrevivem graças à perseverança de anônimos abnegados ou de governantes mais esclarecidos. O processo em si é muito simples apesar de bem burocrático: as instituições governamentais lançam editais, os editores interessados se inscrevem e atendendo a todas as solicitações e passando pelo crivo de análises feitas geralmente por especialistas, os livros são selecionados e adquiridos. No caso específico deste projeto, o pagamento é até inacreditavelmente rápido e desburocratizado.

Você é um escritor prolífico. O que tem escrito ultimamente?
Atualmente, enfrentando a crise e toda sorte de dificuldades comuns a qualquer profissional que deseje viver decentemente de seu ofício (talvez um pouco pior, pois meu ofício é encarado por boa parte de nossa sociedade, não como ofício mas como diletantismo - neste último sábado mesmo, lendo um artigo sobre plágio no Segundo Caderno do O Globo, li a declaração de uma entrevistada cujo nome esqueci que, "como sabemos, não é possível viver de escrever, principalmente no Brasil"), estou me desdobrando em uma incipiente carreira de editor e escrevendo dois livros concomitantemente (essa é outra de minhas particularidades: nunca escrevi apenas um texto de cada vez, mas até três), a saber: uma coletânea de contos policiais intitulada "Post-Mortem" e rabiscando as primeiras páginas de um projeto muito antigo e sempre postergado intitulado "Abrolhos Pete", que vem a ser uma história de piratas. Morasse eu nos Estados Unidos ou em algum lugar onde fosse viável viver de escrever, talvez tivesse um agente que me descolasse um editor capaz de me conceder um adiantamento para que eu concluísse meu livro. Todavia, aqui, onde eu sou um louco por teimar em viver de escrever, tenho que me desdobrar editando, vendendo meus livros, fazendo palestras e outras impossibilidades escritas que algum desavisado (pois no Brasil não se vive de escrever) me encomenda. Ah, é: entre 1982 e 1993 eu escrevi livros de bolso de bangue-bangue com cerca de trinta pseudônimos. Redundou em 412 livros. Em uma de minhas mudanças eu os perdi e agora eu os estou recuperando em sebos (principalmente do sul do país) ou de grupos de apaixonados pelo  gênero. Estou digitando tudo e pretendendo relançá-los. Por conta disso, estou buscando um editor que se interesse, seja para publicações como eram feitas naquela época, ou seja, para bancas de jornais, ou em livrarias (tenho um projeto mais caprichado, que envolve inclusive a criação de um pseudônimo persona, com biografia e tudo, que assumiria a "autoria" das obras). Da mesma forma, lancei alguns juvenis digitalmente pela Biblioteca 24 de São Paulo e pela Amazon, e um policial adulto chamado O Caça-Homens também pela Amazon. Como vemos, é um bocado de coisas para um simples diletante, não?
Aquele abraço,
Júlio Emílio Braz

Para adquirir o livro:
https://www.imperiallivros.com.br/index.php/catalogo/product/61-contos-de-arrepiar


*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Exclusivo: O escritor Júlio Emílio Braz fala sobre seu livro "Pretinha, eu?" e os motivos para abrir sua própria editora, por Sérgio Simka e Cida Simka

Júlio Emílio Braz
Nesta entrevista exclusiva aos leitores da revista Conexão Literatura, o renomado escritor Júlio Emílio Braz, autor de quase 200 livros infantis e juvenis publicados, fala sobre o seu livro de maior sucesso e também por que resolveu abrir sua própria editora.

Por que resolveu abrir uma editora própria?

Eu resolvi abrir uma editora por duas razões básicas, a saber: produzo muito e cada vez mais as editoras estão publicando menos, e depois, porque sempre quis pelo menos tentar ter um controle absoluto sobre minha obra. Vale acrescentar ainda que acredito que o mesmo fenômeno que aconteceu no meio musical, ou seja, o das gravadoras perderem o poder que tinham de lançar e produzir músicos e grupos musicais, bem como dos artistas do meio viverem mais de suas apresentações do que da venda de CDs, em certa medida vai acontecer mais cedo ou mais tarde. O que quero dizer? As vendas dos livros serão parte do processo de faturamento dos autores e não o todo, os escritores vivendo mais de apresentações em escolas e eventos literários. Talvez eu esteja me preparando para esta fase, publicando uma parte de minha obra.

Por que escolheu exatamente o livro "Pretinha, eu?" para ser o primeiro de seu selo?

"Pretinha, eu?" é um de meus livros que mais vendem e possuidor de grande popularidade nas escolas brasileiras sejam elas públicas ou particulares (tenho inclusive notícias de vários trabalhos de conclusão de curso baseados e o tendo como objeto de análise). Quando distratei todos os livros que tinha nas antigas editoras Scipione e Saraiva (hoje Somos Educação), ele foi escolha natural para iniciar as atividades do meu selo editorial.

Por que o nome da editora?

Edições do Ogro foi uma brincadeira com uma ex-esposa que me considerava um Dom Quixote por querer de viver de literatura no Brasil e costumava me chamar de Ogro por meu estilo agressivo de lidar com as coisas da vida. Quando estava escolhendo um nome para a editora, fiz uma pequena eleição entre amigos que estavam me ajudando ou simplesmente acompanhando a produção do livro, e acabou este o nome preferido do selo. Outro ponto que influenciou a escolha do nome foi a bela logomarca que um outro dileto amigo, Ney Megale, fez para mim.

Pretende publicar todos os seus livros por sua editora?

Sim, pretendo publicar pelo menos todos os livros que retirei da Somos Educação, e, posteriormente, vários inéditos que compõem a coleção Fábulas Exemplares e alguns outros que tenho guardado de participantes de algumas oficinas literárias que dei e professores que conheci em palestras pelo Brasil.

Quais são os seus próximos projetos?

Acabei de começar Os Assassinos da Lua das Flores, origem do FBI, e entre meus próximos projetos estão a publicação de um policial intitulado "Quem Falará Pelos Mortos?", que tem Lima Barreto como protagonista e atualmente está sendo lido na Bertrand e na Melhoramentos, mas que pode ser lançado por outro selo que estou desenvolvendo chamado Caparaó (infelizmente ainda não tenho grana para tocar este, pois encontrar atualmente um investidor de coragem no Brasil está mais difícil do que um homem honesto em Brasília - na maior parte, nossos capitalistas ainda não leram Adam Smith e são adeptos da teoria da bola no pé e goleiro amarrado). Tenho também em mente mandar traduzir alguns infantis que trouxe há tempos da Alemanha e Bélgica, que farão parte de um outro selo, ainda sem nome e sem data para nascer (meu capital de giro ainda é oriundo dos livros que publico e vendo).

Abraços,
Júlio Emílio Braz                                 


*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Entrevista exclusiva com o escritor Júlio Emílio Braz, por Sérgio Simka e Cida Simka

Júlio Emílio Braz - Foto divulgação
Nesta entrevista exclusiva aos leitores da revista Conexão Literatura, o laureado escritor Júlio Emílio Braz conta sua trajetória literária, os seus livros de bangue-bangue, escritos sob pseudônimos, e fala sobre o ofício de escritor. E, no final, dá preciosas dicas para quem deseja ser escritor de sucesso. Acompanhem.

Você publicou quase 200 livros voltados ao público infantojuvenil, inclusive mais de 400 livros de faroeste com cerca de 40 pseudônimos diferentes. Fale-nos um pouco sobre sua trajetória literária.

Minha trajetória é fruto do acaso e da necessidade. Começo em meados de outubro de 1980, quando fiquei desempregado e não encontrava uma recolocação por sete meses. Um dia, um amigo de meu irmão, que trabalhava na antiga Editora Vecchi, me falou que eles estavam publicando revistas de quadrinhos e procuravam novos autores. Eu já escrevi e tinha pastas e mais pastas com personagens e sinopses de histórias. Como não tinha nada a perder, fui até lá e conversei com o editor, o Otacílio Barros. Ele foi extremamente generoso e pacientemente me explicou que nada do que eu havia levado interessava, pois as revistas nacionais que estavam publicando eram praticamente só de terror. No entanto, ele encontrou um personagem entre os tantos que levei, Pedro Salvaterra, que seria interessante. Suas histórias contavam as aventuras de um jovem dono de engenho em Pernambuco do século XVII, durante a Insurreição Pernambucana, lutando contra os invasores holandeses. Ele sugeriu que eu transformasse o personagem em algo relacionado a terror, pois havia potencial no personagem. Pensamos juntos e Pedro Salvaterra se transformou na mesa dele em Jesuíno Boamorte, um jovem senhor de engenho que, traído por companheiros de luta, é enforcado pelos holandeses. A negra que o criou resgata o corpo e apela às forças do mal para trazê-lo de volta à vida e se oferece em sacrifício para isso. Jesuíno ressuscita e passa a enfrentar os holandeses como um morto-vivo. Era para ser apenas uma história, mas a revista Spektro tinha uma pesquisa de opinião dos leitores no final de cada revista e assim que saiu, a história foi bem avaliada (em boa parte por conta do primoroso trabalho de reconstituição histórica do excelente desenhista Zenival Ferraz) e o Ota pediu para fazer novas histórias. Topei e escrevi outras tantas para as várias revistas da Vecchi e, posteriormente, de editoras paulistas como D'Arte, Maciota, etc. Nesse período criei um personagem de bangue-bangue, o negro Cyprus Hook, que saiu como revista na Vecchi e um outro roteirista me aconselhou a procurar um editor na Tijuca, Juan Salmeron, dono da editorea Monterey, que publicava livros de bolso de bangue-bangue. Fui, ele me pediu um livrinho e eu escrevi Nakoma, um bangue-bangue publicado sob o pseudônimo Jonathan Fox. Ali eu escreveria mais quarenta e poucos livrinhos. Assim busquei outros editores do gênero como a Cedibra e a Nova Leitura, fechando 412 livros efetivamente publicados sob 39 pseudônimos diferentes. Neste período tive algumas primeiras experiências de publicação no exterior: quadrinhos mais exatamente. Publiquei várias histórias em pequenos editores norte-americanos em parceria com Deodato Borges Filho, duas histórias de personagem meu, Leo Protheus & A Ultradefesa, com o mesmo ilustrador, na editora Meribérica-Liber de Portugal, e no mercado belga, com vários desenhistas, através da agência Commu  destacando-se Tambatajá, em parceria com Mozart Couto, Aventureiros da Solidão (que na Bélgica foi rebatizado como Orinoco) em parceria com Rodval Matias e Os Cavaleiros do Estandarte Ardente, em parceria com Márcio José Monteiro. De maneira completamente inesperada, uma certa época fui ao programa Sem Censura na TV Educativa (hoje TV Brasil) para falar exatamente do Tambatajá, que estava saindo em álbuns de quadrinhos na Bélgica, alguém me viu, me achou engraçado e me convidou para um teste na TV Globo e acabei escrevendo sketches de humor para o programa Os Trapalhões.

Como a literatura infantojuvenil entrou na sua vida?

A literatura infantojuvenil entrou na minha vida ainda quando eu estava fazendo bolsolivros e quadrinhos. Um ilustrador muito amigo, o paulista Roberto Kussumoto, me apresentou a Lino de Albergaria, que na época era editor na FTD, e ele me pediu para mandar um original infantojuvenil. Escrevi e mandei, mas neste meio-tempo, o Lino saiu de lá e o novo editor não se interessou pelo livro. Eu então fiquei enviando para várias editoras até que a antiga Atual Editora, através de Paulo Condini, o contratou e ele posteriormente foi publicado por Sônia Junqueira, ganhando o Prêmio Jabuti de Autor Revelação em 1989. Daí para diante eu gostei da área e do gênero e fui ficando, publicando vários livros também fora do Brasil, onde ganhei prêmios principalmente com o livro Crianças na Escuridão (publicado durante anos pela Moderna e neste mês sairá pela Editora FTD) em sua versão alemã (Kinder im Dunkeln). Ganhei o Austrian Children Book Award na Áustria, o Blaue Brillenschlangue, na Suíça, e fui menção honrosa em outro prêmio na Alemanha, todos no mesmo ano, em 1997. Atualmente tenho quase 200 infantis e juvenis publicados, também em línguas como inglês, italiano, espanhol, alemão e até dinamarquês e flamengo.

Você recebeu o Prêmio Jabuti pela publicação de seu primeiro livro infantojuvenil “Saguairu”. Em que medida esse prêmio mudou sua vida?


Ganhar um prêmio não te faz melhor autor e no Brasil, nem melhora seu saldo bancário, pois como disse o Caio Fernando Abreu na entrega do Jabuti em 1989, a maioria dos prêmios no Brasil são honoríficos e quando rola grana, é incentivo ou gravita sempre nos mesmos círculos. No entanto, ganhar um prêmio te qualifica. Você envia um texto submetendo à análise e você não é um candidato a autor enviando um original mas o ganhador do Jabuti de 1989 mandando um original. Chama atenção, né? Mesmo em um país amnésico como o Brasil (historinha engraçada: muitos anos depois de ganhar o Jabuti, recebo um catálogo da Scipione e lá, com todas as letras, aparecia um livro sendo identificado como ganhador do Prêmio Jabuti de Autor Revelação de 1989 e não era meu livro. Estrilei e corrigiram, mas...).

Você é um escritor profissional, enquanto muitos brincam de escrever. Fale-nos sobre seu ofício.

Cara, minha mãe era lavadeira, mas você precisava ver a velha quando ia buscar a roupa suja na casa das clientes ou quando ia levar (eu sou testemunha ocular, pois como filho mais velho, sempre ia junto). Parecia a dona da roupa. Ela ficava fula da vida com aquelas lavadeiras que iam toda esculachadas e voltavam da casa das patroas carregando trouxas na cabeça (segundo ela, era uma trouxa carregando a outra). Ela insistia na dignidade, em receber o devido valor pelo bom serviço que entregava e isto me influenciou quando virei escritor. Respeito e até admiro quem consiga compatibilizar um emprego, seja qual for ele, com a atividade literária, mas quando decidi ser escritor, resolvi acrescentar a palavra profissional ao meu ofício. Vivo disso, leio e escrevo todo dia para me aperfeiçoar. Nunca ganharei o Nobel, mas além de me sentir compelido a escrever (parafraseando Stephen King), passo o tempo todo me aperfeiçoando para ser o melhor profissional possível, mesmo vivendo em um país periférico em termos de produção de cultura e grande importador e consumidor de cultura alheia, notavelmente norte-americana. Claro, pagando o ônus por essa escolha: amadorismo editorial, menosprezo à cultura de uma maneira geral (gosto sempre de um diálogo contado a mim por um escritor, Luís Antônio Aguiar, dele com um editor que lá pelas tantas o questionou: E você quer viver de livro? A resposta do Luís foi assaz oportuna e pertinente: Claro, você não vive?) e aquela visão paternalista de que cultura tem que ser de graça. Cultura, educação, artes não devem ser de graça simplesmente porque escritores, ilustradores, diagramadores, professores e até o caminhoneiro que transporta o livro comem, bebem e pagam impostos. Simples assim. Além disso, eles estudam, se aprimoram para serem o melhor possível no que fazem. Partilho outra opinião fundamental de minha mãe: o de graça não tem valor. Ninguém valoriza o de graça. Contraditoriamente, especialmente no Brasil, essa visão está presente na sociedade e alegremente cultivada por nossos governantes. Alguns até têm a pachorra de dizer que "o artista vive pelo aplauso" (um certo prefeito cujo nome me recuso a declinar mas que qualquer leitor de jornal carioca deve conhecer). Ao contrário do que disse uma ex-esposa, não sou um Dom Quixote delirando na crença de que posso viver de escrever, mas adoro a imagem de Sancho Pança, os dois pés firmemente apoiados no chão, realista a Bizarrice, acordando cedo e batalhando para viver de escrever, inclusive começando a me entregar à mais-valia absoluta, ou seja, a de vender também o que produzo, o que significa que imprimirei, divulgarei e distribuirei também meus livros (o que foi interpretado por um livreiro de Uberlândia como sinal de decadência do autor, pois para ele e para muita gente no Brasil, dentro do mais cristalino da nobreza falida ibérica, um artista tem que ser aquela figura aristocrática, venerada em sua ociosidade mesmo que criativa; ainda bem que sou um operário com O Capital em uma mão e A Riqueza das Nações na outra, o que muitos bobos acreditam ser livros irreconciliáveis, certamente porque não leram os dois direitinho). Claro que é difícil quando você sai da favela da Maré, passa a maior parte da vida vendendo o almoço para comer a janta e investe a partir do dinheiro que ganha sobre a venda de seus livros (acreditando que os valores apresentados são verdadeiros ou pior ainda, quando não ganham calotes), tendo que escrever velozmente para sobreviver, ou seja, assumindo a máxima de Thomas Alva Edson: criação é geralmente constituída por dez por cento de inspiração e noventa de transpiração. Inspiração é coisa que se busca quando o seu mês começa com um salário fixo. Quando seu mês começa no zero, transpira-se para criar ou produzir. A minha sorte é que, como todo ariano, sou teimoso, cabeça dura e como tal, queimei a ponte quando atravessei para este lado de minha vida. Sou técnico em Contabilidade, professor de História e já fui de office boy a jornaleiro, na boa. Todavia, a literatura é a minha vida. Ganhei bem com ela e esse papo-furado de que não dá para se viver de literatura no Brasil é o que é, papo-furado. Meu problema é que sempre acreditei que dinheiro não é um fim mas um meio e de vez em sempre exagerei, me obrigando a ser uma Fênix permanente, renascendo de tempos em tempos. Estou em mais um momento Fênix, já saindo dela com uma microscópica editora debaixo do braço. Não sou filho de pai assustado e sempre preferi errar com convicção a ficar na segurança pusilânime de minha covardia cotidiana.

Como analisa o mercado editorial no Brasil?

Como analiso o mercado editorial no Brasil? Semiprofissional como todos os setores profissionais no Brasil. País de panelinha não conseguirá nunca ser profissional em nada.

Como vê a questão da leitura no país?

Vou ser sincero: em termos de quantidade de livros, a leitura no Brasil melhorou demais. Sou do tempo em que os livros na biblioteca na escola eram velhos e raros. A biblioteca era rara e uma pessoa responsável por ela e pela leitura em si no ambiente escolar, algo mais alienígena do que os incas venusianos no seriado do Nacional Kid. Isso mudou e melhorou. O grau de interesse pela leitura é que ainda me deixa acabrunhado e não é o problema da má qualificação profissional do professor, do desinteresse do político, que ainda acredita que investimento em escola é construir o prédio da escola, mas da sociedade em si. Isso é histórico. Pegue qualquer bom livro de História e você vai encontrar isso na formação do país, quando o governo colonial proibia a população de ter e ainda mais, ler livros. Liberado mesmo, apenas a Bíblia, e como sabemos, ela era em latim, pois a missa também era. A primeira biblioteca chegou com a família real em 1808 e o primeiro jornal, idem. Um pouco antes, um gráfico português peregrinou um tempão pelo Rio tentando abrir uma gráfica e nunca obteve a bendita autorização. Desde sempre no Brasil leitura e conhecimento se fez como poder e as melhores escolas eram em Portugal e claro, apenas para a elite que nos governa até os dias de hoje. A grande maioria da população não ia à escola e consequentemente, não tinha nem acesso e/ou interesse em livros ou leitura. Os escravos, inclusive, desde a Constituição de1824, não tinham direito a qualquer tipo de educação e o dono de escravos que ousasse fazê-lo, ainda poderia sofrer sanções legais. Isso se reflete até na desumanização de nossa sociedade: recentemente eu li na revista Piauí uma matéria falando sobre a região do Calabouço no Rio, que nos tempos do império, tinha o dito-cujo calabouço onde os moradores da cidade, por lei, eram obrigados a levar seus escravos desobedientes para serem castigados. Castigo: 200 a 300 chibatadas. Amigos, romanos, concidadãos, vocês imaginam alguém recebendo tal castigo? Em termos estritamente econômicos, já que naquela época um escravo era uma peça, e não um ser humano com direitos e deveres, estava se danificando a sua propriedade. Só em termos de comparação, no sul dos Estados Unidos, cujo histórico de racismo e preconceito torna-se ocioso mencionar, o castigo máximo era de 25 chibatadas. O que tem a ver isso com a leitura? Uma sociedade que naturaliza um castigo brutal de 200/300 chibatadas é tudo menos humana, e como sabemos, filosoficamente, para se enxergar e enxergar-se no outro, é preciso enxergar a humanidade no outro tanto quanto em si mesmo. O único caminho é a leitura. Aliás, a leitura singulariza o humano e a sua ausência, avaliza o instinto, o pouca farinha, meu pirão primeiro tão tipicamente brasileiro e definido pela frase de Lima Barreto que dizia: "O Brasil não tem povo, mas tem apenas plateia". Enquanto não enxergarmos a leitura e a educação como um bem inestimável e isso não ocorre de modo minimamente aceitável no país, seremos essa grande confederação espúria de 220 milhões de Brasis, hobessiana pura, no sentido do todos contra todos.

Qual a dica que você daria para quem pretende ser escritor?

A dica para alguém que quer ser escritor é: leia sempre, leia tudo, principalmente o que não tem nada contigo, escreva, mas, antes de mais nada, reescreva sempre, seja insatisfeito consigo mesmo, e de tempos em tempos, ignore aqueles que perguntarão a ti o que você realmente faz para viver.

*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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