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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Silvio Antônio Bedin e o livro Escola: da magia da criação - as éticas que sustentam a escola pública, por Cida Simka e Sérgio Simka

Silvio Antônio Bedin - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.

Meu nome é Silvio Antônio Bedin, sou educador de profissão. Natural de Guaporé (RS). Em minha formação superior transitei pela área das Ciências Humanas. Iniciei na filosofia, na Universidade Católica do Paraná, mas não cheguei a concluir, continuando com estudos da teologia, em Goiás, realizados no método da pedagogia da alternância. Por muitos anos, dediquei-me ao trabalho de educação popular em Goiás, e também no magistério em Escola Pública. Foi um tempo singular, precioso e profundamente marcante. Graduei-me no Curso de História na Universidade Católica de Goiás, em 1986; cursei o Mestrado em Educação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluído em 1999, com uma dissertação escrita a partir de minha experiência de gestão da educação. A dissertação aborda a potência da “vontade política e educação”, apresentando um inventário das políticas educacionais desenvolvidas num contexto controverso e de intensas disputas políticas.  A defesa da dissertação abriu-se as portas para o doutorado em Educação, na área das políticas e gestão de processos educacionais, que realizei também na UFRGS, entre os anos 2000 e 2004. Em minha pesquisa, que foi realizada na Escola pública onde atuava, procurei perceber entre as ambiguidades dos movimentos que permeiam os espaços de convivência e as singularidades que configuram a escola, o que lhe confere o poder da permanência e da recriação constante. O título conferido à tese foi “Escola: da magia da criação – as éticas que sustentam a escola pública”. Como professor, exerci o magistério em diversos níveis e redes de ensino, além da gestão educacional. No ensino superior, fui docente da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo (UPF), na área de Fundamentos da Educação. De forma intensa atuei na extensão universitária: coordenei o Centro Regional de Educação, o Observatório da Juventude, Educação e Sociedade (Cátedra da Unesco/UPF) e o Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR).  Integro o Núcleo de Estudos “Educação e Gestão do Cuidado” da UFRGS e atualmente atuo na coordenação da Pastoral da Educação da Arquidiocese de Passo Fundo, em torno do Pacto Educativo Global proposto pelo papa Francisco. 

ENTREVISTA: 

O que é cultura de paz?

Fala-se em cultura de paz para designar os valores que se produzem nas relações da convivência social, que constroem ambiências saudáveis, onde os conflitos são resolvidos dialogicamente, contribuindo para a prevenção das violências e para um conviver construtivo. Isso pressupõe assumir uma perspectiva de olhar para os sujeitos que configuram as instituições, com suas singularidades e qualidades pessoais, valorando-os. São os sujeitos que conferem as qualidades que adornam as instituições, cada uma delas com sua luz própria. Olhados na sua complexidade e ambiguidades, pode-se perceber que em cada sujeito habita o melhor e o pior de cada ser humano, cabendo à educação, vista numa perspectiva integral e multidimensional, abarcar e desenvolver todas as suas dimensões, contribuindo para sua humanização. Desta forma, a educação contribui eficazmente para construir culturas de paz e do bem viver societal. Cultura de paz é o que permite a vida florescer e se expandir, apesar de todas as adversidades, limites e forças que concorrem para a sua corrosão. 

Você é o fundador da ECOPAZ, uma ONG voltada à cultura de paz. Fale-nos sobre essa iniciativa.

A ECOPAZ nasceu no esteio e como fruto de um intenso e articulado trabalho de educação para a paz que foi desenvolvido,  a partir do ano 2000, numa Escola Pública no interior da Rio Grande do Sul. Foi constituída pelo desejo de um grupo de educadores, estudantes e outros profissionais envolvidos naquele processo, com o intuito de preservar a preciosa memória do que fora construído coletivamente e oferecer a outros educandários e instituições a rica e exitosa experiência de uma escola que se pensa a si mesma, que olha de frente as demandas internas, e que busca  criar e gestar alternativas de superação dos seus desafios do cotidiano, especialmente, na resolução de conflitos e prevenção das violências. Desde sua criação como ONG, em 2007, a ECOPAZ vem procurando ser fiel à sua missão, tendo construído e desenvolvido projetos em variados ambientes, com outras instituições que se dedicam ou que apoiam a missão educativa. Seu principal movimento de inspiração e instrumento metodológico é o PAV (Projeto Alternativas à Violência). O PAV ancora-se na filosofia do poder transformador, que cada pessoa carrega e que pode usar para transformar-se e transformar as circunstâncias de sua vida. Apresenta uma metodologia que promove em cada sujeito uma viagem interior da autodescoberta, de reconhecimento e de valorização das qualidades, promovendo a autoestima, o autorrespeito, o autocuidado, bem como contribuindo para a descoberta do outro, como parte fundamental na convivência, promovendo com ele vínculos de pertencimento a uma comunidade de vida. Abre também perspectivas para uma compreensão de pertencimento à teia mais ampla da vida e com ela assumir uma ética do cuidado. O trabalho do PAV e da ECOPAZ pode ser acompanhado em https://www.facebook.com/groups/115701948548273 e https://avp.international/ 

Você é autor do livro “Escola: da magia da criação - as éticas que sustentam a escola pública”, fruto de seu doutorado, defendido em 2004, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fale-nos sobre esse trabalho.

Trata-se, sim, da publicação da minha tese de doutorado que foi apresentada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e que, a meu juízo, ainda permanece atual, porque aborda fenômenos que são contínuos nas Escolas. A tese resulta de um estudo de caso que procura mostrar como a Escola Pública consegue recriar-se e permanecer apesar das contradições e problemas que a consomem indefinidamente. Utilizei-me do método etnográfico de pesquisa, baseado em observação participante, diário de campo e entrevistas, para investigar os movimentos de ordem, desordem, organização e mudança na escola, procurando investigar junto a professores, estudantes, pais e funcionários, as razões e motivações de suas presenças nela, bem como as qualidades, sabores e dissabores produzidos na convivência. Com um enfoque socioantropológico, busquei também perceber nas ações de conduta, comportamentos, posturas e atitudes dos sujeitos, o fluir das emoções, as ambiguidades de sua manifestação, geradoras das éticas que perpassam as relações e dos vitalismos que dão jovialidade à Escola. Pude conferir que, como organismo vivo, a Escola se configura em teias de relações onde magia, criação e sentidos encontram espaço de manifestação nos prazeres que a convivência produz; que na estética do estar juntos reside a fonte que alimenta sua auto-organização e recriação constantes, produzindo os liames da sua sustentação e permanência, apesar do turbilhão que a consome. 

Como analisa a questão da intolerância hoje no país?

Trata-se de um fenômeno que revela e configura uma profunda crise, que afronta o mais fundamental do que constitui o ser humano: o sentido e a necessidade do outro como condição para a nossa própria humanidade. Ninguém se constrói humano sem a presença de outro humano, em quem possa se espelhar e com quem aprende a dialogar e a operar. E, como diz Maturana, este outro precisa ser concebido e aceito na sua forma de ser, como legítimo outro na convivência humana. Ora, o que está acontecendo é a negação deste princípio fundante. A intolerância opera no campo da negação, que não reconhece, nem respeita, não dialoga, não aceita, que combate o outro e tenta aniquilá-lo. E isso acontece por muitos meios, a partir de várias motivações e concepções herméticas e absolutas, e se encontra na base do que gera as agressões, promove o medo, as violências e guerras. A tolerância é um aprendizado que pode ser construído na dialogicidade da convivência, seja em que espaço social ela se dê. Assim como o respeito e o amor, que traduzem o espírito de aceitação do outro na construção de espaços de convivência saudável e prazerosa. 

Como o professor pode desenvolver a cultura de paz nas escolas?

Primeiramente, o professor assumindo-se como um modo-de-ser-presença que educa não tanto com o que diz, mas com o  que faz e como faz. Ele educa por suas posturas e atitudes, pela forma como realiza sua experiência singular, como olha, acolhe e valoriza cada sujeito envolvido nos processos que lhe cabe conduzir. Aqui, ganha importância a tarefa da gestão dos processos educativos. Esta tarefa compete ao professor, individual e coletivamente, buscando delinear os propósitos do seu trabalho, organizar e traduzir em práticas, por exemplo, os valores que deseja produzir numa sala de aula, numa escola. Isto precisa ser construído, sob risco  de se reproduzir o que está dado cultural e socialmente, o que muitas vezes traduz as raízes das violências. Por outro lado, sempre é bom lembrar: valores são aprendidos na convivência social, na forma como se organiza e se produz a convivência. Uma criança aprenderá a respeitar, se ela mesma aprender a se respeitar e for respeitada. Aprenderá a tolerar, sendo educada para aceitar o outro na sua legitimidade de ser, sendo orientada a dialogar e a participar de experiências conjuntas geradoras de aprendizado. E isso poderá ser feito pelo professor, de forma criativa, dinâmica e constante, contribuindo para que cada criança faça o aprendizado do conviver de forma saudável. Outrossim, cabe lembrar que estas ações precisam vir fundamentadas por processos formativos permanentes, que contribuam  para pensar o desenvolvimento integral e multidimensional do ser humano, bem como para planejar as práticas docentes, incluindo nelas  temáticas e vivências que promovam a construção dos valores que sustentam  culturas de paz. 

O autoconhecimento pode ser a palavra-chave para o caminho rumo à cultura de paz?

Creio que o autoconhecimento é o ponto de partida e condição para atingir um grau de desenvolvimento humano e social fundado nos valores da cultura de paz.  E esta é uma primeira e imprescindível tarefa que cabe à educação promover. Somente se consigo fazer o caminho interior da autodescoberta, conhecendo o tecido complexo de que sou feito, estarei apto para abrir-me à descoberta do outro, acolhendo-o como parceiro de caminho, com ele construindo relações de respeito, solidariedade, cooperação, cuidado, aprendendo a conviver juntos, iguais e diferentes, numa cultura de paz. Tudo o mais nasce deste processo formativo.

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021) e Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura. 

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro se denomina Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023). 

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

TDAH e a rotina escolar: Como os alunos podem e precisam ser auxiliados nesse período

Foto divulgação

O colégio Recreio Christian School que já capacita professores da rede pública, agora ensina pais e familiares a identificar problemas, auxiliar no aprendizado e relacionamento escolar dos alunos.

Um momento muito esperado por crianças e adolescentes começou!: a volta às aulas!. Um grande motivo para reencontrar os amigos, brincar e aprender coisas novas. Embora a expectativa seja grande por parte deles, é muito importante instruí-los de maneira adequada a fim de colaborar para que haja experiências ainda mais positivas, seguras e proveitosas.

Para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a volta às aulas pode não ser tão divertida assim, já que o transtorno afeta de forma significativa o processo de aprendizagem e os relacionamentos com colegas e professores.

No caso de crianças típicas, a antecipação da rotina mesmo que um pouco antes das férias acabarem seria o suficiente para regular os horários e colocar a nova rotina em dia. "É necessário estar atento à vida acadêmica dos nossos filhos, para estimular o desenvolvimento, a autoconfiança e o interesse das crianças em aprender, o que impacta diretamente no dia a dia escolar deles." Afirma Gabriel Frozi, CEO da escola Recreio Christian School. O primeiro colégio na América Latina voltado ao ensino bilíngue para crianças com TDAH.

Um estudo do Programa de Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade (Prodah), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas, encontrou uma prevalência de 5,8% de TDAH em crianças e adolescentes. Existem aproximadamente 50 milhões de brasileiros com idades entre 5 e 19 anos, isto significa que são 2 milhões e meio de portadores no país. O transtorno pode ser oficialmente diagnosticado a partir dos sete anos de idade, justamente no período de alfabetização e coloca o Brasil dentro do patamar internacional, com ocorrência entre 4% e 5% em crianças em idade escolar. 

Diversos estudos já mostraram que o déficit de atenção, associado ou não à hiperatividade e à impulsividade, frequentemente compromete o rendimento escolar. Tendo em vista as necessidades de cada criança, esse perfil precisa ser traçado, para que um trabalho personalizado possa ser feito quando esse aluno voltar à sala de aula.

Uma comunicação efetiva e segura com a criança é o primeiro passo para que esse processo inicie. O carinho, o amor e atenção nesse momento também são fundamentais. Uma sessão de planejamento com a criança para conversar sobre o que dificulta na escola, seus medos e inseguranças, desafios e expectativas também precisam ser pontuados e posteriormente examinados com o professor.

Todo o trabalho com uma criança ou adolescente com transtorno de déficit de atenção é diário e constante. Uma família unida aliada à uma escola competente e participativa é fundamental para um aluno se desenvolver em todos os campos de forma efetiva, superando as dificuldades do TDAH. 

Gabriel Frozi, também fundador da escola Recreio Christian School, pensando em facilitar esse processo de adaptação dessas crianças e adolescentes no ambiente escolar, criou um sistema inovador de ensino, que prioriza a participação em sala de aula, o comprometimento com os deveres de casa e a atuação em projetos. O modelo tradicional aplicado na instituição contempla ambientes e atividades diferenciadas, no qual o professor é o facilitador do processo ensino-aprendizagem, favorecendo o espaço de interlocução e socialização. Além disso, há a instrução bilíngue, que favorece a aquisição total na língua inglesa, em 50% do ensino, ensejando preparação para universidades brasileiras e internacionais. "Incentivamos o respeito ao indivíduo, suas potencialidades e diversidades, valorizando a inclusão social, num ambiente cooperativo, propiciando a vivência de valores cristãos." Continua Gabriel Frozi. 

A adoção de métodos e recursos que estimulem a participação e o foco do estudante; a prática e estímulo à repetição; um comando por vez de forma objetiva e clara, além do reforço positivo na construção do aprendizado são estratégias valiosas adotadas na Recreio Christian School (RCS). Além disso, os diferenciais da escola são o ensino bilíngue e o sistema de avaliação, onde as provas bimestrais não são o principal aspecto a ser levado em conta na hora de aprovar um estudante, mas um conjunto de fatores como a participação em sala de aula, lição de casa, trabalhos extras, desempenho diário em sala de aula, etc. "O sistema não é baseado só em uma prova. Se um aluno não tira boa nota na avaliação, mas cumpre com as demais obrigações, pode ser aprovado, desde que consiga a média 7", explica Gabriel Frozi, salientado que, os alunos são submetidos a um sistema de avaliação no qual 15% da nota se refere à participação; 25%, ao dever de casa; 30%, a pequenos projetos; e 30%, à prova bimestral. A proposta impacta diretamente as crianças e os jovens com o objetivo de capacitá-los e com isso, o índice de reprovação escolar tende a diminuir muito.

O ensino da RCS não se restringe somente a esse público, mas qualquer um pode desenvolver-se com ele, afinal, um ensino acolhedor, motivador e de qualidade pode ser desfrutado de maneira ainda mais proveitosa.

  

Sobre a Recreio Christian School:

A escola bilíngue cristã conta com sistema de avaliação próprio, que prioriza a participação em sala de aula, o comprometimento com os deveres de casa e a atuação em projetos sociais, onde as provas bimestrais representam apenas 30% do sistema de avaliação da RCS. Atende turmas do Pré I ao 3º ano do Ensino Médio, preparando os alunos para as melhores universidades do Brasil e do exterior, além de ser a única escola da América Latina com toda equipe especializada em alunos com TDAH.

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Gabriel Cândido lança livro no Sesc São Caetano que aborda diáspora negra, saberes ancestrais, colonialismo e imigração

  Evento conta com leitura dramática da peça de teatro e bate-papo com o autor e convidados.

 

Sesc São Caetano promove, no dia 8 de fevereiro (quarta-feira, às 19h30), o lançamento do livro “Nossa Conquista” (Ed. Entremares), dramaturgia de Gabriel Cândido, com entrada gratuita. O evento conta com leitura dramática da peça, seguida por bate-papo com participação do autor, de Christian Moura (pesquisador e doutor em artes que assina o posfácio do livro) e de representantes da editora.

 

A dramaturgia “Nossa Conquista” é a parte II da trilogia Escombros, projeto idealizado por Gabriel Cândido que, além de dramaturgo, é diretor, ator, performer e cofundador do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC). A trilogia tem como objetivo a elaboração cênica e dramatúrgica de peças de teatro que tratem das relações tensivas entre a fome, a terra, o colonialismo, a identidade e o capitalismo em intersecção com a ancestralidade negra do Brasil.

 

Nossa Conquista - que integra a coleção Navegantes / Teatro, da editora - é uma obra fictícia imagética que aponta o lugar da dramaturgia na literatura pela radicalização da forma, sustentando a dramaturgia como um texto literário. Não há, por exemplo, rubricas. Gabriel não se vale deste artifício de condução, e opta pelo fluxo natural do texto, pela liberdade de quem for ler, interpretar ou encenar. "Meu anseio com a criação de ‘Nossa Conquista’ é contar uma história e deixar para o leitor a tarefa de ativar a própria imaginação. O esforço da escrita foi para experimentar as possibilidades de radicalização da forma dramaturgia, distanciar o texto do processo de montagem da peça no teatro e trazer as personagens e o contexto para perto, numa relação intimista”, afirma.

 

A história se passa às margens do rio Nossa Conquista, onde convivem os povos que desejam ardentemente atravessar as fronteiras para as grandes capitais em busca de uma vida mais digna. O desejo por essa travessia, no entanto, não é visto com bons olhos por aqueles que habitam o outro lado. Por isso, a região é monitorada por seus Soldados da Paz, cuja presença ostensiva parece ter como meta a contenção do fluxo migratório incontrolável. Na contramão do trabalho destes soldados, os bixos da fronteira estão sempre prontos para, em troca de um bom negócio, atravessar ilegalmente aqueles que dariam tudo - até mesmo os próprios filhos - pelo sonho de uma vida melhor.

 

Em "Nossa Conquista", o leitor acompanha a épica íntima de três personagens - Machépé, um bixo da fronteira; Zizú, um soldado da paz; e Neydí, a primeira ministra da grande capital do norte. Pelas suas trajetórias e pensamentos, apresenta-se um universo fabular que ilustra, seja por meio de metáforas, seja por exemplos bem reais, as relações intrínsecas entre as dinâmicas da colonização, da diáspora negra, as subjetividades humanas, e o destino fatal do meio ambiente, cuja exploração pelo capitalismo predatório parece apontar, sem meias palavras, para a escatológica queda do céu. Nos encontros e desencontros de Machépé, Zizú e Neydí, todos mediados pelas margens do rio Nossa Conquista, fica a certeza de que nas profundezas desse rio, que nos une e nos separa, que é caminho mas também fronteira, há mais mistérios do que se pode imaginar. 

 

O trabalho de Gabriel Cândido busca reverberar temas aos quais vem se dedicando, a partir de uma construção literária elaborada. Se por um lado “Nossa Conquista” sugere debates sobre colonialismo, diáspora negra, imigração, refúgio, encontros e desencontros, por outro, busca compreender a perspectiva do sonho, da imaginação. “Para construir uma dramaturgia que se propõe a discutir, de modo interseccional, o neoliberalismo, o colonialismo, o racismo, as crises migratórias e a emergência climática em fricção com os saberes ancestrais dos povos indígenas e negros do Brasil e da diáspora, pensar na imagem de uma espiral para conduzir esta história foi fundamental no processo de criação". E finaliza: “A ficção nos dá muitas possibilidades de metáforas”, referindo-se à passagens do livro como o rio, as fronteiras e os muros, “e também abre espaço para várias questões subjetivas do indivíduo e da sociedade”.

 

A parte I da trilogia Escombros, intitulada Fala das Profundezas (2018, Editora Javali - MG), ganhou montagem, em 2022, pelo Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) e cumpriu temporada de estreia no Sesc Belenzinho (SP). Foi ainda experimentada em formato de leitura encenada (2018-2019) e em versão teatro radiofônico (2020).

 

A publicação do livro “Nossa Conquista” foi viabilizada pelo ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo - Edital 19/2021 de Apoio à Literatura / Ficção / Não-Ficção / Poesia / Teatro. Serão impressos 600 exemplares, sendo que haverá distribuição gratuita no evento de lançamento para o público presente e disponibilização de livros para os acervos da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano do Sul e também para escolas estaduais e municipais de São Caetano do Sul. Os demais exemplares serão vendidos a preços populares.  

 

O autor


Gabriel Cândido nasceu em São Caetano do Sul (SP), no mês de fevereiro de 1992.  Atua como dramaturgo, diretor, performer, ator e produtor. É coidealizador e diretor do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo e cofundador e integrante do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC). É autor das dramaturgias Socorro! Tem Uma Cidade Entalada na Minha Garganta, publicada pelo Grupo Editorial Letramento (2019) e Fala das Profundezas, publicada pela Editora Javali (2018), da qual também assina a direção da montagem que estreou em 2022 e dos seus formatos em versão teatro radiofônico (2020) e leitura encenada (2018-2019). Gabriel também é diretor e roteirista do curta-metragem Jardim Peri Alto em Cena (2019); autor das performances Rastros (2022) e Cuidado com Nós (2019). Formado pela SP Escola de Teatro no curso de Atuação (2015), colaborou com a instituição como artista-orientador, entre 2021 e 2022, Foi também artista-orientador de teatro do Programa Vocacional da Prefeitura de São Paulo (2022) e, atualmente, é estudante de História, na Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).

 

Sinopse/serviço


Sinopse | “Nossa Conquista” - Às margens do rio Nossa Conquista convivem os que desejam atravessá-lo e ir para as grandes capitais em busca de uma vida digna. Tal desejo não é bem visto por aqueles que habitam do outro lado; e seus Soldados da Paz monitoram a região a fim de conter o fluxo migratório. Contra eles, os bixos da fronteira atravessam ilegalmente quem daria tudo - até os próprios filhos - pelo sonho de uma vida melhor. Em "Nossa Conquista", o leitor acompanha as trajetórias de Machépé (bixo da fronteira), Zizú (soldado da paz) e Neydí (primeira ministra da grande capital do norte). Em seus encontros e desencontros, apresentam-se as relações intrínsecas entre a colonização, a diáspora negra, as subjetividades humanas, e o destino fatal do meio ambiente cuja exploração pelo capitalismo predatório aponta para a queda do céu. 

 

Lançamento/livro: NOSSA CONQUISTA

Autor: Gabriel Cândido

Editora: Entremares - @entremares

Loja virtual: https://editoraentremares.minhalojanouol.com.br/catalogo/sulear/c

Nº de páginas: 96. Preço/livro: R$ 25,00.

 

Data: 8 de fevereiro de 2023 - quarta, às 19h30

Leitura Dramática – Direção e produção: Gabriel Cândido. Elenco: Dirce Thomaz, Deni Marquez e Maria Gabi. Sonoplastia: André Papi. Assistência de produção: Kauanda.

Bate-papo: Christian Moura, Gabriel Cândido e representantes da Editora Entremares.

Entrada gratuita. Classificação: 12 anos.

 

Local

Sesc São Caetano

Rua Piauí, 554 - Santa Paula. São Caetano do Sul/SP

Sescsp.org.br | @sescsaocaetano | Tel: (11) 4223-8800

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sábado, 9 de abril de 2022

Vamos filosofar com Sofia?

 


Sofia é uma menina de 13 anos que adora perguntar. E essas perguntas geram conversas muito interessantes com amigos, familiares e até pessoas aleatórias que percebem a importância de deixar o celular um pouco de lado para resgatar a beleza de um interessante diálogo. Essas perguntas de Sofia abre a reflexão sobre variados temas, tais como: “inteligência emocional”, “bullying”, “descoberta da paixão na adolescência”, “enfrentamento do luto”, “ética”, “limites da liberdade”, “todos os tipos de (pre) conceito” e muitos outros que ajudarão na renovação do nosso interior assim como das relações humanas. Essa é a verdadeira finalidade de filosofar: entender melhor o nosso tempo e respeitar a pluralidade de opiniões que formam o ser humano!

O exercício de filosofar promove a formação crítica, criativa, ética e estética. E hoje é muito importante poder estimular essas e outras habilidades de pensamento em nossos filhos, sobrinhos e/ou estudantes com o propósito de formar cidadãos e cidadãs mais conscientes, justos e felizes... Ficou com vontade de ler o livro?

Segue um trechinho bem especial para você conhecer melhor a Sofia:

"Aprendeu a não julgar por tantas vezes que errou e se arrependeu. Notou que cada pessoa tem um potencial de se superar e corrigir seus defeitos, por isso, entendeu que os erros só existem para nos ensinar valiosas lições. E que cada pessoa tem um ritmo particular de reconhecer os danos que suas práticas causam em outras pessoas. A vida acaba ensinando. Às vezes de uma forma natural e feliz, mas quase sempre, de uma forma triste e cruel, pois a consequência de nossas ações, sempre ensinam. Por conta de saber disso, preferia agora olhar para os próprios defeitos com o propósito de corrigir a si mesma. Assim, entendia que estava dando maior contribuição para outras pessoas que conviviam com ela...

Antes de julgar, melhor corrigir a si próprio, não é mesmo? O Mundo todo agradece..." (pág. 71)

Quer adotar o livro em sua escola ou adquirir um exemplar? Entre em contato: (11) 94402-8448 - Whats app. 

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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Conheça o livro "A impossível tarefa de fazer gestão democrática na escola: e outras considerações impossíveis", do autor Aldair Ribeiro dos Santos


PARA ADQUIRIR A OBRA:

Site da Appris: https://www.editoraappris.com.br/produto/5717-a-impossvel-tarefa-de-fazer-gesto-democrtica-na-escola-e-outras-consideraes-impossveis (Se for comprar na editora APPRIS, use o cupom-desconto AIMP020 ao finalizar a compra.)

O autor publica regularmente poesias, contos, crônicas, reflexões e textos sobre acessibilidade e inclusão, além de livros raros para baixar e notícias literárias nos seguintes links:

https://aldairsantosrr.wordpress.com/

https://www.instagram.com/aldairars60/

https://www.facebook.com/AldairSantosRR

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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Entrevista com Aldair Ribeiro dos Santos, autor do livro "A impossível tarefa de fazer gestão democrática na escola - E outras considerações impossíveis"

Aldair Ribeiro dos Santos

Sou graduado em Pedagogia, fui coordenador de Salas de Leitura, professor e coordenador pedagógico, ganhei o “Prêmio Professor Excelência do Estado de Roraima – 2008/2009”, sou especialista em Alfabetização, especialista em Gestão Escolar, tenho MBA em Gestão Pública e Gerência de Cidades. Tenho poesias, contos e crônicas premiadas e publicadas em diversas coletâneas nacionais; associado à Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE). Moro em Boa Vista - RR. 

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

Aldair Ribeiro dos Santos: Tinha sonhos de publicar temas acadêmicos, poesias, contos e crônicas. As ideias fervilhavam, pois sou ávido leitor. Então, no inicio da pandemia dei início ao que vinha protelando há tempos: criei um blog, perfis em redes sociais e trabalhei no livro acadêmico, o qual é esse que hora relato. Pretendo publicar outros com poesias, contos e crônicas. 

Conexão Literatura: Você é autor do livro "A impossível tarefa de fazer gestão democrática na escola - E outras considerações impossíveis". Poderia comentar? 

Aldair Ribeiro dos Santos: O livro propõe-se a ser um oásis de democracia. É uma obra que focaliza alguns dos principais desafios quase intransponíveis na escola pública, quais sejam: (1) as intrincadas relações de poder dentro da escola; (2) a questão paradigmática entre Administração e Gestão; (3) a questão da qualidade na educação escolar; (4) a importância da postura democrática da equipe dirigente na escola; (5) finalizando com uma pesquisa de campo em uma escola do município de Boa Vista-RR. 

No decorrer da obra, sugerimos, implícita e explicitamente, posturas democráticas emancipatórias para a escola e todos os seus atores. 

A obra defende que, a construção de uma escola pública democrática e de qualidade e transformadora, está estreitamente relacionada à participação ampla da gestão, dos professores, dos funcionários, dos alunos e da comunidade. 

Com isso, esperamos contribuir para que a gestão democrática seja um elemento corriqueiro na escola pública. Parece uma tarefa impossível? Sim, mas os educadores são, desde sempre, especialistas em realizar o impossível.


Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?

Aldair Ribeiro dos Santos: Para este livro acadêmico o processo foi de muitas leituras técnicas e pesquisa de campo, além das minhas próprias experiências de educador. A grande dificuldade é extrair as ideias centrais de dezenas de textos e livros.

Quando ao processo criativo das minhas poesias, contos e crônicas, as inspirações vem das leituras dos clássicos, da vida cotidiana e dos filmes, desenhos, histórias, fábulas que vejo ou leio. Bateu uma ideia, já anoto no bloco de notas do celular. Minha meta é criar, no mínimo, um conto/poesia/crônica por semana e publicar em minhas rede. Depois reunir tudo em livros.  

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?  

Aldair Ribeiro dos Santos: “A escola sempre reproduz em escala menor as relações de poder da sociedade. Muitas vezes, na escola, a teoria é separada da prática, é fragmentada e estanque, então as frações do conhecimento tornam-se objeto de posse e barganhas de poder. O saber, portanto, é coisificado e utilizado para delimitar quem manda e quem obedece, quem está por cima e quem está por baixo, reproduzindo-se as relações autoritárias da sociedade.

...essas relações de poder na escola são resultantes de chantagens recíprocas. No caso da relação professor-aluno, o professor usa seu poder de conferir notas para forçar o aluno a cumprir seu programa; o aluno representa o cumprimento das exigências feitas para obter nota de aprovação. No caso da relação professor-gestor, o professor “faz tudo o que o mestre (gestor) mandar” porque não quer ser perseguido ou quer receber favores; e o gestor age como se cada atitude sua fosse um favor, um benefício que faz ao professor, ou deixa-se manipular por alguns, atendendo a todos para deixar a escola “em ordem”.”

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

Aldair Ribeiro dos Santos: O livro já está a venda no link abaixo ou na Livraria da Travessa, Mercado Livre, Livraria Cultura, Amazon, Americanas, Submarino, Estante Virtual, Magazine Luiza e em dezenas de livrarias físicas e online. Breve chegará nas livrarias de Boa Vista - RR. Pesquise o melhor frete e promoções.

Site da Appris: https://www.editoraappris.com.br/produto/5717-a-impossvel-tarefa-de-fazer-gesto-democrtica-na-escola-e-outras-consideraes-impossveis (Se for comprar na editora APPRIS, use o cupom-desconto AIMP020 ao finalizar a compra.)

Também publico regularmente poesias, contos, crônicas, reflexões e textos sobre acessibilidade e inclusão, além de livros raros para baixar e notícias literárias nos seguintes links:

https://aldairsantosrr.wordpress.com/

https://www.instagram.com/aldairars60/

https://www.facebook.com/AldairSantosRR

Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira?

Aldair Ribeiro dos Santos:

01 - Leia os clássicos, temas adultos e infantis. 

02 - Leia obras similares às suas propostas de escrita ou do seu estilo.

03 - Assista filmes, desenhos, peças de teatro,...para ter ideias na memória.

04 - Converse com as pessoas em todo e qualquer lugar. Todos tem histórias.

05 - Escreva e escreva.

06 - Deixe o texto “de molho” antes de fazer revisões. Você será outra pessoa no dia seguinte.

07 - Tenha bloco de notas à mão (papel ou celular) para anotar ideias.

08 - Peça leituras betas dos amigos ou de especialistas. Receba bem as sugestões.

09 - Avalie a reação dos seus leitores e mude ou adapte.

10 - Não desista por causa de rejeição ou críticas, reinvente-se.  

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

Aldair Ribeiro dos Santos: Sim. Pretendo publicar livros nas seguintes temáticas: poesias, contos e crônicas, dinâmica de grupos, storytelling, autobiografia, contos envolvendo super-heróis dos quadrinhos, livro com temática nas falas de crianças refugiadas venezoelanas, um livro com citações de João Calvino, livro de ficção cristã... Mas ainda não decidi por qual tema iniciarei (risos)

Perguntas rápidas:

Um livro: “Casa das estrelas” de Xavier Naranjo - Editora Planeta.

Um ator ou atriz: Robin Williams

Um filme: “À Prova de Fogo” - 2008, dirigido por Alex Kendrick e produzido pela Sherwood Pictures 

Um hobby: Livros e escrever

Um dia especial: 22/12 - Data do meu casamento com Renata, minha rainha.

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Aldair Ribeiro dos Santos: Agradeço a Deus pela concretização do primeiro livro acadêmico publicado, foi uma grande luta e virão outras. Agradeço a minha família que sempre ame apoia em tudo. 

Aos leitores: apoiem os escritores comprando suas obras. Vocês são a razão de ser da nossa escrita.

Contatos: aldairars60@gmail.com; aldairrr@hotmail.com, (95) 99964-1934.

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segunda-feira, 29 de março de 2021

Cinthia Rodrigues e o livro 21 Histórias de estudantes que mudaram a escola, por Cida Simka e Sérgio Simka

Cinthia Rodrigues - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.

Costumo dizer que nunca saí da escola. Sou filha de professora e acompanhava muito minha mãe enquanto criança. Cresci, me formei jornalista, mas Educação sempre foi minha área de cobertura desde os tempos que passei por jornais como Jornal da Tarde e Folha de S.Paulo, até revistas especializadas como Nova Escola e Carta Educação. Tenho filhos gêmeos e sempre participei ativamente de suas escolas como conselheira escolar. Todos estes diferentes papéis em torno da escola me fizeram enxergar que a sociedade podia fazer mais pela escola, mas faltavam ferramentas para se conectar. Com a Luciana Alvarez (também autora do livro) e duas outras jornalistas engajadas, Luísa Pécora e Tatiana Klix, criei, em 2015, o Quero na Escola, em que estudantes dizem o que mais querem aprender além do currículo e buscamos voluntários para atender dentro da escola.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro. O que a motivou a escrever?

Eu e Luciana escrevemos o livro "21 Histórias de estudantes que mudaram a escola". Foi a experiência no Quero na Escola que motivou o livro. Todos os anos atendemos centenas de pedidos de estudantes em ações dentro das escolas, algumas se desdobram em projetos ou novas relações com a escola. Mas alguns estudantes não sabiam o que pedir a mais ou pediam algo, porém diante do questionamento da direção voltavam atrás. Em resumo: muitos adolescentes não estão certos de que estudantes podem mudar a escola.

Eu conhecia exemplos como da Malala, da Dorina, da Greta e dos chilenos que vêm mudando as leis de seu país com grandes protestos e também estudantes que, via Quero na Escola ou ações não famosas, mudaram a relação deles e dos colegas com a escola. Baseada na premissa de que representatividade importa, que tanto vem sendo provada pelos movimentos negro e feminista, pensei no livro como algo que pudesse dar exemplos. Há histórias de quem enfrentou racismo, história de indígena que não tinha sua identidade reconhecida na escola, história de pessoa trans que estudou quando sequer a OMS aceitava a homossexualidade, história de um rapaz que fez uma escola em um campo de refugiados, história de um estudante que levou música e livros para sua escola... enfim, exemplos diversos, sempre acompanhados de dados e lindas ilustrações. A ideia é que cada história funcione sozinha e possa inspirar algumas causas e ações, mas juntas elas demonstrem como os estudantes podem - e são as pessoas mais indicadas para - moldar a escola para atender novas necessidades. 

Fale-nos sobre o programa “Quero na escola”.

O programa Quero na Escola normalmente funciona com os estudantes pedindo o que mais querem aprender além do currículo e os voluntários se cadastrando para ir pessoalmente. Acreditamos muito nas trocas que acontecem nestes encontros. Com a Covid-19 fizemos adaptações. Atualmente os voluntários se cadastram para acompanhar virtualmente os estudantes em encontros periódicos, como tutores de um grupo que estuda em formato híbrido ou remoto. O site é queronaescola.com.br e tanto os estudantes quanto os voluntários podem se cadastrar por lá. 

Fale-nos sobre a campanha de financiamento coletivo. 

Estamos na reta final de uma campanha de financiamento coletivo para o livro em https://www.catarse.me/21estudantes  As pessoas que nos apoiarem receberão o livro pelo correio já em abril. A campanha também possibilitará a doação do livro a estudantes de escolas públicas pré-cadastrados para receber o livro. Além disso, as ilustrações do livro são tão lindas que vamos fazer minipôsteres que também estão entre os mimos da campanha. 

Como analisa a questão da educação em tempos de pandemia?

Um desastre total. Eu sempre me lembro do professor Renato Janine quando assumiu como Ministro da Educação (no governo Dilma) e comentou que a diferença da Educação para a Saúde, é que o doente tem um alarme, que é a dor, e sai em busca de tratamento. Na educação, os que mais precisam são os que menos conhecem seus direitos e por isso a gente não tem senso de urgência. Isso agora ficou alarmante. Os governos têm tratado educação como se não fosse essencial, não dão ferramentas para estudantes e educadores trabalharem remotamente, não dão qualquer apoio. E as pessoas não estão organizadas e não exigem educação, especialmente pública. Os professores buscam seus direitos básicos e os alunos não buscam e não ganham. A desigualdade vai aumentar muito depois desta pandemia. Este cenário horrível também me fez apostar mais no livro. Mais do que nunca vamos precisar mais de inspirações.

Como analisa a questão da leitura no país?

Acredito que em decorrência da falta de acesso à educação (no Brasil o direito à educação só foi garantido a todos em 1988,  com a Constituição Cidadã) a leitura infelizmente é algo ainda restrito às classes mais privilegiadas. Apesar disso, acredito que há avanço especialmente entre os jovens. Ainda que seja uma leitura muito vinda do hemisfério norte, sucessos como Harry Potter fizeram mais pessoas entre as novas gerações capazes de mais leitura. 

O que tem lido ultimamente?

No último ano, algumas das minhas leituras eram relacionadas ao tema do livro "21 Histórias de estudantes que mudaram a escola", pesquisei várias obras sobre as personagens. Também foi impactante aí "Ensinando a transgredir" de Bell Hooks. No começo da pandemia, eu li livros sobre pessoas que viveram situações do confinamento, como Anne Frank, e também inspirações para uma sociedade diferente como "Ideias para adiar o fim do mundo" de Ailton Krenak.  

Link para o financiamento coletivo: https://www.catarse.me/21estudantes


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020) e Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro infantojuvenil se denomina Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021).


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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Livros que tocam os corações da crianças

Rosilene Almeida, nascida em 1980 em Belo Horizonte no alto das montanhas de Minas Gerais, terra de grandes escritores e poetas. Não tem muito tempo que começou a escrever, a “lutar com as palavras”. (Drummond). Mas já começa com tal cuidado, lucidez e preciosidade, que chamou a atenção das pequeninas crianças para quem escreve, e das crianças grandinhas também.
Casada, mãe de uma linda princesa, se inspira no universo infantil e nas histórias do cotidiano para escrever.
Sua história com a leitura começou bem cedo, como tem que ser né, um hábito passado de pai/mãe para o filho quando este ainda nem saiba ler.
O gosto pela leitura impulsionou o desejo de escrever. Já se saía bem nas redações e sempre ajudava os amigos, quando precisavam escrever algo.
Ela acredita que histórias existem para serem contadas. Com várias delas prontas e o desejo de leva-las ao mundo, surge então o grande desafio de Rose Almeida que é eternizar suas histórias nas páginas de um livro.
A escolha do público infantil surgiu pelo desejo de levar às crianças histórias que podem de certa forma tocar seus corações e deixar para elas um aprendizado. Hoje os livros infantis disputam a atenção das crianças com as novas tecnologias. É uma disputa difícil, mas que Rose acredita não ser impossível.

Suas obras são:

A menina que tinha um cadeado na boca.
Essa é a história de uma menininha muito esperta e decidida, abre a boca na hora de rir, chorar e conversar, mas quando chega a hora das refeições, tranca a boca criando uma baita confusão. Tenho certeza que muitos de vocês irão se identificar  com essa história, pois quantas vezes já falamos: abre o bocão de jacaré, olha o avião... Será que no final ela vai abrir o bocão?

A galinha que tinha dor de cabeça.
Se tem alguém que gosta de acordar cedo e fazer logo uma cantoria ou melhor uma gritaria, esse alguém é o galo da Fazenda Bicho de Pé. E a pobre galinha sofria muito com a gritaria do galo, sua cabeça doía o dia inteiro. Foi então que ela resolveu chamar o Dr. Pavão para ver se ele tinha uma solução. Será que o galo vai aprender a falar com educação?

A inundação do formigueiro.
Uma enorme tempestade causa uma inundação no formigueiro. Após a chuva as formigas percebem que o formigueiro foi dividido separando o rei e a rainha. Os dois lados descobrem que, além de reconstruir os formigueiros, precisam encontrar um jeito de acabar com a tristeza da formiguinha. Como será que eles vão resolver esse problema? Qual será a solução para trazer novamente alegria para a princesa?

Escola pra quê? Disse Cauê
Cauê é um sapinho levado que prefere brincar em vez de estudar. Quando descobre que na escola vai aprender muitas coisas novas e conhecer sobre várias profissões, ele decide que lá é o melhor lugar para passar o tempo. Descubra com esse sapinho curioso como é importante aprender além do ABC!

Que sapo que nada.
Cheio de humor característico da fala mineira e fundamentado em preceitos bíblicos, “Que sapo que nada” captura os dilemas do público feminino relacionados á vida amorosa e nos ensina muito sobre amor próprio e , sobretudo, a confiar nosso futuro ao Senhor, que sempre tem o melhor reservado para cada uma de nós.

e-book: Escrever e coçar é só começar.
Você tem uma história e não sabe como fazer para transformá-la em um livro? Este e-book vai te ajudar, nele você encontra o passo a passo para a publicação de um livro, bem como dicas e indicações de profissionais do mercado literário.

Você pode adquiri-los através: 
Instagram: @rose.maequeescreve 
E pelo link.tree no meu perfil do instagram
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domingo, 14 de junho de 2020

Hora do sono e emoções: coleção Timóteo apresenta temas do cotidiano às crianças


Quatro livros compõem o lançamento da Catapulta Editores; primeiro dia na escola é dos assuntos das obras

A partir dos quatro anos, as crianças começam a ter diferentes percepções do mundo. Essa é a idade que muitas delas iniciam a vida escolar e se tornam mais independentes, por exemplo. A coleção Timóteo é um lançamento da Catapulta Editores, recomendado para os pequenos a partir dos quatro anos e traz parte desse dia a dia.

Com cenários coloridos e divertidos, a coleção Timóteo fala sobre emoções, dia a dia na escola e outros contextos presentes na rotina dos pequenos. São quatro livros em que Timóteo e seus amigos apresentarão histórias para as crianças, que contam com um jogo para recortar nas partes internos de cada título.

Saiba mais sobre a coleção

Timóteo vai à escola

O primeiro dia de aula guarda uma grande expectativa! Neste livro, Timóteo e seus amigos vão mostrar como pode ser esse momento para as crianças.

Timóteo na casa do vovô e da vovó

Na casa do vovô e da vovó, tudo é mais gostoso e divertido! Nesta obra, o pequeno Timóteo conta as aventuras dele e de seus amigos na casa dos avós.

Timóteo não quer dormir

O pequeno Timóteo tem tanta energia para brincar que dormir não parece ser a ideia mais legal. Na obra, a hora do sono é apresentada para as crianças de maneira bastante lúdica.

Timóteo e suas emoções

Medo, ciúmes e alegria são sentimentos que atravessam o pequeno Timóteo e, também, as crianças. No livro, os pequenos aprenderão um pouco mais sobre como entender as próprias emoções.

Cada título da coleção Timóteo tem preço sugerido de R$ 34,90. É possível encontrar os livros nas principais livrarias do país, em lojas físicas e online, e no e-commerce da editora - www.catapultalivros.com.br.
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terça-feira, 22 de outubro de 2019

"Onde mora o preconceito?" no Museu Histórico Nacional dia 31/10, com entrada franca


Sessão de autógrafos da coletânea com narrativas de 122 jovens de 12 escolas públicas municipais da cidade e cerimônia de premiação encerram a edição 2019 do Prêmio Literário do Ensino Fundamental

Projeto que estimula o pensamento crítico e desperta o interesse dos jovens pela criação literária, o Prêmio Literário do Ensino Fundamental encerra sua edição 2019 com uma cerimônia no dia 31 de outubro, das 14h às 16h, no Museu Histórico Nacional, Centro do Rio, com entrada franca. No dia será lançada, com sessão de autógrafos, a coletânea "Onde mora o preconceito" com narrativas de 122 alunos de 12 escolas públicas municipais da cidade, nos formatos impresso (distribuição gratuita apenas nas escolas públicas de ensino fundamental) e em E-book e audiolivro com acesso gratuito, disponíveis para download em www.premioliterario.com.br

Além de ganharem exemplares da publicação, os autores, as escolas e os professores envolvidos receberão outros prêmios, como vales para aquisição de livros escolhidos pelas próprias escolas, visita mediada ao Museu do Amanhã com transporte e alimentação, e viagem para a região serrana do Rio.

Em 2019, 21 escolas enviaram textos de 593 alunos. Dos 148 textos enviados, 30 foram selecionados para a coletânea 2019, escritos por 122 alunos de 12 escolas premiadas. "Onde mora o preconceito" reúne textos de diferentes gêneros discursivos, predominantemente do tipo narrativo: conto, crônica literária, crônica jornalística, fábula, diário e carta, além de esquetes de teatro, poesia, raps e cordel.

O projeto inova ao aplicar nas escolas a metodologia design thinking – utilizada em grandes empresas para a solução de pro­blemas de forma colaborativa. A abordagem é baseada no livro Acredite!, de Andre Bello e Ana Helena Behring Bello, que traz o Design Thinking numa linguagem acessível para jovens e tem como ponto central o desenvolvimento de superpoderes: oti­mismo, criatividade e cooperação.

O Prêmio Literário do Ensino Fundamental é promovido pela Alternativa Cultura e Equipe F3 Produções através do Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, tem patrocínio da Empresa Sapura Navegação Marítima S.A. e apoio da Secretaria Municipal de Educação.

Em 2018, o tema do Prêmio foi "A Ética no Cotidiano" e contou com a adesão de 30 escolas, o envolvimento de 84 professores e a participação de 468 alunos que enviaram 121 textos. Para o livro homônimo, foram selecionados 31 textos de escolas de diversos bairros do Rio, das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Coordenadoria Regional de Educação.

As escolas com mais textos selecionados em 2019 foram:

·         Escola Municipal República do Peru, MÉIER – 5 textos premiados
Ela
Subconsciente
Não cabe a você
Menos preconceito, mais tolerância
Preconceito em seu ápice

·         E. M. Vicente Licínio Cardoso, PRAÇA MAUÁ – 4 textos premiados
Quando o preconceito mora em casa
O difícil pode ser realizado
Racismo ou qualquer forma de preconceito não é brincadeira
Precisamos transformar todo ódio em amor!

·         E. M. Brasil, OLARIA – 4 textos premiados
Um toque para a vida
A menina que sofria bullying
Passagem para o sucesso
Os dramas de viver numa sociedade preconceituosa

Todas as escolas premiadas:

- E. M. Vicente Licínio Cardoso - Praça Mauá
- E. M. São Tomás de Aquino - Leme
- E. M. Rivadávia Corrêa - Centro
- E. M. Orsina da Fonseca - Tijuca
- E. M. Embaixador Barros Hurtado - Cordovil
- E. M. Ary Barroso - Cordovil
- E. M. República do Peru - Méier
- E. M. Francisco Manuel - Vila Isabel
- E. M. Camilo Castelo Branco - Jardim Botânico
- E. M. Brasil - Olaria
- E. M. São Paulo - Bráz de Pina
- E. M. Estácio de Sá - Urca

Premiação no dia 31/10:

·         As escolas com textos selecionados para a coletânea receberão como prêmio um vale de R$ 600,00 (seiscentos reais) em livros escolhidos pela própria escola; 2 (dois) exemplares do livro - um para a sala de leitura/biblioteca e outro para o diretor – além do certificado de premiação;

·         Os alunos premiados, além da publicação no livro, receberão 3 (três) exemplares da obra, uma visita mediada ao Museu do Amanhã com direito a transporte e alimentação, além de um bóton de premiação e um certificado;
·         Os professores com mais textos enviados receberão uma estadia de dois dias no Parque Terras Altas, em São Pedro da Serra (RJ), com acompanhante.
·         Os professores orientadores receberão, cada um, 2 (dois) exemplares da obra;
·         As escolas convidadas para participar do Prêmio ganharão 2 (dois) exemplares.

SERVIÇO

CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO e LANÇAMENTO COM SESSÃO DE AUTÓGRAFOS
"Onde mora o preconceito - Prêmio Literário do Ensino Fundamental - Coletânea 2019"
DIA/HORA: 31/10, quinta-feira, das 14h às 16h
LOCAL: Museu Histórico Nacional - Praça Mal. Âncora, s/n - Centro, Rio de Janeiro.

"Onde mora o preconceito Prêmio Literário do Ensino Fundamental - Coletânea 2019"
Páginas: 200
Formato: 14cm X 21cm
Distribuição gratuita em escolas públicas de ensino fundamental
E-book e audiolivro com acesso gratuito, disponíveis para download no mesmo dia 31/10 em www.premioliterario.com.br

 FB: @premioliterarioensinofundamental
 Instagram: @premioliterario >> https://bit.ly/2NM6BuT
 Youtube: Prêmio Literário >> https://bit.ly/2EsCo4A
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