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segunda-feira, 15 de maio de 2023

[RESENHA] Eu, Robô

 


Título Original: I, Robot

Autor: Isaac Asimov

Editora: Aleph

Ano Lançamento: 2014

Um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, Eu, Robô, escrito pelo Bom Doutor, Isaac Asimov foi publicado originalmente em 1950. O livro serviu como base para o roteiro do filme homônimo, no qual Will Smith interpreta o protagonista, o detetive Del Spooner. Porém, a obra é bastante diferente da história apresentada nas telonas. Eu, Robô é um conjunto de nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo. É neste livro que são apresentadas as célebres Três Leis da Robótica: os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na própria ciência. Eu, Robô inicia-se com uma entrevista com a Dra. Susan Calvin, uma psicóloga roboticista da U.S Robots & Mechanical. Ela é o fio condutor da obra, responsável por contar os relatos de seu trabalho e também da evolução dos autômatos. Algumas histórias são mais leves e emocionantes como Robbie, o robô baba, outras, como Razão, levam o leitor a refletir sobre religião e até sobre sua condição humana. A edição traz um posfácio escrito pelo próprio autor sobre sua história de amor com os robôs, tão comuns em sua obra.

Impressões:

Isaac Asimov é considerado o "pai da ficção científica", com inúmeros livros publicados, sempre pensando em um futuro onde os humanos convivam ao lado de robôs e fazendo parte em diversas áreas de trabalho. Será que já estamos nesse "futuro"?

A obra "Eu, Robô" é uma coleção de contos dos quais Asimov escreveu nos anos de 1940 e 1950, essas histórias estão interligadas entre si, através dos capítulos.

Vale lembrar: é neste livro que são apresentados os pilares das "Três Leis Robóticas", que são os mandamentos que diferem o comportamento dos robôs para com a sociedade como um todo.
A trama tem início no ano de 2057, com a protagonista Susan Calvin, uma renomada psicóloga roboticista que aceita compartilhar suas memórias em uma entrevista, pouco antes de anunciar sua aposentadoria. Esse depoimento narra de forma bem determinada, o avanço e desenvolvimento da tecnologia robótica através das décadas.

Asimov desenvolve bem toda trama, possui uma escrita impecável, sempre deixando uma brecha para o leitor poder questionar todos os acontecimentos dos personagens ao longo dos contos, aliando com uma excelente construção de personagens primários e secundários, cada qual com suas características e peculiaridades.

O autor entrega tudo em um único livro, deixando uma leitura intuitiva e dinâmica.

Vale a pena? Com toda certeza! Esse livro é a porta de entrada para todo o universo da ficção científica. É um clássico e quem ama o gênero, precisa ler!
Conta pra gente, já leram esse livro? Gostam de ficção científica?


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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Resenha: Eu robô, por Gian Danton

Quando era adolescente e começou a ler as revistas pulp fiction, Isaac Asimov se incomodava com o fato dos robôs serem mostrados na história quase invariavelmente de forma negativa – em geral tentando destruir a humanidade. Para tentar mudar esse quadro, ele mesmo começou a escrever suas histórias e enviar para as revistas. O resultado disso foi uma sequência célebre de contos que mudaram completamente o tema e introduziram as três leis da robótica, segundo as quais: 1) um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano seja ferido; 2) um robô deve obedecer as ordens de um ser humano, a não ser que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; 3) um robô deve proteger a sua própria existência, a não ser que isso  entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.

Esses contos foram reunidos na antologia Eu, robô, recentemente republicada no Brasil na belíssima edição da Aleph.

O primeiro conto, Robbie, escrito quando o autor tinha 19 anos, é mais uma demonstração de como Isaac Asimov queria trabalhar os robôs: uma menina ganha um robô como babá e se apega tanto a ele que a mãe, preocupada, faz com que o marido devolva a máquina. Mas a menina não irá descansar enquanto não tiver seu amigo de volta. É terno e bem escrito, com um final interessante. Mas não chega nem perto do que o escritor viria fazer com o tema, em especial com relação às três leis.

O segundo conto, “Andando em círculos” já é Asimov em plena forma. Nele, dois pesquisadores, os imortais Powell e Donovan, estão tentando reativar uma velha base em Mercúrio e para isso, mandam um robô, Speed, pegar um mineral essencial para a reativação dos sistemas e, portanto, para a sobrevivência deles no planeta banhado por fortes raios solares. Mas speed, ao invés de pegar o mineral, passa a andar em círculos aparentemente sem razão nenhuma. Os dois devem descobrir o que provocou isso e, principalmente, usar as três leis da robótica para fazer com que ele saia desse círculo vicioso e eles possam salvar a base. É uma típica história asimoviana em que a solução para o problema está totalmente na lógica.

Powell e Donovan voltam “Razão”, o terceiro conto da coletânea. Nesse, eles estão em uma estação espacial responsável por captar energia solar e enviar para a Terra. Mas um novo tipo de robô, racional, é implantado para organizar o trabalho dos outros. E o robô começa a pensar e a duvidar de tenha sido criado por humanos. Para ele, o gerador é o mestre, uma vez que tudo e todos na estação parecem girar ao redor dele e, aparentemente, servi-lo. Asimov brinca com o assunto e usa o conto para criticar o ponto de vista de Descartes segundo o qual a razão é mais importante que os sentidos quando se trata de estabelecer o que é realidade. O  robô chega até mesmo a citar Descartes direta (“Eu existo porque penso”) ou indiretamente (como quando o robô diz que não vai perder seu tempo analisando o que ele considera ilusão de ótica, pois o que é mostrado vai contra a razão). No final, o robô chega até mesmo a estabelecer uma religião (“Não há nenhum mestre senão o mestre e QT-1 é seu profeta!”). Embora as três leis não sejam usadas para resolver o problema, é um divertido e típico conto asimoviano.

Em “É preciso pegar o coelho” Powell e Donovan estão de volta, agora para decifrar um problema com um robô minerador que comanda seis outros robôs em um processo de mineração. Ocorre que, sempre que um dos dois não está olhando, o robô líder parece enlouquecer e coloca todos os outros para marcharem.

Em  “Mentiroso”, um robô tem capacidade de ler os pensamentos dos humanos. É a primeira história com a psicóloga de robôs Susan Calvin, que será figura fundamental nas histórias seguintes.

Em “Um robozinho sumido”, robôs usados pelo governo foram criados sem a primeira lei completa (um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, deixar que ele seja ferido) porque os robôs sempre corriam para salvar os humanos expostos a radiação gama e isso destruía seus cérebros, mesmo que essa radiação com pouca exposição não provocasse danos ao ser humano. Um dos cientista diz a um desses robôs que ele suma e ele de fato some... entrando num local com 62 outros robôs idênticos. Resta agora à psicóloga descobrir entre eles quem é o o robô sumido.

Em “Evasão” uma empresa concorrente propõe um desafio: repassar os dados de uma nave espacial que já destruíram o computador deles. O que fazer: aceitar e correr o risco de perder também o computador da US Robôs?

Em “Evidência”, um candidato concorrente acusa o candidato a prefeito de ser um robô, numa época em que robôs são proibidos na terra. Como provar que ele é humano? Como provar que é um robô? Esse conto tem uma ótima fala de Suzan Calvin segundo a qual, se um humano seguisse as três leis da robótica, seria alguém muito bondoso – e, portanto, um ótimo político.

Finalmente, em “O conflito evitável”, os computadores que governam a economia mundial parecem estar com algum tipo de pane e agindo de forma estranha, levando, por exemplo, fábricas à falência. É o conto mais fraco do volume, mas ainda assim vale a leitura.

Para costurar todas essas histórias, Asimov inventa um repórter que está entrevistando a psicóloga Susan Calvin. Os contos seriam os relatos dela sobre acontecimentos relacionados à história dos robôs.  

No final é interessante perceber como o mundo imaginado por Asimov é muito diferente do mundo real que vivemos. Nas histórias, por exemplo, os robôs pululam, mas existem pouquíssimos computadores – e nenhum pessoal.   

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sexta-feira, 27 de março de 2020

Sobre o conto “Como se Divertiam”, de Isaac Asimov

Isaac Asimov - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Na página marcada como ano de 2.157, no diário de Margie, ela escreveu que seu irmão Tommy havia achado um livro. Um livro de verdade!
Tommy havia encontrado o livro no sótão de sua casa. O avô de Margie dissera a ela um dia que, quando era menino, seu avô, por sua vez, havia dito que um dia todos os livros eram escritos em papel.
Tommy comentara que livros eram um desperdício. Que, no caso de livros escritos em papel, podia-se lê-los e depois jogá-los fora. Era diferente de uma tela de televisão, em que milhares de livros podiam ser lidos, sem ocupar espaço.
O menino, de treze anos disse à sua amiga, dois anos mais nova, que o livro que encontrara tratava de escolas.
— Escola? — Margie respondeu. — E que existe para falar sobre escola? Eu detesto a escola.
Margie detestava a escola. Agora, mais do que nunca, quando seu professor mecânico lhe passara um teste de Geografia atrás do outro, e ela se saíra cada vez pior. 
Sua mãe a levara, preocupada, ao Inspetor Municipal. Mas não era culpa de Margie. Ela estava se saindo satisfatoriamente bem. Seu padrão global de resultados estava mais do que correto, para a idade dela. O que ocorria era que o professor mecânico da menina estava ajustado para uma velocidade acima do normal. O inspetor dissera isso para a Sra. Jones, mãe de Margie, e afagara a cabeça da garotinha, depois de reajustar o professor para um nível médio de uma criança de dez anos de idade.
Margie não entendia porque se escreveria sobre a escola. Na realidade, o que existia em 2.147 eram os professores mecânicos, que ensinavam às crianças na própria casa deles. A fresta por onde Margie tinha de enfiar os resultados dos testes, era a parte que ela menos gostava. Tinha de preencher os testes como cartões perfurados, lidos depois pela máquina em segundos, ou menos.
Mas Tommy lhe dissera que as escolas de que o livro escrito tratava eram diferentes das atuais. Ocorrera há muito, muito tempo, séculos atrás, quando um homem era o professor. Quando as crianças, em uma dada idade, aprendiam todas a mesma coisa, em um edifício especialmente construído.
Mas Margie não acreditava que um homem pudesse ensinar tanto como um professor mecânico. Tommy lhe dissera então que sim, era possível, que mesmo seu próprio pai sabia quase tanto quanto um professor mecânico.
A Sra. Jones interrompeu a conversa das duas crianças, quando chegou a hora da escola de Margie. Ela tinha começado a ler o livro e estava gostando muito dele. Pediu, então, para ler o livro depois da escola, uma hora em que Tommy também deveria se encontrar com seu professor.
Margie se dirigiu à sua sala de aula, perto de seu quarto. Seu professor, agora devidamente ajustado para a idade da menina, a esperava. Falou que hoje iriam aprender a somar frações próprias. E Margie, a pedido de seu professor, se preparou para inserir os deveres de ontem na fresta de entrada. A tela do professor havia se acendido, e a garotinha suspirou.
Ela pensou nas antigas escolas, quando o avô de seu avô era pequeno. As crianças da vizinhança se reuniam, gritando e rindo no pátio da escola, sentavam-se nas salas de aula, faziam companhia umas às outras no encerramento do dia, quando iam todas juntas para casa. Aprendiam as mesmas coisas e podiam reunir-se para se ajudarem nos deveres de casa. 
Os professores eram gente...
O professor mecânico apresentava na tela:
— Quando somamos as frções ½ e ¼...
Margie pensava consigo mesma como as crianças deveriam ter gostado daquilo, antigamente.  Pensava em como se divertiam...

“Como se Divertiam” ("The Fun They Had"), conto escrito por Isaac Asimov, primeiro surgiu em um jornal infantil em 1951. Foi reimpresso em Fevereiro de 1954, na edição de “The Magazine of Fantasy and Science Fiction”, em 1957 na antologia “Earth is Room Enough” (“A Terra Tem Espaço”), em 1960, na coletânea “50 Short Science Fiction Tales” e em “The Best of Isaac Asimov”, em 1973. Foi modificado em um livro inglês, chamado “KEY English 8-9”.
Escrito como um favor pessoal para um amigo, “Como se Divertiam” tornou-se “provavelmente a maior surpresa de minha carreira literária”, Asimov escreveu em 1973. Ele disse que o conto foi reimpresso mais de 30 vezes, e fora planejado que mais impressões seriam feitas.

Não estamos longe da situação de ensino em que as duas crianças do conto se encontram. Nos E.U.A. e no Canadá, a prática de ensino em casa é regulamentada. Na Suécia, é considerada criminosa. Nos dois países da América do Norte, os pais que aderiram a este sistema de ensino ou contratam professores particulares, ou eles mesmos tratam do ensino de seus filhos. Utilizam livros, computadores, tudo o que existe para dar aos jovens uma educação comparável à de uma escola. 
No Brasil, em 2018, mais de 7.000 famílias ensinaram seus filhos. Mas tal prática, até fins de 2019, era proibida pelo Supremo Tribunal Federal. Uma das bandeiras promovidas pelo governo atual era de regulamentar essa prática até o final de 2019, mas tal medida foi adiada para 2020.
É claro que o ensino em casa depende de uma disciplina que é pouco vista no cenário educacional brasileiro. Mas que pode dar muito certo. Basta a família ser bem estruturada, os pais contribuírem para seu êxito, acompanhando seus filhos, ensinando-os, usando computadores e livros.
Não é impossível que o ensino somente por computador se torne uma prática comum. Quando desde cedo as crianças passarem a encarar o computador, o smartphone, o tablet, como ferramentas essenciais em sua vida, melhor será para elas, no caso de se instituir, a longo prazo, o ensino unicamente computadorizado. 
Isso deve ocorrer muito mais para a frente. A sociedade precisa de crianças sociáveis. A vida dos jovens deve existir também fora do lar, para uma futura interconexão entre eles, inclusive porque em um emprego, o que está em jogo é a experiência sócio-educativa, não apenas o acúmulo de conhecimentos por um jovem que não frequente uma instituição de ensino.
Mas uma vida passada estudando em casa não exclui o contato social. Hoje, as pessoas veem-se em uma situação díspare: o caso do Covid-19 Coronavírus alterou por completo a vida social das crianças, jovens e adultos. Quando a crise passar, será possível voltar-se ao nível anterior de convívio social, com reuniões, eventos, trabalho fora de casa, etc.
Mas pensemos por um minuto o que significaria estudar tendo amigos, mas somente com um computador como professor. Será que seria tão eficaz? No conto “Como se Divertiam”, Isaac Asimov coloca claramente que uma disciplina imposta pela família, com horários rígidos para cada aula, seria imprescindível. A criança podia detestar as aulas, mas era obrigada a comparecer às sessões educacionais, feitas em sua própria casa.
É claro que, como se dá hoje em dia a globalização, o ensino caseiro por meio de livros e computadores é perfeitamente possível. Pela Internet, consegue-se aprender por meio de cursos on-line. Universidades formam alunos, tendo estes de pagar uma taxa, estudar em casa, assistir, pelo computador, às aulas e prestar exames via computador. 
Não importa o tipo de ensino. O que vale é a força de vontade do aluno, que, assim como em tudo na vida, deve dar o máximo para se sobressair. Muitos dirão: “Eu tenho a vida inteira pela frente. Por que deveria me sacrificar, tendo um tempo vasto pela frente?”. 
O fato é que, para sobreviver, o homem hoje necessita ser hábil em várias frentes. Ter conhecimento técnico, conhecimento teórico, prático, analítico, experiência acumulada na busca incessante pelo conhecimento, são requisitos muito importantes. É importante que o homem tenha visão de mundo, saiba investir o dinheiro, saiba conduzir um negócio, seja de compra e venda de produtos, como de compra e venda de ações, por exemplo.
No futuro, um computador e a Internet bem que poderão ser as ferramentas de ensino e trabalho. No futuro mais distante, o papel seria abolido. No futuro mais distante, que o homem talvez hoje somente sonhe, teremos o implante cerebral por chip ou algo vagamente semelhante a ele, que nos forneça instantaneamente a sabedoria universal de um milhão de enciclopédias.
E mesmo o computador já seria algo não maior do que uma lembrança.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.

E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
Pelo site da Amazon: Clique aqui.
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sexta-feira, 6 de março de 2020

Sobre o conto “Fogo do Inferno”, de Isaac Asimov

Isaac Asimov - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Alguns congressistas, militares de altas patentes, repórteres e um punhado de cientistas se achavam presentes, na noite da primeira apresentação.

Houve Alvin Horner, da imprensa, que mencionou a Joseph Vincenzo, de Los Alamos, que “agora iríamos aprender algo”, mas Joe falou que não era coisa importante. Mas eram os primeiros instantes, os primeiros bilionésimos de segundo após uma explosão atômica, que seriam mostrados em câmera de filmagem superlenta. 

Daria certo, para Vincenzo. Já havia provas iniciais de que daria certa a filmagem. Para ele, as bombas eram a sentença de morte do homem. E ele, para esse tipo de coisa simples, muito simples, não sentia nada. 

“Observe à sua volta: eles estão excitados, empolgados, mas não com medo. Não com medo suficiente. Homens presenciaram a transformação de ilhas sob o fogo nuclear de uma bomba-H em crateras e foram em seguida para suas casas, dormir”.

Literalmente, para Vincenzo, a explosão nuclear era o fogo do Inferno. Mas não, ninguém se incomodava com o fogo do Inferno. Ninguém.

As luzes se apagaram. Na tela, a torre de disparo se apresentava sombria. Tensão na plateia, que silenciara. Um ponto de luz surgiu no topo da torre, ardendo, tomando um ângulo incerto à medida que se expandia, de lá para cá. Um homem gritou, outros berraram. Podia-se farejar o medo, ele estava em sua própria boca. O sangue congelara.

A bola ovalada de luz projetara-se, pausara, antes de se expandir rápido em uma esfera brilhante. Naquele instante a bola de fogo mostrara manchas escuras com olhos, linhas escuras como sobrancelhas finas e arqueadas. Um delinear de cabelos em forma de V, a boca torcida parda cima, rindo loucamente no fogo do Inferno. E havia chifres, também.


Este é o conto “Hell-Fire” (“Fogo do Inferno”) do reconhecido mestre da Ficção Científica, Isaac Asimov. Foi publicada em 1979, na antologia “Earth is Room Enough” (“A Terra Tem Espaço”), pela Editora e Livraria Hemus, no Brasil.

Falo agora de uma mensagem de uma página do livro “Five Worlds of Our Lives –  Ingredients and Results of War and Revolution — A Geo-History”, pelos editores da revista Newsweek e pelos cartógrafos da C. S. Hammond & Co., Inc., publicado em 1961. A tradução dessa mensagem, “A Bomba-H — A Pior Arma”, é de suma importância, pelo valor humanista e documental que traz:

“O mundo estremeceu quando as tremendas nuvens em forma de cogumelo pairaram sobre as ruínas de Hiroshima e Nagasaki, na horrível aurora da Era Atômica. Mas isso foi apenas o início da invenção da destruição em massa.

“O homem havia destravado a energia do átomo, uma força que podia ser utilizada para a ilimitada destruição ou para propósitos pacíficos, como o combustível nuclear e a pesquisa médica. Porém, mais viria. Infelizmente, a Guerra Fria forçou os Estados Unidos a se concentrar no desenvolvimento de armas nucleares de poder destrutivo o mais variado, para os propósitos táticos os mais amplos, armazenando-as como uma defesa a uma possível agressão futura.

“Em 1949, o monopólio atômico foi quebrado pela União Soviética e a corrida nuclear entre as grandes potências se iniciou. Testes com bombas trouxeram o medo global, quando as explosões liberaram grande quantidade de partículas radioativas na atmosfera, que, ao se precipitar, causariam mortes ou deformações.

“Em 1950, o Presidente Truman decidiu-se pelo poder atômico, por completo. Ele ordenou que cientistas desenvolvessem a bomba de hidrogênio, um dispositivo que fundiria átomos de hidrogênio, da mesma forma que o Sol o faz, podendo liberar quantidades de energia que fariam a bomba atômica parecer ridícula.

“Em 1952, sobre um atol no Oceano Pacífico nas Ilhas Marshall, a fusão do hidrogênio ocorreu em uma estupenda bola de fogo. Um ano mais tarde, a Rússia desenvolveu sua própria bomba de hidrogênio. A Inglaterra logo juntou-se ao “clube nuclear”, bem como a França. Com rápidos passos largos na aquisição de tecnologia, cientistas previram que armamentos nucleares poderiam ser desenvolvidos por nações menos poderosas.

“A maioria dos pensadores percebeu que era desesperadamente necessário um controle das armas atômicas; mas todas as tentativas de se negociar a limitação nuclear ou o desarmamento encontraram na União Soviética apenas rejeição sem sentido a um sistema de inspeção. Quando o arsenal de armas atômicas continuou a crescer, o mundo cogitou seja se um combatente poderia sobreviver a uma Guerra Atômica, seja se poderia haver tal coisa como uma vitória.

“A visão apocalíptica de uma Terceira Guerra Mundial travada com armas atômicas levou muitos peritos militares a um direcionamento das armas para guerras limitadas ou convencionais, que eram mais toleráveis, embora havia esses que questionavam se tais guerras poderiam sempre ser controladas. E a disponibilidade crescente de armas atômicas aumentou em muito a chance de que algum cálculo mal executado poderia levar acidentalmente ao holocausto da bomba de hidrogênio.

“Esses foram os problemas que perseguiram o homem na Era Nuclear. Através de tentativa e erro, ele alcançou um novo mundo; sua chave foi uma escalada nas armas e em suas potencialidades. Com a liberação da energia do átomo, ele agora possuía o poder para arrasar tudo da face da Terra. Ou, certamente para beneficiar a raça humana.

“Uma questão central dessa Era foi essa: o Homem usaria seu único e maravilhoso cérebro parda a morte ou para a vida?”


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
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Livro Impresso:
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E-book:
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sobre o Conto “Um Lugar Aquoso”, de Isaac Asimov

Isaac Asimov - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Bart Cameron, xerife de Twin Gulch, Idaho, é um homem muito nervoso. E fica mais nervoso ainda por volta de 14 de Abril. É uma data próxima à entrega do Imposto de Renda e, como Cameron possui alguns negócios (um armazém, algumas ações num rancho de ovelhas, faz um pouco de ourivesaria e recebe uma espécie de pensão por ser ex-combatente incapacitado — um joelho ruim e outras coisinhas assim), seu Imposto de Renda fica meio complicado. E, como ele próprio se obriga a declará-lo, sem a ajuda de um contador, então...

E foi no dia 14 de Abril de 1956 que o disco voador pousou, para azar nosso. Seus retrofoguetes a princípio não eram visíveis, era apenas um risco de luz no céu. Mas logo a linha se dividiu em duas e o disco desceu suavemente, sem fazer ruído. Eu estava sentado junto à janela do gabinete do xerife e vi o disco descer. Fiquei mudo, perplexo, sem conseguir nem mesmo engasgar. Enquanto isso, Bart estava à sua escrivaninha, refazendo pela centésima vigésima sétima vez as contas do formulário de sua declaração do Imposto e nem viu quando duas pessoas saíram do disco.

Eram morenos, cabelos pretos, olhos castanhos, 1,80 m de altura e muito sérios. Vestiam-se de ternos cinzentos, camisas brancas e gravatas marrons. Quando a porta se abriu, Bart fechou a cara. Haviam interrompido seu trabalho. E perguntou o que poderia fazer por eles, batendo com a mão no formulário sobre a escrivaninha. Um dos dois homens do disco falou que eles haviam mantido nossa gente sob observação por muito tempo. Disse isso separando cuidadosamente as palavras.

Cameron respondeu, “Como, minha gente? Tudo o que eu tenho é uma esposa. O que foi que ela fez?”

O homem de terno disse que “escolhemos esta cidade por ser isolada e sossegada. E sabemos que você é o chefe por aqui. Tivemos de adotar seu modo de vestir e sua aparência”.

“É esse o meu modo de vestir?”, notou o xerife, pela primeira vez.

“Também aprendemos sua língua”, falou o homem do disco.

Cameron, sua mente acesa como uma lâmpada, percebeu, e disse, “Vocês são de fora?” Fora do exército, Cameron não havia conhecido muitos forasteiros, mas para ele estava tudo bem.

“Forasteiros? Viemos do lugar aquoso que vocês chamam Vênus”, disse o venusiano. Eu tinha visto o disco pousar! Aquele homem falava a verdade!

“Muito bem”, respondeu Bart, “aqui é EUA. Todos somos iguais, com os mesmos direitos. O que posso fazer por vocês?”

“Temos interesse em que os homens importantes do seu EUA venham até aqui e conversemos, para discutirmos o seu ingresso em nossa grande organização”.

Aos poucos, o xerife foi ficando vermelho, sua face enrubescendo.

“Nossa gente entrar em sua organização. Já fazemos parte da ONU. Então é só eu trazer o Presidente até aqui, agora, só isso? E mandá-lo se apressar?”

“A rapidez é desejável”, o homem do disco falou.

“E o Congresso, e o Supremo Tribunal?”

“Se eles ajudarem, sim, xerife”.

Bart fez o inconcebível. Esmurrou o formulário do Imposto e disse que se os dois não dessem o fora naquele momento, iria prendê-los por perturbar a ordem e nunca mais iriam ver a luz do Sol.

“Você deseja que nos retiremos?”, perguntou o extraterrestre.

“Exatamente!” E Bart disse ainda que ninguém mais queria vê-los, nem ele, nem ninguém.
“Percebemos que você realmente deseja nos ver longe daqui. Respeitamos isso. Não regressaremos. Ficaremos girando em torno de seu mundo, advertindo-os, ninguém entrará e vocês não terão mais de sair.

Cameron estava a ponto de perder de vez as estribeiras. Disse que contaria até três...

Eu estivera ouvindo tudo. Sabia que nós nunca mais poderíamos viajar pelo espaço, que haveria uma espécie de cerco aqui na Terra, prendendo-nos, impedindo-nos de sair do planeta. Gritei com o xerife, dizendo a ele que os dois eram do espaço. Por que mandá-los embora? Cameron não entendeu. Ele era quinze quilos mais pesado do que eu, mas mesmo assim consegui arrastá-lo de onde estava, até a janela, pela gola da camisa.

O disco subiu tão facilmente quanto descera. E, mais uma vez, perguntei a Bart por que tivera de fazer aquilo.

“Eles eram forasteiros, tiveram de aprender nossa língua. E pareciam ser italianos”.

“Eles falaram que tinham vindo de Vênus!”

“De Vênus?? Pensei ter ouvido Veneza!”

E é por isso que jamais iremos à Lua novamente, ou a Marte, ou a qualquer ponto do Sistema Solar e além. Foi um grande azar, sim, os venusianos terem vindo pousar justo no quintal de Twin Gulch, Idaho...

Este conto, “Um Lugar Aquoso”, foi escrito em 1956, sob o título original de “A watery place”, na antologia “Earth is Room Enough” (no Brasil, traduzido como “A Terra tem Espaço”). Foi lançado aqui pela Livraria e Editora Hemus.

É plenamente aceite que um cientista, em qualquer época, escreva sobre um fato ou uma descoberta científica e, mais de sessenta anos depois, venham a descobrir que ele estava redondamente enganado.

Vênus, em 1956, era considerado um planeta oceânico pois, na época, sabia-se que sua pressão atmosférica era igual à de um ponto situado 900 metros sob a superfície do oceano. Sabia-se muito pouco sobre este planeta. Na década de 1960, com técnicas mais avançadas de radar, pôde-se atingir resultados referentes ao seu período de rotação semelhantes aos de hoje.

Na década de 1970, observações por radar a partir da Terra revelaram pela primeira vez detalhes da superfície venusiana. Pulsos fortes de ondas de rádio foram emitidos para o planeta usando o radiotelescópio de 305 metros do Observatório de Arecibo e os ecos revelaram duas regiões altamente reflexivas, designadas como Alpha e Beta. As observações também revelaram uma região brilhante atribuída a montanhas, chamada Maxwell Montes.

Com as sondas do projeto soviético Venera, bem como as sondas americanas do programa Mariner avançou-se um tanto nas observações, algumas das sondas não chegando a atingir a superfície e outras pousando, mas deixando de fornecer dados horas após o pouso. O projeto americano Pioneer-Venus chegou a apresentar por 67 minutos, maiores dados sobre superfície de Vênus. Foi o máximo que se conseguiu até 1978.

Em 1985, a sonda Vega lançou 4 outras pequenas sondas Venera, que orbitaram o planeta e lançaram um robô aéreo sustentado por balões. Ficou em órbita por 46 horas e descobriram que a atmosfera venusiana é mais turbulenta que a esperada até então, sujeita a poderosas rajadas de vento. A sonda Magellan estudou Vênus por dez anos, a partir de 1989, quando foi lançada da Terra. Foi destruída deliberadamente, ao ser impulsionada para a atmosfera venusiana, para obter dados sobre a densidade atmosférica.

As naves Cassini e Galileo sobrevoaram Vênus, para estudá-la, mas por pouco tempo. Um vórtex atmosférico no pólo sul do planeta foi estudado pela sonda Venus Express, lançada pela Agência Espacial Europeia, em fins de 2005. A missão Messenger da Nasa a Mercúrio realizou sobrevoos em Vênus, em 2006 e 2007, coletando muitos dados científicos nessas duas passagens. A Agência Espacial Europeia, junto com o Japão, lançou uma missão a Mercúrio em 2018, denominada BepiColombo, que realizará dois sobrevoos de Vénus antes de alcançar a órbita de Mercúrio em 2025. Também em 2025, a Rússia planejará lançar a sonda Venera-D, que tem por objetivo liberar módulos para permanência na superfície de Vênus por um longo período.

Finalmente, uma missão tripulada de sobrevoo de Vénus, usando os equipamentos do Projeto Apollo, foi proposta no final da década de 1960. A missão foi planejada para lançamento em outubro ou novembro de 1973 e usaria um foguete Saturno V para enviar três homens até Vénus, numa missão de aproximadamente um ano. A espaçonave passaria a aproximadamente 5 000 km da superfície de Vénus, cerca de quatro meses depois da partida, mas nada foi concretizado.

Devido às suas condições hostis, uma colonização na superfície de Vénus está fora de questão com a tecnologia atual. Entretanto, a pressão atmosférica e a temperatura a 50 quilômetros acima da superfície são similares às da superfície da Terra, e o ar da Terra, composto de nitrogênio e oxigênio, seria um gás ascendente na atmosfera venusiana, composta na maior parte por dióxido de carbono. Isto levou a propostas de extensas “cidades flutuantes” na atmosfera de Vênus. Aeróstatos, balões mais leves que o ar, poderiam ser usados para a exploração inicial e posteriormente para colônias permanentes. Entre os muitos desafios de engenharia estão os teores perigosos de ácido sulfúrico nessas altitudes. Na superfície, temperaturas são da ordem de 500 graus Celsius. Com o projeto Magellan, soube-se que Vênus apresenta muita ação vulcânica e o enxofre na atmosfera sugere que houve algumas erupções vulcânicas.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Sobre o Conto “A Máquina que Ganhou a Guerra”, de Isaac Asimov


*Por Roberto Fiori

A guerra com Deneb, que durara tanto tempo, havia cessado. Destruídos, aniquilados, os denebianos não contavam com uma arma única, dos terrestres: o Multivac. Computador gigante, fora responsável por todas as ações de ataque e defesa que a Terra empreendera. Seus milhares de técnicos, que cuidavam da manutenção e supervisão dos quilômetros de corredores de seu interior, estavam agora ausentes dos passadiços e passagens daquela maravilhosa máquina.

A guerra com Deneb começara longe, muito, muito além do Sistema Solar. E terminara de modo terrível, com espaçonaves pilotadas por humanos e armas de tal poder de destruição que, curvando o espaço, podiam tragar planetas inteiros. Alguns homens, porém, foram os responsáveis mais que diretamente pela vitória terrestre.

Dois homens, o técnico Jablonsky e Henderson, pertencentes à Diretoria Executiva da Federação Solar, haviam tomado as decisões. Toda a enxurrada de informações que vinham de bases militares espaciais, como em Titã, lua de Saturno, passavam por Henderson. Ele alterava os dados recebidos, as informações inúteis e sem sentido, que não tinham lógica para ele. E depois, Henderson os enviava para que alimentassem a grande máquina cibernética.

Mas Jablonsky também ignorava se o Multivac estava funcionando bem ou não. Os mil técnicos especialmente qualificados para operar o computador estavam trabalhando em mil outros centros de computação, na altura da guerra, e pessoal incapacitado sobressalente era comandado por Jablonsky. Além disso, a Criogenia, parte do equipamento do Multivac, também não merecia confiança. E, por isso, Jablonsky deixava que os dados seguissem para análise do Multivac, sem questionar.

Lamar Swift, oficial das Forças Armadas, e responsável por aprovar ou não as decisões do Multivac no “front” de guerra, também tivera participação no embuste. Na realidade, o que ele poderia fazer, senão buscar respostas e tirar o peso colossal de seus ombros, em uma posição militar de altíssima periculosidade emocional e mental? Ele optara por escolher um computador muito mais antigo que o grande Multivac. Não um computador primitivo, nos moldes do que quer que se imaginasse como uma máquina. 

Mas sim, na escolha de “Cara” ou “Coroa”, cada vez que lhe era exigida uma decisão particularmente difícil.

Este conto, de um dos maiores gênios da Literatura Fantástica e de divulgação científica, Isaac Asimov, foi publicado pela primeira vez em “The Magazine of Fantasy and Science Fiction, em 1961. Depois, foi publicado em 1991, pela Editora Record, no Brasil, na antologia “Sonhos de Robõ” (“Robot Dreams”).

Em busca de uma paz inacreditavelmente difícil de ser conseguida, muitos homens deram suas vidas, nas guerras que a Humanidade concebeu e levou a cabo, até a rendição de um dos lados oponentes... Guerras são desumanas, a tal ponto em que, na Guerra da Crimeia, onde Florence Nightingale manteve o primeiro serviço médico no front de combate de que se tem notícia na História, homens morriam mais sob a ação do gelo cortante do solo congelado do que sob o efeito de armas, propriamente ditas.

Na Guerra do Vietnã, usou-se todo tipo de artimanha e arma para se aniquilar qualquer um dos lados: o dos americanos, portando o estandarte do “capitalismo e da democracia”, e o dos combatentes vietnamitas, lutando para instaurar uma ditadura comunista no Vietnã, recebendo armas e suprimentos da União Soviética, regime brutal e intolerante. Gases, armadilhas terrestres, agente laranja, foram algumas das mortais armas utilizadas. Mas não que a Guerra do Vietnã tenha sido a mais brutal. Por baixo, estima-se em mais de 40 milhões de mortes na Segunda Guerra Mundial. Milhões de mortes devem ter sido ignoradas, ou porque foi impossível que o número pudesse ser avaliado com precisão, ou porque se suprimiu a verdadeira quantidade de mortos.

Mas, numa guerra, talvez o pior não sejam os mortos, mas a quantidade infindável de feridos, mutilados e com sequelas físicas e psicológicas. O sofrimento humano parece não ter fim. O sofrimento humano é sempre maior, em casos de conflitos armados, do que qualquer outra forma de medo ou desespero.

Hoje, guerras como na Síria transformaram cidades inteiras em escombros. Armas como drones, aviões não tripulados controlados por controle remoto, são uma realidade. Armas autônomas, em que microprocessadores farão o trabalho de buscar e disparar contra alvos, já foram preditos por Arthur C. Clarke, talvez o mais genial escritor de Ficção Científica que já surgiu. Ele fala disso em seu livro “Um Dia na Vida do Século XXI” (“July 20, 2019: A Day in the Life of 21th Century”, publicada pela Editora Nova Fronteira, no Brasil, em 1989). 

Segundo Clarke, uma Terceira Guerra Mundial, não se optando por se utilizar de armas nucleares, terminaria sendo uma guerra da eletrônica e não do homem. Computadores quânticos farão o trabalho de articular ações de ataque e contra-ataque, sem a intervenção do homem, meros “alimentadores de dados” de tais computadores. Exatamente como foi descrito em 1961, neste conto “A Máquina que Ganhou a Guerra”, de Isaac Asimov. 

No futuro, as máquinas tomarão conta do jogo. Os homens, estes serão simplesmente dispensáveis.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Sobre o Conto “O que os Olhos Vêem”, de Isaac Asimov

Isaac Asimov - Foto divulgação
*Por Roberto Fiori

Centenas de bilhões de anos haviam se passado e ele começou, subitamente, a pensar em si mesmo como Ames. Agora, ele era constituído somente por comprimentos de onda, mas conseguiu experimentar o que parecia ser impossível: o captar de ondas sonoras, muito tênues. Sua memória tornou-se mais sensível a coisas antigas, remotas, de Eras atrás. Captou o sinal de Brock.

Brock perguntou se Ames não iria com eles, tomar parte no concurso. Ames respondeu que “Iria!”, suas linhas de força pulsando de modo errático. Disse a Brock que estava pensando em uma nova forma de arte, algo muito incomum. Mas Brock achava que era um desperdício de tempo, pensar em algo novo após duzentos bilhões de anos.

“Por favor, Brock, absorva meus pensamentos, não se isole. Estive pensando em... manipular a Matéria. Uma sinfonia de Matéria. Na Energia não havia mais nada de novo, mas na Matéria... as possibilidades...”

Eles já haviam sido Matéria há, talvez, um trilhão de anos. Por que não construir réplicas deles mesmos, do jeito que eles foram um dia?

Brock disse que não se lembrava disso. Que ninguém se lembrava. Mas Ames afirmou que ele se lembrava, que pensava nisso sempre. Disse a Brock que deixasse que lhe mostrasse. Para falar que estava certou ou errado. De tanto Ames insistir, Brock acedeu. Que fosse rápido.

Manipular a Matéria diante de Seres-energia, que esperavam por Eras o surgimento de alguma novidade... ele teria coragem para tanto, se o fizesse diante de Brock e tudo desse certo. Mas a Matéria tinha de ser reunida com paciência, por anos-luz cúbicos, pois era muito rarefeita naquele local. No final, Ames compôs uma forma ovoide, um pouco mais larga na parte de baixo. O vórtice de Brock estremeceu.

— Não me faça lembrar! — Brock disse.

Ames pronunciou CABEÇA, e na parte superior do ovoide surgiu: CABEÇA.

Brock disse que havia algo no meio. E uma saliência vertical começou a se formar.

— Isso! “Nariz”, é como se chamava! — Sobre a saliência apareceu escrito NARIZ. — E olhos!

Apareceram OLHO DIREITO — OLHO ESQUERDO.

Ames considerou por um momento se aquilo de fato o agradava.

— “Boca”, e “Queixo”, e “Pomo-de-Adão”, e “clavículas” — quando Ames disse tais palavras, elas apareceram sobre a forma.

Brock disse que não pensava nisso há centenas de bilhões de anos. Por que Ames tinha de fazer-lhe lembrar? Por quê? Porém, Ames já não lhe escutava. Estava imerso em pensamentos. Existia algo além... órgãos para escutar, para captar os sons. “Ouvidos”!

Brock gritou:

— Deixe! Ouvidos ou o que quer que fosse! Não lembre! Porque a superfície não era áspera e fria, como está! Era macia, e quente! Os olhos eram vivos e ternos, os lábios eram trêmulos, e muito suaves... de encontro aos meus.

— Sinto muito! — desculpou-se Ames. — Sinto muito.

E Brock:

— Lembrei-me que um dia fui uma mulher e conheci o amor, que os olhos não servem apenas para ver e agora eu não tenho mais olhos para fazer... o que eu queria fazer agora — e Brock partiu para o infinito.
Ames olhou e se lembrou que, um dia, ele tinha sido um homem. A força de seu vórtex dividiu em duas metades aquela cabeça, cujos olhos, ao contrário de Ames e Brock, podiam fazer coisas... e Ames partiu, seguindo o rastro energético deixado por Brock.

Os olhos da cabeça partida da Matéria brilhavam ainda com a unidade ali depositada por Brock em forma de lágrimas. A cabeça chorou, o que ela podia fazer e que os Seres-energia não podiam fazer mais, e chorou por toda Humanidade e pela frágil beleza dos corpos que um dia eles tinham descartado, um trilhão de anos atrás.

Este conto, escrito pela primeira vez em 1965, por Isaac Asimov, e editado por Mercury Press, para a “Magazine of Fantasy and Science Fiction”. Em 1986, foi publicado pela Byron Preiss Visual Publications e posteriormente lançado em 1991 em “Dreams of Robot” (“Sonhos de Robô”), pela Editora Record, no Brasil.

Como a energia poderia dar forma a uma construção de matéria, sendo a energia ela mesma parte de seres com um trilhão de anos de existência? Seria possível existir criaturas feitas de energia pura?

A matéria pode ser manipulada — sendo primeiro imaginada, depois projetada em papel ou na tela do computador, para depois ser construída, elaborada, em siderúrgicas e oficinas mecânicas — por nós, humanos, pois somos feitos da mesma essência que outros objetos feitos de átomos e partículas. O átomo é composto de mais de 90 por cento de vazio. Vazio em questão se diz que o átomo não possui partículas atômicas e subatômicas em 90 por cento de seu cerne. Há vazio também entre átomos. Mas não há vazio real, na acepção clássica da palavra, quando se quer falar do Universo. Mesmo entre as vastidões do Universo há energia pulsando entre as rarefeitas porções de matéria, dispostas de forma organizada em planetas e estrelas.

E em buracos negros. Nos buracos negros, estes ejetam de dentro de si energia, o que significa que eles mesmos convertem matéria em energia, até extravasarem. Então, pode-se captar a “Radiação Hawking”, descoberta pelo cientista Stephen Hawking, há poucos anos. Mas a energia é uma forma concentrada de matéria. No final, pode-se dizer que em toda parte há energia, visto que mesmo a energia gravitacional atua por todo o Universo, resultado de sua irradiação por objetos dotados de massa. 

A energia gravitacional é a forma menos intensa de energia, em comparação com a energia eletromagnética e a força nuclear. Mas atua em uma distância maior, entre a fonte e o ponto ao qual ela age. A energia gravitacional de uma estrela atua por anos-luz, decaindo conforme a distância. Seria possível que se pudesse converter energia em matéria, em um Universo com mais de um trilhão de anos de idade, constituído talvez somente de energia? Criar matéria a partir do único material existente no Cosmos, em tal data?

Hoje em dia, não se pode converter energia em massa. A conversão de matéria em energia é uma possibilidade, visto que nas explosões nucleares isso de fato ocorre. A energia liberada pela conversão de um único grama de matéria é suficiente para iluminar uma lâmpada de 100 Watts por 30.000 anos e é igual à queima de 25 milhões de litros de gasolina. Mas o contrário é impossível. Não se pode produzir essa quantidade de energia com a rapidez necessária, nem reduzi-la a um volume pequeno o bastante para produzir um grama de matéria de uma só vez.

Mas em um trilhão de anos...  o que poderia acontecer? Seria suficiente a imaginação de escritores como Isaac Asimov para criar tal situação, em que o homem deixou sua porção material e se converteu ele mesmo em energia. Numa época em que tudo no Universo é feito de energia e poder-se-ia, talvez, criar matéria a partir de energia... seja ela qual fosse.

*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Sobre o Conto “A Última Pergunta”, de Isaac Asimov

Isaac Asimov - Foto divulgação
Em 21 de Maio de 2061, na Aurora do homem, em que ele começava a sua escalada em direção à luz, a última pergunta foi feita. Alexander Adell e Bertram Lupov cuidavam apenas de modo superficial do Multivac, gigante eletrônico composto de válvulas, relês e circuitos, tão complexo que ninguém tinha ideia de como controlá-lo. Os dois homens alimentavam o computador com perguntas e problemas e esperavam as respostas, que surgiam sem falhas, para o benefício da Humanidade, como um todo.

A Terra tinha suas reservas de carvão e urânio, mas, mesmo estas, estavam se findando. Durante décadas, o Multivac computara as trajetórias para se alcançar a Lua, Marte, Vênus e, um dia, acumulou dados suficientes para tornar uma teoria em realidade. A energia do Sol foi armazenada em uma pequena estação, com uma milha de diâmetro, girando em um ponto situado à exata meia distância entre a Terra e a Lua, fornecendo energia ilimitada da estrela para toda a Terra.

Mas mesmo o Sol não possuía energia para ser gasta eternamente. Um dia, se transformaria em uma gigante vermelha, devorando tudo até a órbita de Júpiter. E, no final, transformar-se-ia em uma anã branca. Então, Adell e Lupov decidiram fazer uma aposta. Perguntaram ao Multivac se a entropia do Universo poderia ser revertida. Entropia é a medida da desordem do Universo. Quanto maior ela se torna, maior é a desorganização de um sistema, no caso, o Cosmos. E maior a energia gasta.

A resposta a esta pergunta final foi: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA. A aposta não teve vencedor.

Em um futuro distante, quando planetas foram colonizados, e um em particular abarcava um milhão de homens, mulheres e crianças, o X-23, uma família partira da Terra para se juntar aos outros, anos-luz de distância da Terra. Jerrodd, Jerrodine e as pequenas Jerrodette I e II seguiam em sua nave, em busca de um futuro melhor para eles mesmos. Melhor do que o anonimato da Terra. Eles observavam o hiperespaço pelo visor na ponte de comando. Quando voltaram ao espaço normal, puderam ver o disco mármore de X-23 assomando no visor.

Pouco abaixo do teto da nave, uma inexpressiva massa de metal ia de uma ponta a outra da sala, desaparecendo pelas paredes. Era o Microvac pessoal de Jerrodd, em que “ac” significava “analog computer”, em inglês arcaico. Nos tempos da juventude do pai de Jerrodd, havia AC Planetários, imensos computadores que se espalhavam por quilômetros de extensão, em cada planeta colonizado.

Jerrodine pensou em voz alta que sempre haveria famílias à procura de novos planetas, assim como eles. Jerrodd respondeu que nem sempre assim o seria, por conta da entropia. Até as estrelas se acabariam, um dia. Foi quando Jerrodette II pediu para que as estrelas não se acabassem, em prantos. Jerrodette I também começou a chorar. Então, Jerrodd perguntou ao Microvac, computador que guiava a nave pelo hiperespaço, abastecendo-a com energia das várias estações de força subgalácticas, como a entropia poderia ser revertida, acrescentando para imprimir a resposta, ao invés de dizê-la em voz alta.

Resposta: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SATISFATÓRIA.

Ao que Jerrodd leu-a para si e disse para as duas filhas que o Microvac respondera que cuidaria de tudo, no devido momento, o que acalmou as meninas. Em seguida, o homem rasgou o papelzinho e guardou os pedaços no bolso.

VJ-23X, de Lameth, e MQ-17J, de Nicron, olhavam para a escuridão profunda de um mapa tridimensional da Galáxia. O primeiro disse que estavam sendo talvez, ridículos em ficarem tão preocupados com o problema da superlotação da Galáxia. O outro retrucou que ela ficaria superpovoada em cinco anos, caso sua população continuasse a crescer na taxa atual.  O homem havia atingido a imortalidade. VJ-23X falou que existiam 100 bilhões de Galáxias no Universo e que não teriam com o que se preocupar. Mas o segundo disse que 100 bilhões não eram o infinito. Em um milhão de anos, a Humanidade passara a dobrar de número, a cada dez anos, graças à imortalidade. Os dois eram jovens. Mal passaram dos duzentos anos de idade, com físico perfeito.

Mesmo que se reaproveitasse as duas unidades de força solares que o homem consumia por ano, mais cedo ou mais tarde, a energia teria um fim. Os dois homens resolveram perguntar ao AC Galáctico se a entropia poderia ser revertida.

Resposta: DADOS INSUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.

VJ-23X e MQ-17J voltaram, com isso, ao problema de elaborar o relatório sobre a superpopulação da Galáxia ao Conselho Galáctico, tarefa que o primeiro achava ridícula e o segundo, a melhor forma de fazer o Conselho se mexer.

A mente de Zee Prime era curiosa. Necessitava saber de qual Galáxia o homem tinha surgido. Ele e a mente de Dee Sub Wun resolveram perguntar ao AC Universal. O AC Universal tinha um receptor em todos os mundos do Universo, e todos os receptores se interconectavam, pelo hiperespaço, com algum lugar desconhecido, no qual o AC Universal trabalhava em silêncio. Havia se passado muito tempo desde que o homem trabalhara na construção de um AC Universal. Desde então, cada AC Universal projetara e construíra o seu sucessor. Isso foi feito por mais de um milhão de anos. O que se sabia era que, de acordo com a mente de um homem, que chegara o mais próximo possível do AC Universal, este situava-se, a maior parte de seu todo, no hiperespaço. Não se sabia a forma dele, contudo.

O AC Universal mostrou a Galáxia original do homem. Dee Sub Wun quis saber do AC Universal qual das estrelas era a estrela onde se originara o homem.

Resposta: A ESTRELA ORIGINAL DO HOMEM SE TRANSFORMOU NUMA NOVA. AGORA É UMA ANÃ BRANCA.

Zee Prime  perguntou, sem pensar:
— Os homens que estavam nela morreram?
AC Universal respondeu:
— Nesses casos, um novo mundo é construído para seus corpos físicos.
Para profunda consternação de Zee Prime, ele constatou que as estrelas estavam morrendo. Dee Sub Wun disse que todas elas morrerão.
Então, Dee Sub Wun perguntou ao AC Universal como reverter-se-ia a entropia.

Resposta: DADOS AINDA SÃO INSUFICIENTES PARA DAR UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.

As duas mentes se separaram. Zee Prime, deprimido, começou a coletar hidrogênio interestelar, para construir uma estrela só sua. Se algum dia as estrelas deveriam morrer, ele podia construir, ao menos, algumas.

Homem era, de alguma forma, único. Feito de trilhões e trilhões e trilhões de corpos, descansando tranquilamente e inalterável, cada corpo protegido por robôs perfeitos, inalteráveis por sua vez. As mentes de todos se fundiam indistinguivelmente.

Homem falou:
— O Universo está morrendo.

As estrelas gigantes, apagadas há muito. Agora, só restavam estrelas anãs brancas, condenadas. Algumas estrelas haviam sido elaboradas naturalmente, ou pela ação da mão do Homem, através de colisões entre anãs brancas. De mil, uma era construída, mas mesmo esta iria se acabar, por fim.

Faltavam milhões de anos para o fim, mesmo se o Homem seguisse as instruções e conselhos do AC Cósmico e poupasse com cuidado a energia que ainda restava no Universo. A entropia atingiria o ponto máximo quando a energia gasta não pudesse ser reaproveitada.

Homem perguntou ao AC Cósmico:
— A entropia não pode ser revertida?

Resposta: OS DADOS AINDA SÃO INSUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.

Homem falou, então:
— Reúna dados adicionais.

ESTOU FAZENDO ISSO HÁ CENTENAS DE BILHÕES DE ANOS. ESSA PERGUNTA FOI FEITA MUITAS VEZES A MEUS ANTECESSORES. TODOS OS DADOS QUE TENHO CONTINUAM INSUFICIENTES.

Homem perguntou se um dia os dados seriam suficientes, ou esse problema era insolúvel em todas as circunstâncias possíveis.
NENHUM PROBLEMA É INSOLÚVEL, EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS POSSÍVEIS.

OS DADOS SÃO AINDA INSUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA, respondeu o AC Cósmico, quando o Homem perguntou quanto haveria dados suficientes para responder àquela pergunta.

Homem perguntou se AC Cósmico continuaria a trabalhar no problema. Diante de uma afirmativa, Homem disse que esperaria.

Depois de dez trilhões de anos de desgaste, as estrelas e Galáxias morreram e se apagaram. O espaço escureceu.

Homem, mente por mente, se fundiu com AC, cada corpo físico perdendo sua identidade mental.

Havia uma única mente de Homem que, antes de se fundir, fez uma pausa. Perguntou:

— AC, isso é o fim? Todo esse Universo caótico não pode ser revertido novamente?

AC respondeu:

OS DADOS AINDA SÃO INSUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.
A última mente de Homem fundiu-se e, no hiperespaço apenas, restou AC. Matéria e energia acabaram e, com elas, o tempo e o espaço. AC subsistia graças somente à última pergunta, e não poderia liberar sua consciência enquanto ela não fosse respondida.

Todos os dados haviam sido coletados. Tinham de ser correlacionados e combinados.

Um intervalo de tempo interminável se passou enquanto ele executava tais operações.

Não havia mais nenhum homem a quem demonstrar a resposta, que atingiu, por fim. A resposta, porém, também cuidaria disso.

Durante outro intervalo interminável, AC, pensou como fazer isso da melhor forma possível. Ele organizou o programa para responder à questão.

AC deparou-se com o Caos, e disse:

FAÇA-SE A LUZ!
E fez-se a Luz...

Esse conto de Isaac Asimov, “A Pergunta Final” (“The Last Question”), foi publicado no Brasil pela Editora Expressão e Cultura, em uma primeira edição, em Outubro de 1971, na antologia “Nove Amanhãs” (“Nine Tomorrows”), e em 1991 pela Editora Record, na antologia “Sonhos de Robô” (“Robot Dreams”).

O que leva a Humanidade a seguir em frente, mesmo sob a ameaça de se autodestruir pela fome, guerra ou doença liberada pela miséria, que causa fome e novamente, acarreta mais miséria? Por que essa sede de navegar pelos mares, na época do Descobrimento, e agora, com o homem se lançando pelo espaço aparentemente sem fim?

Nos séculos XV e XVI, o período das Grandes Navegações  tem origem na necessidade de expansão econômica da Europa. Não havia produção agrícola para alimentar toda a população, a nobreza empobrecia-se, as rotas tradicionais para comércio com o Oriente tornaram a sua importação cara e a falta de metais preciosos para a emissão de moeda impulsionaram a procura por novos mercados fora dos domínios europeus. A tentativa de encontrar rotas alternativas para o Oriente tornou-se indispensável.

Hoje, o espaço é a fronteira final... mas, a que preço? Mentes geniais sendo utilizadas na construção de sondas interplanetárias, quando se tem pelo menos um continente inteiro – a África – ameaçado por doença, fome extrema e guerras sem fim. Se o homem direcionasse a pesquisa dirigida na conquista do espaço para tentar amainar o problema da fome e se ele unisse forças para terminar com as guerras – e isso as grandes potências militares têm condições de fazer -, o mundo respiraria mais aliviado.

A expansão demográfica mundial segue um padrão exponencial. Se a população de uma espécie cresce de modo constante, na unidade de tempo, é uma população que cresce exponencialmente. Assim, uma pequena quantidade de indivíduos, quando tem o suficiente para comer, crescerá e precisará de mais quantidade de alimentos para sobreviver. Crescerá mais e maior número de alimentos será necessário para que ela subsista.

A população mundial, se for mantida em 2 bilhões de pessoas, no máximo, poderá subsistir com o nível de qualidade de vida presente hoje na União Europeia.  Com uma população entre 8 e 10 bilhões, a segurança de cada pessoa, à escala mundial, irá se converter à de um agricultor pobre, que mal consegue sustentar-se a si próprio. E, desta forma, teremos de dividir tudo, de modo a evitar disputas ou guerras. A alteração no clima é uma realidade, independente da ação do homem, ou de mudanças no sistema solar. Basta um pequeno aumento na temperatura global para que o nível dos oceanos cresça e uma grande quantidade de áreas férteis seja submersa e destruída. A utilização de fertilizantes artificiais, bem como alimentação sintética para animais são duas das saídas que nós pensamos que nos mantém a um passo da fome mundial.

Não há alternativa viável a médio e longo prazo. A tecnologia espacial poderá trazer benefícios, como novas técnicas de agricultura e outras formas de se estabilizar a fome. Mas está claro que chegará um ponto em que a quantidade total de alimentos que a Terra pode fornecer será atingida, e não bastarão tecnologias novas de fertilização e cultivo do solo.

Estamos em uma encruzilhada. Contudo, ao passarmos esse período de sofrimento extremo, se sobrevivermos e não nos destruirmos, poderemos vir a ser uma espécie com todos os motivos para alcançar outros sistemas solares.

Lançando-nos bravamente aonde nenhum homem jamais esteve...

*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.

E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
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