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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Léo Bueno e o livro As canções do asfalto sem fim, por Cida Simka e Sérgio Simka

Léo Bueno - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.

Nasci em Porto Rico e sou brasileiro: meus pais, brasileiros, estavam se refugiando da ditadura. Mas sou um cidadão do ABC paulista desde que me lembro. Tenho 46 anos, sou jornalista e pós-graduado em Comunicação Social. Trabalhei na Rádio Jovem Pan, no jornal Diário do Grande ABC e fui assessor de imprensa do prefeito Celso Daniel (Santo André-SP). Fui premiado em 2005 no Mapa Cultural Paulista – em segundo lugar – pelo conto Déjà-vu. Mas nunca mais publiquei nada de literatura até agora, com este As Canções do Asfalto sem Fim, na verdade o meu primeiro livro solo.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o seu livro. O que o levou a escrevê-lo?

Eu já arriscava alguns versos desde antes dos dez anos de idade, mas agora é a primeira vez que componho uma série de poemas em torno de um tema comum. A inspiração começou em 2013, durante a convulsão social brasileira, e aumentou em 2016, com o golpe, a maldade e a violência que ele envolveu. Depois das eleições de 2018, levei um ano escrevendo esse livro; era uma forma de, senão exorcizar, pelo menos equacionar essa violência social, que é muito semelhante à dos fascismos europeus do século XX. É um livro político, sem dúvida, mas todos os temas mais comuns à literatura – o amor e a morte, principalmente – também estão nele.

Como analisa a questão da leitura no país?

Ela gira em torno de um paradoxo.
Antonio Candido, o grande crítico, nos lembrava de que a literatura brasileira nunca foi páreo para outras grandes escolas – a russa, a francesa e a inglesa, por exemplo –, mas era ela que nos definia enquanto nação, um país que começou colônia e escravagista e que não resolveu esses aspectos ainda.
E qual é o paradoxo? É que a leitura no Brasil hoje é ao mesmo tempo muito ruim e muito boa.
É impossível negar que, no aspecto comercial, a situação beira a tragédia. Grandes editoras fecharam as portas nos últimos anos, grandes livrarias também – ou entraram em crise – e o e-book não substituiu os livros escritos como se esperava. Ao mesmo tempo, analisando os livros mais vendidos, a gente percebe que a literatura não está na lista: são livros de autoajuda, volumes motivacionais para as pessoas enriquecerem e, por sorte, um ou outro livro infantil. Então basicamente isso, como dizia Candido, nos define como nação hoje: um país iletrado e, consequentemente, filisteu. Por menos que o presidente e o ministro da Educação mereçam o nosso respeito, é preciso reconhecer que eles representam, sim, esse Brasil. Quando diz que os livros são ‘um amontoado de coisa escrita’, o presidente fala em nome de um Brasil que não lê, que não quer ler e que se ofende com o outro país, o que lê. Quando escreve ‘imprecionante’, o ministro da Educação manda a mensagem de que a língua portuguesa e a leitura estão longe de ser prioridade para as pessoas que o colocaram no poder.
Só que tem o seguinte: nós somos o país de Machado de Assis, de Castro Alves, de Graciliano Ramos e Manuel Bandeira, de Guimarães Rosa e Cecília Meireles. Não é tão fácil destruir uma tradição tão enraizada na nossa cultura. Por isso ainda temos grandes escritores neste momento, grandes produtores de literatura, tanto na prosa quanto no verso. E por isso grande parte da resistência a esse país iletrado vem justamente das artes, como a própria literatura.

O que tem lido ultimamente?

Procuro sempre ler livros tanto clássicos quanto contemporâneos, prosa e verso. E sou jornalista, por isso leio muita não ficção. Acabo de ler ‘Estado de Exceção’, do filósofo italiano Giorgio Agamben, um livro que recomendo com ênfase, porque muito do que ele diz parece referir-se ao Brasil. Estou lendo A História da Primeira Guerra Mundial, de David Stevenson, uma obra grandiosa, mas muito técnica e pouco narrativa. E acabei de concluir uma leitura cuidadosa de Doutor Fausto, de Thomas Mann, para um romance que vou escrever. No campo de versos, acabo de ler A Poesia da Recusa, do Augusto de Campos.

Que dica pode fornecer a quem deseja ser um escritor?

Tenho 46 anos e estou lançando meu primeiro livro – eu provavelmente sou a pior pessoa para dar uma dica nesta área (risos). Mas o que eu posso dizer é que a essa altura não adianta procurar grandes editoras: é preciso publicar, publicar sempre, publicar mais e melhor, por isso acho que quem deseja ser um escritor precisa se dedicar muito, buscar editoras independentes e não esperar grandes retornos. É uma forma muito precisa de combater a barbárie, principalmente no Brasil, mas poucos conseguirão viver dela.

Quais são os seus próximos projetos?

Gotas de Mim pelo Chão será lançado ainda este trimestre, também pela editora Terra Redonda. É um livro com cinco contos, todos em forma de diálogo e todos mais ou menos inseridos na tradição do realismo fantástico latino-americano. Tem a história de uma mulher que fala sobre suas várias personalidades a um psiquiatra – mas o psiquiatra não está lá para tratá-la; um estudante de arte cujo corpo crucificado aparece no portão da universidade; um homem que busca um algoritmo para contar a história de seu amor por meio do número Pi; dois amigos conversando num bar, quando um deles conta um segredo que envolve poder e medo; e um menino que entra de bicicleta numa rua, e essa rua nunca acaba.
Depois desse livro, se der certo, vem aí uma trilogia de romances baseados na filosofia de Theodor Adorno, os três mais ou menos inseridos no gênero de terror.

Lançamento do livro:

Data - 14/01/2020 (3ª. feira)
Horário - Das 20h às 23h
Local - Livraria Tapera Taperá
Galeria Metrópole
Av. São Luís, 187 - 2o andar - Loja 29
Centro
São Paulo/SP


CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin, integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC e colunista da Revista Conexão Literatura.
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