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quarta-feira, 14 de março de 2018

Anderson Borges Costa e "O livro que não escrevi" (Editora Giostri)

Anderson Borges Costa
Anderson Borges Costa, brasileiro, é coordenador do Departamento de Português da escola internacional Saint Nicholas, em Pinheiros, onde também atua como professor de Português e de Literatura Brasileira. É professor de Inglês no curso Cel Lep. Formado e pós-graduado pela Universidade de São Paulo em Letras (Português, Inglês e Alemão), é crítico literário e resenhista de livros para várias revistas de arte e literatura, como a “Germina”, onde assina a coluna "Adrenalina nas Entrelinhas". Participou do último filme dirigido por Anna Muylaert, “Mãe só há uma”, fazendo uma ponta no papel de professor do protagonista.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?


Anderson Borges Costa: Eu sempre gostei de ler. Desde criança, o ato de ler esteve relacionado ao elemento lúdico, a algo prazeroso, gostoso. Gosto de histórias, de narrativas, de mergulhar nos personagens, nas situações, em épocas e em espaços com infinitas possibilidades. Minhas leituras não seguem um caminho organizado, linear. Comecei com Orígenes Lessa, com Monteiro Lobato,”Pluft, o Fantasminha”, Ariano Suassuna, com jornais, revistas, com Júlio Verne. Quando me dei conta, já estava lendo Clarice Lispector, Drummond, Shakespeare, Kafka. Clássicos e contemporâneos, eu sempre os joguei no mesmo saco, sem me preocupar com rótulos. Ao me tornar um leitor mais maduro, mais experiente - aí, sim- passei a ter uma visão mais crítica da literatura. O processo da leitura, para mim, sempre caminhou de mãos dadas com a escrita,  com a criação literária. Fiz no ensino médio o curso de técnico em mecânica, mas, no final da adolescência, não sentia a menor identificação com aquela área profissional. Aos 19 anos, ingressei no curso de letras, que foi o caminho natural para um jovem que enxergava nos livros, na literatura e nas línguas uma forma de lidar com ideias e com a possibilidade de criação artística. Em suma, surgia ali a consciência de que a palavra poderia ser uma poderosa matéria-prima sobre a qual eu pudesse construir, para fazer um trocadilho com o frustrante curso de mecânica, engrenagens, que fizessem pontes existenciais, com o outro e comigo mesmo. O trabalho com a palavra me levou, desde cedo, a construir poemas e contos, nos quais eu crio e experimento (ciente dos riscos que corro) enredos de vida e de (im)possibilidades de vida.

Conexão Literatura: O seu primeiro livro foi o romance “Rua Direita” (editora Chiado). Recentemente, você publicou seu segundo livro, de contos, “O Livro que não Escrevi” (editora Giostri). Poderia comentar?

Anderson Borges Costa: O conto é o gênero no qual eu me iniciei na literatura. A narrativa curta é mais pontual, pois nela o autor precisa ser mais preciso, ganhar o leitor desde a primeira palavra, antes do final do primeiro parágrafo. Como dizia o escritor argentino Julio Cortázar, no conto, o autor tem que “ganhar o leitor por nocaute”. Isso exige do contista rapidez na ação da narrativa. “O Livro que não Escrevi” é meu segundo livro publicado, mas os contos nele começaram a ser escrito antes do meu primeiro livro (o romance “Rua Direita”). Entre o início do processo de escrita dos primeiros contos em “O Livro que não Escrevi”, escrevi o “Rua Direita”, um romance, que exige mais fôlego literário. Nas narrativas curtas de “O Livro que não Escrevi”, procurei retratar uma grande miríade de situações cotidianas, pois gosto de criar enredos que surgem das pequenas surpresas da banalidade da vida.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro de contos?

Anderson Borges Costa: “O Livro que não Escrevi” é escrito por meio de um trabalho quase artesanal com a linguagem, em contos que são, a um só tempo, enredos de histórias independentes, mas que também podem ser lidos como partes de um todo que dialoga com cada uma de suas partes. Neles, o ser humano se apresenta como uma entidade composta de indivíduos dotados de uma complexidade ingênua, capaz de estabelecer intertextualidades surpreendentes. O cotidiano de atos como esperar por um ônibus, servir um jantar, escrever um poema, dormir/sonhar no quarto, aguardar a chegada da pessoa amada, fumar um cigarro ou até mesmo o triste e único gol do Brasil contra a Alemanha na Copa de 2014 (no famoso 7x1) pode ser o gatilho para aprofundar questionamentos existenciais em homens, mulheres, crianças e máquinas. O título dos contos que abrem e fecham estas narrativas são pontas irônicas de uma única linha traçada por vidas que gritam, em cada sílaba, pela possibilidade de existir (se possível, com dignidade).  A metalinguagem também alimenta alguns dos contos. Este livro traz narrativas curtas que escrevi na minha juventude em constante diálogo com contos escritos mais recentemente, interligados por um fio temporal que traduz meu amadurecimento literário e etário.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho o qual você acha especial em algum conto de  “O Livro que não Escrevi”?


Anderson Borges Costa: Difícil escolher apenas um, mas vou citar o primeiro parágrafo do conto “Grito, o Poeta”, sobre um homem na Idade da Pedra, que está apaixonado por uma moça que acaba de conhecer. Ele, apesar de não ter desenvolvido ainda a linguagem falada nem a escrita, apesar de nem mesmo ter um nome (ele é apenas o “Grito”), sem saber o que é uma palavra, este homem escreve, com muito lirismo, um poema sobre o amor que está sentindo. O ser humano já tinha emoções e sentimentos antes de emitir a primeira palavra. Brinco com a poesia que já havia antes mesmo do verbo. No início, não era o verbo; no início, era o poema: “Sentado próximo ao rio, ele escrevia um poema no tijolo ainda úmido. O pássaro que voava sobre as árvores em direção ao rio era parte do assunto do texto lírico que ele tecia. Na mão, segurava uma lâmina pétrea bem afiada com a qual estiletava palavras e metáforas na argila do tijolo. Após terminar uma sequência de versos, percebia que havia construído uma estrofe. Ao finalizar uma estrofe, as letras já haviam secado para eternizarem-se por milênios na pedra. Verso por verso, estrofe por estrofe, o pássaro voava um poema sobre as árvores.”

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Anderson Borges Costa: Tanto “O Livro que não Escrevi” como “Rua Direita” podem ser encontrados na internet, nos sites das principais livrarias do Brasil e de Portugal, e também em suas lojas físicas. Além da versão impressa, ambos também estão disponíveis no formato e-book e podem ser encontrados na Amazon: clique aqui.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?


Anderson Borges Costa: A literatura não para de me surpreender. Descobri recentemente que o meu primeiro romance, “Rua Direita”, é, na verdade, o início de uma trilogia, que eu chamo de a “Trilogia das Ruas”. No momento, estou mergulhado na escrita do segundo romance desta trilogia, o “Avenida Paulista, 22”. Este será um romance histórico, com grande pesquisa, que se passará em 1922 e depois dará um salto no tempo, um século depois, para o ano de 2022. Tudo na avenida Paulista. Daí, o título “Avenida Paulista, 22”. A última parte da trilogia será o romance “Rua Augusta”. Serão três romances inspirados no que Caetano Veloso cantou no famoso verso da canção “Sampa”, sobre as ruas de São Paulo: “a dura poesia concreta de tuas esquinas”.

Perguntas rápidas:
Um livro: “A Paixão Segundo G.H.”. Fico espantado com a capacidade que a Clarice Lispector tem de elevar à enésima potência o grau de complexidade humana através de uma mulher sozinha dentro de um quarto minúsculo em sua casa.
Um (a) autor (a): Guimarães Rosa. Este escritor é um inventor de línguas dentro da língua portuguesa, dentro do sertão, dentro de uma vila que cabe no mundo inteiro.
Um filme: “Sociedade dos Poetas Mortos”. Um filme sobre poetas, sobre poesia, sobre sonhos, sobre a arte de ensinar a sonhar com poesia.
Um dia especial: 23 de setembro de 2003. Neste dia, entrei na sala de parto do Hospital São Luiz em São Paulo para acompanhar a minha mulher prestes a dar à luz, e saí da sala já como pai. A partir dali, virei a página e iniciei um capítulo novo no enredo da minha vida. Foi o primeiro dia da primavera daquele ano, e meu filho tem, desde então, trazido muitas flores para mim. Procuro regá-las sempre, inclusive transformando algumas de suas pétalas em literatura.

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Anderson Borges Costa: Gostaria de parabenizar o trabalho que veículos como o “Conexão Literatura” fazem no sentido de divulgar a literatura em um país onde o hábito de ler infelizmente não é uma prioridade. Acho que quem lê com frequência pode estar mais bem preparado para se desfazer de armadilhas lançadas a nós cotidianamente. O leitor pode, quem sabe, traçar caminhos que o levem além da próxima esquina, além da rua, da avenida, além do horizonte. Leiam, leiam sempre, sem moderação.
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