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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Sobre a novela “Em Mãos Humanas”, do escritor de ficção científica lituano-americano Algis Budrys

Foto divulgação
Os humanos naquela nave de reconhecimento tinham de deixar o Robô lá, pois ele se afastara da nave e não voltara. Era mais do que hora de voltarem para a Terra. O capitão da astronave decidira que o planeta era inabitado, fato que um dos tripulantes achara controverso. Na realidade, havia no delta de um rio uma aldeia de pescadores, que não era grande, mas era o único lugar naquele mundo onde existia uma forma de civilização. Os aldeões eram submissos, passivos, com exceção de dois: Gansha Lorri e Tyrrel Cye, seu discípulo e provável sucessor ao Gansiano, ou cargo máximo em toda a aldeia. Gansha Lorri planejara tudo desde o início: trouxera os nativos da floresta para campo aberto e fundara a aldeia, pouco mais que um buraco fétido onde se estripavam peixes.

Mas Lorri era um visionário. Transformara o que era um lugar insalubre em uma aldeia organizada. Em sua hora da morte, falara para Tyrrel para progredir sempre, nunca retroceder na evolução de seu povo. Deixara para o sucessor um plano de, com o auxílio imprescindível do Robô, que tudo sabia sobre a Ciência da Terra, levar sua raça a níveis tecnológicos sem precedentes em todo Universo. A aldeia não cresceu muito. O que se desenvolveram foram as Ciências e suas aplicações. Como os nativos eram indolentes e sem o mínimo de iniciativa, o Robô e Tyrrel, treinado por Gansha Lorri para ser diferenciado do resto da pequena população, tinham de dar um empurrãozinho na evolução material e tecnológica dos aldeões.

Em 100 anos, a aldeia transformou-se em uma cidade industrializada, onde o carvão não fora aproveitado, mas pulara-se esta fase do progresso industrial e aperfeiçoara-se a fissão nuclear. Nesse ínterim, surgia uma sociedade constituída de servo-robôs, mecanizada, e um jovem, Dorni Elin, foi aprovado para o cargo de engenheiro servo-mecânico na cidade. Galgou posições até se encontrar em posição de Engenheiro-Chefe. Era tudo o que queria, suas ambições aparentemente eram apenas para ser esse tipo de profissional. Mas... vinha esperando pela vinda dos terráqueos, amedrontado por toda sua vida.

Um dia, surgiu uma nave terrestre na órbita do planeta. Por todo o mundo, havia uma sociedade constituída por robôs. Os nativos continuavam dóceis e indolentes, mas Dorni era um gênio, construtor de naves espaciais muito mais avançadas que qualquer uma que os terráqueos haviam tido, há 100 anos. Algo ocorrera de errado. A tecnologia para as viagens espaciais dos humanos não havia mudado quase nada em um século.

A nave dos terráqueos desceu em Porto Sathrea, o espaçoporto daquele planeta, um mundo entre muitos do império interestelar que Dorni, o Robô e Gansha Tyrrel haviam consolidado somente em 100 anos. Os terrestres avisaram que em um raio de 300 metros além da zona de pouso de sua nave tudo se tornaria mortalmente radioativo, a um ponto que ninguém poderia se aproximar por algumas horas. Os terrestres saíram da nave, embarcando em um veículo voador robô enviado por Tyrrel. Estavam armados, mas depois de se aproximarem dos líderes do planeta, exigiram que o Robô relatasse nos menores detalhes o que acontecera desde que o abandonaram, um século antes. O Robô, que reconhecia sua obediência completa para com os terrestres, contou tudo sem mentir ou falsear. Os terráqueos, envergando seus trajes espaciais, ainda, mesmo informados que a atmosfera era respirável, disseram que houvera uma guerra infernal na Terra, enquanto o robô desenvolvera a civilização servo-mecânica.

Os terráqueos queriam levar o Robô de volta para a Terra. Tyrrel sentiu-se triste e muito mal. O Robô era quem o entendia, aquele com quem podia desabafar ou ter uma conversa racional e amigável. Era seu verdadeiro amigo. E único. Tyrrel, no último instante antes que o veículo robotizado levasse o Robô e os terráqueos para a nave terrena, avançou, gritando para que esperassem. Mas as condições nas quais os terrestres se encontravam eram extraordinárias, eles temiam ser alvo de um ataque por parte dos sathreanos. O capitão da nave ordenou ao Robô que impedisse Tyrrel. Uma onda de ultrassons atingiu o velho Gansha, que foi arremessado e caiu no chão, desfalecido. Dorni aproximou-se do corpo de Tyrrel e viu que ele não sobreviveria por muito tempo. De fato, com os tímpanos perfurados e sangrando pelos ouvidos, ele morreu em segundos.

Gansha Tyrrel havia tido parentesco com Gansha Lorrin. Aquele tinha passado genes de Gansha Lorrin para Dorni. Este era seu filho, e sua mãe, Lara Sern, era uma projetista servo-mecânica e também passado seus genes para Dorni. Dorni Elin, que sempre suspeitara que Tyrrel era seu pai e agora tinha uma certeza intuitiva, era um gênio muito mais capaz que Gansha Lorrin, a maior mente jamais existente no planeta.

Dorni poderia ter mandado que interceptassem e destruíssem a nave terrestre. Ao invés, ordenou, quando a nave terrestre desapareceu nos céus, que começassem a instalação de motores gravito-mecânicos, ou seja, que os montassem na superestrutura de uma nave. Todo este projeto tinha sido concebido por Dorni, oculto do Robô e de seu pai. Dorni decidira enviar a nave, muito mais avançada e veloz que a dos terráqueos, para a Terra e exterminar a civilização terrestre. Deu ordens ao sucessor do Robô, o Diretor da torre de controle do espaçoporto, que lhe obedecesse cegamente e seus descendentes e sucessores humanos. E, num ataque de fúria, vociferou pra o Diretor, que era outro robô, que a diretriz, a partir de então, era estender o império interestelar pelos confins do Universo, desenvolvendo-se e servindo-se de uma tecnologia jamais vista no Cosmos.

A sinopse acima é da novela “Em Mãos Humanas” (“In Human Hands”), do escritor lituano-americano Algirdas Jonas Budrys, conhecido como Algis Budrys. A história foi lançada pelas Edições GRD no Brasil, em 1989, no livro “Os Ciganos da Estrela”. Budrys esteve perto de vencer os prêmios Hugo e Nebula, por várias vezes, mas nunca conseguiu ganhar quaisquer dos dois prêmios. Em 1959, seu romance clássico “Who?” (“Quem?”) — passado no período da Guerra Fria — foi batido por “A Case of Conscience” (“Um Caso de Consciência”), escrito por James Blish, para o Prêmio Hugo. Em 1961, seu romance “Rogue Moon” (em espanhol, conhecido como “El Labirinto de la Luna”) perdeu também o Prêmio Hugo para “A Canticle for Leibowitz” (“Um Cântico para Leibowitz”), de Walter M. Miller Jr.  Algis Budrys lançou, em 1993, a revista Tomorrow Speculative Fiction, que seria, em 1997, a primeira revista a ser distribuída digitalmente pela Internet. Budrys nasceu em Königsberg, em 1931, a capital do que foi a Prússia Oriental até 1945, quando os soviéticos mudaram seu nome para Kaliningrado. Faleceu nos E.U.A., em Evanston, Estados Unidos, em 2008.

Qual seria o destino de um povo que cometesse o erro de enviar uma nave a um planeta já colonizado, muito superior em capacidade bélica, e ainda por cima provocar a ira do único humanoide que poderia destruir esse povo?

O conflito entre povos, na Terra real, tem sido milenar, desde a Antiguidade. Mesmo os gregos antigos, que possuíam uma civilização avançada e civilizada, baseada na dedução e na lógica, por outro lado guerreavam entre si, de forma tão bárbara quanto as guerras do Século XX. Apenas em muito menor escala e sem o risco de tornar a Terra um Inferno radioativo.

Roma. O Império Romano durou mil anos. Travou inúmeras batalhas para conquistar outros povos, e as venceu, até que sua estrutura desabou sobre si mesma. 

Os árabes constituíram um império que seria o maior da História, talvez mais poderoso do que o mongol, de Genghis Khan. Foram parados pelos europeus, na célebre Batalha de Poitiers, onde Carlos Martel impediu seu avanço contra o Império Franco, na Península Ibérica.

As duas Guerras Mundiais foram inovadoras no sentido tecnológico. A Primeira Grande Guerra trouxe o tanque, o gás mostarda e a guerra de trincheiras. No caso da Segunda Guerra Mundial, vimos avanços, como as experiências dos alemães no motor a jato para seus caças, as V-2, bombas voadoras que caíram sobre Londres, na Batalha da Inglaterra, e o uso de duas bombas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, no final do conflito.

Uma única civilização poderia, a longo prazo, desenvolver-se e adquirir meios de aniquilar um planeta inteiro, uma raça antagônica. E, se aquela civilização for governada por um indivíduo que seja motivado por um ódio irracional e doentio, desejando aniquilar a raça inimiga, isso seria o estopim para o início de uma guerra interplanetária. Se o governo de um só planeta, ou de um Império Interestelar, for conduzido por pessoas que sejam ou se tornem desequilibradas, isso acontecerá, é muito provável. Hitler esteve perto de conseguir a bomba atômica. Teria destruído pelo menos a Inglaterra, completamente. Os E.U.A. estariam em sua mira, mas na época dos anos de 1940 não havia mísseis intercontinentais para levar bombas nucleares até o continente americano.

Mesmo sem o uso de armas atômicas, mais de 40 milhões de pessoas morreram na Segunda Grande Guerra, provavelmente muito mais. As atrocidades cometidas superam as raias da imaginação. Uma pessoa de personalidade limítrofe (“bordeline”), como Hitler, que tinha momentos de irracionalidade doentia e momentos de lucidez, ganhando batalha após batalha, cometeu também vários erros graves. Por exemplo, Erwin Rommel, marechal-de-campo e provavelmente o maior estrategista que surgiu na Segunda Guerra, foi dada a ele a opção de suicídio (por cianureto) ou o julgamento público, no qual ele teria sua reputação como militar destruída e sofrido humilhação completa, além de pôr em risco sua família. Rommel decidiu tomar a cápsula de cianureto, o que revela que Hitler não soube de forma alguma aproveitar a capacidade um de seus maiores comandantes. A razão para essa execução forçada era que Rommel fora acusado de tomar partido no atentado contra ele por parte de generais alemães. 

No caso da novela “Em Mãos Humanas”, fica claro que Dorin havia perdido a razão, passando de um indivíduo pacífico (mas cheio de desprezo pelos nativos do planeta sathriano) para um ditador interplanetário em segundos. Suas ordens para conquistar o Universo, aniquilar os humanos e espalhar sua sociedade robotizada pelo Cosmos são muito semelhantes às intenções de Adolf Hitler. Este desejava conquistar o mundo, aniquilar raças não-arianas, como os judeus — e tencionando roubar seus bens e riquezas —, e espalhar seus exércitos pelos quatro cantos do mundo.

Não há o que fazer em casos de loucura e psicopatia nas classes dominantes. Sim, deveriam ser afastados do poder, mas esses indivíduos podem ser infinitamente inteligentes, muito acima da média, e levar um povo inteiro à catástrofe. A opção é para-los com o uso de uma força maior, ou a aniquilação será predominante.


*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
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E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
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