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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

7 citações impactantes da escritora Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus - Foto divulgação

Por Ademir Pascale

Carolina de Jesus (Carolina Maria de Jesus, 1914-1977), está entre as primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Com problemas familiares desde a infância, era filha ilegítima e foi maltratada. Com muito sacrifício e apoio da mãe, frequentou a escola até o  segundo ano, aprendeu a ler e a escrever e foi justamente nessa época que começou a ter gosto pela leitura e escrita. Em seus manuscritos é fácil notar referências religiosas, mas Carolina foi expulsa da Igreja Católica, pois sua mãe tinha dois filhos ilegítimos. Já em sua fase adulta, também não foi readmitida na congregação, mesmo sendo católica devota. Com pouco estudo, foi uma mulher brilhante, sábia e visionária.

Sem dinheiro, Carolina só conseguia ler algo novo quando encontrava um livro ou revista que já tinham sido descartados por outras pessoas. Apaixonada pela leitura passou a escrever sobre o dia-a-dia na favela onde morava. Desempregada e grávida, isso em 1947, morando na favela do Canindé, em São Paulo, conseguiu emprego na casa de um famoso médico que liberou a leitura de seus livros de sua biblioteca particular, já que notou a paixão da empregada. Depois de ter mais dois filhos, passou a ser catadora de lixo, época em que voltou a registrar o seu cotidiano, somando vinte cadernos, sendo que um deles virou livro, intitulado “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. O livro foi um sucesso, tendo rapidamente três edições que somaram 100 mil exemplares vendidos e tradução para 13 idiomas, sendo vendido em mais de 40 países.

7 citações da escritora Carolina Maria de Jesus:

1 - Em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.
Carolina Maria de Jesus

2 - Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade.
Carolina Maria de Jesus

3 - As crianças ricas brincam nos jardins com seus brinquedos prediletos. E as crianças pobres acompanham as mães a pedirem esmolas pelas ruas. Que desigualdades trágicas e que brincadeira do destino.
Carolina Maria de Jesus

4 - Antigamente o que oprimia o homem era a palavra calvário; hoje é salário.
Carolina Maria de Jesus

5 - Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: faz de conta que eu estou sonhando.
Carolina Maria de Jesus

6 - Tem pessoas que, aos sábados, vão dançar. Eu não danço. Acho bobagem ficar rodando pra aqui, pra ali. Eu já rodo tanto para arranjar dinheiro para comer.
Carolina Maria de Jesus

7 - A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago.
Carolina Maria de Jesus

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Da luta aos livros: Carolina Maria de Jesus

(…) em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.
Carolina de Jesus

Carolina de Jesus (Carolina Maria de Jesus, 1914-1977), está entre as primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Com problemas familiares desde a infância, era filha ilegítima e foi maltratada. Com muito sacrifício e apoio da mãe, frequentou a escola até o  segundo ano, aprendeu a ler e a escrever e foi justamente nessa época que começou a ter gosto pela leitura e escrita. Em seus manuscritos é fácil notar referências religiosas, mas Carolina foi expulsa da Igreja Católica, pois sua mãe tinha dois filhos ilegítimos. Já em sua fase adulta, também não foi readmitida na congregação, mesmo sendo católica devota. Com pouco estudo, foi uma mulher brilhante, sábia e visionária.

Sem dinheiro, Carolina só conseguia ler algo novo quando encontrava um livro ou revista que já tinham sido descartados por outras pessoas. Apaixonada pela leitura passou a escrever sobre o dia-a-dia na favela onde morava. Desempregada e grávida, isso em 1947, morando na favela do Canindé, em São Paulo, conseguiu emprego na casa de um famoso médico que liberou a leitura de seus livros de sua biblioteca particular, já que notou a paixão da empregada. Depois de ter mais dois filhos, passou a ser catadora de lixo, época em que voltou a registrar o seu cotidiano, somando vinte cadernos, sendo que um deles virou livro, intitulado “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, publicado em 1960. O livro foi um sucesso, tendo rapidamente três edições que somaram 100 mil exemplares vendidos e tradução para 13 idiomas, sendo vendido em mais de 40 países.

Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade. - Carolina de Jesus

Carolina teve o apoio do jornalista Audálio Dantas na publicação do seu livro “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”, isso depois dele conhecer seus manuscritos.

Além do seu cotidiano, Carolina descrevia fatos políticos e sociais, reflexões sobre a pobreza que pode levar uma pessoa boa ao desespero, traindo seus princípios e cometendo atos dos quais jamais pensariam em cometer, diferente da autora que sustentava os filhos com o que encontrava no lixo.
Carolina Maria de Jesus morreu em 13 de fevereiro de 1977, vítima de insuficiência respiratória.
Segundo algumas informações de um site inglês, Carolina vendeu cerca de 30 mil cópias de seu livro em apenas três dias.
A fama e o dinheiro trouxe rapidamente inimizades. Seus vizinhos passaram a hostilizá-la e até jogavam pedras quando ela passava na rua.

PARA SABER MAIS:
Em 2014, foi criado o Portal Biobibliográfico de Carolina Maria de Jesus, mantido por Sergio Barcellos. Além de informações sobre a autora, leitores poderão conferir em detalhes a sua biografia, além de sua história em imagens: https://www.vidaporescrito.com
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sexta-feira, 21 de junho de 2019

8 frases de célebres escritoras brasileiras

Rachel de Queiroz - Foto divulgação
Selecionamos 8 frases de 8 célebres escritoras brasileiras. Frases de sentimentos diversos, amor e de palavras que são arrancadas do fundo da alma:   

Cecília Meireles (1901-1964)
"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre."

Adélia Prado (1935)
"A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege."

Carolina de Jesus (1914-1977)
"Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos."

Cora Coralina (1889-1995)
"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."

Rachel de Queiroz (1910-2003)
"A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado."

Lygia Fagundes Telles (1923)
"Quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou."

Marina Colasanti (1937)
"Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Hilda Hilst (1930-2004)
"Vontade de não dar sentido algum às coisas, às palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente de sentido."
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segunda-feira, 5 de março de 2018

Editora Malê lança biografia de Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus - Foto divulgação
Escrito pelo jornalista e crítico literário Tom Farias, o livro Carolina: uma biografia apresenta, entre outros pontos, a personalidade forte da escritora, sua trajetória complexa, o sucesso com o livro quarto de despejo e a decadência no fim da vida.
A Editora Malê lança o livro Carolina: uma biografia, do jornalista e crítico literário Tom Farias, em São Paulo e no Rio de Janeiro.  Em São Paulo, o lançamento será no dia 15/03 (quinta-feira), a partir das 18 horas, na Casa das Rosas.  Na ocasião o autor vai participar de bate-papo sobre a vida e a obra da biografada, das 18h às 19h.  No Rio de Janeiro, o lançamento será na Livraria da Travessa, em Ipanema, a partir das 19 horas.  A biografia apresenta a complexa trajetória da escritora Carolina Maria de Jesus.  Da infância pobre, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, passando pelas cidades em que peregrinou na juventude em busca de trabalho e de diagnóstico e cura para uma doença nas pernas, até sua chegada a São Paulo, onde se instalou na favela do Canindé.  Detalha não somente sua relação com os filhos e o momento de ascensão, devido ao sucesso editorial do livro Quarto de despejo, mas também, o declínio em razão do desinteresse do mercado editorial e dos leitores em relação às suas publicações posteriores, o que, acrescido da sua personalidade forte e das barreiras sociais e discriminatórias brasileiras, levou a escritora retornar à mesma condição de pobreza em que viveu boa parte da sua vida.  A edição de Carolina: uma biografia dá prosseguimento aos objetivos da Editora Malê de promover a diversidade na literatura brasileira.

Serviço:
Lançamento de Carolina: uma biografia
15/03, 18 horas.
Local: Casa das Rosas. Av. Paulista, 37 - Paraíso, São Paulo.
20/03, 19 horas.
Local: Livraria da Travessa – Ipanema. R. Visconde, de Pirajá, 572 – Ipanema

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