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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Conto "Não é o Fim... Ou o Começo...", por Roberto Fiori

ISS: Estação Espacial Internacional: o início de sua montagem deu-se em órbita, em 1998 e o término de sua montagem e início de funcionamento foi em 8 de Julho de 2011, com o lançamento final de suas últimas partes dirigido para a órbita da Terra pelo ônibus espacial Atlantis.
               

                Era hora de movimento, na estação. Até o fim do dia terrestre, mil astronaves passariam pelo Portal, ilesas. Isso, se a hora de entrada, em que atravessassem o pórtico, fosse a mesma que a hora em que ressurgissem na superfície espelhada de destino. Computadores faziam o trabalho pesado de cálculo científico. Eu tinha de autorizar o fluxo de naves estelares, o que não era pouco. Mas, contanto que os horários coincidissem, haveria pouco ou nenhum problema.

As guerras haviam sido consideradas uma afronta ao intelecto do ser humano superior. E todas as cento e vinte raças que viviam no espaço com o volume de um tetraedro cósmico de mil anos luz de comprimento de aresta haviam concordado, quando Sir William Morris, nosso novo monarca terrestre, terminara de argumentar contra o genocídio que imperava em toda Via Láctea, isso vinte anos atrás.

Fora o começo de uma Paz Verdadeira, que nunca existira em planeta algum. Mas William, condecorado pelos lordes do Século XXVI como Sir, parecia um tanto desconfiado de que tudo aquilo era uma baixa imitação de um antiquíssimo ritual da passagem da coroa real britânica de um rei falecido para outro membro da realeza, vivo.

— Henry, venha cá, venha ver esse novo licor que os franceses me enviaram, na ocasião da minha condecoração e coroação, como rei William II. Vai adorar, tenho a certeza.

Henry teleportou cada uma de suas moléculas da superfície da capital mundial da Terra para a estação orbital terrestre em segurança.

— Pois não, Excelência, com sua permissão, posso avaliar as vinte bilhões de bebidas fermentadas ou destiladas existentes na Galáxia com eficiência.

— Dessa vez, Henry, terá de lidar com o subjetivo e a mente destruidora dos selenitas. Há quanto tempo não há um incidente em Sepcon-14?

— Qual das estações de transporte Sepcon-14 se refere, Majestade?

— Esta aqui, onde estamos.

— Houve uma única catástrofe nesta estação, Sir Morris. Deu-se no Interregnum, período há quatrocentos anos, em que, durante dez anos, não houve guerras. Foi no final desse período, quando o incidente se deu e foi arquitetado para que as colônias independentes de Marte fossem anexadas ao Império Terrestre.

— Exato, Henry. Você gostaria de ver os marcianos escravos dos terrestres até quando? Até que data os colonos de Marte deveriam ser obrigados a trabalhar nas minas radioativas da Terra, Marte, nas luas de Júpiter, Saturno e no cinturão de asteroides?

— Percebi aonde quer chegar, Vossa Excelência. Deseja libertar os colonos marcianos e torná-los seres humanos independentes... Mas, neste ponto, existirá motivo para guerra, Sir.

— É, eu li aquele calhamaço maçante e ridículo, As Leis da Colonização, pelo Rei Charles V. Ainda está valendo, caso contrário, um motim em Titâ teria sido engendrado há duzentos anos atrás. Mas você se engana, robô, quando fala em um novo início de guerras interestelares. Mostre isso no mapa — Sir Morris inseriu um cartão óptico em uma ranhura no pescoço do robô e, na parede próxima, um painel branco liso desceu. Do teto, luz laser foi disparada pela mente ágil de Henry, que manobrava as cores e desenhos no painel com a habilidade de um maestro de música.

— Sir, é o nosso Sistema. A Terra e a Lua, distantes trezentos e oitenta mil quilômetros entre si.

— Aquele tirano da Lua, Vanegard IV, sempre tramando! Pretende iniciar um novo ciclo de combates com a Terra, quando o trânsito entre os planetas habitados de nossa Galáxias atingir um pico máximo.

A imagem no painel mudou. Mostrou a superfície da Lua, iluminada. Tudo parecia em paz. O palácio selenita, naves da população do satélite sem indícios de que iriam decolar, era tudo, além de crateras sem fim. Mas no lado escuro, mostrado a seguir, via-se milhares de mísseis guiados por ondas eletromagnéticas, que atingiriam a Terra com a precisão de um neurocirurgião. Estavam, um a um, acoplados a plataformas de lançamento da altura de um prédio de sessenta andares.

— Diga-me o que vê.

— Será um massacre. O arsenal nuclear e orbital da Terra foi desmantelado, há cem anos, pelo rei Charles IX, após uma série de atentados bem-sucedidos contra os reis Charles VIII, VII, VI, V e IV.

— É aí que você entra. E eu, também. Sabia que construí uma estação de teletransporte do outro lado do Sol? Não? Você transportará as tripulações das naves de ocupação da Lua para a Terra e teletransportará os mísseis para junto da superfície espelhada de nossa estação. Os artefatos serão dirigidos para o Sol. Viu o tamanho deles? São mil mini ogivas para cada míssil. Na Terra, será o holocausto real, não o da ficção. No Sol, combustível para nossa querida estrela. O que acha?

— Seria preferível transportarmos os mísseis agora, interrompendo o tráfego das naves civis, no espelho.

— Vamos beber a isso. Boas ideias nós temos, não?

Eles beberam, até que Sir Morris começou a trançar as pernas.

— Essa... é minha ordem, Henry. Está... nesse nanochip proteico vivo e atuará no sentido de ativar seus sentidos da moral — o rei inseriu um cartão do tamanho de sua unha do polegar no pescoço da máquina, que se dirigiu para o teleporte. Começou a seguir a controlar da Terra a estação de transporte na órbita terrestre, evitando que qualquer nave viesse até o quadrante que englobava Terra, Lua, Vênus, Mercúrio e o Sol, incluindo a segunda estação de transporte.

Deve ser uma operação secreta, é claro, refletiu Henry, teclando o painel do computador nano quântico de décima-quinta geração. Era questão de quando Vanegard IV lançaria as naves de ocupação e os mísseis. Passaram-se as horas. Sir Morris esperava, sob a abóbada translúcida de seu palácio de cristal orbitando a Terra, que mostrava as estrelas, a Lua e deveria acusar a invasão, quando se desse.

— Não estou captando nada, no telescópio montado em minha sala de trabalho. O que vê, Henry? — a comunicação entre a Terra e sua órbita estava distorcida, mas não impossibilitada.

— Sua Excelência, captei um motor iônico sendo acionado. Vem do lado do palácio de Vanegard IV.

Demorou cinco minutos, mas foi o suficiente para que Sir Morris visse, vindo do lado escuro da Lua, objetos que cruzariam o espaço entre os planetas em cinco horas. a nave imperial viria a seguir, do lado iluminado do satélite natural.

— A bola está com você, Henry! Despache tudo o que puder para a área oposta ao Sol. Darei as coordenadas para você mandar tudo para o inferno. E Vanegard IV e sua tripulação têm de ser conduzidos à prisão mundial. Têm muito que se explicar.

O que significava aquele ataque? Que, por mais benevolente que fosse uma raça e por mais inocentes que fossem seus líderes, sempre haveria uma incógnita, um fator inusitado. E, para que a paz verdadeira se desse na Galáxia, armas tinham de ser construídas, na hipótese de que ameaças vindas do vácuo profundo, ou mesmo do próprio Sistema Solar, surgissem um dia desses e desembarcassem seus soldados. Ou aniquilassem um planeta, para a seguir, tomá-lo, sobre seus escombros fumegantes.



SOBRE  O AUTOR:
Roberto Fiori é um escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Roberto Fiori sempre foi uma pessoa que teve aptidão para escrever. Desde o ginásio, passando pelo antigo 2º Grau, suas notas na matéria de redação eram altas, muito acima da média. O que o motivava a escrever eram suas leituras, principalmente Ficção Científica e Fantasia. Descobriu cedo, pelo mestre da Fantasia Ray Bradbury, que era a Literatura Fantástica que admirava acima de qualquer outro gênero literário.

Em 1989, sob a indicação de uma grande amiga sua, Loreta, que o escritor conheceu a Oficina da Palavra, na Barra Funda, em São Paulo. E fez uma boa amizade com o maior professor de literatura que já tive, André Carneiro. Sem dúvida alguma, se não fosse pelo André, Roberto nos diz que jamais saberia o que sabe hoje, sobre a arte da escrita. Nos cursos que ele ministrava, o autor aprendeu na prática a escrever, as bases de como tornar uma mera história de ficção em uma obra que atraísse a atenção das pessoas.

“Futuro! – Contos fantásticos de outros lugares e outros tempos” é uma obra parte Fantasia, parte Ficção Científica, parte Horror, e que poderá vir a se tornar realidade, quer em outra época, no futuro, quer em outra dimensão paralela à nossa. Vivemos em um Cosmos que não é o único, nessa teia multidimensional chamada Multiverso. Ele existe, segundo as mais avançadas teorias da cosmologia. São Universos Paralelos, interligados por caminhos ou “wormholes” – buracos de minhoca. Um “wormhole” conecta dois buracos negros, ou singularidades, em que a gravidade é tão elevada que nada pode escapar de sua atração gravitacional, nem mesmo a luz. Em tais “wormholes”, o tempo e o espaço perdem suas características, tornam-se algo que somente pode-se especular e deduzir matematicamente.

“Futuro! – Contos fantásticos de outros lugares e outros tempos” é uma coletânea de treze contos e noveletas. Invasões alienígenas por seres implacáveis, ameaças vindas dos confins da Via Láctea por entidades invencíveis, a luta do Homem contra uma raça peculiar e destrutiva ao extremo, terrível e que odeia o ser humano sem motivo algum. Esses são exemplos de contos em que o leitor poderá não enxergar qualquer possibilidade de sobrevivência para o Homem. Mas, ao lado de relatos de pesadelo, surgem contos que nos falam de emoções. Uma máquina pode apresentar emoções? Ela poderia sentir, se emocionar? Nosso povo já esteve à beira da catástrofe nuclear, em 1962. Isso é realidade. Mas e se nossa sobrevivência tivesse sido conseguida com uma pequena ajuda de uma raça semelhante à nossa em tudo, na aparência, na língua, nos costumes? E que desejaria viver na Terra, ao lado de seus irmãos humanos? Há histórias neste livro que trazem ao leitor uma guerra milenar, que poderá bem ser interrompida por um casal, cada indivíduo situado em cada lado da contenda. E há histórias de terror, como uma presença, não mais que uma forma, que mata, destrói e não deixa rastros. 
Enfim, é uma obra de ficção, mas que poderá vir a se revelar algo palpável para o Homem, como na narrativa profética da destruição de um planeta inteiro.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Conto "Há Quanto Tempo...?", por Roberto Fiori

                 

Em Coração de Jesus (MG¬) há 40 cavernas mapeadas. Acima, a de Madame Cassou, perto da cidade de Coração de Jesus, possui 23 km de extensão, entre grutas e passagens labirínticas. Um rapaz confessou que arrancou um pedaço de pedra purpurina da caverna, mas ela só brilhava dentro da caverna, não no exterior.
ATENÇÃO: não danifiquem estas formações rochosas! Levaram milhões de anos para se formarem e não se deve tirar um pedaço delas, somente por divertimento.  Um rapaz confessou que arrancou um pedaço de pedra purpurina da caverna, mas ela só brilhava dentro da caverna, não no exterior.


Uma centelha de luz na escuridão. Um zumbido grave de uma mamangaba algures no teto. Impossibilitado de me mexer ou de sentir qualquer objeto, animal ou pessoa, buscava conforto no constante frio do ar de onde eu estava. Ecoou uma porta se fechando, além. Lembrei-me da faísca, única fonte de luz no ambiente dissimulado pelas trevas.

Eu podia, porventura, tentar mover algum sólido pousado na mesinha em frente. Apertei os olhos e vi. Uma vela, de quando em quando, soltava pequenas labaredas de luz e calor, no centro da mesa. Concentrei-me, de uma forma diferente de quando o fizera, dezenas ou centenas de vezes antes. Consegui fazer a chama bruxulear. Mas era momentânea sensação de liberdade, que senti como euforia de uma ansiedade fortalecedora. Sem poder calcular as dimensões do recinto onde estava, fechei os olhos. Respirei calmo e relaxado e deixei minha mente completar o trabalho. E vi.

Em algum lugar daquele ambiente, seres humanos aguardavam. Remexeram-se, como se soubessem que aquilo aconteceria, o bruxulear da vela. Interessante... captei, como se sintonizasse as frequências de um antigo aparelho de rádio, vibrações das mentes agitadas daqueles homens. Eu podia sentir, mas sem compreender a linguagem daquelas criaturas. Eram primitivas, brutas. Uma delas apontou para a mesa. Um jarro em formato curvo tombou, derramando água. A vela tremeluziu e senti suor escorrer de minha testa.

Mas, testa? Seria meu corpo, mas eu estava sem poder movê-lo, vê-lo, ou mesmo fazê-lo responder a meus impulsos mentais. Senti o esforço descomunal que fazia com minhas costas e meu pescoço, mas imóveis, apesar disso. Desmesurada foi a tensão que transmitia aos nervos de minhas mãos e pés. Porém, sabia que o ápice daquele esforço estava por vir.

Os músculos de meus malares, minhas mandíbulas em repouso até aquele momento, forçaram minha boca a se abrir. O rosnado de uma fera se fez ouvir. Vinha de distâncias imensas, ou era o produto da vibração de minhas cordas vocais? Minha cabeça tremia. Os dedos das mãos enclavinharam-se, torcendo para formar punhos fechados.

A mesa voou por aquele local, lançando a vela, pratos de metal, copos e outra jarra de barro pelo espaço. Burburinho baixo. Um grito. Uma frase indecifrável dita para ser transformada em algo possível de ser compreendido. Eram Homo Habilis, Homens de Neandertal, Homens de Cro-Magnon ou Homo sapiens? Pela estrutura craniana, o mais provável seria Cro-Magnons, a vertente mais antiga dos Homo sapiens que habitou a Europa. E seus rostos não eram por demais primitivos. Possuíam características que seriam levadas pelos Homo sapiens e terminariam no homem moderno, os Homo sapiens sapiens.

Estes eram pacíficos, os que me rodeavam. Comecei a sentir todo o meu corpo. Estava deitado em uma mesa de pedra lisa, lixada antes e tornada confortável. Sem ranhuras, trincas, fendas, buracos. Construída como um altar religioso. Puxei meus braços. Os Cro-Magnons gritaram e puseram-se de joelhos. Empurrei meu corpo endurecido pela imobilidade de dias para cima, usando as mãos. Sentei-me. Um zumbido diferente do de um inseto inundou o local. Os homens rezavam ou, pelo menos, tartamudeavam em voz alta, as sílabas arcaicas se atropelando.

Minha garganta estava seca. Levantei-me e contornei o grupo de dez ou quinze homens sem necessidade de luz para enxergar. Minha mente me fornecia um mapa daquele complexo subterrâneo de salas, em que uma série de corredores levavam a sala ao restante dos ambientes.

Subi uma rampa de pedriscos e cascalho grosso. Vi-me acima de um salão, onde mil Cro-Magnons armados de lanças com pontas de sílex e facas de pedra esculpidas e afiadas por dias de trabalho árduo, gritavam e levantavam as lanças. Percorri as margens próximas ao teto, que delimitavam o imenso recinto e, ao chegar logo acima dos líderes dos homens primitivos, gritei:

— Não escutem o que eles estão dizendo. São impostores!

A algazarra cessou e olharam para cima. Um homem tremeu e pôs-se de joelhos, seguido por outros. Em breve, os mil Cro-Magnons estavam ajoelhados, esperando que as ordens fossem ditas. Mas esperavam pelas minhas ordens ou por ordens dos sacerdotes?

Eles berraram, e entendi que queriam que a horda ajoelhada investisse sobre a minha pessoa. Surpreendi-os, causando uma queda de parte do caminho que rodeava o salão. Parecia fácil mover e esfacelar objetos, após o repouso na sala da caverna. Os homens puseram-se de bruços, enquanto os sacerdotes os ameaçavam. Mas com o quê? Sobrevoei — eu podia planar! — o imenso espaço e pousei no lado mais afastado da multidão. Continuei a ouvir os líderes assustando seus discípulos, com uma palavra. Olhando para o chão, vi pequenas nuvens de fumaça subindo até se dissiparem, a dois metros de altura.

Lava!

Perguntei:

— O que é essa lava, em comparação com meus poderes, chefetes de uma quadrilha? — Os seres deitados de bruços olhavam ora para seus sacerdotes, ora para mim. Fiz os líderes daquele grupo subirem no ar. Eles gesticulavam e gritavam, agressivos. Mas outros berros foram ouvidos, eram gritos de horror...

Deixei os sacerdotes caírem de uma altura de trinta metros.

 

--//--

 

Os homens viram-me levitar até o teto do salão. Raios azuis rodearam-me, partindo da ponta de meus dedos. O medo, se é que aquele sentimento de terror profundo podia ser chamado assim, foi absorvido por completo, meu cérebro era uma esponja que extraía as sensações de cada homem.

Ordenei com minha mente que a multidão se mantivesse de costas contra as paredes do salão. Relâmpagos de cem mil MW de potência irromperam de minha testa e iluminaram as sombras. Contra a luminosidade, que sobressaía através de uma abertura no topo da caverna, a noite se tornou feérica, e a escuridão transformou-se em luz.

Como uma perfuratriz colossal, os raios de eletricidade cavaram com estrépito um poço no centro do enorme salão. A areia, a terra, o granito e o cristal de rocha voaram para o alto e fumaça desprendeu-se do buraco, obrigando aqueles homens primitivos a se abaixarem. Em cinco minutos, um ruído borbulhante de líquido em alta temperatura levou-me a descer. Pousei entre os sacerdotes mortos e a cratera aberta, de onde o magma das profundezas subiu à superfície e começou a se espalhar pelo salão.

Converti a energia térmica da lava em energia elétrica. Concentrando-me, fiz com que a lava fervente esfriasse, e fosse transformada em rocha. Transferi o potencial elétrico da massa rochosa para o solo. Olhei em torno e me decidi. Fiz com que meu poder eletromagnético modificasse a mente daqueles homens. Seus neurônios passaram a captar um valor superior a um bilhão de vezes o que a realidade lhes fornecia, até o momento. Um Cro-Magnon afastou-se do grupo e desenhou com sua faca na areia, diagramas de máquinas a vapor. Outro, escreveu equações de caráter bioquímico no solo. Em um frenesi, todos se ajoelharam e transformaram a terra e a camada de pedriscos que havia no chão em dezenas de equações matemáticas e físico-químicas.

Eu havia pousado na trilha que circundava o salão e observara os homens que, nesse momento, demonstravam pouco ou nenhum indício de ignorância. Sorri, satisfeito. Emiti uma esfera pulsante de energia elétrica, que abrangeu todo o planeta.

Uma nova realidade surgira, para aqueles seres que, com minha ajuda, haviam galgado um novo patamar da evolução.



SOBRE  O AUTOR:
Roberto Fiori é um escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Roberto Fiori sempre foi uma pessoa que teve aptidão para escrever. Desde o ginásio, passando pelo antigo 2º Grau, suas notas na matéria de redação eram altas, muito acima da média. O que o motivava a escrever eram suas leituras, principalmente Ficção Científica e Fantasia. Descobriu cedo, pelo mestre da Fantasia Ray Bradbury, que era a Literatura Fantástica que admirava acima de qualquer outro gênero literário.

Em 1989, sob a indicação de uma grande amiga sua, Loreta, que o escritor conheceu a Oficina da Palavra, na Barra Funda, em São Paulo. E fez uma boa amizade com o maior professor de literatura que já tive, André Carneiro. Sem dúvida alguma, se não fosse pelo André, Roberto nos diz que jamais saberia o que sabe hoje, sobre a arte da escrita. Nos cursos que ele ministrava, o autor aprendeu na prática a escrever, as bases de como tornar uma mera história de ficção em uma obra que atraísse a atenção das pessoas.

“Futuro! – Contos fantásticos de outros lugares e outros tempos” é uma obra parte Fantasia, parte Ficção Científica, parte Horror, e que poderá vir a se tornar realidade, quer em outra época, no futuro, quer em outra dimensão paralela à nossa. Vivemos em um Cosmos que não é o único, nessa teia multidimensional chamada Multiverso. Ele existe, segundo as mais avançadas teorias da cosmologia. São Universos Paralelos, interligados por caminhos ou “wormholes” – buracos de minhoca. Um “wormhole” conecta dois buracos negros, ou singularidades, em que a gravidade é tão elevada que nada pode escapar de sua atração gravitacional, nem mesmo a luz. Em tais “wormholes”, o tempo e o espaço perdem suas características, tornam-se algo que somente pode-se especular e deduzir matematicamente.

“Futuro! – Contos fantásticos de outros lugares e outros tempos” é uma coletânea de treze contos e noveletas. Invasões alienígenas por seres implacáveis, ameaças vindas dos confins da Via Láctea por entidades invencíveis, a luta do Homem contra uma raça peculiar e destrutiva ao extremo, terrível e que odeia o ser humano sem motivo algum. Esses são exemplos de contos em que o leitor poderá não enxergar qualquer possibilidade de sobrevivência para o Homem. Mas, ao lado de relatos de pesadelo, surgem contos que nos falam de emoções. Uma máquina pode apresentar emoções? Ela poderia sentir, se emocionar? Nosso povo já esteve à beira da catástrofe nuclear, em 1962. Isso é realidade. Mas e se nossa sobrevivência tivesse sido conseguida com uma pequena ajuda de uma raça semelhante à nossa em tudo, na aparência, na língua, nos costumes? E que desejaria viver na Terra, ao lado de seus irmãos humanos? Há histórias neste livro que trazem ao leitor uma guerra milenar, que poderá bem ser interrompida por um casal, cada indivíduo situado em cada lado da contenda. E há histórias de terror, como uma presença, não mais que uma forma, que mata, destrói e não deixa rastros. 
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