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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Sandra Abrano, o livro Vestígios e a Editora Bandeirola, por Sérgio Simka e Cida Simka

Sandra Abrano - Foto divulgação
Fale-nos sobre você.

Sou escritora e editora, nascida na Vila Maria e estabelecida no Butantã, bairros da cidade de São Paulo. Cursei Ciências Sociais na Universidade de São Paulo. Trabalhei em grandes e pequenas editoras, exercendo diversas funções. Desse período, tenho publicado em coautoria livros de apoio didático e quadrinhos.
Em 2015 tive A morte de cada um distinguido no Concurso de Contos Paulo Leminski (PR) e publicado na coletânea do prêmio. Também sou autora de Fui para o Piauí (2016, relato de viagem). Em 2017 VESTÍGIOS - Mortes Nem Um Pouco Naturais foi pré-selecionado no prêmio Sesc de Literatura – romance e, em 2018, finalista no prêmio ABERST (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror), categoria romance policial.
Publico nos blogs http://TrechoPrediletoLiteratura.blogspot.com.br (resenhas), https://rastrodehistorias.blogspot.com.br/ (textos literários) e http://IncipitBrasil.blogspot.com (exclusivamente parágrafos iniciais de literatura brasileira) e também no blog da editora, o https://bandeirolaliteraria.wordpress.com (publicações voltadas para o mundo do livro).

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre seu livro.
Não sou fã de narrativas que remexam períodos doloridos da história: guerras, massacres, ditaduras, torturas, desaparecimentos. Medo. Detesto sentir medo e detesto ainda mais situações de violência extrema.

Pensando dessa forma, tudo leva a crer que seria uma péssima ideia eu ambientar no período final do governo militar meu romance de estreia, iniciando a narrativa bem em 1976, ano em que para os agentes secretos lotados nas agências de inteligência brasileira foi de desgaste extremo, de insegurança quanto ao futuro (a proposta do governo militar era o retorno à democracia de forma bem lenta e gradual, e isso trouxe insegurança aos que perpetravam a violência com torturas e assassinatos). Para ter uma noção da violência desse período, apenas em 1976 foram assassinados o jornalista Vladimir Herzog, o operário Manuel Fiel Filho e os dirigentes do Partido Comunista do Brasil, Ângelo Arroyo e Pedro Pomar. Então, a violência acontecia escancaradamente, apesar das promessas de retorno à democracia.

Esse trecho da nossa história me perseguiu a cada tentativa de texto longo, na escrita de contos enxutos e até em anotações esparsas. Então, por que não transformar em personagem os que se enraiveceram com a ideia da abertura política, apresentar as organizações secretas, seus planos de desestabilização, suas tentativas de culpar a esquerda pelos mais de 40 ataques a bomba de 1976 a 1981?

E lado a lado com esses fatos, acompanhar a trajetória de quem foi acusado de traidor pelos companheiros de luta, da revolução pessoal que uma acusação desse tipo pode causar; saber o que ocorreu a um de tantos “cachorros” da ditadura – assim chamados os que se reduziram a alcaguetas por coação ou opção. E também apresentar as consequências desse período na vida de pessoas comuns, nem ricas nem pobres, nem boas nem más, habitantes de um bairro como a Vila Maria na zona norte da capital de São Paulo que, se não chega a ser periférico pela distância do centro da cidade, está à parte dos bens culturais, administrativos e sociais da metrópole paulistana.

Taí. Valeu a pena. Valeu a pena transformar em narrativa essa parte da história, transformar em cenas de tensão as violências do período, em suspense as ações dos grupos secretos contrários à abertura política e a vida de todos em esteio para o que se construiu a partir daí, o que resultou no que somos hoje e nas nossas violências atuais.

Em alguns momentos da escrita fiquei sem fôlego, principalmente ao entremear fatos reais e ficção.

Bom, foram essas as questões que me levaram a dedicar cinco anos entre uma intensa pesquisa, escrita, revisões e leituras críticas para lançar VESTÍGIOS – Mortes Nem um Pouco Naturais, meu livro de estreia na ficção.

Decidi pela publicação depois do original desse livro ser finalista no prêmio Sesc de Literatura 2017, entre mais de 900 inscritos apenas na categoria romance. Com a publicação, VESTÍGIOS classificou-se entre os três finalistas no prêmio ABERST (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror), o que muito me honrou por ser uma associação de escritores.

Por que resolver abrir uma editora?

Trabalhei como editora por muitos anos em ótimas casas publicadoras, mas há um momento em que a necessidade de ter um caminho próprio fala mais forte e aí parece que alguns acontecimentos colaboram com isso. Reencontrei um amigo com quem fiz a Oficina de Criação Literária coordenada por João Silvério Trevisan há alguns anos, o Fernando Neves, e ele também procurava uma alternativa para o trabalho que realizava em uma agência de publicidade. Então, nos pareceu uma boa parceria juntarmos a experiência em edição e processo editorial com a experiência na área de marketing. Para ajudar, nós dois somos escritores.
A editora Bandeirola tem apenas um ano de atuação e decidimos, nesse período, não termos muitos lançamentos para centrarmos nos alicerces de edição, divulgação e comercialização dos livros. Abrimos uma linha de papelaria criativa, ainda incipiente no Brasil, e publicamos a série LIVRO DE ANOTAÇÕES PARA VIAGENS REAIS E IMAGINÁRIAS. São lindas edições com trechos de autores clássicos e consagrados, ilustrações ou fotos que tenham a ver com o tema e espaço para a escrita. Já impressos, nessa linha, temos EU e CERVANTES (trechos de Dom Quixote, ilustrações de Gustave Doré) e EU e MÁRIO DE ANDRADE (trechos de poemas que tem a cidade de São Paulo como tema e fotos da cidade na época em que o autor aqui viveu). No prelo, EU e FERNANDO PESSOA.

A série LIVRO DE ANOTAÇÕES é para inspirar novos escritores em seus percalços da escrita ou simplesmente funcionarem como um tipo de molesquine criativo.

Publicamos, também, ficção contemporânea na área de prosa (romances e contos) agora com dois títulos: VESTÍGIOS e AS LOURAS DA MINHA VIDA. Estamos organizando nossa área de livros Noir com romances policiais e suspense e também pretendemos continuar investindo na área de contos que, em breve, teremos novidades.

Quantos originais recebe por mês? Há algum pré-requisito para publicar por ela?

Começamos a receber originais há pouco tempo, lembrando que somos uma editora com menos de um ano de vida. E o pré-requisito são originais que tenham a ver com a nossa linha editorial, isto é, ficção contemporânea, romances policiais ou de suspense (num primeiro momento) e contos.
Pedimos que o autor encaminhe uma página contendo, para narrativas longas, um resumo do enredo, uma relação dos personagens fundamentais e a sua atuação na narrativa, uma ideia de título e quantas páginas, no total, tem o original.
Para narrativas curtas, essa página de apresentação do projeto deve conter o fio condutor ou tema geral que ligam os contos, a quantidade total de contos que compõe o livro, a quantidade média de toques com espaço de cada conto.
Tanto para narrativas longas como para as curtas, também devem ser encaminhadas as primeiras 20 a 30 páginas dos originais para atendimento@bandeirola.com.br .
Vou ser sincera: não adianta enviar os originais se o escritor não releu e revisou de três a cinco vezes o seu material. Texto mal escrito a gente percebe na primeira página e enredo com furos na estrutura percebemos logo em seguida. Então, o original enviado tem que ser bem cuidado para não “queimar” a oportunidade. A primeira leitura já diz, para a editora, se o projeto do autor “casa” com o projeto da editora. Essa é a primeira triagem. Às vezes a narrativa é muito legal, mas não está dentro do projeto da editora...

Qual a dica que você poderia fornecer a quem pretende iniciar a carreira de escritor?

Leia e escreva, sempre. Leia como escritor, observando nos clássicos ou em livros do estilo que lhe atrai, como os personagens foram apresentados, como as ações são desenvolvidas, as descrições entram em quais momentos e de que forma. Enfim, leia os clássicos e também os lançamentos. São duas perspectivas diferentes e o que o escritor deve avaliar é: e a sua escrita, onde se encaixa? Escreva em um dia, revise no dia seguinte. Ao terminar o seu conto ou um trecho importante em uma narrativa mais longa, deixe descansar um tempo depois das primeiras revisões. Retome, releia, reescreva, reescreva, reescreva. A gente cresce e o texto também. Nunca ache que o seu trabalho como escritor acaba, porque ele é contínuo.
Procure temas nos acontecimentos diários e escreva a respeito, mesmo que não tenham nada a ver com o seu projeto. Isso é treino, desenvoltura. Ninguém nasce pronto e a aprendizagem do escritor é bem solitária, apesar de hoje em dia encontrarmos várias ofertas de oficinas literárias.

Quais são os seus próximos projetos?


2017 e 2018 foram anos dedicados à Bandeirola e ao lançamento de VESTÍGIOS. Nos próximos meses vou voltar a me dedicar à minha porção escritora (risos). Tenho alguns projetos aguardando minha energia e dedicação.


*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a Série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Organizador dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.

Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Selo Jovem, 2019) e Contos para um mundo melhor (Xeque-Matte, 2019). Integrante do Núcleo de Escritores do Grande ABC.
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