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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Entrevista com J. Magalhães, autor do livro Ponto de apoio e outros contos


João Carlos Marques Magalhães é biólogo, mestre e doutor em biologia e professor aposentado da UFPR. Também é graduado em artes visuais (gravura) e tem especialização (PG lato senso) em psicologia. Na universidade atuou em genética, filosofia da biologia, ensino e divulgação científica. Sua formação eclética, um problema na vida acadêmica, é fonte de inspiração para a escrita de ficção científica, principal atividade a que se dedica atualmente. 

ENTREVISTA: 

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário? 

J. Magalhães: Minha primeira e mais importante influência foi meu pai, Leonel Magalhães, que criou os filhos, eu e meus irmãos, em meio a livros, discos e alguma coisa de artes visuais. O interesse pela cultura nos acompanha desde então. Como biólogo e professor universitário, escrevi e publiquei textos técnicos e didáticos, mas também trabalhos de divulgação científica. Nestes últimos, me senti mais solto e a partir daí, passei a me aventurar na literatura de ficção, alguma coisa que vinha amadurecendo por dentro e que eu tinha de pôr para fora. Aconteceu naturalmente, de modo selvagem, isto é não tenho formação regular na área, só paixão mesmo.   

Conexão Literatura: Você é autor do livro "Ponto de apoio e outros contos”. Poderia comentar? 

J. Magalhães: estes escritos foram selecionados e aprimorados a partir de esboços que eu vinha escrevendo ao longo de muitos anos, antes de pensar em publicar. Procurei separar alguns contos visando um mínimo de unidade temática, isto é, escolhi histórias de ficção científica, fantasia e aventura. O diferencial delas é que abordam questões, como os limites do conhecimento, a dificuldade da comunicação, o confronto do indivíduo com as instituições, o encontro e o desencontro com os demais, a existência e a finitude, o mistério enfim, coisas não facilmente abordadas pelo discurso relativamente rígido da ciência. Mas o objetivo jamais foi fazer da ficção, ciência ou filosofia. Escrevi por necessidade interior e pelo prazer de ouvir e contar histórias, prazer que gostaria de transmitir aos leitores por intermédio da escrita. Por essa razão, concentrei-me nas estruturas gerais do livro e de cada conto, revendo e reescrevendo até chegar a algo que eu próprio gostaria de ler. Mas se reler tudo novamente, certamente vou encontrar defeitos e vou querer introduzir novas modificações. J. L. Borges disse uma vez que publicava seus escritos porque se cansava de reescrevê-los. Se com o mestre era assim, imagine conosco.    

Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações? 

J. Magalhães: Não tenho um processo regular e previamente definido, mas geralmente acordo ou sou assaltado por uma ideia e se não durmo novamente ou não me distraio, anoto alguma coisa. Depois vou ao computador (bendito computador!) e tento dar forma à ideia original, mas é impossível. Novas ideias vão abrindo caminho, combinando e recombinando com as anteriores, o acaso interfere, tudo vai se modificando e, por incrível que pareça, a coisa vai ficando mais coerente à medida que escrevo. Também posso escrever conforme demandas externas. Por exemplo, recentemente tive um conto selecionado para compor uma antologia sobre a Independência do Brasil, em um concurso temático promovido pelo Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, Espanha. A vivência pessoal é a base de tudo. Coisas que experimentei ou ouvi no convívio com familiares, amores e amigos também influem, embora indiretamente. É o sentimento que conta. Às vezes eu me emociono escrevendo. Mas nada aconteceria se não fosse o que li e continuo lendo. De certa forma, a atividade do escritor parece ser uma tentativa de diálogo com os autores que lê. No meu caso, destaco os antigos dramaturgos gregos, os realistas franceses e russos, chegando ao realismo mágico da América Latina. Também tive influência da ficção científica, aventura e fantasia. Tudo isto sem deixar de lado a cultura popular, gibis e cinema, entre outras coisas, desde que tenham qualidade, que estejam além do lugar comum e ideologia. Lendo criticamente, mas sem preconceito, até em obras desprezadas podemos encontrar passagens que brilham como verdadeiras joias. 

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores? 

J. Magalhães: Segue um trecho do conto “Paralelismos”: 

Alguns dias após tio Jô, ou o que for, apareceu novamente. Lembro exatamente como foi, ponto por ponto.

Estava de folga, então fui dar uma volta no parque. Sempre gostei de pensar no ar livre. Ele veio em minha direção com seu sorriso habitual e desta vez nos abraçamos de verdade. É estranho pois tio Joachin está morto faz cerca de quatro anos. Evidentemente ele não se sentia morto.

— Que coisa estranha a gente se encontrar assim – ele falou, me perguntou sobre mamãe e contou da Alemanha onde, supostamente, vive. Eu pensei “vive?” Parece que ele parou no tempo. Achou estranho eu parecer mais velho.

— Parece que estamos em uma encruzilhada, ele repetiu a mesma frase do encontro anterior.

Respondi com a mesma pergunta de antes:

— Como assim?

— Você continua interessado em física?

— Sim, vou para o quarto ano da faculdade.

— Não sei se estou sonhando ou se você é só fruto de minha imaginação, mas parece que estamos em algum cruzamento incomum do espaço-tempo – pensou um pouco e concluiu. – Não acho que estou louco ou que você esteja. Nem sei ao certo onde você está.

Eu me distraí da conversa pois uma vizinha, a D. Graziella, vinha caminhando em sentido contrário. A irritação da conversa interrompida deu lugar à curiosidade logo satisfeita. Ela parou para me cumprimentar e cumprimentou também ao tio Jô, que respondeu apenas com um aceno de cabeça, pois não tinham sido devidamente apresentados. Mas ela o viu! O tio Jô não foi só alucinação, a não ser que algumas alucinações possam ser partilhadas. Uma dúvida me assaltou e pensei: “E se a realidade não passar de uma alucinação compartilhada?” Tio Jô riu-se:

— Acho que você começa a aprender a duvidar do senso comum. Isto é bom, pode ser o passaporte para um entendimento aprofundado. 

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário? 

J. Magalhães: Os interessados podem consultar a página “ponto de apoio” no facebook: @ponto.d.apoio

No Instagram podem procurar em: ponto.d.apoio

O livro impresso pode ser adquirido no site da editora Viseu, no endereço:   

https://www.editoraviseu.com.br/lancamentos/ponto-de-apoio-e-outros-contos-prod.html

A versão digital na Amazon, no endereço: www.amazon.com.br 

Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira? 

J. Magalhães: esta questão é difícil porque, mesmo com bastante idade, sou apenas mais um iniciante. Mas escreva por necessidade interior. Bukowski disse “se não sai de ti a explodir apesar de tudo, não o faças”. Não importa se virá dinheiro ou alguma fama, isto seria como ganhar na loteria, escreva para você mesmo, seu eu profundo, mas pense nos amigos, nos possíveis leitores. Se você é jovem e deseja mesmo escrever, viver disto, o ideal é que estude literatura. Leia muito, leia da tudo, especialmente os clássicos e os melhores contemporâneos. Estude teoria literária. Aprenda com os melhores professores, as boas universidades estão aí para isto mesmo. Se não tiver essa visão ou oportunidade, preze ainda mais a intuição. 

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta? 

J. Magalhães: sim, pretendo organizar, selecionar, reescrever e publicar alguns contos ainda não publicados. Além disto pretendo escrever um ensaio envolvendo biologia e arte. Já tenho o esboço, foi o TCC de um curso de artes visuais que conclui em 2015. 

Perguntas rápidas: 

Um livro:  D. Quixote.

Um ator ou atriz: Leonardo Vilar

Um filme: Blade Runner (1982)

Um hobby: Gravura em metal

Um dia especial: o dia de meu desaniversário 

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

J. Magalhães: não me leve muito a sério, mas divirta-se com o que escrevo

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