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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Itaú Cultural e Oceanos divulgam semifinalistas do prêmio de literatura em língua portuguesa e anunciam premiação 100% virtual


Nesta edição, entre 1.872 obras concorrentes, classificaram-se 22 romances, 22 livros de poesia, cinco livros de contos e cinco de crônicas, em um total de 54 obras de três continentes, publicadas por 34 editoras. Devido à pandemia e em respeito à saúde dos jurados, nessa edição, as análises e votações do Oceanos são realizadas virtualmente, com o apoio dos profissionais da área de tecnologia da informação do Itaú Cultural, parceiro do projeto

O anúncio dos semifinalistas para o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa 2020, foi feito nesta terça-feira, 25 de agosto, simultaneamente no Brasil e em Portugal, às 16h e 20h, de acordo com os fusos horários de cada país, em live com os curadores Adelaide Monteiro, de Cabo Verde, Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto e Selma Caetano, do Brasil. Com 1.649 livros,  o Brasil classificou 2,2% do total: 15 romances, 17 livros de poesia, quatro de contos e um de crônicas. Portugal, com 187 obras, classificou 8% do total: sete romances, quatro livros de poesia, três de crônicas e um de contos. Os países de língua portuguesa do continente africano, Angola, Cabo Verde e Moçambique, com 17 livros concorrentes, elegeram dois livros, um de poemas – cabo-verdiano – e um de crônicas – moçambicano.

Ainda que a cooperação e o intercâmbio literário em língua portuguesa se mostrem incipientes, vêm ganhando gradativamente espaço na preocupação dos nove países de quatro continentes que têm o idioma como língua materna e/ou oficial. Esta é a edição que apresenta maior número de livros publicados em mais de um país de língua portuguesa – cinco títulos:

– A ocupação, do brasileiro Julián Fuks, editado pela Companhia das Letras Brasil e Portugal;
– Autobiografia, do português José Luís Peixoto, publicado pela Quetzal, em Portugal, e pela TAG, no Brasil;
– Essa gente, do brasileiro Chico Buarque, pela Companhia das Letras Brasil e Portugal;
– Marrom e amarelo, do brasileiro Paulo Scott, editado pela Companhia das Letras, no Brasil, e pela Tinta-da-China, em Portugal;
– Torto arado, do brasileiro Itamar Vieira Junior, editado pela Todavia, no Brasil, e pela LeYa, em Portugal.

Com a ação do Oceanos frente aos editores, outros livros participantes desta edição terão em breve uma segunda edição em língua portuguesa.

Oceanos virtual
Em virtude da pandemia e em respeito à saúde dos jurados, nessa edição, as análises e votações do Oceanos são realizadas virtualmente, com tecnologia elaborada pelos profissionais da área de tecnologia da informação do Itaú Cultural, parceiro do projeto. A decisão de operar todas as etapas do prêmio por meios digitais já vinha sendo discutida para possibilitar o envolvimento de países dos quatro continentes cujo idioma oficial é o português.

Além disso, a iniciativa pode expandir a presença no prêmio de livros escritos em português e publicados em outros países, de língua oficial não portuguesa. Por exemplo, neste ano, o Oceanos também recebeu obras publicadas em português, em primeira edição, no Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos e Letônia.

Júri e seleção
Os livros inscritos foram lidos e analisados por um corpo de 88 profissionais das Letras – professores de literatura, escritores, poetas e jornalistas – de seis países de língua portuguesa. Entre os jurados, foram eleitos os 14 mais votados, que compõem os dois júris subsequentes. O Júri Intermediário, que entre agosto e novembro de 2020 analisa os 54 semifinalistas  para eleger os 10 finalistas, é composto pelos portugueses Clara Rowland, escritora e professora, Gustavo Rubim, professor e crítico literário, e Isabel Pires de Lima, professora e crítica literária; pelo moçambicano Nataniel Ngomane, professor e crítico literário, e pelos brasileiros Ana Paula Maia, escritora, Edimilson Pereira de Almeida, poeta e professor, e José Castello, escritor e crítico literário.

O Júri Final analisa os 10 finalistas, entre novembro e o início de dezembro, para eleger os três vencedores. Este é composto pelos portugueses Joana Matos Frias, professora, escritora e tradutora, e Carlos Mendes de Sousa, professor; pelo angolano Ondjaki, escritor; pela santomense Inocência Mata, professora e crítica literária, e pelos brasileiros Angélica Freitas, poeta, João Cezar de Castro Rocha, professor, e Viviana Bosi, professora.

Jurados desta etapa

Ana Paula Maia é escritora e roteirista, autora de sete romances, entre os quais Enterre seus mortos e Assim na Terra como embaixo da Terra, ambos eleitos Melhor romance do ano, em 2018 e 2019, pelo Prêmio São Paulo de Literatura. Vive no Rio de Janeiro, Brasil.

Clara Rowland é ensaísta e professora na Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve seus trabalhos nas áreas de literatura brasileira, literatura comparada e estudos interartes, tendo publicado livros no Brasil e em Portugal. Vive em Lisboa, Portugal.

Edimilson Pereira de Almeida é poeta, ensaísta e professor de Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem mais de 20 livros publicados entre poesia, ensaio e literatura infanto-juvenil. Vive em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

Gustavo Rubim é crítico literário e professor na Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve seus trabalhos na área de Literatura e Antropologia, tendo publicado livros de ensaios e crítica literária. Vive em Lisboa, Portugal.

Isabel Pires de Lima é crítica literária e professora na Universidade do Porto. Exerceu o cargo de Ministra da Cultura e desenvolve seus trabalhos na área de Literatura Portuguesa, sendo especialista na obra de Eça de Queiroz. Vive no Porto, Portugal.

José Castello é escritor, jornalista e crítico literário. Publicou livros de biografia, crônicas, crítica literária e romance, tendo vencido o Prêmio Jabuti, em 2011, por Ribamar, que mistura diferentes estilos narrativos. Vive em Curitiba, Paraná, Brasil.

Nataniel Ngomane é crítico literário e professor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, Moçambique. Foi diretor da Escola de Comunicação e Artes da UEM, e é presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, organismo dos PALOP tutelado pelo Governo de Moçambique. Vive em Maputo, Moçambique.

OBRAS SEMIFINALISTAS DO OCEANOS 2020

1. A casa das aranhas, de Márcia Barbieri – Reformatório, romance brasileiro
2. A cidade inexistente, de José Rezende Jr. – 7Letras, romance brasileiro
3. A imortal da Graça, de Filipe Homem da Fonseca – Quetzal, romance português
4. A morte e o meteoro, de Joca Reiners Terron – Todavia, romance brasileiro
5. A ocupação, de Julián Fuks – Companhia das Letras e Companhia das Letras Portugal, romance brasileiro
6. A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida – Relógio D’Água, romance português
7. Abliterações, de Paulo Dutra – Malê, poesia brasileira
8. Agora serve o coração, de Nei Lopes – Record, romance brasileiro
9. As durações da casa, de Julia de Souza – 7Letras, poesia brasileira
10. As solas dos pés de meu avô, de Tiago D. Oliveira – Patuá, poesia brasileira
11. Autobiografia, de José Luís Peixoto – Quetzal e TAG, romance português
12. Baal: um romance da imigração, de Betty Milan – Record, romance brasileiro
13. Cárcere privado, de Margarida Patriota – 7Letras, romance brasileiro
14. Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende – Alfaguara, romance brasileiro
15. Casa de boneca para elefantes, de Patrícia Porto – Penalux, poesia brasileira
16. Cerração, de Alexei Bueno – Patuá, poesia brasileira
17. Contos de antes, de Ana Vargas – Patuá, contos brasileiros
18. Deriva, de Adriana Lisboa – Relicário, poesia brasileira
19. Essa gente, de Chico Buarque – Companhia das Letras e Companhia das Letras Portugal, romance brasileiro
20. Esta solidão aberta que trago no punho, de Dércio Braúna – Deleatur, poesia brasileira
21. Estreitas amplidões, de Rejane Gonçalves – Confraria do Vento, contos brasileiros
22. Fósforo e metal sobre imitação do ser humano, de Filipa Leal – Assírio & Alvim, poesia portuguesa
23. Frentes de fogo, de A. M. Pires Cabral – Tinta-da-China, poesia portuguesa
24. Giz preto, de Gonçalo Fernandes – Assírio & Alvim, poesia portuguesa
25. Imagens imaginadas, de Pedro Mexia – Tinta-da-China, crônicas portuguesas
26. Instruções para uso posterior ao naufrágio, de José Luiz Tavares – Imprensa Nacional-Casa da Moeda, poesia cabo-verdiana
27. Isto não é um documentário, de Marcos Siscar – 7Letras, poesia brasileira
28. Janelas abertas nº 3, de Liv Lagerblad – Garupa / Kza1, poesia brasileira
29. Marrom e amarelo, de Paulo Scott – Companhia das Letras e Tinta-da-China, romance brasileiro
30. Monstruário de fomes, de Ruy Proença – Patuá, poesia brasileira
31. O beco da liberdade, de Álvaro Laborinho Lúcio – Quetzal, romance português
32. O gesto que fazemos para proteger a cabeça, de Ana Margarida de Carvalho – Relógio D’Água, romance português
33. O homem ridículo, de Marcelo Rubens Paiva – Tordesilhas, contos brasileiros
34. O melindre nos dentes da besta, de Carol Rodrigues – 7Letras, romance brasileiro
35. O processo violeta, de Inês Pedrosa – Porto, romance português
36. O quarto rosa, de Francisca Camelo – Editora Exclamação, poesia portuguesa
37. O que resta está por vir, de Maria Carpi – AGE, poesia brasileira
38. O universo num grão de areia, de Mia Couto – Fundação Fernando Leite Couto e Caminho, romance moçambicano
39. O verão tardio, de Luiz Ruffato – Companhia das Letras, romance brasileiro
40. Obnóxio, de Abel Barros Baptista – Tinta-da-China, crônicas portuguesas
41. Pontos de fuga, de Milton Hatoum – Companhia das Letras, romance brasileiro
42. Quotidiano instável, de Maria Teresa Horta – Dom Quixote, crônicas portuguesas
43. Retratos com erro, de Eucanaã Ferraz – Companhia das Letras, poesia brasileira
44. Rosa que está, de Luci Collin – Iluminuras, poesia brasileira
45. Sombrio ermo turvo, de Veronica Stigger – Todavia, contos brasileiros
46. Squirt, de Telma Scherer – Terra Redonda, poesia brasileira
47. Talvez eu tenha morrido, de Juba Maria – Feminas, poesia brasileira
48. Torto arado, de Itamar Vieira Junior – Todavia e LeYa, romance brasileiro
49. Todos nós temos medo do vermelho, amarelo e azul, de Alexandre Andrade – Relógio D’Água, contos portugueses
50. Tudo pronto para o fim do mundo, de Bruno Brum – Editora 34, romance brasileiro
51. Ulpiana, de Bernadette Lyra – Editora a lápis, romance brasileiro
52. Um passo para o Sul, de Judite Canha Fernandes – Gradiva, romance português
53. Uma furtiva lágrima, de Nélida Piñon – Record, crônicas brasileiras
54. Véspera: debris, de Pedro Mohallen – Patuá, poesia brasileira

Parcerias
O Oceanos tem patrocínio do Banco Itaú e da DGLAB – Direção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas, da República de Portugal; o apoio do Itaú Cultural – responsável pela governança do prêmio –, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, além do apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Itaú Cultural e Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa abrem as inscrições para edição de 2020

Foto da premiação de 2019: Selma Caetano, curadora e idealizadora do prêmio Oceanos
A nova edição desta premiação tem abertura de inscrições de 2 a 29 de março. As obras inscritas podem ter sido publicadas em qualquer país, em 2019, desde que escritas em língua portuguesa. Elas passarão por um processo de avaliação realizado em três etapas até chegar a três vencedores.

As inscrições para a edição de 2020 do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa abrem a partir das 12h da segunda-feira, dia 2 de março, e encerram às 23h59 de 29 de março (domingo). O horário é sempre de acordo com o de Brasília. Podem ser inscritos romances, livros de poesia, conto, crônica e dramaturgia publicados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019. Concorrem obras editadas em qualquer lugar do mundo, desde que escritas originalmente em língua portuguesa.

As inscrições podem ser feitas pela editora e/ou pelo autor, com o preenchimento da ficha de inscrição, a assinatura digital do Termo de Responsabilidade e a inclusão da obra inscrita em formato PDF no site https://www.itaucultural.org.br/oceanos/, mesmo que tenha sido publicada apenas em versão impressa.

A tecnologia desenvolvida pelo Núcleo de Inovação do Itaú Cultural permite que todos os concorrentes sejam avaliados em uma plataforma digital por júris internacionais, compostos por escritores, poetas, professores e críticos literários dos países membros da Comunidade do Países de Língua Portuguesa (CPLP), de três continentes.

As inscrições ao prêmio vêm aumentando exponencialmente a cada edição, resultado dos esforços do Oceanos para alcançar editoras com publicações em língua portuguesa ao redor do mundo.

Processo
O processo de avaliação do Oceanos é realizado em três etapas. Na primeira, o Júri de Avaliação elege as 50 obras semifinalistas entre os concorrentes e escolhe, por votação, os membros dos júris subsequentes (Intermediário e Final). Na segunda etapa, o Júri Intermediário seleciona 10 finalistas entre os 50 semifinalistas eleitos pelo júri anterior. Por fim, na terceira etapa, o Júri Final escolhe os três vencedores entre os 10 finalistas.

Todos os livros inscritos concorrem entre si, independentemente do gênero literário, pelas três premiações, com valor total de R$ 250 mil – R$ 120 mil para o primeiro colocado; R$ 80 mil para o segundo e R$ 50 mil para o terceiro.

A curadoria desta edição do prêmio é formada pela linguista Adelaide Monteiro, de Cabo Verde, a escritora e jornalista Isabel Lucas, de Portugal, e o jornalista Manuel da Costa Pinto, do Brasil, com coordenação da gestora cultural Selma Caetano.

Parceiros
Neste ano, o Oceanos celebra novo parceiro: a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), de Portugal. Em 2020, o prêmio segue com os patrocínios do Banco Itaú, da República de Portugal e da CPFL Energia; os apoios do Itaú Cultural – responsável também pela governança do prêmio –, do Instituto CPFL e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, além do apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

SERVIÇO
Inscrições Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa 2020
Das 12h (horário de Brasília) de 2 de março, às 23h59 de 29 de março.
Pelo site https://www.itaucultural.org.br/oceanos/
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sábado, 8 de dezembro de 2018

Poeta brasileira Marília Garcia conquista o primeiro lugar no Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa de 2018


Em decisão inédita, três poetas e um autor de país africano estão entre os quatro vencedores: os portugueses Bruno Vieira Amaral e Luis Quintais e o moçambicano Luís Carlos Patraquim, além da autora brasileira. O Itaú Cultural e Oceanos anunciaram o resultado desta edição, pela primeira vez fora do Brasil, em Lisboa, cidade que também acolheu a reunião do Júri Final

Lisboa, 7 de dezembro de 2018 – Em cerimônia realizada hoje no Palácio da Ajuda, em Lisboa, com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Cultura portuguesa Graça Marques e o diretor do Itaú Cultural Eduardo Saron, o Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciou os quatro vencedores de 2018: uma brasileira, dois portugueses e um moçambicano, consagrando escritores de três continentes e aprofundando o processo de internacionalização do prêmio.

A poeta brasileira Marília Garcia ficou em primeiro lugar com Câmera Lenta, recebendo o prêmio de R$ 100 mil. Em segundo lugar, o português Bruno Vieira Amaral, autor do romance Hoje estarás comigo no paraíso, receberá prêmio de R$ 60 mil. O livro de poesia A Noite Imóvel, do português Luís Quintais, ficou em terceiro lugar, pelo qual terá premiação de R$ 40 mil. Fechando a lista, o quarto colocado é o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim, autor de O Deus Restante, premiado com R$ 30 mil.

O Júri Final – composto pela angolana Ana Paula Tavares, pelos portugueses Helena Buescu e Pedro Mexia, e pelos brasileiros Flora Sussekind, Heitor Ferraz Mello e Julián Fuks – escolheu três livros de poesia entre os quatro livros vencedores da edição de 2018, que avaliou livros com publicação em 2017. De modo inédito na história do prêmio, os livros de poesia prevalecem sobre os livros de prosa e incluem um escritor do continente africano.

“Esta edição do Oceanos está rica, cheia de ineditismos: pela primeira vez, anunciamos os premiados em Lisboa, temos autores do Brasil, de Portugal e de Moçambique, o que revela a importância da internacionalização do prêmio, e, de quatro títulos vencedores, três são de poesia, uma dado que merece atenção”, observa a gestora cultural Selma Caetano, curadora e idealizadora do prêmio.
“Tudo isso, fortalece a literatura em língua portuguesa e o papel do Oceanos, que é o de ampliar o conhecimento desta produção em todos os continentes onde há países em que se escreve em português e promover o intercâmbio de livros e entre autores e editoras”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, que, na ocasião, também anunciou a decisão do instituto de doar 4.200 livros de clássicos da literatura brasileira para 303 bibliotecas de Portugal – são coleções de 14 livros de autores como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Cyro dos Anjos e Machado de Assis, entre romances, contos, poesia e crônicas.
A convite do Ministério da Cultura de Portugal, a reunião do júri e o evento de anúncio do resultado aconteceram pela primeira vez fora do Brasil, onde o prêmio foi criado em 2003 – inicialmente como prêmio Portugal Telecom e, a partir de 2015, como Oceanos.
Desde a edição de 2017, o Oceanos passou a contemplar obras publicadas originalmente em língua portuguesa em todo o mundo – tanto nos países em que se fala oficialmente esta língua quanto naqueles em que o português não é reconhecido como idioma oficial. Com isso, o prêmio se tornou um radar da produção contemporânea dos países unidos pelo idioma.

A realização dessa etapa final em Portugal reforça a proposta do Oceanos de promover o intercâmbio da literatura em língua portuguesa, aumenta a abrangência cultural e a repercussão do prêmio no mundo, e fortalece a governança do Oceanos pelo Itaú Cultural, que também fornece a tecnologia que permite que os livros circulem digitalmente entre curadores e jurados dos diferentes países de língua portuguesa.

O Banco Itaú patrocina o Oceanos ao lado da CPFL Energia, do Instituto CPFL e do governo de Portugal, este por meio do Fundo de Fomento Cultural Português. A curadoria da edição de 2018 foi da gestora cultural Selma Caetano, da editora brasileira Mirna Queiroz e dos jornalistas Isabel Lucas (de Portugal) e Manuel da Costa Pinto (Brasil).

CONHEÇA OS LIVROS VENCEDORES E SEUS AUTORES

1º lugar: Câmera lenta, de Marília Garcia
Poesia / Brasil
O LIVRO: A obra reflete a pesquisa da autora sobre o processo poético. Nele, a escritora faz do poema o lugar para experimentar, exercitar o pensamento “ao vivo” e testar procedimentos novos, sempre em aberto.

A AUTORA: Nascida na cidade do Rio de Janeiro, em 1979, Marília Garcia é uma escritora, tradutora e editora brasileira. Publicou os livros 20 poemas para o seu walkman, Engano geográfico, Um teste de resistores, Paris não tem centro e Câmera lenta. Participou de encontros e festivais de poesia como o Corpo a corpo com a poesia, na Casa das Rosas, em São Paulo, o Festival Latinoamericano de Poesía Salida al Mar, em Buenos Aires e o Festival Europalia, na Bélgica, em 2011. É coeditora, com os poetas Angélica Freitas, Fabiano Calixto e Ricardo Domeneck, da revista de poesia Modo de Usar & Co. Em 2015, fundou a LunaPARQUE Edições com o poeta Leonardo Gandolfi. Formou-se em Letras e, em 2010, doutorou-se em Literatura Comparada. Atualmente mora em São Paulo e trabalha com tradução.

2º lugar: Hoje Estarás Comigo no Paraíso, Bruno Vieira Amaral
Romance / Portugal
O LIVRO: Nesta obra, o autor usa a investigação do assassínio de um primo como estratégia de recuperação e construção da sua própria memória: a infância, a família, o bairro e as suas personagens, Angola antes da independência e nos anos que se lhe seguiram, e a figura (ausente) do pai.

O AUTOR: Nascido na cidade de Barreiro, Portugal, em 1978, é um escritor, crítico literário e tradutor português. É licenciado em História Moderna e Contemporânea, pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.
Em 2002 foi selecionado para a Mostra Nacional de Jovens Criadores por meio da sua poesia. Fez várias colaborações no DN Jovem, na revista Atlântico e no jornal i. Atualmente, executa as tarefas de crítico literário, tradutor e autor do Guia Para 50 Personagens da Ficção Portuguesa, e é autor de vários blogues, como o Circo da Lama. É, ainda, editor-adjunto da revista LER e assessor de comunicação das editoras do Grupo Bertrand Círculo.

3º lugar: A Noite Imóvel, de Luís Quintais
Poesia / Portugal
O LIVRO: É uma indagação sobre o vazio e a destruição que atravessa o nosso tempo. Nele, caminhamos por destroços, marcas em uma imobilidade que desafia o percurso da História e apela de forma tão bela quanto dilacerante, pela memória

O AUTOR: Português nascido em Angola, Luís Quintais é antropólogo, professor e escritor angolano. Criado em Portugal, onde estudou a vida inteira, Quintais publica poemas desde 1991, ainda que só em 1995 tenha conseguido publicar o primeiro livro de poemas A imprecisa melancolia. Traduziu o livro The man with the blue guitar & other poems (1937), de Wallace Stevens, publicado pelas Edições Guilhotina em 2015, com um breve ensaio e um conjunto de notas do poeta.  Na Universidade de Coimbra, leciona cursos sobre culturas visuais, literatura e antropologia, antropologia médica e antropologia cognitiva. Seu mais recente livro de poesia, A noite imóvel, foi publicado em 2017 pela Assírio & Alvim.

4º lugar: O Deus Restante, de Luís Carlos Patraquim

Poesia / Moçambique
O LIVRO: Conjunto de 20 poemas, em que o autor reproduz uma experiência pessoal e lança um olhar peculiar sobre “os tempos desolados” e o “absurdo da vida”.

O AUTOR: Nascido na cidade de Lourenço Marques, em 1953, Patraquim é um poeta, autor teatral e jornalista moçambicano. Refugiado na Suécia em 1973, regressou a Moçambique em 1975, onde trabalhou no jornal A Tribuna. Encerrado o jornal, integrou o grupo fundador da Agência de Informação de Moçambique (AIM) sob a direção do escritor Mia Couto. De 1977 a 1986 trabalhou no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique (INC) como autor de roteiros e de argumentos e como redator do jornal cinematográfico Kuxa Kanema. Em conjunto com Calane da Silva e Gulamo Khan, coordenou, entre 1984 e 1986, a Gazeta de Artes e Letras da revista Tempo. Vive em Portugal desde 1986. Colabora na imprensa moçambicana e portuguesa, em roteiros para cinema e escreve para teatro. É coordenador redatorial da revista Lusografias.

Anúncio dos vencedores do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa
Edição 2018
Das 17h às 19h, em Lisboa
Das 15h às 17h, no Brasil
Palácio da Ajuda
Largo Ajuda 1349-021
Tel.: +351 21 363 7095
http://www.palacioajuda.gov.pt
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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Itaú Cultural e Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciam lista dos 10 autores finalistas da edição 2017

Júri do Prêmio Oceanos -  Foto: André Seiti (Itaú Cultural)
Das 51 obras semifinalistas, dois livros de poesia, dois de contos e seis romances passaram para a etapa final, na qual concorrem seis brasileiros e quatro portugueses, destacando mais uma vez a importância do prêmio na integração da literatura entre os países de língua portuguesa; os ganhadores serão conhecidos em cerimônia no dia 7 de dezembro
 
O Itaú Cultural e Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa anunciam nesta quarta-feira, 18, a lista dos 10 autores que irão disputar a final da edição 2017 da iniciativa. A lista completa pode ser acessada no site http://www.itaucultural.org.br/oceanos2017 (ver os nomes dos livros classificados e os perfis de seus autores abaixo). A seleção foi realizada nesta terça-feira 17, por um júri formado por dois portugueses (a poeta Ana Mafalda Leite e o crítico literário António Guerreiro) e oito brasileiros (as ensaístas Beatriz Resende, Eliane Robert Moraes e Mirna Queiroz, a escritora Maria Esther Maciel, a tradutora e editora Heloisa Jahn e os poetas Eucanaã Ferraz, Ricardo Aleixo e Sérgio Alcides). Os 10 eleitos foram escolhidos a partir de uma lista de 51 semifinalistas.

O Oceanos é realizado em parceria com o Itaú Cultural, que desenvolve a governança do prêmio e a tecnologia que permite que os livros circulem digitalmente entre curadores e jurados. Já o Itaú Unibanco participa como patrocinador ao lado da CPFL Energia, do Instituto CPFL e do governo de Portugal, por meio do Fundo de Fomento Cultural Português. A curadoria desta edição está a cargo da jornalista portuguesa Ana Sousa Dias e dos brasileiros Manuel da Costa Pinto e Selma Caetano.

As obras finalistas compreendem dois livros de poesia portuguesa, dois romances portugueses, quatro romances brasileiros e dois livros de contos brasileiros (um deles mesclando narrativa, dramaturgia e poesia).

Dentre os autores finalistas, três portugueses (Helder Moura Pereira, Ana Teresa Pereira e Ana Margarida de Carvalho) nunca foram publicados no Brasil em livro próprio, e dois brasileiros (Victor Heringer e Silviano Santiago) nunca foram publicados em Portugal. Além disso, todos os livros tiveram edição apenas em seus países de origem. Esses dados mostram como o Oceanos contribui para promover o conhecimento recíproco entre as cenas literárias lusófonas e como o prêmio pode desempenhar um papel de radar da produção contemporânea.

Os membros do júri destacaram, consensualmente, que a lista de semifinalistas, embora tenha sido resultado de uma avaliação pautada por critérios estritamente literários, acabou por apresentar uma participação igual de mulheres e homens. Os jurados assinalam, ainda, que a lista equilibra autores com trajetória e obras consagradas (incluindo ganhadores do prêmio em edições pregressas, como Silviano Santiago, Sérgio Sant’Anna, Elvira Vigna e Bernardo Carvalho) e autores surgidos recentemente (como Victor Heringer ou Ana Margarida de Carvalho), além de apresentar tanto obras de caráter mais experimental quanto narrativas e poemas que aprofundam gêneros e dicções tradicionais.

As 10 obras serão agora avaliadas pelo Júri Final, composto pelos mesmos membros do Júri Intermediário, que escolherá os quatro vencedores do Oceanos 2017. Os livros ganhadores serão divulgados em cerimônia no dia 7 de dezembro. O vencedor receberá R$ 100 mil; o segundo colocado, R$ 60 mil; o terceiro, R$ 40 mil e o quarto, R$ 30 mil, sendo que livros de diferentes gêneros literários concorrem ao prêmio entre si.

Neste ano, a premiação passou a contemplar obras publicadas em todos os países lusófonos, atingindo a cifra histórica de 1.215 livros inscritos em sua primeira fase – todos eles com primeira edição em 2016. As obras foram avaliadas por 50 jurados brasileiros e 15 portugueses, que também elegeram entre seus membros os dez integrantes dos Júris Intermediário e Final. Das 51 obras classificadas para a etapa intermediária do prêmio, 31 eram de autores brasileiros, 19 de escritores portugueses e uma de autor angolano.


Saiba mais sobre os 10 autores finalistas:


Ana Margarida de Carvalho nasceu em Lisboa. Licenciada em Direito, tornou-se jornalista, assinando reportagens que lhe valeram sete dos mais prestigiados prêmios do jornalismo português. Filha do consagrado escritor Mário de Carvalho, publicou seu primeiro romance, Que importa a fúria do mar, em 2014, vencendo o Grande Prêmio de Romance APE. Ninguém pode morar nos olhos de um gato é seu segundo romance.
Nunca publicada no Brasil. Finalista do Oceanos com Não se pode morar nos olhos de um gato (romance)

Ana Teresa Pereira nasceu no Funchal, Ilha da Madeira, em 1958, onde vive. Publicou o primeiro livro em 1989, Matar a imagem, e desde então publica regularmente. Entre suas obras estão Se nos encontrarmos de novo (prêmio PEN Clube na categoria Ficção), A Neve, A Outra, O Lago (Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores), A casa das sombras, As velas da noite, Neverness, As noites secretas e As longas tardes de chuva de Nova Orleãs, entre outras.
Nunca publicada no Brasil. Finalista do Oceanos com Karen (romance)

Bernardo Carvalho nasceu no Rio de Janeiro em 1960. Estreou com a coletânea de contos Aberração e desde então publicou mais de dez romances, traduzidos para diversos idiomas. Entre suas obras estão Nove noites (que dividiu com Pico na veia, de Dalton Trevisan, o primeiro lugar no Prêmio Portugal Telecom de 2003), Medo de Sade, Mongólia, O Sol se Põe em São Paulo (terceiro lugar no Prêmio Portugal Telecom de 2008), O Filho da Mãe e Reprodução, todos publicados em Portugal.
Finalista do Oceanos com Simpatia pelo demônio (romance)

Elvira Vigna nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e morreu em 2017. Escritora e ilustradora, formou-se em literatura pela Universidade de Nancy, na França, e foi mestre em comunicação pela UFRJ. Seu romance Nada a dizer, publicado também em Portugal, recebeu o prêmio de ficção da Academia Brasileira de Letras e foi segundo colocado do Oceanos 2016. Entre suas obras estão O que deu para fazer em matéria de história de amor, Por escrito, Coisas que os homens não entendem e Deixei lá e vim.
Finalista do Oceanos com Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (romance), inscrito antes da morte da autora

Helder Moura Pereira nasceu em Setúbal em 1949. Poeta e professor, é tradutor de Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Sylvia Plath, Charles and Mary Lamb, Sade e Guy Debord. Ingressou no Ministério da Educação em 1986, em funções técnicas na área da educação de adultos e no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Autor de premiado trabalho poético, entre seus livros estão Pela parte que me toca, Segredos do reino animal, Mútuo consentimento, Um raio de sol, Se as coisas não fossem o que são, Em cima do acontecimento e A pensar morreu um burro e outras histórias.
Finalista do Oceanos com Golpe de teatro (poesia)

Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa em 1937. Poeta, ficcionista, jornalista e ativista dos direitos femininos, travou intenso combate pelas mulheres portuguesas. Com uma obra vasta nos campos da poesia e da ficção, marcou decisivamente as gerações de 60 e 70 em Portugal. A liberdade, a desobediência e a luta contra os estereótipos são temas presentes na obra da poetisa que chocou a sua geração e a opinião pública com uma poesia erótica e ousada, na qual se destacam Novas Cartas Portuguesas (em colaboração com Maria Velho da Costa e Isabel Barreno) e Minha Senhora de Mim, além de vários livros de ficção.
Finalista do Oceanos com Anunciações (poesia)

Sérgio Sant'Anna nasceu no Rio de Janeiro em 1941. Iniciou sua carreira de escritor em 1969, com os contos de O sobrevivente, livro que o levou a participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Teve obras traduzidas para o alemão e o italiano e adaptadas para o cinema. Com quase duas dezenas de livros publicados, recebeu quatro vezes o prêmio Jabuti, mais recentemente pelos contos de O voo da madrugada (2003), vencedor ainda do prêmio APCA e do Portugal Telecom. Seu livro de contos O Monstro, três histórias de amor e o romance Um crime delicado estão publicados em Portugal.
Finalista do Oceanos com O conto zero e outras histórias (contos)

Silviano Santiago nasceu em 1936, em Formiga, Minas Gerais, e vive no Rio de Janeiro. É o romancista de Mil rosas roubadas, vencedor do prêmio Oceanos em 2015. Sua vasta obra inclui romances, contos, ensaios literários e culturais. Doutor em letras pela Sorbonne, começou a carreira lecionando nas melhores universidades norte-americanas. Transferiu-se posteriormente para a PUC-Rio e é, hoje, professor emérito da Universidade Federal Fluminense.
Finalista do Oceanos com Machado (romance)

Verônica Stigger nasceu em 1973, em Porto Alegre, e mora em São Paulo. É escritora, crítica de arte e professora universitária. Possui doutorado em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo e realizou pesquisas de pós-doutorado na Università degli Studi di Roma “La Sapienza”. É coordenadora do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema e professora dos cursos de pós-graduação em História da Arte e Fotografia da FAAP, em São Paulo. É autora de dez livros de ficção, entre eles Os anões,  Delírio de Damasco, Opisanie Świata (vencedor do Prêmio São Paulo de 2014), e dos infantis Dora e o sol e Onde a onça bebe água.
Finalista do Oceanos com Sul (contos/ teatro/ poesia)

Victor Heringer nasceu no Rio de Janeiro em 1988. Prosador, poeta e ensaísta, tem uma coluna na revista Pessoa e publicou Glória (romance que recebeu o prêmio Jabuti), O escritor Victor Heringer, Automatógrafo e Lígia.

Finalista do Oceanos com O amor dos homens avulsos (romance)
Lista dos Finalistas
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Itaú Cultural e Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa divulgam finalistas de 2016

Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural e Selma Caetano, curadora do prêmio.
Com quatro romances, dois de escritores portugueses, quatro livros de poesia e dois de contos, as 10 obras que concorrem à segunda edição do prêmio desenham panorama equilibrado da literatura lusófona contemporânea. Os quatro vencedores serão anunciados na cerimônia de entrega do Oceanos 2016, no dia 6 de dezembro, no Auditório Ibirapuera
Nesta segunda-feira, dia 21 de novembro, às 18h, o Itaú Cultural, parceiro do prêmio desde a primeira edição, divulga em seu site www.itaucultural.org.br/oceanos2016 os 10 finalistas da edição de 2016 do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa. Em reunião no instituto, o Júri Intermediário definiu no final desta semana, a lista de obras que inclui quatro livros de poesia, quatro romances (dois deles de autores portugueses) e dois livros de contos. Os jurados dessa etapa – que também formam o Júri Final, para chegar aos vencedores desta segunda edição da premiação – foram a professora e ensaísta Beatriz Resende, os escritores Cristovão Tezza, José Castello e Rodrigo Lacerda e os poetas Heitor Ferraz Mello e Sérgio Alcides, todos eles atuantes no campo da crítica literária.

Na categoria Romance, foram selecionadas as obras inscritas de autoria dos brasileiros Julián Fuks e Marcelo Rubens Paiva e dos portugueses José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares. Em Conto, os livros contemplados são de Antonio Carlos Viana e Arthur Dapieve e em Poesia, são de autoria de Eucanaã Ferraz, Marcos Siscar, Ana Martins Marques e Nuno Ramos.

“É muito relevante, nesta final, termos dois romances de autores portugueses, que representam muito bem a literatura contemporânea” observa Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. “Igualmente, é de relevância verificar que foi selecionado o mesmo número de livros finalistas em romance e em poesia, o que não costuma ocorrer, além de ver na final uma mescla de autores que também são artistas visuais, ensaístas, jornalistas e críticos literários mostrando a diversidade de saberes que hoje a literatura engloba”, completa.

Romances
Os romances de autores portugueses que estão entre os livros finalistas são Galveias, de José Luís Peixoto, e Uma menina está perdida no seu século à procura do pai, de Gonçalo M. Tavares. O livro de Peixoto, cujo título é extraído do nome de sua aldeia natal, na região do Alentejo, foi descrito por Tezza como um romance rural com grandes personagens, que retrata o contraste da rotina interiorana com o estranhamento do cotidiano numa narrativa coletiva. Já o romance de Tavares, português nascido em Angola, segundo Castello, é uma narrativa enigmática, que se passa em um estranho mundo paralelo, com personagens bizarros e surpreendentes. “É um romance que hipnotiza o leitor”, conclui.

Completando a lista de romances finalistas, aparecem duas obras de escritores paulistanos que giram em torno dos traumas familiares deixados pelas ditaduras latino-americanas. A Resistência, de Julián Fuks, parte, segundo Ferraz Mello, da pergunta inicial feita pelo narrador – “Pode o exílio ser herdado? ”; seria seu irmão adotivo um daqueles milhares de bebês sequestrados pela ditadura argentina? – para deflagrar dúvidas existenciais, medos e desconfianças, criando um mundo de segredos, de violências contidas.

Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva, é um romance-depoimento, na definição de Lacerda. “Ele conquista o leitor desde o início com sua linguagem de absoluta espontaneidade e de simplicidade apenas aparente, demonstrando a impressionante elaboração emocional das experiências vividas pelo autor, em um drama filtrado por um estilo despojado e pela vocação para a felicidade”, observa.

Poesia
Os quatro livros de poesia finalistas são Escuta, do carioca Eucanaã Ferraz, Manual de flutuação para amadores, do paulista Marcos Siscar, O livro das semelhanças, da mineira Ana Martins Marques, e Sermões, do paulistano Nuno Ramos.

Organizador de antologias de Vinicius de Morais e de Letra só – reunião de composições de Caetano Veloso —, Eucanaã Ferraz parte, em Escuta, de suas afinidades eletivas com a lírica urbana e com o cancioneiro para realizar uma auscultação de cidades e lugares desolados ou envoltos em conflitos, ampliando objetivamente o espectro de sua poesia, marcada por uma veemente formalização da subjetividade.

Manual de flutuação para amadores, de Siscar, retoma, como observa Ferraz Mello, seus temas da memória pessoal, da passagem do tempo, da flutuação entre a vida e a morte, em uma linguagem densa, reflexiva, entre a ironia e a metafísica de um filósofo rústico ou um poeta jardineiro, no embate irritado com a terra”.

Já O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques, é um livro capaz de abranger tanto o cotidiano quanto a vida interior, a partir de um uso aparentemente espontâneo da linguagem, nas palavras de Sérgio Alcides, que também identifica em Sermões, de Nuno Ramos, uma poética singular, marcada pela espessura de uma linguagem que não recua diante de aspectos sombrios e às vezes brutais da vida subjetiva.

Contos
Um dos dois volumes de contos finalistas é de autoria de um escritor que morreu após ter seu livro inscrito no Oceanos 2016 (e que, conforme o regulamento do prêmio, continua concorrendo): o sergipano Antonio Carlos Viana (1944-2016), autor de Jeito de matar lagartas. Comentando sua inclusão na etapa final da premiação, Ferraz Mello destaca a sua prosa segura e limpa; nessa sua última coletânea. “Ele apresenta um mundo de velhos que passaram raspando pelas experiências dos anos 70, mas sem vivê-las quando eram revolucionárias, e que agora, ‘aposentados’, procuram os restos de prazer de uma existência massacrada pelo casamento, pela vida domesticada – um prazer também domesticado e tenso”, comenta.

O outro volume de contos que participa da etapa final do Oceanos 2016 é Maracanazo e outras histórias, do carioca Arthur Dapieve, no qual Beatriz Resende identifica a afirmação da vitalidade do conto em narrativas que reúnem erudição e forte sintonia com o momento presente.

Seleção
O Júri Intermediário elegeu esses 10 finalistas a partir de uma lista de 50 obras semifinalistas selecionadas pelo Júri de Avaliação, cujos 42 membros analisaram os 740 livros (nos gêneros poesia, romance, conto, crônica e dramaturgia) inscritos no Oceanos 2016.

O Júri Final definirá os quatro vencedores do em reunião a ser realizada no Itaú Cultural. A divulgação do resultado do prêmio acontecerá no dia 6 de dezembro, durante cerimônia no Auditório Ibirapuera. Como na edição passada, o valor da soma dos quatro prêmios finalistas é de R$ 230 mil, divididos da seguinte forma: R$ 100 mil para o primeiro lugar, R$ 60 mil para o segundo, R$ 40 mil para o terceiro e R$ 30 mil para o quarto colocado.

Observatório e Oceanos
Além da curadora Selma Caetano, idealizadora do prêmio, o Oceanos tem, desde a primeira edição, como parceiro o Itaú Cultural, instituição com tradição principalmente em programas ligados à literatura brasileira como Encontros de Interrogação, o Conexões – Mapeamento da literatura brasileira no exterior e o Rumos, nas áreas de Literatura e Jornalismo Cultural. As informações sobre o prêmio, que também tem o acompanhamento do Observatório Itaú Cultural, estão em www.itaucultural.org.br/oceanos2016.
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural e Selma Caetano, curadora do prêmio.
FINALISTAS OCEANOS 2016

POESIA
- Escuta, Eucanaã Ferraz, Companhia das Letras
- Manual de flutuação para amadores, Marcos Siscar, 7Letras
- O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques (Companhia das Letras)
- Sermões, de Nuno Ramos (Iluminuras)

ROMANCE
- A Resistência, Julián Fuks (Companhia das Letras)
- Ainda estou aqui, Marcelo Rubens Paiva (Alfaguara)
- Galveias, José Luís Peixoto (Companhia das Letras)
- Uma menina está perdida no seu século à procura do pai, Gonçalo M. Tavares (Companhia das Letras)

CONTO
- Jeito de matar lagartas, de Antonio Carlos Viana (Companhia das Letras)
- Maracanazo e outras histórias, Arthur Dapieve (Alfaguara)

PERFIS DOS FINALISTAS

OS POETAS
Ana Martins Marques
Poeta e professora, Ana Martins Marques nasceu em 1977, em Belo Horizonte, onde vive. É autora de A vida submarina (2009), Da arte das armadilhas (2011) e O livro das semelhanças.

Eucanaã Ferraz
Professor e poeta, Eucanaã Ferraz nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. Autor dos livros Desassombro (2001); Rua do mundo (2004); Cinemateca (2008); Água sim (2011); Sentimental (2012), vencedor do prêmio Portugal Telecom 2013; entre outros.

Marcos Siscar
Professor, pesquisador, tradutor e poeta, Marcos Siscar  nasceu em Borborema, São Paulo, em 1964. Publicou Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da modernidade (2010), Jacques Derrida: literatura, política, tradução (2013); entre outros.

Nuno Ramos
Artista plástico e poeta, Nuno Ramos nasceu em São Paulo, em 1960. Escreveu os livros Cujo (1993), O pão do corvo (2001), Minha fantasma (2000), Ensaio Geral (2007), O mau vidraceiro (2010), Ó (2009, prêmio Portugal Telecom Melhor Livro do Ano) e Junco (2011, prêmio Portugal Telecom Melhor Livro de Poesia).

OS ROMANCISTAS
Gonçalo M. Tavares
Gonçalo M. Tavares nasceu em Luanda, em 1970, indo logo a seguir para Portugal. Premiado e elogiado pela crítica, estreou em 2001 com Livro da dança, e se firmou como uma das maiores vozes do romance português contemporâneo. Entre seus livros, já foram publicados no Brasil O homem ou é tonto ou é mulher, O senhor Valéry, Jerusalém e Viagem à Índia, estes últimos vencedores do prêmio Portugal Telecom 2007 e 2011,  respectivamente.

José Luiz Peixoto
Poeta e escritor, José Luiz Peixoto nasceu em Galveias, Portugal, em 1974. É autor de romances, contos, poemas e peças de teatro. Seus livros já foram traduzidos para cerca de vinte idiomas. No Brasil foram publicados Cemitério de pianos, Morreste-me, Uma casa na escuridão, entre outros.

Julián Fuks
Jornalista, tradutor e escritor, Julián Fuks nasceu em São Paulo, em 1981. É autor de A procura do romance, (2012); Histórias de literatura e cegueira (2007);  Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu (2004). Foi eleito pela revista Granta como um dos vinte melhores escritores brasileiros.

Marcelo Rubens Paiva
Escritor, dramaturgo e roteirista Marcelo Rubens Paiva nasceu em São Paulo. Trabalha na imprensa como cronista do mundo contemporâneo. Entre seus livros estão Feliz ano velho (1982); Blecaute (1986); Bala na agulha (1992); Malu de bicicleta (2003); O homem que conhecia as mulheres (2006); A segunda vez que te conheci (2008); As verdades que ela não diz (2013); entre outros.

OS CONTISTAS

Antonio Carlos Viana
Escritor, tradutor e professor, Antonio Carlos Viana nasceu em Aracaju, Sergipe. Publicou Brincar de manja (1974); Em pleno castigo (1981); O meio do mundo (1993); Roteiro de redação: lendo e argumentando (1997); Cine privê (2009); entre várias outras obras. Faleceu em 14 de outubro de 2016.

Arthur Dapieve
Jornalista, crítico musical e escritor, Arthur Dapieve nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. Atualmente é repórter do jornal O Globo. Escreveu BRock - O rock brasileiro dos anos 80 (1995); a biografia de Renato Russo, O Trovador Solitário (1999); o romance De cada amor tu herdarás só o cinismo (2004), entre outros.

Entre novembro e dezembro, o Júri Final avalia as 10 obras finalistas e, no dia 6 de dezembro, elege os quatro vencedores.

PERFIL DOS JURADOS

Beatriz Resende é professora, pesquisadora e crítica literária.  Autora do livros Lima Barreto e o Rio de Janeiro em fragmentos e Apontamentos de crítica cultural, entre outros.

Cristovão Tezza é ensaísta e escritor. Entre suas obras ficcionais estão O filho eterno, O professor, Na suavidade do vento, Um erro emocional, Beatriz e A tradutora, entre outros.

Heitor Ferraz é jornalista, professor e poeta. Autor dos livros Coisas Imediatas, Um a menos e Meu semelhante.

José Castelo é jornalista, ensaísta e escritor. Autor de Ribamar,  Vinicius: o poeta da paixão, A literatura na poltrona, entre outras obras.

Rodrigo Lacerda é escritor e editor. Autor do livros O mistério do leão rampante; Vista do Rio; O fazedor de velhos; Outra vida; A república das abelhas; entre outros livros.

Sergio Alcides é professor, poeta, crítico literário e tradutor. Autor dos livros de poesia Nada a ver com a lua, O ar das cidades e Píer.

PERFIL DOS CURADORES

Selma Caetano é curadora e produtora cultural. Organizadora, junto com José Castello, de O livro das palavras – conversas com escritores, Editora Leya; e Graciliano Ramos: biografia ilustrada, Record.

Manuel da Costa Pinto é jornalista e curador. Autor dos livros Albert Camus – Um Elogio do Ensaio, Ateliê Editorial; Literatura Brasileira Hoje, Publifolha; Paisagens Interiores e Outros Ensaios, B4. 

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