Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores

Dê mais visibilidade ao seu livro e mostre a sua obra para milhares de leitores. Saiba mais, acesse: https://revistaconexaoliteratura.com.b...

Mostrando postagens com marcador resenha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador resenha. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

[Resenha] Holly - Stephen King

 


Título Original: Holly

Autor: Stephen King

Editora: Suma

Páginas: 448

Ano Lançamento: 2023

Penny Dahl está desesperada para encontrar a filha, Bonnie, que sumiu sem deixar vestígios. Em busca de ajuda profissional, ela liga para a agência Achados e Perdidos, sob o comando de Holly Gibney. A detetive reluta em aceitar o caso, porque deveria estar de licença, mas algo na voz de Penny faz com que Holly não consiga ignorar o pedido.

A poucos quarteirões de onde Bonnie foi vista pela última vez, moram Rodney e Emily Harris. Um casal de acadêmicos octogenários, dedicados um ao outro, eles simbolizam a banalidade da classe média suburbana. No entanto, no porão de sua casa bem cuidada e repleta de livros, os dois escondem um segredo terrível, que pode estar relacionado ao desaparecimento de Bonnie.

Descobrir a verdade se torna uma tarefa quase impossível, e Holly dependerá de seus talentos extraordinários para desmascarar os professores ― antes que eles ataquem novamente.

Impressões:

Holly Gibney está de volta! Um livro pra ser chamado de seu. Stephen King dedicou uma aventura inédita só para ela. Afinal, Holly conquistou uma imensa legião de fãs ao redor do Mundo, desde sua primeira aparição na trilogia "Mr. Mercedes".

Holly Gibney é a protagonista solo em mais uma aventura e repleto de requintes de crueldade, cujo o desaparecimento de uma jovem abre espaço para uma investigação minuciosa da "Agência Achados e Perdidos", óbvio que estamos falando de Holly Gibney e deu poder investigativo para solucionar os casos mais absurdos.

A trama é muito bem construída e amarrada logo nos primeiros capítulos, Stephen King vai deixando claro em cada capítulo escrito sua audácia para prender o leitor até os momentos finais do livro. Todo o desenrolar vai sendo sutilmente revelado por Holly, uma espécie de quebra cabeça macabro envolvendo canibalismo e rapto de pessoas "selecionadas" para tais fins de pesquisas.

Os acontecimentos vão seguindo e surgindo de forma gradual, deixando uma trama dinâmica e intuitiva, levando o leitor para dentro da história, fazendo parte de toda investigação ao lado de Holly.

Stephen King amplia toda sua história inserindo um dos acontecimentos mais marcantes dos últimos tempos, a pandemia do COVID-19 fazendo parte do universo King e juntando com os personagens e situações de toda a trama. É nítido uma referência aos negacionistas. Stephen King faz essa "crítica" de forma extraordinária e extremamente ácida.

O leitor pode até estranhar o fato de conhecermos os vilões logo de cara, porém! Stephen King vai preparando todo o terreno para colocar a cereja no bolo e ter um gran finale.

Holly Gibney entrega tudo e mais um pouco, uma história envolvente em busca da verdade e os reais motivos para o desaparecimento de algumas pessoas, vão pôr em jogo toda capacidade de investigação da "Achados e Perdidos".

Holly já ganhou os corações dos leitores mais fiéis de Stephen King.
Compartilhe:

segunda-feira, 13 de março de 2023

[Resenha] Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível - Matthew Perry

 


Título Original: Friends, Lovers and the Big Terrible Thing
Autor: Matthew Perry
Editora: BestSeller
Páginas: 294
Ano Lançamento: 2023

“Oi, meu nome é Matthew, embora talvez você me conheça por outro nome. Meus amigos me chamam de Matty. E eu devia estar morto.”

Assim começa a fascinante narrativa do aclamado ator Matthew Perry, que nos guia pelas intensas e sensíveis memórias de sua trajetória, desde a ambição de infância em alcançar a fama à luta contra o vício e à sua recuperação após um susto ocasionado por um problema de saúde que pôs em risco sua vida. Antes das frequentes visitas ao hospital e passagens por centros de reabilitação, havia o pequeno Matthew de 5 anos, que viajou de Montreal a Los Angeles, se dividindo entre pais divorciados; o adolescente de 14 anos, uma estrela do tênis canadense em nível nacional; o jovem de 24 anos, que conquistou o cobiçado papel como um dos protagonistas do piloto da tão comentada e até então intitulada série Friends Like Us… e muito mais.

Impressões:

Matthew Perry, astro da série de maior sucesso da televisão mundial, Friends, deu vida ao icônico Chandler Bing, acaba de lançar sua autobiografia. Entretanto é mais que uma biografia, e sim uma carta aberta sobre toda sua vida e a dolorosa batalha contra os medos, angústias e o pior de todos: o vício em drogas e álcool.

Após a conclusão da leitura dessa incrível biografia, ficou um questionamento: Matthew está vivo por um milagre ou o destino quis assim? Pois é! Um livro intenso, revelador e ao mesmo tempo inspirador, é um misto de sentimentos em cada página lida.

📚

O autor escreve de forma intensa e envolvente, deixando o leitor próximo de sua vida e das mais íntimas revelações e acontecimentos da sua carreira artística e pessoal.

Vale lembrar! A obra possuí gatilhos com temas sensíveis sobre o abuso de drogas e álcool.

Matthew é sincero ao relatar os seus maiores medos, inseguranças e aflições, mesmo estando no auge de sua carreira e fama, o ator confessa que trocaria os milhões de dólares para viver uma vida normal e simples, deixando de lado o luxo e glória pelo seu papel em Friends.

📚

Falando em Friends, os leitores vão conhecer um pouco dos bastidores da série pelos olhos de Matthew Perry.

Outro detalhe importante: o ator revela de coração aberto para os fãs/leitores alguns dos episódios do qual ele se encontrava totalmente chapado.

Sendo uma biografia, o livro conta com inúmeras fotos pessoais de Matthew junto com sua família, momentos e situações de total descontração para esconder um dos seus maiores medos: ficar o tempo todo sozinho.

📚

Vale a pena essa leitura? Com absoluta certeza! É uma biografia única, reveladora e o mais importante: mostra a superação de uma pessoa que passou por diversos obstáculos e, que mesmo depois de tanto tempo e tudo isso, ainda é admirado e querido pelos fãs e o público em geral.

O nosso eterno e amado Friends favorito, Chandler Bing ❤️.

📚

Livro forte né? Já leram ou querem ler essa biografia?





Compartilhe:

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

MINIRRESENHA: O último pássaro daqui, por Sérgio Simka


COELHO, Bruno Henrique. O último pássaro daqui. São Paulo: Saíra, 2022. 72p.

No dia 11 de dezembro (2022), tive oportunidade de ir ao lançamento do livro do Bruno Henrique Coelho, no aconchegante Espaço Saíra, em São Paulo. Lá, conheci também a ilustradora, a talentosa Priscilla Ramos.

De início, o livro havia chamado minha atenção, pois a contracapa (os profissionais do livro chamam de quarta capa, cujo texto é um chamariz para as vendas) traz a motivação para comprá-lo, pelo menos para mim:

“Depois de ler uma carta muito antiga guardada por sua mãe, um homem relembra uma grande aventura de infância. 

No passado, ele e o melhor amigo precisam superar seus medos enquanto decifram o mistério do sumiço dos pássaros da cidade. 

Esta é uma narrativa que, com delicadeza, reflete sobre a amizade, a coragem e a finitude da vida.”

Eis a palavra de encantamento: mistério. Ponto para o Bruno. Ponto.

O começo da novela juvenil então, que é a estreia do autor para o público, é arrebatador:

“Quando, da mesa de cabeceira, a mão fraca de minha mãe puxou o envelope roto e amarelado, uma história há muito adormecida despertava. Acontece que mamãe estava mal [...], planejando as últimas despedidas.”

Eu li o livro no mesmo dia. Talvez pela pressa (?) para lê-lo, acredito que não tenho “absorvido” a história, cuja narrativa mescla passado-presente-futuro, em uma concatenação complexa, porém muito bem elaborada. 

Aí eu “precisei” ler de novo, pois a história merecia uma leitura, digamos, mais zelosa. Prometi a mim mesmo que o faria e terminei ontem à noite. Pincei, até, algumas observações de cunho filosófico-existencialista, a meu ver:

“[...] me lembro de, aos 15 anos, perguntar para minha avó depois de ela perder um dos meus tios: ´Vó, do que a senhora vai mais sentir saudade do tio?´. ´Das pequenas coisas. Dos detalhes. É isso que vale mais´.” (p. 29).

Pois é. E na página 49 o autor nos apresenta o que poucos conseguem entender:

“A vida é o que acontece no viver.”

Maravilhoso, não?

Confesso: prometi ao autor uma resenha sobre seu livro. Acredito que não tenha conseguido escrevê-la, como eu gostaria, dada a boniteza da obra, por sua história e por suas ilustrações primorosas. 

Outra confissão: as lágrimas não me permitiram reproduzir o sentimento que me invadiu ao terminar de ler O último pássaro daqui, pois elas formaram a cachoeira que se transformaram meus olhos.

Enfim, trata-se de um dos melhores livros de literatura juvenil que já li. 

Link para o livro:

https://sairaeditorial.com.br/produto/o-ultimo-passaro-daqui-pre-venda/ 

Entrevista com o autor:

http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2022/12/entrevista-com-escritor-bruno-henrique.html 


SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). 

Compartilhe:

segunda-feira, 20 de junho de 2022

INDICAÇÃO PARA LEITURA: "Diário de Otto Klein", do autor Jaime Kopstein


SINOPSE: O “Diário de Otto Klein” foi mantido por um judeu austríaco entre 1922 e 1939. Melhor do que uma narrativa meramente factual, ele registra as vivências do autor (do referido diário) ao longo de seu dia a dia, num texto, portanto, não influenciado pelos ardis e lacunas da memória tão frequentes nos relatos elaborados décadas depois dos acontecimentos. Frequentemente emotivo leva-nos a nos embrenhar, a mergulhar no espírito que prevalecia na Viena daqueles dias, a senti-lo, portanto. A ação nos conduz até o início da hecatombe que tanto abalou a Europa e o mundo na primeira metade do século XX, permitindo-nos acompanhar como aquilo evoluiu em Viena. O dia a dia de um homem em busca de realização pessoal em um meio crescentemente hostil, seus estratagemas para superar as privações familiares em que foi criado, obrigando-se para isso a abrir mão de sua identidade. O diário permite-nos acompanhar as contradições em que é obrigado a viver, as conquistas e perdas em sua vida profissional, social e amorosa até os dias do epílogo tão dramático quanto inesperado. Um interesse adicional da obra é o olhar penetrante que lança o leitor a um período pouco visitado pela literatura que existe a respeito. Refiro-me à determinada inflexão no desenrolar da história do Holocausto. Na verdade, a literatura de ficção inspirada no período da anexação austríaca (Anschluss) é extremamente rara. E esse é justamente o momento culminante do desenrolar de nossa narrativa, o drama do judeu austríaco ao eclodir o Anschluss, a súbita e brutal precipitação do ataque aos judeus, a extinção abrupta de sua identidade como cidadão austríaco, finalmente sua expulsão ou confinamento e morte.

SOBRE O AUTOR:

Sou brasileiro, médico, nefrologista, aposentado, idoso, casado, pai de dois filhos, Doutor em Medicina, realizei estágio no Hammersmith Hospital e no Royal Free Lawn Road, ambos de Londres, sou professor de Clínica Médica na Universidade Federal do RS, Brasil, e autor de outro livro, esse no estilo “memoirs”,  publicado (Vanity Printing) com o título "The Road to José Ignácio", em 2019.

RESENHA - POR RAFAEL BOTTER:

Diário de Otto Klein, traz uma memória e recordação jamais esquecida ou até mesmo apagada através do tempo. Estamos falando do horror que foi toda a Segunda Guerra Mundial.

Jaime Kopstein traz uma obra sensível e intimista que leva o leitor para dentro de toda a história, através da sensibilidade do protagonista, Otto Klein. Uma verdadeira viagem no tempo através dos capítulos.

Esse diário foi guardado a sete chaves, protegido dos olhares de curiosos, preservando uma verdadeira relíquia que narra toda a vida do nosso protagonista, deixando levar pelas lembranças através do tempo.

O autor possuí uma escrita intimista, óbvio! Estamos falando de um livro do qual é baseado em um diário. Fica evidente que o autor soube explorar os mínimos detalhes do personagem principal, contando tudo sobre a vida e a rotina do dia a dia. Ponto positivo! Detalhes e fluidez logo nas primeiras páginas.

Um ponto em destaque que merece atenção, é o fato do protagonista narrar de forma hábil toda situação vivida do início da Segunda Guerra Mundial e sofrimento dos judeus nas mãos dos nazistas.

O livro é sensível e tocante, levando o leitor para fazer parte da vida de Otto, protagonizando diversos momentos marcantes do personagem principal. Uma obra rica em fatos históricos e relevantes para entendermos como foi a Segunda Guerra Mundial pelos olhos dos judeus.

FICHA TÉCNICA:

Título: Diário de Otto Klein

Autor: Jaime Kopstein

Editora: Astrolábio Edições

Páginas: 474

Ano Lançamento: 2022

PARA SABER MAIS, CONFIRA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O AUTOR JAIME KOPSTEIN: CLIQUE AQUI.

Compartilhe:

terça-feira, 14 de junho de 2022

[Resenha] Diário de Otto Klein - Jaime Kopstein



Título: Diário de Otto Klein

Autor: Jaime Kopstein

Editora: Astrolábio Edições

Páginas: 474

Ano Lançamento: 2022

O “Diário de Otto Klein” foi mantido por um judeu austríaco entre 1922 e 1939. Melhor do que uma narrativa meramente factual, ele registra as vivências do autor (do referido diário) ao longo de seu dia a dia, num texto, portanto, não influenciado pelos ardis e lacunas da memória tão frequentes nos relatos elaborados décadas depois dos acontecimentos. Frequentemente emotivo leva-nos a nos embrenhar, a mergulhar no espírito que prevalecia na Viena daqueles dias, a senti-lo, portanto. A ação nos conduz até o início da hecatombe que tanto abalou a Europa e o mundo na primeira metade do século XX, permitindo-nos acompanhar como aquilo evoluiu em Viena. O dia a dia de um homem em busca de realização pessoal em um meio crescentemente hostil, seus estratagemas para superar as privações familiares em que foi criado, obrigando-se para isso a abrir mão de sua identidade. O diário permite-nos acompanhar as contradições em que é obrigado a viver, as conquistas e perdas em sua vida profissional, social e amorosa até os dias do epílogo tão dramático quanto inesperado. Um interesse adicional da obra é o olhar penetrante que lança o leitor a um período pouco visitado pela literatura que existe a respeito. Refiro-me à determinada inflexão no desenrolar da história do Holocausto. Na verdade, a literatura de ficção inspirada no período da anexação austríaca (Anschluss) é extremamente rara. E esse é justamente o momento culminante do desenrolar de nossa narrativa, o drama do judeu austríaco ao eclodir o Anschluss, a súbita e brutal precipitação do ataque aos judeus, a extinção abrupta de sua identidade como cidadão austríaco, finalmente sua expulsão ou confinamento e morte.

Impressões:

Diário de Otto Klein, traz uma memória e recordação jamais esquecida ou até mesmo apagada através do tempo. Estamos falando do horror que foi toda a Segunda Guerra Mundial.

Jaime Kopstein traz uma obra sensível e intimista que leva o leitor para dentro de toda a história, através da sensibilidade do protagonista, Otto Klein. Uma verdadeira viagem no tempo através dos capítulos.

Esse diário foi guardado a sete chaves, protegido dos olhares de curiosos, preservando uma verdadeira relíquia que narra toda a vida do nosso protagonista, deixando levar pelas lembranças através do tempo.

O autor possuí uma escrita intimista, óbvio! Estamos falando de um livro do qual é baseado em um diário. Fica evidente que o autor soube explorar os mínimos detalhes do personagem principal, contando tudo sobre a vida e a rotina do dia a dia. Ponto positivo! Detalhes e fluidez logo nas primeiras páginas.

Um ponto em destaque que merece atenção, é o fato do protagonista narrar de forma hábil toda situação vivida do início da Segunda Guerra Mundial e sofrimento dos judeus nas mãos dos nazistas.

O livro é sensível e tocante, levando o leitor para fazer parte da vida de Otto, protagonizando diversos momentos marcantes do personagem principal. Uma obra rica em fatos históricos e relevantes para entendermos como foi a Segunda Guerra Mundial pelos olhos dos judeus.





Compartilhe:

segunda-feira, 9 de maio de 2022

[Resenha] História da Imprensa no Brasil - Editora Contexto


Título: História da Imprensa no Brasil

Autores: Ana Luiza Martins

Editora: Contexto

Páginas: 305

Ano Lançamento: 2008

Sinopse:

Qual a relação do cidadão com a imprensa? Qual seu papel ao longo da história? Este livro mostra como a imprensa começou no Brasil em 1808 e como vem atuando duplamente - tanto como observadora quanto como protagonista da nossa história. Os primeiros impressos, a relação com os poderosos, a tecnologia alterando a forma de comunicação; as grandes empresas, a imprensa alternativa, o passado e o futuro da imprensa. Tudo isso é retratado de forma analítica em capítulos contextualizados e recheados de informações.

Impressões:

O jornalismo está presente em nossas vidas de forma direta e indireta, faz parte do nosso cotidiano e molda perfeitamente nosso modo de pensar e transmitir opiniões para diversos públicos e leitores.
No livro, "História da Imprensa No Brasil" a Editora Contexto traz uma obra completa sobre o assunto, trazendo os primórdios do jornalismo escrito no Brasil, sendo na época do império até os dias atuais. E sua relevância para moldar o nosso país.

As autoras propuseram expor seus pontos de vistas analisando de forma meticulosa e ao mesmo tempo crítica nas transformações do jornal através dos tempos, passando por inúmeras fases e caminhos tortuosos. Um exemplo: período da ditadura. Sendo fundamental o papel do jornalista levar em primeira mão os assuntos mais relevantes da época.

Editora Contexto mais uma vez trazendo para os leitores um excelente livro, dessa vez abrangendo tudo a respeito do jornalismo brasileiro; obra completa para os estudantes de jornalismo e leitores que tenham curiosidade de se aprofundar nesse assunto e tema.

Edição com um trabalho gráfico impecável, fontes com um tamanho adequado para leitura e bons espaçamentos. Ponto positivo.

Um dos pontos fortes da obra, é mostrar o futuro do jornalismo no Brasil, com o avanço cada vez mais intenso e presente da tecnologia em nossas vidas, fazendo as notícias chegarem em questão de segundos para os leitores.

Vale a pena? Com toda certeza! Uma leitura rica e histórica, levando o leitor para conhecer toda evolução e transformação do país através dos principais jornais e aqueles que fizeram toda diferença para levar notícia em inúmeras situações e riscos.



Compartilhe:

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Mais forte que a vingança

 


Mais forte que a vingança (Jeremiah Johnson no original) não é só uma boa obra cinematográfica, mas um filme que tem uma atração a mais para os fãs de quadrinhos: foi ele que serviu de inspiração para a série de faroeste Ken Parker. Inclusive a fase inicial na revista o personagem é exatamente igual a Robert Redford, como aparece no filme.

A produção reúne nomes de peso: Na direção, Sydney Pollack e no roteiro, Edward Anhalt e John Milius, este último responsável pelos sucessos Hair e Amadeus.

Na história, um veterano da guerra entre México e EUA resolve abandonar a sociedade e se internar nas montanhas, transformando-se em um caçador de peles (para quem leu desde os primeiros números, essa era a profissão de Ken Parker no início). No caminho, ele conhece um velho e divertido caçador, que o ensina os segredos da caçada. Depois encontra uma família que foi assassinada e só sobraram a mulher enlouquecida e o filho. Sem alternativa, leva o menino consigo. Ele acaba se casando com uma índia e a nova família fixa residência próximo a um rio. Mas esse idílio irá logo ter um fim: ao ser convocado pelo exército para ser guia de uma expedição que irá salvar colonos, ele acaba passando pelo meio de um cemitério indígena. Como vingança, os nativos exterminam sua família.

O filme passa longe de ser um faroeste clássico. Ao contrário: tem todo o clima de drama humano que ficaria tão famoso em Ken parker. Os índios também não são mostrados como simples vilões unidimensionais, como na maioria dos faroestes. Suas crenças, costumes e variedade de etnias são retratados no filme. E a relação de Jeremiah Johnson com sua esposa índia é mostrada de forma terna e poética.

Ajuda muito no clima do filme a ótima trilha. Há cenas inteiras que são narradas apenas com imagens e músicas visualmente e musicalmente e são boa parte do charme da produção.

Esse é, portanto, um faroeste da década de 1970, quando muitos dos cânones do gênero foram colocados em xeque e diretores trouxeram uma nova sensibilidade.

O filme pode ser assistido na íntegra no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=A70bi8ahLj8&feature=youtu.be&fbclid=IwAR0zFwf_gJ2gFd2x7fj--dUpP5cPzUiVI_rucZCTWUaD4QlAAX73-2tUB8k

Compartilhe:

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

[Resenha] Casa Gucci - uma história de glamour, ganância, loucura e morte

 



Título Original: Casa Gucci - 
Uma história de glamour, ganância, loucura e morte

Autora: Sara Gay Forden

Editora: Seoman

Páginas: 520

Lançamento: 2021


Casa Gucci conta a história do clã Gucci, a família italiana que construiu um império da moda e artigos de luxo. Começando pelo fundador, Guccio Gucci, que abriu a primeira loja em Florença, passando pelo apogeu nos anos 1950 e 1960, com seu filho Aldo, e terminando com o assassinato do último membro da família a dirigir a empresa, Maurizio Gucci. A biografia da família é marcada por luxo, glamour e sucesso, mas também por brigas, processos, cobiça e assassinato. A autora reuniu essas histórias para contar a saga da dinastia Gucci, o assassinato de Maurizio e a condenação de sua ex esposa, Patrizia, como mandante do crime. Ela traça, ainda, um paralelo com o mundo da moda, contando a trajetória de vários estilistas famosos, como Tom Ford, o responsável pelo renascimento da grife Gucci e a briga de dois gigantes do mercado de luxo, LVMH e PPR, pelo controle da empresa.

Impressões:

Uma das grifes mais famosas do mundo, envolta em mistérios, ganância, poder e até mesmo assassinato. Casa Gucci é uma biografia do qual mostra os bastidores de uma das famílias mais poderosas do universo do luxo e glamour.

Sara Gay Forden, traz uma obra biográfica da família Gucci, "família perfeita aos olhos da mídia", do qual constituiu um império da moda através das décadas, com luxo e requinte, conquistando um seleto grupo de alta sociedade.

A autora possuí uma escrita envolvente com características e estilo jornalístico, Sara Gay não poupa esforços em trazer à tona tudo da família Gucci, até mesmo o lado sombrio dos próprios familiares.

Ok! Nem tudo são flores, os leitores vão acompanhar os bastidores da moda e alta grife ao redor o mundo, através da família Gucci e sua marca já consolidada em vários lugares. Um dos pontos marcantes é mostrar de forma intensa toda ganância, rebeldia e traições, tudo por conta do dinheiro.

A marca Gucci representa um estilo de vida e status com suas roupas, acessórios e até mesmo perfume. Eles conseguiram moldar o estilo de vida da alta sociedade e de inúmeras estrelas de Hollywood.

Um dos pontos positivos do livro foi seguir uma linha cronológica, seguindo os primeiros passos do patriarca da família iniciando seus trabalhos através dos anos vendendo e produzindo tecidos na Itália, até os dias atuais mostrando toda transformação da Gucci.

Os leitores estão mais ávidos para acompanhar o fim trágico de Maurizio Gucci, assassinado friamente enquanto estava se dirigindo para o escritório. Sara Gay teve todo cuidado de apresentar os detalhes antes e depois do crime e suas consequências entre os próprios familiares.

É reviravolta atrás de reviravoltas na família Gucci. Em cada capítulo vamos acompanhar todo o processo de investigação para encontrar os verdadeiros culpados e os reais motivos para tal atrocidade. Leitura instigante do começo ao fim!

Vale a pena? Com toda certeza! Uma leitura impacto logo nos primeiros capítulos, levando o leitor para todo universo da moda e da ganância por mais poder e dinheiro. Leitura obrigatória para os amantes da moda e biografia.



Compartilhe:

terça-feira, 30 de março de 2021

Stephen King e Stanley Kubrick: livro e filme "O Iluminado" (The Shining), por Ademir Pascale

Jack Nicholson
O nome de um é Stanley Kubrick, do outro Stephen King, o título do longa é "O Iluminado". Com o nome destes dois dinossauros envolvidos só poderia resultar num excelente trabalho.

O INÍCIO
Procurando um novo projeto para rodar, Kubrick se depara com o livro "The Shining", de Stephen King e em 1980, lança o longa-metragem "O Iluminado" que, no meu ponto de vista, é o longa que possui os movimentos de câmeras mais incríveis do mundo cinematográfico e isso porque foi elaborado na década de 80, época em que o protagonista Jack Nicholson abusava de sua juventude, mas sempre se mostrando um ator maduro. O destaque nas atuações vai sem dúvida nenhuma para "Nicholson", já a péssima atuação da atriz Shelley Duvall (Wendy), não atrapalha tanto e não baixa a cotação do longa que é excelente. Jack Nicholson não deixa muito espaço para outras atuações, nem mesmo para o pequenino ator Danny Lloyd (Danny Torrance, O Iluminado) que hoje deve estar beirando os seus 50 anos.

Sendo aéreas ou terrestres, as imagens são espetaculares e o operador de câmera deve ter sido um dos mais habilidosos que já existiu no mundo da sétima arte. Geralmente em uma resenha crítica, só é citado o nome dos atores e diretores, mas não devemos nos esquecer que um filme é elaborado na maioria das vezes por dezenas de pessoas. E para que um filme seja ótimo, toda a equipe também deve ser ótima, desde os câmeras até os assistentes e acredito que o assistente de direção Brian Cook, deve ter tido uma grande participação, não deixando o mérito apenas ao excêntrico Stanley Kubrick. 
Cena do filme
O longa é um tremendo suspense/terror. Os longa-metragens do mesmo gênero que estão sendo lançados ultimamente, não chegam nem perto, pois se compararmos as datas, notaremos que na década de 80 não existia os mesmos recursos de hoje, efeitos especiais, etc. e mesmo assim "O Iluminado" bate de frente com qualquer filme do mesmo gênero e ultrapassa as expectativas de qualquer bom cinéfilo.

Sobre o livro "The Shining", de Stephen King, Kubrick não seguiu a trama da história ao pé da letra e a modificou consideravelmente, dando uma pitada ao final do filme que só ele, Stanley Kubrick sabe fazer, dando a oportunidade de darmos diversos finais para um único longa-metragem, dependendo da criatividade de cada um, o que faz do final algo completamente incerto.

O livro de Stephen King fez tanto sucesso, que foi traduzido para diversas línguas e teve as mais variadas artes de capa.

Caso ainda não tenha lido o livro ou assistido "O Iluminado", não perca tempo e procure por eles. 

Título Original: The Shining
Gênero: Terror
Duração: 144 min.
Ano: EUA - 1980
Distribuidora: Warner Bros.
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Diane Johnson e Stanley Kubrick, baseado em livro de Stephen King
Direção de Fotografia: John Alcott
Desenho de Produção: Roy Walker

CURTA A FANPAGE DA REVISTA CONEXÃO LITERATURA: CLIQUE AQUI
Compartilhe:

sexta-feira, 26 de março de 2021

[Resenha] História da Primeira Guerra Mundial – Vitória Na Frente Ocidental

Título Original: Victory On The Western Front

Autor: Martin Marix Evans

Editora: M.Books

Páginas: 216

Ano Lançamento: 2014

Este livro traz o relato das batalhas na França no último ano da Primeira Guerra Mundial, em uma narrativa envolvente com depoimentos vívidos das trincheiras e dos campos de batalha feitos pelos soldados e oficiais de todas as nações, que participaram da guerra. À medida que os exércitos opostos avançavam e recuavam em meio a batalhas em lugares inóspitos e em circunstâncias adversas, Martin Evans mostra a importância dos progressos técnicos e das novas estratégias para derrotar o inimigo.

Impressões:

Editora M.Books apresenta mais um extraordinário livro histórico do qual abrange uma parte do conflito na Primeira Guerra Mundial, mostrando seus principais aspectos que abalaram o Mundo.

O conflito foi marcado por colocar homens contra máquinas, o início dos aviões para fins militares e de alto poder de destruição contra os soldados no campo de batalha.

Martin Evans busca levar para os leitores mais leigos no assunto, os pontos principais da Primeira Guerra, com uma escrita fluída e acessível para qualquer tipo de leitor que tenha curiosidade em entender um pouco mais.

Um dos pontos que merece ser destacado é o uso das primeiras máquinas de guerra para enfrentar o inimigo em qualquer terreno e região. O autor da uma ênfase maior para os primeiros veículos blindados da época.

A obra conta com relato de soldados e oficiais que combateram nas trincheiras, relatos esses do qual parece ter saído de filmes de terror por conta de toda brutalidade.

Trabalho gráfico como um todo está impecável, Editora M.Books mais uma vez apresentando uma obra excepcional para os leitores, possuindo fontes adequadas e bons espaçamentos. Nota 10!

Uma leitura que abrange o último ano do conflito, trazendo capítulos que seguem uma linha histórica, abordando principais campanhas que moldaram todo o Mundo toda economiza mundial.

O leitor que busca conhecer à respeito do tema, essa obra cumpre o seu papel, sendo uma leitura rápida tendo apenas 216 páginas que coloca o leitor nos fatos e acontecimentos de cada batalha.



Compartilhe:

quarta-feira, 24 de março de 2021

[Resenha] Uma Breve História da Segunda Guerra Mundial


Título: Uma Breve História da Segunda Guerra Mundial

Subtítulo: O Maior Conflito Da História Da Humanidade

Autor: Nigel Cawthorne

Editora: M.Books

Páginas: 216

Ano Lançamento: 2015

A segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história ocidental: envolveu mais de cem milhões de pessoas que serviram nas potências do Eixo e nos Aliados e resultou em um número não exato entre 50 a 70 milhões de mortos. Este livro trata da guerra na Europa, no Pacífico e em várias outras frentes de 1939 a 1945.

Impressões:

Segunda Guerra Mundial moldou o mundo do qual vivemos, os acontecimentos políticos reverberaram em todos os continentes, afetando de forma direta e indireta milhões de pessoas no período do conflito, deixando marcas ainda no século XXI.

Nigel Cawthorne apresenta uma obra que mostra os principais pontos do conflito, apontando em tópicos e capítulos curtos algumas das mais importantes operações nos campos de batalha, mobilizando milhões de soldados.

O autor possui uma escrita técnica jornalística, apresentando mapas, gráficos e inúmeras imagens históricas, deixando uma leitura fluída e dinâmica logo no primeiro capítulo.

Editora M.Books mais uma vez mostra sua qualidade ímpar nas edições, trabalho gráfico impecável, fonte adequada para proporcionar uma boa leitura e contendo bons espaçamentos.

Essa obra é indicada para os leitores iniciantes que buscam e tenham curiosidade de compreender mais a respeito da Segunda Guerra Mundial, uma leitura rápida que foge dos padrões de alguns livros mais técnicos e complicados. “Uma Breve História da Segunda Guerra Mundial” é direto ao ponto, uma leitura simplificada não fugindo dos detalhes mais importantes, trazendo todo o contexto histórico de forma gradual e seguindo toda linha do tempo até o final do conflito.







Compartilhe:

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Os cantos e encantos de Anna, resenha de "Ella - Repertório do amor", por Luiza Cantanhêde


OS CANTOS E ENCANTOS DE ANNA

Feliz e honrada com o convite para dissertar sobre este “repertório amoroso”, começo com uma citação do dramaturgo francês Henri Lenormand: “Cada um tira prazer do instrumento que manejar melhor”. E, auscultando esta obra de Anna, sinto a veracidade desse excerto. A tessitura de Anna é o amor. Amor que se derrama pelo corpo, mente e alma de todas as mulheres que ella (re)visita e encarna em seus “corpus poéticos”. E qual amor e qual mulher e qual ser não traz em suas trilhas o “repertório da perda” do amor infinito e da existência? Sobre “perdas”, a poeta diz: (...) Até quando ganhamos/ perdemos, pois para ganhar/ há de se perder. Sim, a poesia nos permite abraçar nossas perdas e ganhos. Na segunda seção, intitulada Repertório do amor infinito, há uma entrega total da poeta para este amor que tanto buscamos: O amor que acolhe, o amor que abraça, o amor que beija… Em Repertório da existência nos deparamos com as angústias, o vazio, a solidão, tão inerentes aos nossos eus: “É noite, o quarto está escuro, como escura estou” (Do poema Realidade Bukowskiana). Mas, a exemplo de Adélia Prado, põe o amor no pilão, “com cinza e grão de roxo” macera, faz dele cataplasma e põe sobre as feridas. “Eu não sou fria, nem dura, sou uma fogueira implosiva, sou inflamável, sou sonho e amor” (Do poema Sou…) Saudando a grande poeta Anna e encantada com este repertório D'ella, me despeço com Herberto Helder: “Por vezes tudo se ilumina, por vezes canta e sangra”. Agora entrem e também se encantem!

Luiza Cantanhêde


BIOGRAFIA RESUMIDA DE ANNA LIZ

Anna Elizandra Ribeiro ou simplesmente Anna Liz é de Santa Luzia, Maranhão. Poetisa, cronista, escritora e professora. Tem participação em mais de 50 antologias lançadas no Brasil e em diversos outros países, além de já ter publicado sete livros solo, um dueto poético com o poeta Gil Betto Barros, “Quatro mãos: todas com poesia”. Ao longo de sua trajetória recebeu alguns prêmios de Literatura de entidades relevantes no campo literário no Brasil e em outros países. Faz parte de algumas Academias e Núcleos Acadêmicos de Letras e Artes no Brasil, Chile, Argentina e Portugal. Atualmente, é presidente/coordenadora da Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras, coordenadoria Maranhão/AJEB-MA.

Links: www.anaelizandra.prosaeverso.net
www.penalux.com.br
instagram: @anna_elizandra; @ella.cronicaepoesia

Compartilhe:

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Resenha - Quando o Amor Acontece



Título Original: Quando o Amor Acontece 
Autora: Paula Félix 
Editora: Koinonia/ Frutificando 
Páginas: 180 
Ano Lançamento: 2020 

Samira sempre soube que seria professora, tem orgulho de poder seguir a mesma profissão que a mãe. Ela leva uma vida rotineira, mas é feliz vivendo com o pai e a irmã mais nova. Há alguns anos, a vida de Miguel mudou, drasticamente. Após uma noite regada a álcool e diversão, ele sofreu um acidente que infelizmente o deixou cego. Quando Samira cruza seu caminho com a ajudinha de Bruce, seu cão-guia, Miguel tem apenas uma única certeza, será incapaz de ficar longe dela. 

Impressões: 

Existem livros que abalam nossas estruturas emocionais, revirando um misto de amor e ódio com personagens e situações, levando o leitor para dentro de toda história. É o caso da obra “Quando o Amor Acontece”, da autora Paula Félix. 

O romance possui dois protagonistas, Samira e Miguel. Jovens que possuem personalidades diferentes do qual o destino acabou unindo os dois jovens sonhadores. 

Paula Félix mostra uma habilidade ímpar em sua escrita. Em cada linha o leitor sente toda emoção dos personagens criados pela autora. Outro ponto forte que merece ser destacado é pelo dinamismo entre os personagens primários e secundários, deixando assim uma história e trama fluída logo no primeiro capítulo. 

“Quando o Amor Acontece” é recomendado para os leitores que apreciam uma boa história de amor, algo do tipo novela das 7. Possui seus momentos clichês? Sim, possui. Entretanto! Paula Félix soube dosar todos os momentos para que nada fique enjoativo ou cansativo. 

Essa paixão avassaladora de Miguel e Samira faz toda diferença. Ambos possuem vidas e situações completamente diferentes um do outro, porém o amor de ambos superam tudo e todos. Uma obra que merece ser lido e estar na sua estante.



Compartilhe:

terça-feira, 14 de julho de 2020

Netflix - Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado


Título Original: Mucho Mucho Amor: The Legendo of Walter Mercado 

Direção: Cristina Costantini e Kareem Tabsch 

Duração: 01h35 min 

Ano Lançamento: 08 de Julho de 2020 

Elenco: Walter Mercado, Willy Acosta e Lin-Manuel Miranda 

Gênero: Biografia, documentário 

Origem: Estados Unidos 

Sinopse: 

Todos os dias, ao longo de décadas, Walter Mercado — o astrólogo icônico que não seguia limitações de gênero — encantava 120 milhões de telespectadores latinos com sua extravagância e positividade. 

Impressões: 

Ligue Djá! Quem não se lembra do icônico bordão dos anos 90 através da televisão brasileira? Pois é! O tempo passa muito rápido, estamos ficando velho e ligando o modo saudosista para relembrar toda explosão de quem foi o Walter Mercado. 

Netflix apostou e acertou! Um documentário que segue uma linha através do tempo, para contar quem foi o astrólogo e vidente, Walter Mercado. Conquistando o Mundo com o seu carisma, jeito misterioso e suas roupas chamativas. 

Walter Mercado foi um enorme sucesso nas décadas de 90 e início de 2000. Mas, muito antes, de forma mais simples ele já era fenômeno na américa latina, arrastando verdadeiros fieis que o seguiam para aonde ele fosse. 

O documentário leva para o público de forma nua e crua os altos e baixos do astrólogo, mostrando inclusive o duro golpe que ele sofreu com seu antigo empresário, acabando até mesmo na justiça em busca dos seus direitos. 

Infelizmente, três meses após o lançamento desse documentário Walter Mercado veio falecer por complicações renais. 

Um dos pontos principais do documentário é o grande evento de celebração aos 50 anos de carreira de Walter Mercado. Mostrando uma legião de fãs que viajaram de todos os cantos para estarem na celebração única do vidente. 

Walter Mercado não nega o seu nível alto de narcisismo, mesmo estando “aposentado” dos holofotes e mídia em geral, ele continua se preocupando com sua aparência, modos de vestir e até mesmo com alguns luxos. Merecido! 

Inclusive! O documentário é imparcial, mostrando o depoimento de várias pessoas que conviveram com Walter, até mesmo aquele empresário que deu um duro golpe na vida do vidente. 

Vale a pena? Sim! Vamos voltar para os anos 90 e relembrar de forma carinhosa o jeito extravagante de Walter Mercado, com suas previsões para o futuro, mensagens de amor e o principal. Levar paz para todos com o seu jeito irreverente.


Compartilhe:

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Resenha: Corpo luto, Eduardo Cardoso, editora TODAS AS MUSAS, 104 p.


Em seu romance de estréia, Eduardo Cardoso, apresenta em Corpo Luto, um romance existencialista, cujo tema principal é o luto.  O protagonista é o senhor Domenico Saviani. Psicanalista e professor universitário aposentado, casado e com um filho deste relacionamento.  Domenico, na casa dos oitenta anos, tem a sua vida alterada com o surgimento do mal de Parkinson. A sua angústia aumenta, quando perde a sua mulher, e o sentido de viver lhe escapa - em um mundo onde cada vez mais os idosos são descartáveis. Após a morte da mãe, Lucca decide colocar o pai em um asilo. Parece que Édipo nunca os abandonou. 
Para o velho, nascido no século passado, agora sozinho e à espera da morte, depressivo, angustiado e descrente, lança-se contra o mundo. O viver lhe é uma incógnita. A pergunta que se repetirá em todo o texto é: O que é o morrer? A questão do "suicídio" está implícita a todo momento. A personagem tentar entender os processos existenciais do que seria o morrer - pois como escreveu Epicuro " A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais". Sendo assim, o que velho pretende entender é: por que estou morrendo aos poucos? Por que você, morte, não me leva agora?
É na convivência com funcionários do asilo, em especial, a cuidadora Carla, que a narrativa em tom de monólogo passa a ser em diálogos. Diálogos esses, que fazem com que Corpo Luto não seja apenas, mais um livro, como tantos outros, que contam a história de um idoso em uma casa de repouso. Pelo contrário. Quando a personagem Carla, em sua simplicidade começa a participar do enredo, é a partir deste momento que temos as grandes reflexões existenciais. De Nietzsche a Padre Fábio de Melo; de Dostoiévski à morte de Cristo; Do Holocausto às Benevolentes; Das Benevolentes ao processo de alteridade por meio das ideias de Emmanuel Lévinas. 
Corpo Luto é envelhecer, corpo luto é a perda da esperança, corpo luto é a perda da razão; corpo luto é a "luta" pela sobrevivência, mesmo que a personagem diga que não deseja mais o viver. Em especial, Corpo Luto trata-se de um "luto" social - cujas pessoas estão cada vez mais desistindo de 
viver. Corpo Luto não é um romance depressivo, mas intimista, que por trás de todas essas mazelas da vida, apresenta de forma implícita, uma bela história de amor, que resiste ao tempo, que resiste a solidão, que resiste à morte.

Release: Corpo Luto

O VIVER AINDA É NECESSÁRIO?
Sem receios de polêmica, Eduardo Cardoso narra de forma ficcional os meandros do que seria o morrer.

A cada quarenta segundos, uma pessoa no mundo tira a sua vida. Corpo Luto é um romance provocativo. Tem como pano de fundo, a questão do suicídio, que parte da sociedade, tentar esconder com medo de que ao falar do assunto, os casos de suicídio aumentem. Já no primeiro parágrafo o protagonista indaga: "O que é o morrer? Veja que eu não perguntei o que é a morte – e sim, o que é o morrer? É o verbo e não o substantivo que quero compreender." 
A todo o momento, vemos na sociedade as pessoas desistindo de viver. Por que isto está acontecendo? Em Corpo Luto, o autor narra por intermédio da personagem, o octogenário Domenico Saviani, filho de italianos, o processo de envelhecimento e suas nuances na sociedade de consumo. Seu corpo sofre de Parkinson. Assim como Zola, ele pronuncia aos ventos: ".J’accuse". Eu lhe acuso de tirar meus movimentos". O processo de deterioração se agrava após o falecimento de sua esposa Miriam, casados há mais de cinquenta anos. Sem seu grande amor, o fardo dos anos vividos se tornam mais pesados.  Associado ao luto e ao Parkinson, o processo psicótico se faz presente. A personagem passa a contar a sua trajetória de forma confusa. Delírios e alucinações são frequentes na narrativa. O que é real? Domenico não crê em Deus: "é o seu silêncio divino que dá a certeza de sua inexistência."
Sendo assim, ele está em dúvida se deve continuar a viver ou parafraseando Deleuze, se deve "enrabar a morte". "Então ele se pergunta: o que o mundo ainda quer de mim?"
Domenico tenta se apegar a existência de sua neta, que também está depressiva e propícia ao suicídio. Com o aparecimento da personagem Carla, sua cuidadora, a narrativa que em suma, era um monólogo, passar a ter o "Outro" como parte integrante de seu processo de alteridade - tornando-se um diálogo. São os momentos de maiores tensões. Debates filosóficos e religiosos entre os dois dão fôlego para a narrativa, tornando o que seria uma simples história de idoso em um asilo, em um processo reflexivo de quem somos nós.
Corpo Luto é audacioso, corpo luto é questionador, corpo luto é como luta de boxe, que pode ser lido aos poucos em forma de rounds ou em uma tacada só, ou por nocaute - Como diria Júlio Cortázar ao diferenciar o conto de um romance. Corpo Luto é social.

O romance Corpo-Luto pode ser adquirido no site da Editora Todas As Musas pelo link: https://www.todasasmusas.com.br/livro_corpo.html 
Rede social: Facebook/Eduardo Cardoso e a minha página é: Eduardo Cardoso Escritor 
e-mail para contato: cardoso.edu@gmail.com 

Compartilhe:

terça-feira, 26 de maio de 2020

Crítica: Cujo - Netflix


Título Original: Cujo 

Direção: Lewis Teague 

Duração: 02h44min 

Ano Lançamento: 13 de Janeiro de 1983 

Elenco: Dee Wallace, Danny Pintauro, Daniel Hugh Kelly,
 Christopher Stone 

Gênero: Terror, Suspense 

Origem: Estados Unidos 

Donna Trenton (Dee Wallace) é uma dona de casa entendiada que descobre que está sendo traída por seu marido. Brett Camber (Billy Jayne) é um menino que tem como único amigo um cão da raça São Bernardo chamado Cujo, que acaba de ser mordido por um morcego. O destino da mulher e do garoto se cruzam quando eles descobrem da pior maneira que o cão contraiu raiva e se transformou numa fera assassina. 

Impressões: 

Netflix abriu seu baú de raridade, mais especificamente alguns clássicos do terror anos 80/90. Para os fãs de Stephen King, mais uma adaptação cinematográfica já está no catálogo da plataforma de streaming. Cujo. 

O longa gira em torno de uma família que está passando por sérios problemas matrimoniais, Donna Trenton descobre inúmeras puladas de cerca do seu marido, deixando ainda mais abalado sua vida e de seu filho. 

Porém, o protagonista principal é o cachorro São Bernardo chamado Cujo, que acaba sendo mordido por um morcego e contrai raiva. No livro escritor por King, ocorre uma outra situação que deixa o cachorro com uma fúria assassina e descontrolada. Você sabe como são essas adaptações cinematográficas, sempre fazendo alterações sem pé nem cabeça. Voltamos para o filme. Certo? 

Cujo começa ter um comportamento estranho, os mais próximos da família começam estranhar essa atitude repentina do cachorro. Quem estiver no caminho de Cujo, o fim será trágico e repentino. 

Sendo um filme da década de 80, não espere por grandes efeitos especiais, muito menos boas tomadas entre cenas, mesmo assim o filme cumpre o seu papel em levar um terror leviano para os espectadores mais exigentes. 

Donna e seu filho Brett estão encurralados em uma situação de vida ou morte, ao perceberem que Cujo está fora de controle e totalmente sedento por sangue. É a partir daí que boa parte do filme gira, mostrando todo o terror psicológico de duas pessoas confinadas em um único lugar, buscando sobreviver e tentar buscar uma solução rápida para saírem dessa tremenda encrenca. 

Vale ressaltar, para os que leram o livro, vão perceber várias e várias modificações no decorrer do longa. Fazer o que, né? Ninguém é perfeito, muito menos os filmes. Até então, conseguem deixar um filme bem dramático e intenso. 

Para quem busca um terror leviano, esse pedido é certeiro. Já para quem quer conhecer o universo do Mestre King, sugiro que leiam o livro primeiro, para não passarem raiva. Só espero que não fiquem igual ao fofinho Cujo.


Compartilhe:

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

[Resenha] Histórias das Histórias Que Contei


Título: Histórias das Histórias Que Contei 

Autor: Vinícius Dônola 

Editora: Intrínseca 

Páginas: 328 

Ano Lançamento: 2019 

Vinícius Dônola é a cara e a voz que o grande público conhece por suas reportagens de televisão, transmitidas pelas principais emissoras do país. Histórias das Histórias que Contei narra os bastidores de uma breve seleção das mais de mil matérias que o jornalista apresentou ao longo de sua carreira. No livro, Dônola relembra casos marcantes, como a premiada denúncia sobre a execução de um fugitivo pela polícia, à luz do dia, em frente a um movimentado shopping do Rio de Janeiro na década de 1990. Ou quando, ao se debruçar sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, descobriu que a arma utilizada no crime era diferente da considerada inicialmente pela investigação. 

Ao relembrar alguns de seus trabalhos mais marcantes, Dônola presenteia seus telespectadores – agora leitores – com os bastidores de uma profissão que, em nome do compromisso com a informação, muitas vezes expõe seus profissionais a situações limite, ao mesmo tempo que possibilita salientar casos que passariam despercebidos sem o olhar jornalístico. No livro, Dônola também não se furta a expressar seu envolvimento pessoal com as matérias. Histórias das Histórias que Contei é para todos que algum dia tiveram curiosidade de saber como é estar na pele de um jornalista e para aqueles que sonham em um dia ocupar papel de destaque nas redações de notícias do país. 

Impressões: 

Vinícius Dônola é um consagrado jornalista, passando pelos mais importantes canais da televisão brasileira. Possuindo inclusive, reconhecimento internacional! Ganhando inúmeros prêmios jornalísticos. 

Uma trajetória de sucesso que redeu um espetacular livro, recheado de fascinantes relatos vividos pelo jornalista e toda sua equipe em busca da notícia ao redor do Mundo. 

São 30 histórias que marcaram por completa toda vida de Vinícius Dônola, são relatos que deixam ainda mais próximo o leitor do trabalho árduo do profissional da notícia. 

O autor possui uma escrita fluída e intimista para os leitores, mostrando toda sua paixão e dedicação pelo jornalismo, tornando-se um dos maiores profissionais da notícia do Brasil! 

Dônola mescla inúmeras histórias, um misto crescente de sentimentos em seus relatos, uma verdadeira montanha-russa para os leitores. 

Todo o trabalho do qual o jornalista se preocupou, foi em trazer para mais perto o profissional da notícia, mostrando de forma minuciosa e com um olhar clínico todo o bastidor em levar à notícia para o telespectador nos mais diversos cantos desse imenso Brasil. 

Destaque com essa edição, possuindo um trabalho gráfico impecável, com bons espaçamentos e fontes médias, proporcionando uma leitura agradável em qualquer horário. 

Vale destacar outro ponto da obra, são fotos do arquivo pessoal do jornalista, deixando ainda mais intuitivo e dinâmico. Fluidez do começo ao fim. 

Histórias das Histórias Que Contei é indicado para leitores que buscam conhecer o trabalho do jornalista, já para os leitores que buscam por boas histórias, esse livro é o mais indicado.


Compartilhe:

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Ontem é um futuro que ainda irá acontecer: o passado como divisão de afetos em A memória é um cavalo selvagem


Sete considerações sobre a obra poético-genealógica de Pedro Pérez

Por Daniel Zanella

1. Em Vida da razão, o filósofo espanhol George Santayana vaticina: “Os que são incapazes de recordar o passado são condenados a repeti-lo”. Em tempos onde é preciso provar que maçãs existem e que chamar Jesus de Genésio é apenas expressão popular, A memória é um cavalo selvagem, de Pedro Pérez, nos apresenta uma descida singular e poética a um passado que não apenas quer ser recordado, como também analisado, verificado, reconhecido e não idealizado: a literatura como única manifestação terapêutica possível, um divã de parágrafos onde o circum-navegador nos orienta a uma ilha de estranhas atrações. E o que é escrever, afinal, senão uma forma de nos despertar da ilha, de recuperar um passado continuamente vívido num mar caudaloso, o sono da razão de Goya produzindo monstros?

2. “Os biógrafos, esses seres absurdos, são violadores de intimidades, reveladores de pequenas frestas ocultas dos dias de alguém normalmente já morto. Os biógrafos são essencialmente perigosos quando trabalham, suam diante de fatos empoeirados, alegram-se ao descobrir segredos que o biografado não gostaria jamais que se tornassem coisas públicas, ficam insones diante de pegadas imaginárias e lidam com a lógica assustadora da construção de um indivíduo” (PÉREZ, 2020, p. 204). Não interessa a Pedro Pérez a suposta matemática dos fatos, as veias abertas das grandes notícias objetivadas. É o pequeno, é o mínimo. Diante de um mundo que acelera o indivíduo em prol de estabilidades que não se sustentam nem até a página 2, defender minuciosamente o passado em quase 300 páginas é uma forma de protesto, de oferecer um outro tipo de velocímetro. Bartleby da memória, Perez defende a subjetividade como quem luta dentro de um castelo prestes a ser tomado pelas tropas inimigas — e as memórias ali, prontas para entrar em combate e nos recordar que ter vivido é a única morte que podemos presenciar. 

3. A tessitura do passado nunca se encerra e, no território literário, exige um pacto entre autor e leitor. Ao buscar entender o campo do pacto autobiográfico, Phillipe Lejeune pretende evidenciar como a proposta pode ser uma via de mão dupla, com características internas próprias e recepções específicas. É justamente neste terreno do pacto autobiográfico e de elementos de semelhança e identificação que a memória se alimenta e a obra de Pedro Pérez mais se solidifica. Wolfgang Iser parte na direção do texto ficcional ser uma realidade que não somente deve ser identificável como realidade social, mas que também pode ser de ordem sentimental e emocional. “Estas realidades por certo diversas não são ficções, nem tampouco se transformam em tais pelo fato de entrarem na apresentação de textos ficcionais” (ISER, 2013, p. 32). E como isso se aproxima de A memória é um cavalo selvagem? Acompanhamos a jornada de Pérez pelas entranhas de seu passado como se aprendêssemos a vivê-lo juntamente, o Eu que é um Outro. Leitores convencidos a jogar o jogo, criamos uma ficção somente nossa e somos conduzidos a um tempo anterior que pode também ser o nosso, não o passado conveniente-clichê das memórias do que não foi vivido. Pérez quer ensinar o seu passado como um passado de todo mundo — característica comum entre as grandes obras literárias: “Amar é um tanto constrangedor” (PÉREZ, 2020, p. 130).

4. Convém observar aquilo que Paula Sibilia chama de acervo de significações: “A experiência de si como um eu se deve, portanto, à condição de narrador do sujeito: alguém que é capaz de organizar sua experiência na primeira pessoa do singular. Mas este não se expressa unívoca e linearmente através de suas palavras, traduzindo em texto alguma entidade que precederia o relato e seria mais real do que a mera narração. Em vez disso, a subjetividade se constitui na vertigem desse córrego discursivo, é nele que o eu de fato se realiza” (SIBILIA, 2008, p. 31). É bem isso: a vertigem de um córrego discursivo. Em cada página de A memória é um cavalo selvagem somos apresentados a um catálogo de belezas, de sustos, de ligações únicas e universais de palavras: “a infância já contém todas as maldades” (PÉREZ, 2020, p. 99), “Eu continuo sofrendo, nada mais do que isso” (PÉREZ, 2020, p. 65) e “sou um ser da chuva, um batráquio tranquilo em seu ambiente” (PÉREZ, 2020, p. 121). São pequenos retratos de um percurso interior repleto de mentiras plenas, de cores explodindo no olhar do leitor, o rio de Heráclito banhando-nos nessa vertigem também chamada mundo contemporâneo.

5. Em diversos momentos, Pedro Pérez reitera o caráter de verdade da mentira de sua narrativa. Se também jogarmos nesse tabuleiro de fingir, podemos encontrar uma estratégia de aproximação, um contrato de leitura mais afetivo do que reiterativo. Sem a fábula, sem o devaneio, sem editar o passado, como é possível conviver com nossas falhas? Como sobreviver a um passado de ausências, más escolhas, indigências emocionais? Neste passado de leão feito de cordeiros assimilados, Pérez nos propõe uma recoleção de amores, uma experencialidade por meio de uma palavra conectada na outra com precisão. Se do breu foi feito a luz, da linguagem se fará o fim.

6. Como em todo escritor, a vontade de escrever de Pérez denota a existência de uma pulsão pública de contar e de falhar. Lejeune assevera que um autor não exatamente uma pessoa: “É uma pessoa que escreve e publica. Inscrita, a um tempo, no texto e no extratexto, ele é a linha de contato entre eles (LEJEUNE, 2008. p. 17). Leitor de um livro em progressão, leitor de nós mesmos, somos impelidos a um interior de dores, de sofrimentos, de escuridões mediadas pela beleza de contar de um narrador localizado em um tempo somente dele. Possivelmente, não exista melhor forma de sofrer.

7. Ensaísta ou poeta ou filósofo ou geógrafo de apegos ou estrategista de corações. O narrador de A memória é um cavalo selvagem nos puxa pela mão e nos reconecta: “Todas as coisas flutuam sobre a Terra, e considero arrogante todo aquele que explica essa flutuação com argumentos científicos. Aprecio as informações dos artistas, que não explicam nada. Talvez sejam mais leves, hesitem, oscilem entre vontades igualmente potentes e que não levam a um mesmo lugar. Um cientista é pesado e tem pouco pudor, quer exterminar a ilusão como um policial que mata em nome da lei” (p. 16). E o que é um livro senão uma troca silenciosa de afetos entre autores e leitores?

BIBLIOGRAFIA
ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico. Belo Horizonte: Editora UFMP, 2008.
PÉREZ, Pedro. A memória é um cavalo selvagem. Guaratinguetá: Editora Penalux, 2020.
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

Daniel Zanella é jornalista, cronista e editor responsável pelo jornal literário RelevO.
Contato: contato@jornalrelevo.com

A memória é um cavalo selvagem, romance (Editora Penalux). R$45 (294 p., 16x23).
Autor: Pedro Pérez.
Disponível em:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-memoria-e-um-cavalo-selvagem
E-mail: vendas@editorapenalux.com.br
Compartilhe:

Baixe a Revista (Clique Sobre a Capa)

baixar

E-mail: contato@livrodestaque.com.br

>> Para Divulgação Literária: Clique aqui

Curta Nossa Fanpage

Siga Conexão Literatura Nas Redes Sociais:

Posts mais acessados da semana

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

CONHEÇA A REVISTA PROJETO AUTOESTIMA
clique sobre a capa

PATROCÍNIO:

CONHEÇA O LIVRO

REVISTA PROJETO AUTOESTIMA

AURASPACE - CRIAÇÃO DE BANNERS - LOGOMARCAS - EDIÇÃO DE VÍDEOS

E-BOOK "O ÚLTIMO HOMEM"

E-BOOK "PASSEIO SOBRENATURAL"

ANTOLOGIAS LITERÁRIAS

DIVULGUE O SEU LIVRO

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE

APOIO E INCENTIVO À LEITURA

APOIO E INCENTIVO À LEITURA
APOIO E INCENTIVO À LEITURA

INSCREVA-SE NO CANAL

INSCREVA-SE NO CANAL
INSCREVA-SE NO CANAL

Leitores que passaram por aqui

Labels