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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A escritora MIRNA PINSKY concede entrevista EXCLUSIVA à revista Conexão Literatura, por Cida Simka e Sérgio Simka

Fale-nos sobre você.

Nasci em S. Paulo em 1943. Moro em S. Paulo. Sou formada em Jornalismo pela Cásper Líbero e tenho mestrado em Teoria Literária pela USP. Comecei na escrita, escrevendo poemas no início da adolescência. Já na faculdade, aos 19 anos, lancei, com três colegas, um livro de poemas. 

Meu primeiro livro infantil foi publicado em 1978, numa coleção da Ática. Seguiram-se, entre infantis e juvenis, 48 títulos, dois premiados com o Jabuti (1981 e 1995) e um premiado pela ABL (2013).

Fiz dois projetos voluntários voltados para escolas públicas (municipais e estaduais). Pelo Projeto Escreva Comigo visitei semanalmente, durante anos, a 4ª. série de recuperação de ciclo, para escrever histórias, munida de meu laptop, com alunos que, apesar de quatro anos em bancos escolares, não tinham conseguido se apropriar do processo de alfabetização. Pelo Ler com prazer – um projeto de alfabetização, treinei, em parceria com uma professora alfabetizadora, professoras estagiárias e aposentadas para dar reforço de alfabetização a alunos com essa mesma dificuldade. Esse projeto depois foi abraçado por Ongs: Unibes, Parceiros da Educação, PROF.

ENTREVISTA:

Você tem quase 50 livros publicados, entre infantis e juvenis. É mais difícil escrever para criança ou para adolescente?

Treinada que fui na poesia (continuo escrevendo poemas), acho que tenho um domínio maior (e mais criatividade) em textos curtos para crianças até 10, 11 anos. O universo dessa “clientela” se presta a uma combinação de fantasia e realidade, facilmente tratada com humor e poesia. Assim, histórias curtas brotam em mim constantemente. E me divertem...Textos para adolescentes me exigem pesquisa, roteiro e outros procedimentos e um esforço maior na criação dos personagens. São investimentos diferentes, mas ambos desafiadores.

Muitos aspiram a ser escritores. Que orientação poderia fornecer a quem deseja abraçar esse ofício?

Cada pessoa tem seu caminho, mas ser um leitor devotado da boa Literatura é condição sine qua non. Lendo, aprende-se a escrever, a se comunicar melhor, a ampliar o repertório de palavras. E se o objetivo for escrever para o público infantil e juvenil, vale a pena entender o universo do leitor, colocando o próprio “arsenal perceptivo” pra trabalhar. A convivência com crianças e jovens, deixando o radar aceso, é sem dúvida de muita valia. 

Fale-nos sobre o projeto "escreva comigo". O que a motivou a desenvolvê-lo?

Criei esse projeto meio que num impulso. Eu trabalhava numa editora – desde 1980 estive ligada profissionalmente a editoras, inclusive fundei uma, a Contexto – e um de meus livros foi escolhido para o PNLD de 2002. A licitação previa uma compra enorme, cujos direitos autorais me deram a oportunidade de parar de trabalhar fixo e inventar alguma coisa para incentivar a Leitura. As pesquisas na Educação indicavam o baixo interesse das crianças pelos livros, em comparação com outros países. Fui por aí. Hoje adaptei o projeto para meu site com o nome de Projeto Escreva Comigo pela internet.

O que a motivou a escrever para crianças, já que na adolescência você se voltara para poesia e pelo que sabemos também para crônicas?

Quando minha filha mais velha estava com uns dois, três anos, comecei a rabiscar historinhas para ela. Não tinha a menor pretensão de que virasse alguma coisa outra, só queria entretê-la. Intuitivamente achei que por aí conseguiria lhe passar meu fascínio pelas histórias que os livros e minha avó austríaca descortinaram. Histórias cheias de princesas, castelos e dragões em que eu mergulhava de corpo e alma. 

Eu estava morando fora de S. Paulo e sem emprego fixo quando li num artigo que o teatro infantil estava frágil e precisando de textos novos. Escrevi algumas peças, entrei num concurso do Governo do Estado que tinha a Tatiana Belinky na direção e ganhei o Prêmio Estímulo do ano. Me animei. Pensei, por que não me empenhar em escrever para esse público? 

De volta a S. Paulo fiz, como ouvinte, dois cursos de pós-graduação com uma professora da Fundação Carlos Chagas, Fúlvia Rosemberg. Fúlvia tinha passado anos em Paris aonde se embrenhara na análise do discurso. No Brasil, desenvolveu uma preciosa pesquisa sobre a literatura infantil brasileira dos anos 1955 a 1975 (que virou livro: Literatura e Ideologia, ed. Global, 1985). Entre outras coisas, o trabalho mostrou o sexismo e o racismo fortemente presentes nessa amostragem. Me dei conta, então, de que histórias para crianças traziam mais do que diminutivos... E me pus a ler Piaget, Bettleheim, Jacqueline Held, etc. 

Reformulei minha maneira de enxergar o compromisso de quem escreve para o público jovem. O que antes eu via como apenas uma forma de promover lazer e diversão, agora me aplicava em entender os valores que estaria passando. Isso, claro, sem abrir mão da intenção inicial de divertir e alcançar uma certa poesia na linguagem. 

Mantive essa perspectiva por décadas e a iniciativa, em 2002, de escrever histórias com alunos de escolas públicas ampliou minha visão. Com aquela experiência, percebi que não bastaria aproximar os alunos de escolas públicas (85% das crianças brasileiras do Fundamental) dos livros estimulando-os a escrever histórias. Era preciso entender por que razão parte expressiva não conseguia aprender a ler e entender o que estava eventualmente logrando decodificar.

Como se processaria a Leitura? Passei a transitar pela visão da pedagogia (Emília Ferreiro, Ana Teberosky, Telma Weisz) da psicolinguística (Frank Smith), depois me embrenhei pelos neurocientistas voltados para a mente (Steven Pinker, Antonio Damásio), e em seguida mergulhei em autores que estudaram a questão da Leitura a partir das imagens do cérebro – Stanislas Dehaene e Maryanne Wolf. 

Criei dois novos textos, e fiz uma autopublicação de um deles. Prossigo nessa direção, ainda em plena batalha. Algum dia chego lá.  

Site da escritora:

www.mirnapinsky.com.br

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019) e O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020). Organizadora dos livros: Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020) e Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020). Colunista da Revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela Editora Uirapuru. Membro do Conselho Editorial da Editora Pumpkin e colunista da Revista Conexão Literatura. Seu mais novo livro se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020).

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