João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Maxwell dos Santos, o Mercado Editorial e o livro “Melanie”

Maxwell dos Santos - Foto divulgação
Nasceu em Vitória/ES em 1986 e mora na referida cidade. É jornalista, designer gráfico e servidor público da Prefeitura de Cariacica desde 2017. É técnico em Multimídia pelo CEET Vasco Coutinho, licenciando em Letras/Português pelo IFES e em História pela Uninter. É autor dos livros 24 horas de Anna Beatriz, Ilha Noiada, Melanie, Amyltão Escancarado, Comensais do Caos, #cybervendetta e Empoderando-se.

ENTREVISTA:

Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?


Maxwell dos Santos:Nos idos de 1999, frequentava os laboratórios da UFES(Universidade Federal do Espírito Santo) para produzir meus textos e até mesmo, produzir páginas. Essa história foi contada através da matéria Um pequeno príncipe em busca de um sonho, assinada por Mariana Perini e publicada no jornal A Gazeta, de Vitória do dia 29/08/1999. Naquele tempo, tinha o sonho de ter um computador e ganhei um 386 para que pudesse me auxiliar no processo criativo.

Conexão Literatura: Você é autor da obra “Melanie”. Poderia comentar?

Maxwell dos Santos:Melanie surgiu a partir das experiências que tive nos anos que estudei como bolsista num conhecido cursinho do interior paulista, nos anos de 2005 e 2007, na turma do semiextensivo, que vai de agosto a dezembro. A primeira vez, de manhã e a segunda, à noite. Queria tentar Jornalismo na UFES em 2005 e História na UFES e Jornalismo na UERJ em 2007.Em ambas as oportunidades, eu pude ter contato com aspirantes ao curso de Medicina. Alguns já estavam tentando o curso pela segunda, terceira, quarta ou quinta vez.

O ano é 2007. Melanie, 18 anos, jovem moradora do Bairro da Penha, tem o sonho de ser médica. Ela faz a prova de seleção para o Projeto Universidade para Todos(PUPT), à época, gerido pela Fundação Ceciliano Abel de Almeida.
Sua vida é radicalmente transformada quando é atropelada com seu irmão Juninho, sua prima Bárbara e o frentista Carlinhos num posto de gasolina por dois rapazes que estavam participando de um racha. A prima e o irmão morrem, assim como o frentista. Mesmo com esses problemas, ela dá a volta por cima e ainda ganha uma bolsa de estudos no cursinho mais caro da cidade: o Lamarck.
Naquele ano, a UFES aprova a reserva de 40% para alunos de escolas públicas. No texto, o autor mostra a repercussão da medida entre os alunos de escolas públicas, os alunos da rede privada. Há confronto ideológico entre os alunos das duas redes na UFES e Melanie é vítima de discriminação pelas colegas de cursinho.

Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo levou para concluir seu livro?


Maxwell dos Santos: A obra começou em 2009, mas ganhou o formato que se conhece hoje em 2013. Em dezembro de 2018, fiz o relançamento da mesma.

Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do qual você acha especial em seu livro?

Maxwell dos Santos: Vou destacar o trecho, onde ocorre o diálogo entre Melina, aspirante ao curso de Direito, oriunda da periferia e Neide, mãe de Dandara, cabeleireira, de classe média, com uma filha adolescente que vai tentar a mesma carreira que Melina:

– E aí, Melina, que tonalidade você vai pintar?
– É essa aqui. Quero ficar poderosa pro casamento da minha prima – respondeu Melina, apontando a cor acaju.
– A classe média só se ferra. Agora com essa palhaçada de 40% de cotas pra alunos de escola pública, a três meses do vestibular e com renda familiar de R$ 2.660,00. 40% a três meses do exame? É uma sacanagem com os pais de alunos das escolas particulares, que como eu, que se matam pra pagar as mensalidades pra garantir um bom ensino, já que a escola pública tá sucateada. Eu tenho uma filha, a Dandara, que vai tentar Direito e ela tá desesperada por causa dessa presepada da UFES – disse Neide, indignada.
– Com todo o respeito, Neide, acho que a UFES tá certíssima em implantar as cotas, porque lá só entra filhinho de papai, principalmente nos cursos de Medicina, Direito e Engenharia. O ensino público tá sucateado e os alunos que lá estudam ficam em desvantagem com os alunos de escola pública. Digo com autoridade, porque fui aluna do Aflordízio Carvalho da Silva, colégio com uma infraestrutura precária, alta rotatividade de professores e cinco greves no ano de 2002. Me formei em 2005.Esse ano, tô fazendo vestibular pra Direito na UFES e até entrei no cursinho TU, na turma do semi-extensivo à noite – respondeu Melina.
– Quem faz a escola é o aluno. Ele que se esforce, estude de dia, de noite e até de madrugada pra passar na UFES. O governo quer, através das cotas, estimular o comodismo e a vagabundagem dos alunos de escola pública, que não querem nada com o estudo e ficam matando aula pra namorar ou fumar maconha. Agora sabendo que tem cotas, não vão mover uma palha pra se esforçar. E o mérito, onde fica? – disse Neide.
– Alto lá, Neide. Você acha que nas escolas particulares só tenham alunos esforçados? Sei de casos de alunos do Lamarck, do TU, do Gabaritando, do Michelangelo e do CVB que usam drogas e não querem nada com os estudos, assim como conheço alunos de escolas públicas que são dedicados aos estudos. É muito relativo. Pensa naqueles alunos de escolas públicas que têm que trabalhar pra sustentar a casa, naqueles alunos que têm encargos de família. Que tempo eles vão ter pra estudar? Hã? Você tá redondamente enganada. As cotas vão incentivar a galera da escola pública a estudar mais, vai elevar a autoestima deles. Sabe de uma coisa, vamos deixar esse assunto de cotas pra outro dia e se concentre no meu cabelo. Hoje quero ficar poderosa e quem sabe, pegar algum gatinho – respondeu Melina?
Neide pôs o rabo entre as pernas e continuou pintando o cabelo de Melina. Naquele momento, chegou Dandara, a filha da dona do salão, 17 anos, branca, estatura mediana, cabelos pretos e cheia de curvas.
– Mãe, eu vou pro shopping passear com umas amigas – disse Dandara.
– Tá bom, filha. Mas vê se não chega muito tarde – respondeu Neide.
– Sim, mãe – disse Dandara.

Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para saber mais sobre o seu livro e mais sobre você e o seu trabalho literário?

Maxwell dos Santos: Melanie está disponível para download gratuito, em http://bit.ly/melanieedicao2018 (PDF), http://bit.ly/melanieedicao2018mobi (MOBI – para Kindle) e http://bit.ly/melanieedicao2018epub (EPUB  - Lev, Kobo, iPhone, iPad e Android).
Em breve, Melanie ganhará uma versão em áudio, focada nos deficientes visuais e para aqueles que não têm tempo ou paciência de ler um livro. Estou,no moment,o, em prospecção de recursos para viabilizar a publicação de Melanie em meio impresso e quem tiver interesse em ajudar, basta ligar para (27) 99943-3585.

Conexão Literatura: No seu ponto de vista, como está o mercado editorial para os novos autores brasileiros?

Maxwell dos Santos:Cada vez mais fechado.Desde o final de fevereiro, tenho entrado em contato com editoras para viabilizar a publicação em meio impresso da obra que será lançada por mim, em edição digital e independente. Contudo, os originais têm sido recusados. As respostas são variadas:
1) No momento, não estamos recebendo originais para análise;
2) A editora está com a programação editorial fechada;
3) O livro não se enquadra com a linha editorial;
4) Não publicamos mais livros infanto-juvenis
4) Não temos interesse na obra.
Não tenho condições de arcar com os custos de produção de um livro independente. Ademais, não posso contar com auxílio das leis de incentivo e editais públicos, porque são burocráticos, demorados – de um ano para outro e tem que esperar a liberação dos bônus, que só beneficiam aos mesmos agentes culturais por causa de “amizades” ou “influências” dentro das Secretarias de Cultura, como num pistão de gafieira, onde quem está dentro não quer sair e quem está fora, não pode entrar e ainda por cima podem dar menos dinheiro do que o requerido. Há a possibilidade do financiamento coletivo, mas que fica sujeito à subjetividade dos curadores e nem sempre é sinônimo de sucesso na captação.
Se aprovado, ainda fica sob a avaliação subjetiva dos analistas de marketing das empresas onde se vai trocar os bônus. Eles quem ditam o que é e o que não é cultura nestas terras. O analista de marketing solicita que envie o projeto de publicação do livro para a avaliação. Envio. Dias depois, retorna dizendo que o orçamento da empresa para patrocínio está fechado. Se estava fechado, por que me fez enviar o projeto?
Não tenho dinheiro para pagar leitores críticos, que têm experiência no mercado editorial e podem dar sugestões para deixar o texto agradável aos editores, tampouco pagar os serviços de um agente literário, que serve como ponte entre o autor e o editor.
Há a possibilidade do financiamento coletivo, mas que fica sujeito à subjetividade dos curadores e nem sempre é sinônimo de sucesso na captação.
Não basta rodar o livro. Para torná-lo vendável, precisaria fazer maciça divulgação da obra na imprensa (principalmente nas revistas como a Veja, Istoé, Época e Carta Capital, jornais de maior circulação, a saber, Folha, Globo e Estadão e na televisão, em programas de talk show como o Conversa com Bial, The Noite e Programa do Porchat), blogs literários, canais de literatura no YouTube, da distribuição da obra em território nacional, nas livrarias, supermercados e magazines.
Ter um livro publicado numa editora conceituada, não importa seu porte, gera credibilidade ao trabalho junto à mídia, para fazer divulgação nas escolas, para dar palestras aos alunos, indicar a obra como leitura aos mesmos, participar de compras governamentais de livros e participar de concursos literários nacionais e internacionais.
O mercado editorial tem preconceito com autores nacionais contemporâneos, principalmente se forem fora do eixo Rio-São Paulo, com extensões em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, algumas com explícita predileção por autores estrangeiros (geralmente, de língua inglesa) ou autores nacionais consagrados.
Segundo dados do Publish News, dos 20 livros mais vendidos em 2018, 11 são estrangeiros. Dos autores nacionais, 3 são youtubers (Felipe Neto, Luccas Neto e Melissa e Nicole, que venderam 377.036 (1º) e 60.220 (5º), 125.408 (2º) e 37.937 (8º) livros, respectivamente (livro de youtuber é escrito por ghostwriter) e 1 é de auto-ajuda, O poder da ação para crianças do master coach Paulo Vieira, adaptado para crianças, com a participação da Turma da Mônica.
Mesmo assim, não esmoreço em continuar lutando para ver minhas obras chegando ao maior número de pessoas possível. A internet é a via de propagação dos meus trabalhos, que são disponibilizados gratuitamente, com vistas a construção de portfólio para tentar a sorte com uma editora que se interesse por um de meus trabalhos.

Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?

Maxwell dos Santos: Estou desenvolvendo dois livros que tratam da violência contra a mulher, sendo que um deles vai concorrer a concursos literários internacionais

Perguntas rápidas:

Um livro: Sangue Fresco, de João Carlos Marinho
Um (a) autor (a): Júlio Emílio Braz
Um ator ou atriz:
Um filme:
Um dia especial: Minha formatura no curso de Multimídia, no CEET Vasco Coutinho

Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Maxwell dos Santos:Quero agradecer a oportunidade que o Conexão Literatura deu para que possa divulgar meu trabalho.
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