O rei Kull, criação de Robert E. Howard, o mesmo de Conan é um daqueles exemplos de um nome que parece bom no país de origem, mas tem um péssimo significado em outros locais. As piadas com ele, na década de 1980, eram inúmeras, a mais óbvia delas: “Esse rei é um kull!”.
O personagem, no entanto, tinha ótimas história e uma equipe de estrelas. Os roteiro eram de Gerry Conway (o roteirista que Roy Thomas queria originalmente para Conan) e os desenhos dos irmãos John e Mary Severin. John tinha sido um dos melhores desenhistas da EC Comics e seu traço é muito conhecido aqui pelas histórias publicadas na revista Kripta. O trabalho dos irmãos não era tão detalhado nas histórias de Kull (até porque as HQs iam receber cor), mas mesmo assim impressionavam pela qualidade. Já Conway conseguia definir bem o personagem, diferenciando-o de Conan em histórias repletas de intrigas palacianas, monstros e magia (incrível como havia monstros naquela época!).
Um bom exemplo do entrosamento desse trio é a história “Um reino em alto-mar”, publicada no quinto número da revista Kull The Conqueror e no número 23 de Superaventuras Marvel.
Na história, um embaixador de uma ilha distante procura Kull para pedir ajuda numa guerra com os vizinhos de outra ilha. Ao chegar ao local, os valusianos descobrem que ali havia apenas uma ilha que, dividida, deu origem a dois povos inimigos. Por tras disso, claro, há tramas e subtramas e muita traição.
Conway consegue desenvolver bem a HQ, contando uma história longa, repleta de informações, em poucas páginas.
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