Providence é um dos
trabalhos mais recentes de Alan Moore e a terceira investida do autor inglês na
obra de H.P. Lovecraft (a primeira foi no Monstro do Pântano, a segunda em
Neonomicon).
O plano de Moore é ousado:
não só costurar todo o universo lovecraftiando em uma única história, mas
interliga-lo com quase toda a literatura do século XX, tendo como pano de fundo
de que a arte é um tipo de magia: quando, por exemplo, escrevemos sobre algo,
estamos tornando aquilo real. Moore tem dissertado bastante sobre sua ideia de
que ficção e realidade são instâncias que se tocam e influenciam, de modo que a
linha entre elas é tênue e nebulosa. Esse é o mote de Providence.
A história, lançada aqui em
três volumes encadernados pela Panini, acompanha um jornalista gay
nova-iorquino e sua saga pela nova Inglaterra em busca de tradições locais. Com
isso ele se depara com um estranho culto. A narrativa é lenta e se torna
necessário conhecer a obra de Lovecraft para entende-la em plenitude: os
personagens de diversas histórias de Lovecraft vão surgindo
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