No início da década de 1980 o roteirista Bruce Jones, uma das
grandes figuras da Marvel nos anos 1970 com uma passagem memorável pelo
personagem Kazar, estava cansado dos quadrinhos. Seu sonho era escrever
roteiros para Hollywood.
Nesse meio tempo, enquanto fazia uma fotonovela ele conheceu a
modelo e atriz April Campbell, que também queria ser roteirista de Hollywood.
Os dois se apaixonaram e casaram, mas o sonho de escrever para o cinema parecia
distante.
Foi quando um editor propôs a Jones criar uma linha de quadrinhos
totalmente do roteirista, dando-lhe liberdade total.
O casal teve a ideia de fazer um roteiro de cinema e transformá-lo
em um gibi, rezando para que algum executivo de Hollywood visse e comprasse os
direitos para o cinema.
A minissérie Somerset Holmes conta uma história que, após ser
atropelada, perde a memória. Ela é ajudada por um médico, que é assassinado. É
apenas o primeiro de uma série de assassinatos misteriosos que ocorrem enquanto
a garota (que adota o nome baseada em um anúncio de beira de estrada) foge. Ela
precisa descobrir quem é para entender por que todos à sua volta morrem.
É uma trama complexa e inteligente com um final bem amarrado.
Para desenhar, chamaram o velho parceiro de Bruce Jones, Brent
Anderson.
O maior problema do álbum (lançado no Brasil dentro da coleção
graphic álbum) é o fato dele ter sido feito como um story board para cinema, o
que faz com que aproveite pouco a linguagem dos quadrinhos.
O leitor deve estar curioso para saber se a história virou filme.
Um produtor de cinema comprou os direitos, mas não produziu o filme.
Entretanto, Bruce e April conseguiram, graças a isso, entrar para a União dos
roteiristas para cinema e TV e começaram a colaborar com filmes e seriados de
TV, em paralelo com a produção quadrinística.
Até hoje Jones e April argumentam que o filme O longo beijo de boa
noite, de 1996, estrelado por Geena Davis e Samuel L. Jackson é um plágio de
Somerset Holmes.
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