João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

  Querido(a) leitor(a)! Nossa nova edição está novamente megaespecial e destaca João Barone, baterista da banda Os Paralamas do Sucesso. Bar...

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Sobre o romance “Exílio dos Escravos (Giom)”, de Ricardo Vr


"Não haveria dor, não haveria medo, não haveria compaixão. A substância se certificava disso".
— Extraído da apresentação do escritor RicardoVr em sua página no Wattpad, onde a história foi publicada).

Passou-se um século e meio após a Primeira Guerra Mundial, e houve o advento do Novo Regime. E Giom Durivage se tornou um dos muitos dependentes de Metassintéticos (no seu caso, uma droga de nome científico Triunzoatodioxioctamecina), sendo o destino reservado para estes pior que a morte. 

Giom deixara seu pai morrer, devorado em sua frente por um leão, quando ambos participavam de um safári na savana africana. Seus sentidos estavam obliterados por doses aspiradas de Feixe, nome dado pelos usuários a este tipo de Metassintético. A mãe de Giom não o perdoou, nem à droga — ela tinha pleno conhecimento que o filho era viciado. E que ele não fizera nada para salvar o pai do leão, apesar de estar armado no safári, assim como o pai. Era imensa a vergonha que a mãe de Giom sentia pelo que o filho se tornara.

Giom partira de casa, então. Junto com todo tipo de marginais, fora para a Ucrânia. Embarcara para uma jornada sem volta para casa. No caminho, associara-se a um grupo de dependentes químicos. Halyna e Mikhail, seus amigos, conseguiam a droga facilmente — Mikhail possuía um laboratório para a produção da substância química, onde morava, em um conjunto habitacional semidestruído por uma bomba.  

Um dia, Mikhail decidira que eles iriam trocar a maioria da droga que tinham por comida, para a comunidade de usuários aguentar o Inverno da Ucrânia. E, quando Giom soubera por Mikhail o que ele planejava fazer, encostara seu rifle 308 na barriga do velho russo e estivera preparado para mandar o amigo para o Inferno. Somente a intervenção calma de Halyna, que se afeiçoara a Giom, o fizera mudar de ideia. 
Na hora da partida da família Vashenko, quando estes agricultores deixaram a comida e estavam levando as caixas de Feixe, Giom disparou contra todos eles. Era para ser um negócio limpo e honesto, mas... não seria tão honesto assim. Os Vashenko estavam trocando a maioria das caixas que supostamente continham comida, mas havia, ao invés, esterco nelas. Somente esterco, e havia uma ou duas caixas de alimentos, apenas. Tudo por baixo do nariz de Mikhail e Halyna. Mas Giom não era tolo... Depois da matança, Giom e seus amigos decidiram se alimentar dos cadáveres congelados dos Vashenko. Afinal, a comida que restara acabaria muito cedo.

Depois, chegaram tropas de fuzileiros do Regime do Novo Poder e mataram todos, menos Giom. Halyna recebera, assim como Mikhail, Pylyp e os outros dependentes, tiros de armas RAM de aceleração magnética, que abriam um buraco do diâmetro de um limão nos corpos e, ao mesmo tempo, cauterizavam a ferida aberta. Giom era um membro de uma família abastada e sua mãe o estava procurando. As tropas de fuzileiros tinham uma missão: levar Giom para a Ilha do Exílio, onde os dependentes químicos de “Metas” eram tratados. E assim aconteceu. Após uma viagem de dias a bordo de um encouraçado do Novo Poder, chegaram à Antártida, onde a Ilha fora construída. Uma superestrutura titânica, um muro de contenção de duzentos metros de altura, cercava a Ilha por completo. Havia prédios nela, onde Alas de recuperação de viciados abrigavam centenas deles. Giom fizera amizade com Elizabete, sua “madrinha”, que se dispusera a ajudá-lo. E sabia como se defender: em uma das sessões, onde Giom se reunira com os outros “Metas” para ouvi-los discursar, Elizabete dobrara uma outra viciada, Perera, que a desafiara, citando as cinco regras de convivência dos doentes na Ilha dos Exilados. E vencera.

Giom chorava o tempo todo, por sua vez, e sua intenção era de que ninguém, jamais, ouvisse a história de sua vida.

RicardoVr, “nickname” que Ricardo tem no Facebook, é o escritor desse drama muito humano e sensível que publicou em duas partes na plataforma Wattpad de contos, poesias e romances oferecidos pelos mais variados escritores de todo o mundo. No Wattpad, este escritor em início de carreira pode ser encontrado sob o pseudônimo de RicardoVr5. Ele também publicou este romance na gigante Amazon. Ricardo aborda o problema da dependência química com capacidade e inteligência. Sabe criar uma história com personagens e situações verossímeis.

Em uma grande maioria dos casos, um dependente de substâncias lícitas — como os “remédios de farmácia” — e o álcool não apresenta diferença dos viciados em drogas ilícitas e proibidas pela lei, como a cocaína, a heroína e a metanfetamina. Não há diferença visível no efeito deletério final que tais drogas provocam no usuário, a dependência. Mas em casos de drogas como o “crack”, a dependência é completa desde a primeira tragada, e, somente com a ajuda de profissionais muito competentes, o paciente tem condições de largar o vício. Além de tudo, o “crack” é certamente a segunda mais destruidora droga que o homem já criou: destrói a mente e o físico das pessoas dependentes em pouquíssimo tempo. 

Há somente uma droga mais destruidora do que o “crack”, a heroína, a cocaína, o ópio ou qualquer outra substância, incluindo o álcool: o “krokodill”. Heroína sintética surgida no início do Século XXI, segundo autoridades brasileiras já está sendo disseminada em nosso país. Essa droga, uma mistura de formol, fósforo (o tipo de produto químico encontrado nas pontas dos fósforos de acender cigarros) e outros produtos químicos reunidos e preparados quimicamente em laboratórios caseiros, é injetada diretamente na veia. Seu efeito é muito semelhante ao da heroína, com a “vantagem”, para o dependente de heroína, de ser muitíssimo mais barata, em relação à heroína comum. E é devido justamente ao preço baratíssimo do “krokodill” que os já viciados em heroína comum o procuram. Para terem como sustentar o vício, estando eles em condições financeiras já muito precárias.

Mas os efeitos do “krokodill” são infinitamente mais nocivos e dolorosos que qualquer outra droga. Mortal, a princípio transforma a aparência da pele do usuário em couro de crocodilo, escamosa. Causando extrema dependência, com o uso contínuo provoca a necrose da pele e dos músculos na região em que é aplicada, seja nos braços, seja nas pernas, ou em qualquer outro lugar. Em três anos ou menos, sobrevém a morte, terrível e torturante, uma vez que os músculos e a pele nesses locais se desprendem dos ossos. No final, só restam ossos.

A realidade é pior do que a ficção? No romance “Naked Lunch” (“Almoço Nu”), de William S. Burroughs, toma-se contato com uma comunidade de usuários de morfina. É um romance baseado na vida de Burroughs, sendo, portanto, um retrato da verdadeira face da dependência de morfina. Em “Almoço Nu”, são descritos dois modos pelos quais a morte advém do uso desse produto como droga. Quando se injeta morfina na veia, o dependente químico pode desmaiar — devido ao efeito anestésico da droga — e deixar a seringa presa ao braço. Isso causa perda de sangue, que escoa para dentro da seringa e para fora do braço. O usuário é levado a uma situação que pode levá-lo à morte, caso haja uma septicemia, ou infecção generalizada do organismo. Que também pode ser adquirida pelo compartilhamento da mesma seringa pelos usuários. E, por esse meio, o dependente pode contrair uma série de doenças transmissíveis pelo contato com o sangue de outros, mesmo a AIDS, que levará o dependente a precisar consumir remédios para evitar doenças trazidas a partir dessa Síndrome, pelo resto da vida.

O fato é que vivemos em um mundo no qual, devido a problemas sociais, como a criminalidade, ou problemas de saúde, como a depressão, pode-se facilmente se tornar um dependente químico. Duas formas de se combater de forma eficaz e duradoura o vício de drogas são a aplicação simultânea de remédios que combatam os efeitos da dependência e o acompanhamento médico de um profissional competente da área da Psiquiatria, por vezes por anos sem interrupção.

Quando pensamos nos males que as drogas e o álcool trazem à nossa sociedade, é que pensamos que os dezoito bilhões de dólares que os Estados Unidos pretendem gastar em 2019 para desenvolver armas dotadas de Inteligência Artificial poderiam ser muito mais bem utilizados se voltados para o problema da saúde, em particular, no problema da dependência das substâncias químicas legais — as disponíveis em farmácias ou no mercado negro — ou do álcool e dos produtos químicos ilícitos, como a cocaína, a heroína e o “crack”.

Mas o problema do uso indiscriminado da droga vai além: a curiosidade e a vontade de experimentar sensações novas levam também a pessoa a consumir um narcótico. E, nesse caso, somente com o uso maciço da educação pode-se evitar que a dependência se espalhe ainda mais pela sociedade.

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*Sobre Roberto Fiori:
Escritor de Literatura Fantástica. Natural de São Paulo, reside atualmente em Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo. Graduou-se na FATEC – SP e trabalhou por anos como free-lancer em Informática. Estudou pintura a óleo. Hoje, dedica-se somente à literatura, tendo como hobby sua guitarra elétrica. Estudou literatura com o escritor, poeta, cineasta e pintor André Carneiro, na Oficina da Palavra, em São Paulo. Mas Roberto não é somente aficionado por Ficção Científica, Fantasia e Horror. Admira toda forma de arte, arte que, segundo o escritor, quando realizada com bom gosto e técnica apurada, torna-se uma manifestação do espírito elevada e extremamente valiosa.

Sobre o livro “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, do autor Roberto Fiori:

Sinopse: Contos instigantes, com o poder de tele transporte às mais remotas fronteiras de nosso Universo e diferentes dimensões.
Assim é “Futuro! – contos fantásticos de outros lugares e outros tempos”, uma celebração à humanidade, uma raça que, através de suas conquistas, demonstra que deseja tudo, menos permanecer parada no tempo e espaço.

Dizem que duas pessoas podem fazer a diferença, quando no espaço e na Terra parece não haver mais nenhuma esperança de paz. Histórias de conquistas e derrotas fenomenais. Do avanço inexorável de uma raça exótica que jamais será derrotada... Ou a fantasia que conta a chegada de um povo que, em tempos remotos, ameaçou o Homem e tinha tudo para destruí-lo. Esses são relatos dos tempos em que o futuro do Homem se dispunha em um xadrez interplanetário, onde Marte era uma potência econômica e militar, e a Terra, um mero aprendiz neste jogo de vida e morte... Ou, em outro mundo, permanece o aviso de que um dia o sistema solar não mais existirá, morte e destruição esperando pelos habitantes da Terra.
Através desta obra, será impossível o leitor não lembrar de quando o ser humano enviou o primeiro satélite artificial para a órbita — o Sputnik —, o primeiro cosmonauta a orbitar a Terra — Yuri Alekseievitch Gagarin — e deu-se o primeiro pouso do Homem na Lua, na missão Apollo 11.
O livro traz à tona feitos gloriosos da Humanidade, que conseguirá tudo o que almeja, se o destino e os deuses permitirem.

Para adquirir o livro:
Diretamente com o autor: spbras2000@gmail.com
Livro Impresso:
Na editora, pelo link: Clique aqui.
No site da Submarino: Clique aqui.
No site das americanas.com: Clique aqui.

E-book:
Pelo site da Saraiva: Clique aqui.
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