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Edson Agnello - Foto divulgação
Fale-nos
sobre você.
Edson Agnello, arquiteto, jornalista e empreendedor é um estudioso da agenda das cidades. Na imprensa do Grande ABCD paulista dirigiu jornais locais, no mundo dos negócios coordenou diversos projetos na área imobiliária, logística, entre outros e faz da arquitetura e do urbanismo a oportunidade de construir uma regionalidade mais cidadã. O livro “2013: o ano que não terminou” é uma oportunidade de revisitar os complexos movimentos sociais que tomaram as ruas do país e 10 anos depois ele sabe que é preciso encontrar um caminho.
ENTREVISTA:
Fale-nos
sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo?
Quando decidi escrever este livro jamais imaginei produzir uma biografia, queria de alguma maneira apresentar os elementos centrais da perspectiva que tenho em relação aos caminhos que nossa região e o país têm percorrido ao longo dos últimos anos, especialmente depois de passada uma década das grandes manifestações de 2013. Não tenho a pretensão de instalar uma verdade universal sobre os acontecimentos pretéritos e muito menos de revelar as verdades sobre o futuro de um tempo de contradições e conflitos.
Como
analisa a questão da leitura no país?
A dimensão continental do nosso país trouxe ao longo das décadas uma diversidade cultural criando diversas identidades e formas de expressão. Tenho a impressão que o hábito da leitura já passou por momentos piores, até como forma de revolta, mas atualmente a consciência coletiva da necessidade de conquistarmos essa nação tem levado o crescimento dos adeptos à leitura; mesmo tendo o mundo virtual como concorrente ao livro físico, a leitura tem aumentado significativamente por conta a muitos textos de virtuais.
Quais seus
próximos planos?
Continuar
pesquisando e procurando a oportunidade de publicar novos textos, sempre
colocando um ponto para se refletir sobre o passado, como está nosso presente e
o que podemos implementar ao nosso futuro, a partir da leitura desses outros
dois tempos.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos
livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita:
atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca
(Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora
Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana
Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão
Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde
1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de
gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil.
Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru.
Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se
intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora
Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam
Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão
(Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial,
2023).
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Lara Dezan e Lucas de Camillo - Autores |
Lara Dezan e Lucas de Camillo são estreantes no meio literário, mas com vasta experiência com audiovisual. Lara é cineasta de formação e trabalha com filmes, publicidade e vídeos para TV e web, enquanto Lucas é diretor de arte e trabalha com jogos eletrônicos, design gráfico e digital.
A autora Lara Dezan tem em seu currículo o curta documental premiado “Roupa de Baixo” e finaliza sua primeira ficção, o infantojuvenil “A Menina e o Flautista”. O autor Lucas de Camillo, por sua vez, finaliza seu primeiro jogo de grande escala, o 2D Platformer “Tuned Turtle” com previsão de lançamento para PC e consoles em 2024.
A dupla, sócios da produtora 8 Dígitos, traz para seus projetos um olhar híbrido, que mescla linguagens de diferentes segmentos artísticos. “Sofia Santos e o Mistério da Sereia Vermelha”, lançamento da editora Devora em parceria com a 8 Dígitos, é uma obra interativa que convida o leitor a participar ativamente da narrativa.
ENTREVISTA:
Sobre o livro. O que motivou a escrevê-lo?
“Sofia Santos e o Mistério da Sereia Vermelha” nasceu da vontade de que nossas histórias chegassem ao seu público. Trabalhando no cinema e nos jogos eletrônicos, com extensos cronogramas e por vezes uma equipe volumosa, a ideia de compartilhar nossos universos e personagens através da literatura pareceu mais palpável e acessível. Escrito durante a pandemia e com projeto contemplado por edital estadual, o livro foi uma maneira encantadora e deliciosa de criar.
Nesta primeira investigação da jornalista Sofia Santos, especializada em casos sobrenaturais, acompanhamos a repórter que busca descobrir se o recente desaparecimento de pescadores tem alguma relação com a antiga lenda da Sereia Vermelha.
Em momentos-chave da narrativa, duas perguntas são feitas ao leitor, que terá que decidir por qual caminho deseja seguir. São quatro finais diferentes, mas todos estão ligados entre si, e apenas quem lê todos os desfechos consegue compreender a dimensão da história por outros ângulos.
Outro fator decisivo para seguirmos em frente e escrever foi a vontade de lançar e consumir mais conteúdos com protagonismo feminino e temática ambiental, sobretudo permeados por uma atmosfera de mistério. Trazendo um olhar inovador para a mitológica sereia, o livro debate temas contemporâneos e urgentes, a importância de um jornalismo baseado em fatos e os riscos da pesca de arrasto em escala industrial.
Nosso
livro está à venda em sua versão física em livrarias na cidade de São Paulo ou
então pelo site da livraria Nove Sete:
https://livrarianovesete.com.br/catalogo/produto/54521/Sofia-Santos-e-o-Mistrio-da-Sereia-Vermelha
Para quem
prefere a versão online, também estamos na Amazon:
https://www.amazon.com.br/Sofia-Santos-Mist%C3%A9rio-Sereia-Vermelha-ebook/dp/B0BNNZMT7G
Como analisam a questão da leitura no país?
Em uma escala global, durante a pandemia ficou nítido para muitos o quanto precisamos de obras culturais em nossas vidas e cotidianos. Hoje, mais do que nunca, vivemos em uma rotina com demandas constantes e excesso de exposição às telas. Em uma realidade onde cresce o número de pessoas diagnosticadas com ansiedade, síndrome de burnout e depressão, o livro traz uma pausa e um alento que nada mais substitui. Somado a isso, nós que trabalhamos com conteúdos juvenis, temos a certeza de que a literatura tem papel fundamental na educação e na construção de uma sociedade melhor.
É claro que o mercado literário está em transformação, mas se por um lado temos a forte presença do consumo de conteúdos digitais e livrarias fechando em todo o país, por outro temos comunidades se formando em torno de algumas obras e do ato de escrever.
O livro sempre terá seu espaço, mas sentimos que é importante se reinventar e se adaptar aos novos tempos. Para isso, estamos pensando em novos formatos nos livros - como a interatividade em “Sofia Santos e o Mistério da Sereia Vermelha” - realizamos também o lançamento do livro de forma digital, temos planos de adaptar a obra para o audiovisual e de lançar novas obras literárias que trazem aspectos transmídias em sua essência.
Por fim, sentimos que as obras juvenis no Brasil precisam muito de um diálogo com escolas e educadores, que possam fazer essa curadoria e ponte entre o autor e o aluno. Paralelamente, as redes sociais hoje desempenham um papel importante na divulgação da obra e estamos tentando nos adaptar a elas.
O que têm lido ultimamente?
Lara - O livro que me acompanha para cima e para baixo recentemente é o “Sede de me beber inteira”, da Liana Ferraz. Como é uma leitura mais reflexiva, de poemas com temáticas contemporâneas, tenho lido pausadamente, mas estou adorando. Ela tem um jeito muito criativo de expor suas ideias - tanto nas palavras quanto no formato do livro.
Lucas - Ganhei de uma amiga querida o “Máquinas como Eu”, de Ian McEwan. A obra propõe um passado alternativo em que a Inglaterra perdeu a Guerra das Malvinas e a humanidade teve grandes avanços tecnológicos. As relações entre humanos e androides são o foco desta ficção científica, levantando questões filosóficas do quanto as máquinas poderão se assemelhar a nós. O avanço da inteligência artificial nos aproxima cada vez mais dos cenários descritos no livro, tornando o livro ainda mais atual.
Uma pergunta que não fizemos e que gostariam de responder.
Consideramos sempre importante dizer que o desenvolvimento e lançamento do livro foi produzido com recursos do ProAC 2021 de Literatura Infantojuvenil, do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Iniciativas como essas são essenciais para fomentar a cultura e viabilizar projetos artísticos.
Vale compartilhar também que recentemente (dezembro de 2023) vencemos o Prêmio Aberst de Literatura com essa obra, na categoria juvenil. Foi uma cerimônia muito bonita e reconhecimentos como este nos dão força para seguirmos em frente criando e nos dedicando aos nossos projetos.
Atualmente estamos trabalhando na segunda aventura da Sofia Santos, também interativa, e planejando lançar uma edição especial que retrata a infância desta personagem.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos
livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita:
atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca
(Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora
Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana
Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão
Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde
1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de
gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil.
Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru.
Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se
intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora
Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam
Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão
(Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial,
2023).
Com o sucesso alcançado na última edição – que teve mais de 580 atividades na programação e quase 75 mil participantes –, o Sesc PR confirma o período de 7 a 11 de agosto de 2024 para realização da 43ª edição da Semana Literária Sesc PR e Feira do Livro.
Em Curitiba, o evento será realizado no Museu Oscar Niemeyer (MON) – o maior museu de arte da América Latina – com espaço amplo e coberto para a realização, comercialização e lançamento de livros, além de diversos ambientes para que o público possa participar de palestras, bate-papos, oficinas, apresentações teatrais e musicais e espaços preparados para leitura.
O evento será realizado na capital paranaense e simultaneamente nas cidades de Arapongas, Apucarana, Bela Vista do Paraíso, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Matinhos, Medianeira, Nova Londrina, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Rio Negro, São José dos Pinhais, Toledo, Umuarama e União da Vitória.
Em breve serão divulgados o homenageado do ano e os editais para que livrarias, distribuidoras e editoras possam comercializar nesta edição. Toda a programação e atualizações sobre o evento também estarão disponíveis no site www.sescpr.com.br/
Tiago Germano - Foto divulgação
Fale-nos
sobre você.
Meu nome é Tiago Germano, sou escritor, autor de cinco livros, entre eles "O que pesa no Norte" (Moinhos, 2023), indicado ao Jabuti e ao Oceanos, e "Demônios Domésticos" (Le Chien, 2017), indicado também ao Jabuti. Atualmente estou lançando o "A índole dos cactos", que sai em campanha de lançamento no site Catarse (http://www.catarse.me/cactos) pela editora Caos & Letras, junto com a reedição do "Demônios Domésticos".
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre seus livros. O que motivou a escrevê-los?
O que me motiva a escrever é provavelmente o fato de ser um leitor, e não ter os livros que tento escrever já na minha prateleira. Se alguém pudesse escrevê-los em vez de mim eu preferia permanecer apenas lendo.
Você foi indicado aos prêmios Jabuti e Oceanos em 2023. Fale-nos sobre isso.
Foi algo inesperado e que achei que ia lançar uma luz diferente sobre a minha carreira. Evidentemente estava enganado. Continuo lançando livros como da primeira vez: plantando um cacto por dia, na esperança de que vinguem. Talvez esteja fazendo algo errado, mas é a forma mais sincera. Isso basta.
Você também é cofundador (e editor) da Matria Editora. Fale-nos sobre seu trabalho à frente da editora.
A Matria foi criada com o intuito de facilitar o caminho dos escritores no mercado. Senti falta disso no início. Ainda sinto em muitos níveis. Aprendi que alguns espaços são interditos nesse lugar que ocupo. Há algum mistério que não desvendei. A editora é uma tentativa diferente de trilhar o caminho, mais às claras.
Fale-nos sobre seu doutorado em escrita criativa pela PUC do Rio Grande do Sul.
O doutorado me ajudou a compreender um pouco melhor o meu processo criativo e me trouxe um repertório que talvez eu não conquistasse se trilhasse o meu caminho sozinho (o que é perfeitamente possível e legítimo). Quero crer que sou um escritor melhor depois dele, e que ele me abriu algumas perspectivas profissionais nessa área: para além da escrita (que é um ofício turbulento e muito mal remunerado).
Como analisa a questão da leitura no país?
Ela não avança talvez porque a analisamos sempre sob a ótica do autor, das editoras (em suma: do mercado), em vez de analisar sob a ótica do verdadeiro protagonista: o leitor. É preciso falar menos em mercado e falar mais em educação. Perdemos muito de vista a sala de aula, uma das trincheiras onde conquistamos nossos leitores. E também a família. É fácil falar ao seu filho que ler é saudável, difícil é dar o exemplo. Passear também por livrarias, por bibliotecas. Criar esse hábito dentro de casa. Conheço escritores que não leem, por mais esquizofrênico que isso possa parecer. Não podemos pregar algo em que não acreditamos. É mais uma das hipocrisias de nossa época, mas não sei como resolver isso além de pensar sobre isso ficcionalmente: é pouco, mas já é alguma coisa. E tentar estar sempre presente nas escolas, o trânsito por elas é muito mais simples, afinal de contas. E muito mais satisfatório. Sempre digo que nossos melhores leitores ainda nem sabem ler. São eles que vão decidir se nossos livros vão permanecer ou não. Ou mesmo se vão existir livros no futuro.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos
livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita:
atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca
(Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O
quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora
Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana
Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão
Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde
1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de
gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil.
Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru.
Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se
intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora
Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam
Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão
(Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial,
2023).
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Franklin Teixeira - Foto divulgação |
É oportuno que se diga, pois entrevistamos autores que achamos interessantes, e, mais, que o público merece conhecer, independentemente de escritores publicados por editoras tradicionais ou não.
É, aliás, o brilhante trabalho da revista Conexão Literatura: trazer entrevistas com escritores que não têm penetração na grande mídia mas que são bons ou melhores que autores estrangeiros, que a mídia divulga à exaustão, patrocinados por grandes editoras.
É o caso do livro em apreço. Lemos e achamos maravilhoso.
Enfim: trata-se de um trabalho excepcional, promovido pelo editor-chefe da revista Conexão Literatura, o também escritor Ademir Pascale.
Fale-nos sobre você.
Meu nome é Franklin Teixeira, escritor nascido na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Além do livro Visão Noturna, lançado em 2023 pela editora Intrínseca, também sou autor do romance Verdades invisíveis, publicado de forma independente em 2017. Também publiquei histórias na plataforma Wattpad e na revista Mafagafo.
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre o livro "Visão noturna". O que motivou a escrevê-lo?
Visão Noturna conta a história de Theo e Yuri, dois rapazes que têm um canal on-line sobre lendas urbanas e crimes. Após ajudarem a desvendar um crime o canal deslanchou, e os dois agora estão em busca de um novo projeto. Isso os leva até Itacira, uma cidade interiorana na região serrana do Rio de Janeiro, repleta de lendas e casos sem solução. Lá os dois precisam lidar com os perigos advindos dos mistérios da cidade, e com os sentimentos que nutrem um pelo outro.
Desde que comecei a publicar de forma independente eu tinha vontade de conhecer a experiência de lançar um livro de maneira tradicional. Enquanto eu conhecia o meio literário e fazia novas amizades, escrevi o Visão Noturna com esse intuito, de publicar por uma grande editora. É uma história que mistura terror com relações interpessoais queer, que são elementos que sempre me atraíram. Ele também possui algumas mensagens que considero importantes no texto, mas, acima de tudo, minha intenção sempre foi divertir o leitor, e tentar marcá-lo com uma atmosfera e personagens envolventes. Visão Noturna passou por muitas versões até chegar nesse estágio, e o catálogo da Intrínseca se revelou uma ótima casa para ele.
Fale-nos sobre seus outros livros.
Verdades invisíveis foi meu primeiro romance, de lançamento independente. É a história de Angelo, que ao encontrar Enzo, uma amizade e paixão antiga, acaba se envolvendo num submundo místico no Rio de Janeiro. Esse livro inicialmente ia ser uma série, mas eu acabei mudando de caminho nos anos seguintes. Ainda tenho muito carinho por ele e vontade de voltar para aquele universo um dia.
As histórias que tenho no Wattpad são contos e noveletas, que originalmente ficavam num site que eu mantinha. São histórias contemporâneas, com um teor de estranheza que aprecio bastante. Na época eu as escrevi justamente para ter obras mais curtas e de acesso mais fácil para quem quisesse conhecer a minha escrita.
A novela que lancei pela revista Mafagafo é uma história mais simples e que considero bem divertida. Ela tem alguns elementos que também podem ser encontrados no Verdades Invisíveis, e eu a escrevi num período conturbado, quando eu mesmo estava precisando de algo mais leve.
Como analisa a questão da leitura no país?
Pessoalmente acredito que a leitura é uma das formas mais interessantes que o ser humano desenvolveu para se comunicar. Seja por diversão, educação ou ambos, acho importante que se desenvolva esse hábito em pessoas de todas as idades. É evidente que o incentivo no nosso país ainda pode melhorar muito, mas o que se observa nos grandes e pequenos eventos é que existe muito interesse pelos livros. E, além do livro impresso, cada vez mais surgem novas formas de publicação de histórias e ideias, e muitas comunidades diferentes engajam com elas. Sou otimista de que o cenário só tende a melhorar, mesmo que não seja pelo caminho, ou até pelos formatos, que esperamos.
O que tem lido ultimamente?
Estou sempre buscando ler tanto ficção quanto não ficção de diferentes gêneros, escritos por autores de etnias, países e orientações distintas. Parte do que torna os livros tão envolventes para mim é justamente mergulhar na experiência de pessoas diferentes de mim, e também poder me ver representado nas que são semelhantes. Muitas vezes encontro conexões de vivências em obras que nem imaginava. Um livro que li esse ano que gostei bastante foi Semantic Error, da autora J. Soori. É um tipo de narrativa que eu não costumo ler, mas simplesmente adorei o jeito que ela escreveu.
Há novos projetos em pauta?
Tenho muitas ideias para o futuro e quero continuar publicando. Já estou avançando no próximo romance, que não é continuação de Visão Noturna, mas também trará mistérios com experiências queer, e já estou pesquisando para um livro que pretendo escrever em seguida. Também tenho vontade de escrever uma continuação de Visão Noturna, mas ainda preciso pensar melhor nessa possibilidade.
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023).