Participe das antologias da Revista Conexão Literatura

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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Tiago Germano e o livro A índole dos cactos, por Cida Simka e Sérgio Simka

Tiago Germano - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.
 

Meu nome é Tiago Germano, sou escritor, autor de cinco livros, entre eles "O que pesa no Norte" (Moinhos, 2023), indicado ao Jabuti e ao Oceanos, e "Demônios Domésticos" (Le Chien, 2017), indicado também ao Jabuti. Atualmente estou lançando o "A índole dos cactos", que sai em campanha de lançamento no site Catarse (http://www.catarse.me/cactos) pela editora Caos & Letras, junto com a reedição do "Demônios Domésticos".  

ENTREVISTA: 

Fale-nos sobre seus livros. O que motivou a escrevê-los? 

O que me motiva a escrever é provavelmente o fato de ser um leitor, e não ter os livros que tento escrever já na minha prateleira. Se alguém pudesse escrevê-los em vez de mim eu preferia permanecer apenas lendo. 

Você foi indicado aos prêmios Jabuti e Oceanos em 2023. Fale-nos sobre isso. 

Foi algo inesperado e que achei que ia lançar uma luz diferente sobre a minha carreira. Evidentemente estava enganado. Continuo lançando livros como da primeira vez: plantando um cacto por dia, na esperança de que vinguem. Talvez esteja fazendo algo errado, mas é a forma mais sincera. Isso basta. 

Você também é cofundador (e editor) da Matria Editora. Fale-nos sobre seu trabalho à frente da editora. 

A Matria foi criada com o intuito de facilitar o caminho dos escritores no mercado. Senti falta disso no início. Ainda sinto em muitos níveis. Aprendi que alguns espaços são interditos nesse lugar que ocupo. Há algum mistério que não desvendei. A editora é uma tentativa diferente de trilhar o caminho, mais às claras. 

Fale-nos sobre seu doutorado em escrita criativa pela PUC do Rio Grande do Sul. 

O doutorado me ajudou a compreender um pouco melhor o meu processo criativo e me trouxe um repertório que talvez eu não conquistasse se trilhasse o meu caminho sozinho (o que é perfeitamente possível e legítimo). Quero crer que sou um escritor melhor depois dele, e que ele me abriu algumas perspectivas profissionais nessa área: para além da escrita (que é um ofício turbulento e muito mal remunerado). 

Como analisa a questão da leitura no país? 

Ela não avança talvez porque a analisamos sempre sob a ótica do autor, das editoras (em suma: do mercado), em vez de analisar sob a ótica do verdadeiro protagonista: o leitor. É preciso falar menos em mercado e falar mais em educação. Perdemos muito de vista a sala de aula, uma das trincheiras onde conquistamos nossos leitores. E também a família. É fácil falar ao seu filho que ler é saudável, difícil é dar o exemplo. Passear também por livrarias, por bibliotecas. Criar esse hábito dentro de casa. Conheço escritores que não leem, por mais esquizofrênico que isso possa parecer. Não podemos pregar algo em que não acreditamos. É mais uma das hipocrisias de nossa época, mas não sei como resolver isso além de pensar sobre isso ficcionalmente: é pouco, mas já é alguma coisa. E tentar estar sempre presente nas escolas, o trânsito por elas é muito mais simples, afinal de contas. E muito mais satisfatório. Sempre digo que nossos melhores leitores ainda nem sabem ler. São eles que vão decidir se nossos livros vão permanecer ou não. Ou mesmo se vão existir livros no futuro. 

 

CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

ENTREVISTA COM ESCRITOR: Franklin Teixeira e o livro Visão noturna, por Cida Simka e Sérgio Simka

Franklin Teixeira - Foto divulgação

Os escritores Cida Simka e Sérgio Simka, colunistas da revista Conexão Literatura, não têm nenhum compromisso editorial com quaisquer editoras. 

É oportuno que se diga, pois entrevistamos autores que achamos interessantes, e, mais, que o público merece conhecer, independentemente de escritores publicados por editoras tradicionais ou não.

É, aliás, o brilhante trabalho da revista Conexão Literatura: trazer entrevistas com escritores que não têm penetração na grande mídia mas que são bons ou melhores que autores estrangeiros, que a mídia divulga à exaustão, patrocinados por grandes editoras.

É o caso do livro em apreço. Lemos e achamos maravilhoso. 

Enfim: trata-se de um trabalho excepcional, promovido pelo editor-chefe da revista Conexão Literatura, o também escritor Ademir Pascale. 

Fale-nos sobre você.

Meu nome é Franklin Teixeira, escritor nascido na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Além do livro Visão Noturna, lançado em 2023 pela editora Intrínseca, também sou autor do romance Verdades invisíveis, publicado de forma independente em 2017. Também publiquei histórias na plataforma Wattpad e na revista Mafagafo.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro "Visão noturna". O que motivou a escrevê-lo?

Visão Noturna conta a história de Theo e Yuri, dois rapazes que têm um canal on-line sobre lendas urbanas e crimes. Após ajudarem a desvendar um crime o canal deslanchou, e os dois agora estão em busca de um novo projeto. Isso os leva até Itacira, uma cidade interiorana na região serrana do Rio de Janeiro, repleta de lendas e casos sem solução. Lá os dois precisam lidar com os perigos advindos dos mistérios da cidade, e com os sentimentos que nutrem um pelo outro.

Desde que comecei a publicar de forma independente eu tinha vontade de conhecer a experiência de lançar um livro de maneira tradicional. Enquanto eu conhecia o meio literário e fazia novas amizades, escrevi o Visão Noturna com esse intuito, de publicar por uma grande editora. É uma história que mistura terror com relações interpessoais queer, que são elementos que sempre me atraíram. Ele também possui algumas mensagens que considero importantes no texto, mas, acima de tudo, minha intenção sempre foi divertir o leitor, e tentar marcá-lo com uma atmosfera e personagens envolventes. Visão Noturna passou por muitas versões até chegar nesse estágio, e o catálogo da Intrínseca se revelou uma ótima casa para ele.

Fale-nos sobre seus outros livros.

Verdades invisíveis foi meu primeiro romance, de lançamento independente. É a história de Angelo, que ao encontrar Enzo, uma amizade e paixão antiga, acaba se envolvendo num submundo místico no Rio de Janeiro. Esse livro inicialmente ia ser uma série, mas eu acabei mudando de caminho nos anos seguintes. Ainda tenho muito carinho por ele e vontade de voltar para aquele universo um dia.

As histórias que tenho no Wattpad são contos e noveletas, que originalmente ficavam num site que eu mantinha. São histórias contemporâneas, com um teor de estranheza que aprecio bastante. Na época eu as escrevi justamente para ter obras mais curtas e de acesso mais fácil para quem quisesse conhecer a minha escrita.

A novela que lancei pela revista Mafagafo é uma história mais simples e que considero bem divertida. Ela tem alguns elementos que também podem ser encontrados no Verdades Invisíveis, e eu a escrevi num período conturbado, quando eu mesmo estava precisando de algo mais leve.

Como analisa a questão da leitura no país?

Pessoalmente acredito que a leitura é uma das formas mais interessantes que o ser humano desenvolveu para se comunicar. Seja por diversão, educação ou ambos, acho importante que se desenvolva esse hábito em pessoas de todas as idades. É evidente que o incentivo no nosso país ainda pode melhorar muito, mas o que se observa nos grandes e pequenos eventos é que existe muito interesse pelos livros. E, além do livro impresso, cada vez mais surgem novas formas de publicação de histórias e ideias, e muitas comunidades diferentes engajam com elas. Sou otimista de que o cenário só tende a melhorar, mesmo que não seja pelo caminho, ou até pelos formatos, que esperamos.

O que tem lido ultimamente?

Estou sempre buscando ler tanto ficção quanto não ficção de diferentes gêneros, escritos por autores de etnias, países e orientações distintas. Parte do que torna os livros tão envolventes para mim é justamente mergulhar na experiência de pessoas diferentes de mim, e também poder me ver representado nas que são semelhantes. Muitas vezes encontro conexões de vivências em obras que nem imaginava. Um livro que li esse ano que gostei bastante foi Semantic Error, da autora J. Soori. É um tipo de narrativa que eu não costumo ler, mas simplesmente adorei o jeito que ela escreveu.

Há novos projetos em pauta?

Tenho muitas ideias para o futuro e quero continuar publicando. Já estou avançando no próximo romance, que não é continuação de Visão Noturna, mas também trará mistérios com experiências queer, e já estou pesquisando para um livro que pretendo escrever em seguida. Também tenho vontade de escrever uma continuação de Visão Noturna, mas ainda preciso pensar melhor nessa possibilidade.


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

[Crítica] Retratos Fantasmas - Kleber Mendonça Filho

 


Título Original: Cidades Fantasmas

Direção: Kleber Mendonça Filho

Ano Lançamento: 24 de Agosto de 2023

Duração: 01h33min

Elenco: Kleber Mendonça Filho

Gênero: Documentário

Origem: Brasil

Retratos Fantasmas é um documentário brasileiro dirigido por Kleber Mendonça Filho e ambientado no centro do Recife, durante o século XX. Ao longo de 1 hora e 33 minutos e reunindo imagens de arquivo, fotografias e registros em movimento, o filme busca explorar a história do centro da cidade, contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos.

Tendo levado 7 anos para a sua conclusão, o documentário marca o retorno de Kleber ao Festival de Cannes - após vencer o Prêmio do Júri, em 2019, com Bacurau. Tratando do desenvolvimento urbano acelerado, o filme segue o ponto de vista da janela da casa do diretor, onde morou por vários anos.


Impressões:

Em “Retratos Fantasmas”, o cineasta Kleber Mendonça Filho, traz sua produção cinematográfica mais íntima de toda sua carreira de sucesso, um relato vívido de Recife e o cinema como um todo. Uma viagem através da arquitetura de Pernambuco e a evolução do cinema ao longo das décadas, sob o olhar de Kleber Mendonça Filho.

O espectador vai acompanhar uma verdadeira carta aberta de amor do diretor com sua terra natal, Recife. Unindo sua paixão/profissão pelo cinema e as pessoas como um todo.

O filme vai apresentar alguns locais e pontos turísticos que fazem parte da vida de Kleber Mendonça, um em especial do qual ganha uma atenção mais emotiva por parte do diretor, o apartamento de sua mãe no centro de cidade de Recife.

O espectador vai acompanhar em cada minuto do documentário, toda transformação urbana de Recife, até os dias atuais, sempre na perspectiva e registrado pelas câmeras de Kleber Mendonça.

Não podemos esquecer um dos focos do documentário, enaltecer aquela paixão avassaladora do protagonista pela sétima arte com os cinemas e os filmes marcantes na vida de Kleber Mendonça.

O documentário possui uma linguagem universal para todos os espectadores, Kleber deixa claro uma crítica da especulação imobiliária e o descaso do governo para preservar e manter inúmeros prédios e casarões históricos de Recife. Mais um ponto positivo!

Vale a pena? Com toda certeza! Uma imersão saudosista de Recife e toda paixão pelo cinema nacional e mundial! Um documentário obrigatório para os cinéfilos de plantão!






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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

[Resenha] Holly - Stephen King

 


Título Original: Holly

Autor: Stephen King

Editora: Suma

Páginas: 448

Ano Lançamento: 2023

Penny Dahl está desesperada para encontrar a filha, Bonnie, que sumiu sem deixar vestígios. Em busca de ajuda profissional, ela liga para a agência Achados e Perdidos, sob o comando de Holly Gibney. A detetive reluta em aceitar o caso, porque deveria estar de licença, mas algo na voz de Penny faz com que Holly não consiga ignorar o pedido.

A poucos quarteirões de onde Bonnie foi vista pela última vez, moram Rodney e Emily Harris. Um casal de acadêmicos octogenários, dedicados um ao outro, eles simbolizam a banalidade da classe média suburbana. No entanto, no porão de sua casa bem cuidada e repleta de livros, os dois escondem um segredo terrível, que pode estar relacionado ao desaparecimento de Bonnie.

Descobrir a verdade se torna uma tarefa quase impossível, e Holly dependerá de seus talentos extraordinários para desmascarar os professores ― antes que eles ataquem novamente.

Impressões:

Holly Gibney está de volta! Um livro pra ser chamado de seu. Stephen King dedicou uma aventura inédita só para ela. Afinal, Holly conquistou uma imensa legião de fãs ao redor do Mundo, desde sua primeira aparição na trilogia "Mr. Mercedes".

Holly Gibney é a protagonista solo em mais uma aventura e repleto de requintes de crueldade, cujo o desaparecimento de uma jovem abre espaço para uma investigação minuciosa da "Agência Achados e Perdidos", óbvio que estamos falando de Holly Gibney e deu poder investigativo para solucionar os casos mais absurdos.

A trama é muito bem construída e amarrada logo nos primeiros capítulos, Stephen King vai deixando claro em cada capítulo escrito sua audácia para prender o leitor até os momentos finais do livro. Todo o desenrolar vai sendo sutilmente revelado por Holly, uma espécie de quebra cabeça macabro envolvendo canibalismo e rapto de pessoas "selecionadas" para tais fins de pesquisas.

Os acontecimentos vão seguindo e surgindo de forma gradual, deixando uma trama dinâmica e intuitiva, levando o leitor para dentro da história, fazendo parte de toda investigação ao lado de Holly.

Stephen King amplia toda sua história inserindo um dos acontecimentos mais marcantes dos últimos tempos, a pandemia do COVID-19 fazendo parte do universo King e juntando com os personagens e situações de toda a trama. É nítido uma referência aos negacionistas. Stephen King faz essa "crítica" de forma extraordinária e extremamente ácida.

O leitor pode até estranhar o fato de conhecermos os vilões logo de cara, porém! Stephen King vai preparando todo o terreno para colocar a cereja no bolo e ter um gran finale.

Holly Gibney entrega tudo e mais um pouco, uma história envolvente em busca da verdade e os reais motivos para o desaparecimento de algumas pessoas, vão pôr em jogo toda capacidade de investigação da "Achados e Perdidos".

Holly já ganhou os corações dos leitores mais fiéis de Stephen King.
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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

[Crônica] Incertezas de Mais um Ano

 


2023 ficou para trás, um ano que ao meu ver passou voando em todos os sentidos possíveis! Podemos considerar que em 2023 passou voando igual um avião comercial em altitude de cruzeiro. Para alguns, 2023 passou normalmente sem pressa de completar mais uma volta em nosso querido sol. Pois bem!

Chegamos em 2024 com inúmeras incertezas de como será esse ano pelo qual já estamos vivendo em menos de 24 horas. Possuímos mais perguntas do que respostas, dúvidas pelas quais vai permear esse ano até o fatídico dia 31 de dezembro de 2024. Afinal, mais um ano vai chegar ao fim e esse ciclo continua até a nossa morte. Obs: vamos viver da melhor maneira possível, afinal, não sabemos o dia de amanhã.

Estamos vivendo 2024 com aquelas velhas promessas de perder peso e começar na semana que vem os treinos na academia, foco para o carnaval que vai ser em fevereiro! Corre que ainda dá tempo.

2024 é um ano de inúmeras incertezas que prevalece ainda mais latente do que no ano anterior; teremos um novo conflito? O mundo ficará ainda mais quente? Nações brigando contra nações? Infelizmente não temos uma bola de cristal para esses questionamentos. Só nos resta esperar e ver com os nossos próprios olhos.

Este aspirante a cronista/escritor, vai tentar manter-se focado em 2024! Planos, sonhos e desejos já estão cravados em minha memória. O mais certo é não desanimar e deixar o foco cair. Ler mais livros! Ver mais filmes e séries, é óbvio que precisamos deixar a preguiça de lado. Vamos em frente que o tempo não e nossos sonhos jamais devem ficar guardados na gaveta. Feliz 2024 para todos!




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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

1ª Feira do Livro de Cerquilho (SP), por Cida Simka e Sérgio Simka

Cida Simka, Dr. Osmar e Sérgio Simka

A 1ª Feira do Livro de Cerquilho (SP) foi realizada em 2 e 3 de dezembro, no Rotary Cub da cidade, com a apresentação de robótica, jogos e materiais digitais, exposição de livros, lançamento com autores locais, comidas com milho, comida vegana, chocolates, mandalas e massagem.

Estes colunistas tiveram a honra de participar do evento com um estande; a Cida Simka ministrou uma palestra sobre a importância da literatura infantojuvenil e da leitura.

Egidio Trambaiolli Neto

O editor da editora Uirapuru, Egidio Trambaiolli Neto, assim se expressou:

“A ideia de criar uma feira de livros em Cerquilho surgiu da detecção da falta de eventos deste tipo num raio de 50 km, a partir da cidade, e da intenção de romper a inércia do hábito de não importantizar a leitura. Assim, com a aproximação do Natal, partimos do princípio de que presentear com livros é elogiar a inteligência de uma pessoa e buscamos o apoio do Rotary Club de Cerquilho após notar que havia convergências quanto a esses propósitos, pois este tem um segmento voltado à educação e à cultura. Foi um sucesso, quebramos paradigmas.”

O dr. Osmar Ventris, presidente do Rotary Club de Cerquilho 2023/24, assim declarou:

“A leitura é uma atividade que nos permite ampliar nossos horizontes, nossa criatividade e nossa capacidade de análise, de senso crítico e, consequentemente, enriquecer nossa cultura, porém constata-se que vivemos em uma sociedade que valoriza cada vez mais a rapidez e a praticidade na comunicação, em detrimento da reflexão e da profundidade. A leitura reflexiva está sendo substituída por formas de comunicações efêmeras e superficiais, que visam apenas o consumo imediato. Digere-se a informação sem necessidade de reflexão. Isso é um problema grave, pois compromete o desenvolvimento intelectual e cultural dos jovens, que são o futuro do país. 

Considerando que a importância da leitura para a formação de cidadãos conscientes e críticos é indiscutível, pois a leitura nos permite entrar em contato com diferentes realidades, pontos de vista e experiências, ampliando nossa visão de mundo e nossa capacidade de argumentação, além de nos ajudar a desenvolver habilidades linguísticas, como vocabulário, ortografia, gramática e coerência, que são fundamentais para a comunicação eficaz em qualquer contexto, o Rotary Club de Cerquilho realizou, nos dias 2 e 3 de dezembro, a Primeira Feira do Livro, um evento que teve como objetivo promover ações para incentivar a cultura da leitura entre os estudantes e a população da cidade. 

A feira do livro foi apenas o início de um projeto cultural e literário que pretende trazer autores, atores e palestrantes de diversas áreas do saber para conversar com a comunidade e com os alunos do ensino fundamental sobre suas obras. Os alunos terão a chance de ler os livros, assistir às palestras e produzir uma redação ou uma peça teatral sobre o que aprenderam. Busca-se instrumentalizar alunos e comunidade para reflexão sobre a leitura, palestra ou atividades literárias para reproduzir seu entendimento através da escrita (redação) ou representação cênica. 

O lema rotário desta gestão é “Crie Esperança no Mundo”. É um lema muito profundo e impactante: desenvolver atividades e praticar ações que criem esperança no mundo! 

Consequentemente, criar espaço e desenvolver atividades promovendo a educação e a cultura através da literatura que, por seu turno está inserida nas artes cênicas e musicais, é uma missão que o Rotary Club de Cerquilho assumiu com objetivo de dar vida ao lema rotário. 

Uma das nossas metas é realizar quatro feiras do livro no município, promovendo diversos eventos literários na cidade, abrangendo também as regiões periféricas. Queremos estimular o contato da população com o mundo dos livros, pois acreditamos que a leitura é um direito e um dever de todos os que desejam se desenvolver pessoal e socialmente através dela. 

Os rotarianos Egidio Trambaiolli Neto e Juliana Trambaiolli, autores e editores renomados, serão os responsáveis pelos projetos culturais, literários e educacionais do Rotary Club de Cerquilho no próximo ano. Eles já demonstraram sua competência na Primeira Feira do Livro, que contou com a participação de diversos autores, editores, professores, expositores e palestrantes. Com dedicação e compromisso, eles trabalham para que o Rotary Club de Cerquilho realize esses ideais na prática, criando esperança no mundo e semeando cultura de paz.” 

Osmar Ventris: advogado conciliador, Mediador e Conciliador extrajudicial, Pesquisador, instrutor e palestrante sobre Justiça Restaurativa, Círculos de Construção de Paz, Inteligência Emocional, Comunicação Não Violenta, Constelação Familiar, Psicologia Positiva, Saúde Mental e Programas de Cultura de Paz com Segurança e Saúde Mental nas escolas.


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.  

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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Professor Marcos Siqueira e o livro Português em diálogos, por Cida Simka e Sérgio Simka

Professor Marcos Siqueira - Foto divulgação

O autor.

O professor Marcos Siqueira é professor de Português há quase 10 anos para concursos e vestibulares, bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, advogado e pós-graduado em Letras. Estudou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, acumulando diversas aprovações em concursos durante sua vida.  Já ministrou aulas em cursos na cidade do Recife e João Pessoa para turmas da AFA, EN, ESPCEX, EFOMM, ESPCEX, CN, EPCAR, ESA, EEAR, EAGS, carreiras policiais e vestibulares. Atualmente, é professor de língua portuguesa do curso Teorema Militar, Coordenador de redações do Estratégia Militares e Vestibulares, com mais de 16 mil redações corrigidas.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro.

O objetivo do livro é proporcionar aos leitores uma boa experiência na compreensão das regras gramaticais. Utilizando diálogos entre aluno e professor com linguagem acessível, sem perder a normatividade, a obra é voltada para vestibulares e para concursos. Além disso, busca beneficiar aqueles que desejam aprimorar suas habilidades de escrita.


O que motivou a escrevê-lo?

Quando eu tinha 12 anos, meu sonho era ser oficial das Forças Armadas, sabendo que poderia ingressar na Escola de Cadetes aos 14 anos, comecei a estudar intensamente Português, uma matéria desafiadora no concurso. Minha avó, professora de português, me proporcionou a primeira gramática, porém não conseguia absorver a matéria devido à linguagem utilizada pelo livro. Aos 14 anos, já havia estudado três gramáticas, incluindo o Cegalla e o Celso Cunha. Embora eu tenha tido dificuldades no aprendizado, consegui dominar as regras gramaticais na época para prestar o concurso público. 

Com o tempo, a minha trajetória mudou, larguei o mundo militar e decidi me tornar professor de Português. Ao lecionar para diversas turmas militares e de vestibulares, percebi que os alunos tinham dificuldades com as abordagens dos gramáticos mais conhecidos, diante da linguagem bastante rebuscada de algumas obras.  Quando explicava determinado conteúdo de forma mais divertida em sala de aula, percebia que os alunos ficavam mais atentos e compreendiam melhor. Foi essa experiência que me motivou a desenvolver o Português em Diálogos, um projeto antigo, mas que decidi colocar em prática só agora a fim de acabar com o tabu de que a gramática é um bicho de sete cabeças.

Como vê a questão do ensino de língua portuguesa de maneira geral? Os alunos têm aprendido a chamada norma padrão da língua?

O ensino de língua portuguesa é crucial para o desenvolvimento das habilidades linguísticas e comunicativas dos alunos. No entanto, alguns desafios persistem no processo de ensino, especialmente no que diz respeito à aprendizagem da chamada norma padrão da língua.

Muitas vezes, o ensino tradicional foca excessivamente nas regras gramaticais de forma isolada, o que pode tornar o aprendizado árido e pouco motivador para os alunos. É importante abordar o ensino da língua portuguesa de maneira mais dinâmica, contextualizando as regras gramaticais em situações práticas e reais. O estímulo à leitura, à escrita e à expressão oral também desempenha papel fundamental.

Como analisa a questão da leitura no país?

A prática da leitura no Brasil ainda é deficiente em comparação a outros países. A formação de bons leitores está intrinsecamente ligada à educação, que ainda permanece como um desafio no país. Para promover melhorias, é essencial um investimento maior em editoras, bibliotecas, escolas e, especialmente, estimular as crianças ao hábito de leitura. 

Link para o livro:

https://lcm.com.br/site/#/livros/detalhesLivro/portugues-em-dialogos.html


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.  

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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ENTREVISTA COM ESCRITOR: Luciana Lachini e o livro A tua boca anda mentindo, por Cida Simka e Sérgio Simka

Luciana Lachini - Foto divulgação

Fale-nos sobre você.

Antes de me tornar qualquer coisa, me tornei leitora. Desde pequena, a leitura me mobilizou muito: é também por meio dela que tento compreender o mundo, tenho companhia em todos os momentos e vivo vidas mais interessantes. Já a escrita começou a fazer parte da minha vida por meio de diários, quando era adolescente e me sentia muito deslocada e solitária. Aos vinte e poucos anos, comecei a escrever contos, mas não sabia o que fazer com eles. Dez anos depois, comecei a fazer oficinas de escrita, passei a escrever de uma forma menos errática e aprofundei o entendimento sobre os textos literários. Fiz faculdade de economia, mas trabalho como jornalista também há mais de vinte anos. Embora escreva todos os dias por ofício, são duas searas com abordagens muito diferentes, a literatura e o jornalismo. O texto jornalístico é muito mais engessado do que o literário e, obviamente, nele não há espaço para fabulação. Talvez a minha busca pela literatura esteja relacionada à necessidade de fantasiar outras realidades.

ENTREVISTA:

Fale-nos sobre o livro "A tua boca anda mentindo".

“A tua boca anda mentindo” nasceu da inquietação e da angústia. No dia a dia, me deparava com situações e discursos que me soavam falsos e mentirosos, mas que eram proferidos de forma absolutamente natural pelas pessoas, sem que elas sequer se dessem conta de que podiam estar fantasiando a realidade para dar conta de uma vida cada vez mais estéril, competitiva e alienante. Um dos contos, por exemplo, é o diário de uma executiva workaholic que está com câncer, mas continua trabalhando intensamente, amparando-se na frase “crise são oportunidades”. Outro é a história de um advogado que larga o emprego para se dedicar ao sonho de ser artista, acreditando que “o universo conspira ao nosso favor”. Outros temas são como problemas complexos podem ser resolvidos por medidas “cosméticas”, a relação entre dinheiro e liberdade, a crença de que “tudo vai melhorar” para não romper um relacionamento amoroso insatisfatório. Muitos estão relacionados ao mundo corporativo, onde os lugares-comuns e frases feitas sobem pelo ralo. E por aí vai. 

Já tinha escrito alguns contos pouco convencionais, com enredos pouco palpáveis, mas não sabia que poderia ir por essa seara. Essa percepção veio a partir das oficinas de escrita que participei na pós-graduação em Formação de Escritores do ISE Vera Cruz, quando entrei em contato com outros formatos de contos. O projeto do livro surgiu na pós-graduação, e os textos foram discutidos nas oficinas. Vários deles têm uma linguagem de não ficção e simulam entrevistas, seções de jornal, campanhas publicitárias pela internet, comunicados corporativos. Algum humor e uma alta voltagem de ironia está presente em quase todos, deixando para o leitor adivinhar o que está por trás de cada discurso. Mas garanto que se trata de ficção, embora o leitor possa ter a impressão de que é tudo real.

Fale-nos sobre seus outros livros.

“Equilíbrio instável” surgiu da primeira oficina de escrita da qual participei, com o Nelson de Oliveira. Também é um livro de contos, e que trata da violência cotidiana, de pequenas agressões que sofremos. “Desequilíbrio estável” (11 Editora) segue na mesma temática de desencontros afetivos, mas também aborda a violência contra a natureza (a humana e o meio ambiente). São livros mais sérios, talvez um pouco depressivos, nos quais o humor não aparece. Este passou a me interessar quando comecei a escrever o romance “Formiga” (inédito), sobre um funcionário de um banco cujo objetivo na vida é conquistar a “liberdade econômica” e pedir demissão. A ironia circula na veia do ambiente corporativo quase como o açúcar circula no sangue dos diabéticos. É um lugar contaminado por frases feitas e lições de sucesso.

Como analisa a questão da leitura no país?

Acho que é necessário fazer a ressalva de que não sou uma estudiosa do assunto e que há pessoas muito mais capacitadas para analisar a questão. Feita essa ressalva, e se o leitor desta entrevista quiser ir adiante, o que posso dizer é que, mesmo considerando que nosso sistema educacional é falho, talvez possamos trabalhar melhor a formação dos leitores. Creio que a leitura de obras que têm apenas interesse histórico, mas sem conexão com os jovens, deveria ser deixada para os estudantes da faculdade de Letras, para os quais esse conhecimento é importante. Para adolescentes, me parece muito mais interessante desenvolver o gosto e o hábito da leitura por meio de obras mais conectadas ao momento de vida deles. Já para os adultos, talvez o trabalho por meio do estímulo aos clubes de leitura possa ser muito fértil, também pelo estímulo à formação ou aprofundamento de laços sociais e afetivos. 

Há também a questão econômica e o custo do livro, alto para a esmagadora maioria da população. Mas essa seria uma explicação parcial, considerando que há pessoas com renda suficiente para comprar livros, mas que não costumam ler literatura. Mesmo para as pessoas que gostam de ler, e aqui falo por mim, é difícil parar as atividades do dia a dia e encontrar tempo para se dedicar a um livro. Parece que estamos sendo sugados pela constante demanda de sempre fazer mais, de produzir mais, e o tempo da leitura – que obedece a outra lógica – se torna raro. Nesse aspecto, a solução precisaria ser ao mesmo tempo coletiva e individual. Coletiva porque dependeria de um sistema produtivo que devolvesse o tempo e o espaço às pessoas, e que não as condenasse a passar a vida girando na esfera da preocupação com a sobrevivência. E individual porque, na ausência dessa mudança e sabendo que o ambiente conspira contra a leitura, cada um precisaria resistir a essa voragem e encontrar tempo para ler. 

O que tem lido ultimamente?

Tenho buscado intercalar a leitura de clássicos com a de autores contemporâneos. Costumo participar de encontros dos Laboratórios de Leitura (LabLei), metodologia de discussão de clássicos criada pelo professor Dante Gallian. A leitura é sempre ampliada quando entramos em contato com as visões de outras pessoas sobre o mesmo texto. Apesar de lermos a mesma obra, cada um lê um livro diferente, a partir da própria experiência e momento de vida. Ninguém lê o mesmo livro, e é muito bonito constatar essa diversidade. Além do mais, cria-se uma atmosfera colaborativa, uma conexão momentânea com as outras pessoas que estão discutindo a obra. Recentemente, li “Antígona” e “Otelo”. Agora comecei a ler “A peste”, pois, ao contrário de muitos que a leram durante a pandemia, procurei obras que me levassem para longe daquele período de trevas pelo qual o Brasil passou (espero!).

Em literatura contemporânea, os últimos que li foram “Lincoln no limbo” (George Saunders), “O seu jeito de soltar fumaça” (Ricardo Motomura), “A segunda morte” (Roberto Taddei), “O rio entre nós” (Thiago Zanon) e “O dia em que a noite chegou mais cedo” (Renata Conde). Os próximos serão “Meu irmão, eu mesmo” (João Silvério Trevisan) e, logo que for lançado, “Dueto dos ausentes” (Fernando Rinaldi). 


CIDA SIMKA

É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021), O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021), Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). Colunista da revista Conexão Literatura.  

SÉRGIO SIMKA

É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e os mais novos livros de sua autoria se denominam Exercícios de bondade (Editora Ciência Moderna, 2023), Horrores da escuridão (Opera Editorial, 2023), Somos a diferença neste mundo indiferente (Editora Uirapuru, 2023) e Dayana Luz e a aula de redação (Saíra Editorial, 2023). 


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domingo, 24 de dezembro de 2023

Feliz Natal!

 


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sábado, 23 de dezembro de 2023

Magia literária: contos de Natal resgatam valores natalinos


À medida que dezembro se desdobra, trazendo consigo o espírito natalino, uma pergunta ecoa em nossas mentes: 'Quais valores são reacendidos com a chegada do Natal?' No Brasil, esta época do ano vai além das celebrações convencionais. É um período marcado por reflexões profundas, união familiar e a celebração da vida. O Natal brasileiro, enraizado em tradições culturais ricas e diversificadas, oferece uma oportunidade única para observar como a alegria se mescla com a nostalgia, e como os laços familiares se fortalecem sob o brilho de luzes festivas e ao redor de mesas fartas com comidas típicas da época.

 

Enquanto nos preparamos para as festividades natalinas, a Editora Dialética traz uma sugestão encantadora para os leitores: 'Contos Mágicos de Natal: Seis Histórias Natalinas'. Este livro, escrito pela autora Daniela S. Terehoff Merino e ilustrado por Claudia A. Terehof, reúne histórias que mergulham no coração do Natal, oferecendo perspectivas novas e emocionantes sobre esta época do ano.

 

Segundo a autora Daniela Terehoff: "O Natal é uma data repleta de contradições: para uns, é tempo de renascimento, celebração, união, caridade, amor, reflexão e alegria; para outros, mera data feita para aumentar as vendas em lojas, os gastos no cartão, o stress, as obrigações, a ansiedade... Entrar em contato com o Natal a partir de uma obra literária é refletir sobre essas suas contradições e complexidades e, ao mesmo tempo, captar um pouco da essência e da magia que estão no cerne desta comemoração: esse desejo tão humano de continuar celebrando a vida."

 

As histórias de Daniela Terehoff são um convite para redescobrir a magia do Natal. Cada conto é uma janela para mundos onde a esperança, a alegria e o encanto do Natal são vivenciados de maneiras únicas e inspiradoras. As ilustrações de Cláudia A. Terehof complementam perfeitamente o texto, trazendo cada cena à vida com cores vibrantes e detalhes cativantes.

 

A literatura tem o poder de renovar nossas tradições, mantendo-as vivas e relevantes em um mundo em constante mudança. "Contos Mágicos de Natal" é um exemplo prático de como os livros podem ser pontes entre gerações, unindo-nos em torno de valores universais de amor, compaixão e alegria.

 

Sobre a Editora Dialética

Com um compromisso com a excelência literária e acadêmica, a Editora Dialética se destaca no cenário editorial brasileiro. Seu catálogo diversificado abrange uma ampla gama de temas, refletindo seu objetivo de fornecer aos leitores acesso a um conteúdo enriquecedor e transformador, promovendo a cultura e conhecimento, conectando autores e leitores através do poder da palavra escrita.


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domingo, 17 de dezembro de 2023

Museu da Pessoa e Fundação Bunge se unem para lançar exposição virtual com histórias ligadas aos sentidos

 


Intitulada "Sentidos da Memória", a experiência registrou ao todo 14 histórias de vida, disponíveis para acesso gratuito 

Reunir histórias distintas ligadas aos sentidos, que refletem lembranças, vontades, saudade e pertencimento: esse é o objetivo da exposição digital "Sentidos da Memória". A iniciativa é o resultado da parceria entre o Museu da Pessoa e seus Núcleos com a Fundação Bunge, por meio do Centro de Memória Bunge. Os relatos estão disponíveis aqui de forma gratuita.


A exposição foi desenvolvida sob a premissa de que "lembrar apenas não é o suficiente: se a gente não conta, essas experiências se encerram conosco – contando, o nosso passado ganha vida na mente dos outros, e o calor dessas histórias vira um vento que sopra continuamente no rosto de quem vê, ouve, lê", de acordo com a Curadora da exposição, Grazielle Pellicel.

As diferentes memórias da exposição são divididas em quatro capítulos: "Na minha época: relembrar daquilo que não volta mais"; "Querido recinto: a importância de nós mesmo fazermos nosso lar"; "Corriqueiro popular: histórias que misturam o passado com o costumeiro, o cotidiano" e "De ontem a hoje: uma reflexão do passado como método para seguir em frente".

Ao navegar pela exposição, é possível acessar as quatorze histórias de vida, saber detalhes dos personagens e conhecer as instituições envolvidas no projeto enquanto Núcleos Museu da Pessoa. As histórias que compõem a exposição foram produzidas por seis Núcleos Museu da Pessoa distintos: Núcleos do Café com Biscoitos, Moinho Fluminense, Instituto Cecílio Elias Netto (ICEN), Museu Campos Gerais, Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia e Museu do Café, numa parceria com o Centro de Memória Bunge e Museu da Pessoa.

Segundo Marcela Tripoli, Coordenadora de Colaboração no Museu da Pessoa e responsável pelo Programa de Núcleos: "A importância de trabalhar com histórias de vida reside na magia de valorizar a narrativa única de cada indivíduo, proporcionando conexões mais profundas, empatia e um enriquecimento coletivo através do reconhecimento da diversidade humana."

Na ativa desde 2020, os Núcleos Museu da Pessoa são iniciativas autônomas que promovem ações locais e contínuas de registro, preservação e socialização de histórias de vidas, estimulando a capacidade de ouvir e aprender com o outro. Estes seis Núcleos, incentivados pela Fundação Bunge, traçaram a jornada de ouvir e contar trajetórias de vida.

Viviane Morais, responsável pela Gestão de Ações Internas e Pesquisas do Centro de Memória Bunge, comenta sobre a parceria: "Para nós, preservar história de vida é uma responsabilidade social que encontra nas ferramentas digitais que democratizam o acesso a essas memórias uma estratégia inovadora fundamental para efetivar nosso objetivo histórico-social. Partilhar os saberes, aprendizados e experiências de vida no passado para enriquecer os Acervos, estudos e trajetórias da sociedade no presente".

Sobre a Fundação Bunge

A Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil, há mais de 60 anos atua para gerar impactos positivos na sociedade em territórios e setores estratégicos para a Bunge, fomentando a diversidade com promoção dos direitos humanos por meio da inclusão produtiva e do estímulo à economia de baixo carbono, estimulando a ciência e a preservação da memória.

Sobre o Museu da Pessoa

 

Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo fundado em São Paulo em 1991, com o objetivo de registrar, preservar e transformar histórias de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão. O Museu da Pessoa conta com um acervo de mais de 18 mil depoimentos em áudio, vídeo e texto e cerca de 60 mil fotos e documentos digitalizados de brasileiros e brasileiras de todas as regiões, idades, classes e atividades. Desde seu início, sua plataforma virtual contabiliza mais de 2.500.000 acessos únicos. O projeto educativo já alcançou 1455 escolas públicas, impactando mais de 56 mil alunos em 69 municípios do Brasil. O Museu possui 96 livros publicados com mais de 76 mil exemplares distribuídos. Sua sustentabilidade financeira é mantida através do planejamento e produção de mais de 300 projetos de memória desenvolvidos para instituições e empresas.

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Editora do Brasil convida para o lançamento de PÉS DESCALÇOS, de Penélope Martins


Editora do Brasil convida para os eventos de lançamento da nova obra de Penélope Martins, Pés Descalços, uma história forte e poética sobre ancestralidade, perdas, preconceitos e intolerância religiosa, ilustrada por Bárbara Quintino. A autora estará presente para autógrafos em ambos os eventos.


15 de dezembro - 15h
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP
Rua Dr. Plínio Barreto, 285. 4º andar – Bela Vista

16 de dezembro - 14h30
Livraria NoveSete
Rua França Pinto, 97  Vila Mariana

 

O livro

Marcela é uma garota de 17 anos que fica órfã e precisa ir morar com a avó, Esmeralda, a quem pouco conhece. Mas os dias junto à avó, que traz consigo sabedorias ancestrais de curas, plantas, receitas e comportamentos, aplacam a dor de ter perdido seus pais tão nova e trazem também uma redescoberta de suas origens africanas, com as quais quase não tinha contato.

 

Pés descalços apresenta ao leitor a discussão sempre imprescindível sobre o direito às práticas religiosas, com respeito, dignidade e amor entre as pessoas, assim como joga luz às atitudes de tranquilidade e serenidade com as quais Esmeralda encara seus agressores.

 

Trata-se de uma obra de extrema importância para que haja, em torno de sua leitura e discussão, ações em prol da boa vontade dos seres humanos, resiliência e atos de amor.

 

As ilustrações de Bárbara Quintino trazem cores vibrantes da cultura africana de Esmeralda aos desenhos das plantas dos cadernos de Marcela, em uma harmonia visual que une ensinamentos e ancestralidade.

 

Autora: Penélope Martins

Ilustradora: Bárbara Quintino

Gênero textual: Romance

Segmento(s): Ensino Fundamental – Anos Finais, Ensino Médio
Ano: a partir do 9º ano 

Faixa etária: a partir dos 14 anos
Disciplinas: História, Língua Portuguesa, Sociologia
Assuntos: amadurecimento, cidadania, cultura afro-brasileira, preconceito, respeito

Temas contemporâneos transversais: Cidadania e civismo; Multiculturalismo
Datas especiais:

7/1 – Dia da Liberdade de Cultos

21/5 – Dia da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento

14/7 – Dia Mundial da Liberdade de Pensamento
Edição: 1ª edição/2023
ISBN: 9788510090292
Páginas: 120
Formato: 20 x 15 cm

 

Acesse aqui a página desta obra

 

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Este livro está disponível em versão impressa e digital nas melhores lojas e aplicativos.

 

Sobre Penélope Martins

Penélope Martins nasceu em 1973, em Mogi das Cruzes. Pós-graduada em Direitos Humanos pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), dedica-se à formação de novos leitores desde 2006, produzindo conteúdo para encontros presenciais e plataformas digitais. Escritora, narradora de histórias e articuladora em projetos de fomento da palavra escrita e falada, também atua como consultora de leitura junto à Editora do Brasil e a outras instituições.

Participou de coletivos de mulheres com poesia autoral e faz a curadoria do projeto "Mulheres que Leem Mulheres", com ações em instituições culturais como o Sesc. Já publicou diversos livros por várias grandes editoras e algumas de suas obras já foram selecionadas para o PNLD Literário. Para saber mais, clique aqui.

Pela Editora do Brasil, lançou PatavinaAinda assim te quero bem, Fifi e ManoloMinha vida não é cor-de-rosa e Que amores de sons!

 

Sobre Bárbara Quintino

Bárbara Quintino é mineira, ilustradora e amante de um bom pão de queijo. Encantou-se com o universo das cores e das texturas desde bem pequena, junto a seu padrasto – era lápis de cor, papel e giz de cera espalhados pela casa inteira! Quando adulta, acabou se aventurando por diversos caminhos, mas foi ao ingressar na faculdade de Arquitetura e Urbanismo que fez as pazes com os desenhos.

Atualmente colabora em projetos de comunicação visual, animação e principalmente de livros infantis e histórias que em alguma medida se entrelaçam com a sua, assim como a de diversas pessoas negras. São camadas de cores, sentimentos e texturas fortes que vibram no seu corpo e que passam a ser expandidas por meio da alegria de poder se expressar, sempre com muito afeto, mediante ilustrações.

 

Sobre a Editora do Brasil

A Editora do Brasil busca, há 80 anos, renovar produtos e serviços que levem aos milhares de educadores e alunos do Brasil conteúdos atuais e materiais de qualidade. Nos quatro cantos do país, professores e gestores utilizam nossas soluções e têm acesso a um projeto didático e literário comprometido com a ética e com uma educação cada dia melhor.

O compromisso da Editora do Brasil é com o dinamismo do conhecimento e com a educação que transforma e é transformada. Mais do que nunca, posiciona-se ao lado dos educadores, observando, analisando e discutindo os novos desafios do ensino em nosso país.

 

Editora do Brasil: transformando o país pela educação.

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