Fale-nos sobre você.
Sou carioca, escritora de ficção e advogada formada pela UFRJ. Membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira. Iniciei a minha vida de escritora, oficialmente, em 2019, com os contos: “Anaxágoras Xerxes - gato, filósofo e guerreiro" e "Julieta & Shakespeare – Um plano perfeito", publicados em e-book no Kindle. Depois publiquei nessa plataforma os contos “O renascer na pandemia” (2020) e “O vírus e o que orbita ao seu redor” (2021).
Participei das seguintes antologias: “Pélagos – Contos do Mar” com o conto "Carpe Noctem"; "23 Formas de Morrer" com o conto "A dama de negro do Chiado"; "Parem as máquinas" com o conto "Alma Mater"; “Off Flip” com o conto “Tempos hipocôndricos”.
“A livraria mágica da Rua do Ouvidor”, um conto de fantasia, selecionado no Prêmio Literário Cataratas de Contos e Poesias – 2019, será publicado em antologia digital.
Em 2021 o meu conto “Assassinato no Sarau” integrou a Revista Mystério Retrô 6.
O meu primeiro romance, “O julgamento”, um thriller com elementos sobrenaturais, foi lançado pela Caravana Grupo Editorial e convido todos a conhecê-lo.
Atualmente desenvolvo um romance de fantasia, com temática de viagem no tempo, o que me leva a muitas pesquisas.
ENTREVISTA:
O que motivou a escrita do romance “O julgamento”?
Esse romance seria um conto, porém, durante a escrita, percebi a potência para transformá-lo em uma história mais longa. Eu ansiava por falar de um tema que nos confronta a cada dia, que é a violência, e mais especificamente, a praticada contra mulheres. No desenrolar da trama utilizei de elementos sobrenaturais para abordar a percepção que temos do mal, que, muitas vezes, se apresenta com a roupagem do bem. Como perceber isso? Como nós, mulheres, estaremos atentas a fim de nos proteger? Como os homens devem se portar, e, melhor, entronizar em seus atos e falas o respeito para com as mulheres? Entender a mulher como ser humano de direitos iguais aos seus. Esse romance, fluido em sua escrita, ágil em sua estrutura, nos leva a pensar essas questões enquanto ansiamos pela resolução do julgamento.
Dicas para quem quer ser escritor.
O escritor é aquele ser que deseja colocar no mundo as suas ideias, os seus sonhos. Quer trabalhar a palavra, para ser compreendido. Quer trazer aos leitores conhecimento, vivência, deleite, construir mundos fictícios, mas verídicos em sua essência; ou trabalhar a não ficção, relatando os acontecimentos, as verdades do mundo. Se você quer ser escritor, e acredito que a maioria das pessoas possam escrever, porém não colocam essa habilidade em prática, precisará perder o medo da escrita. Sentar e colocar no papel ou no computador ideias e sentimentos. Escrever um pouco a cada dia, ou quando der. Mas isso precisa se tornar um hábito! E ler muito. Não abdicar da leitura. Muitos reclamam da falta de tempo para ler, mas perdem pelo menos uma hora do dia navegando aleatoriamente nas redes sociais. Acredito que, se separarem pelo menos trinta minutos do dia para a leitura, em pouco tempo terão lido um livro inteiro e, assim, no correr de um ano, pelo menos doze livros. Então, leiam! Não abram mão dos clássicos, porque darão o substrato para compreender o mundo antes de nós; e leiam os contemporâneos, que trazem o estilo de escrita e temáticas atuais. E prestigiem os autores nacionais, assim estarão fortalecendo a literatura brasileira.
O que tem lido atualmente?
Sou uma leitora eclética, não me prendo a gêneros. Recentemente concluí a leitura de “O último tiro da Guanabara” da Bruna Meneguetti. É um livro denso, de ficção histórica, que aborda um episódio do início do período JK, as artimanhas da política etc.; então precisa de muita concentração para a leitura, apesar da escrita da autora ser muito agradável e tratar do tema histórico com maestria, mesclando com personagens fictícios. E já iniciei a leitura do romance da Jenny Rugeroni, “O ano em que não choveu”, que trata de relacionamento abusivo, alcoolismo, relações familiares e assuntos conexos. Temas que serão sempre atuais.
Nos últimos tempos tenho lido muitos escritores nacionais contemporâneos: Nara Vidal, Eury Donavio, Anita Deak, Ana Lúcia Merege, Marcelo Maluf, Paola Siviero, Vanessa Passos.
Como estimular a leitura em um mundo seduzido pelo audiovisual?
Acredito que o amor pelos livros deve começar na primeira infância. Os pais lendo livros para os bebês, deixando que manipulem os livros e que contem a história em sua linguagem ininteligível para os adultos. E esse encantamento perdurará, a criança aprenderá a ler e buscará as suas próprias leituras. E o hábito, assim formado, permanecerá durante toda a vida. Não há como se competir com o audiovisual, ao contrário, a leitura deve caminhar junto com as novas mídias. Entendo que o livro já encontrou o seu lugar com a divulgação pelos booktubers e amante dos livros, assim como pelo reavivamento dos clubes de leitura. Importante destacar que toda produção audiovisual passa pela escrita, e esta é o amálgama de todo o conhecimento adquirido seja por um escritor ou por uma equipe de roteiristas; o que vemos nas telas, primeiro nasceu do encontro das letras. Há que se separar um momento do dia ou da noite para a leitura, e isso é um momento íntimo, é a conexão do leitor com o mundo mágico que o livro oferece. Toda leitura e releitura revela matizes diferentes, por isso acharmos que o livro é melhor do que o filme, isso porque colocamos no ato de ler e compreender um pouco de nós, da nossa vivência e dos nossos sonhos. Então o audiovisual, ao invés de afastar as pessoas da literatura, as estimulará, fazendo com que busquem mais informações sobre aquele enredo e leiam o livro que inspirou o filme. E é claro, precisamos de políticas públicas que coloquem a educação em primeiro lugar, com a valorização dos professores, com escolas bem estruturadas e equipadas, com livros à disposição de quem os quiser ler, mais bibliotecas comunitárias. Pessoas informadas e questionadoras mudam o mundo para melhor.
Link para o livro:
https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/o-julgamento/
CIDA SIMKA
É licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Autora, dentre outros, dos livros O enigma da velha casa (Editora Uirapuru, 2016), Prática de escrita: atividades para pensar e escrever (Wak Editora, 2019), O enigma da biblioteca (Editora Verlidelas, 2020), Horror na biblioteca (Editora Verlidelas, 2021) e O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021). Organizadora dos livros Uma noite no castelo (Editora Selo Jovem, 2019), Contos para um mundo melhor (Editora Xeque-Matte, 2019), Aquela casa (Editora Verlidelas, 2020), Um fantasma ronda o campus (Editora Verlidelas, 2020), O medo que nos envolve (Editora Verlidelas, 2021) e Queimem as bruxas: contos sobre intolerância (Editora Verlidelas, 2021). Colunista da revista Conexão Literatura.
SÉRGIO SIMKA
É professor universitário desde 1999. Autor de mais de seis dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a série Mistério, publicada pela editora Uirapuru. Colunista da revista Conexão Literatura. Seu mais recente trabalho acadêmico se intitula Pedagogia do encantamento: por um ensino eficaz de escrita (Editora Mercado de Letras, 2020) e seu mais novo livro juvenil se denomina O quarto número 2 (Editora Uirapuru, 2021).
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