Entre os
vários trabalhos de John Byrne para a DC, um dos mais interessantes foi
Gerações, publicado em 1999.
Gerações
mostrava a evolução dos personagens Batman e Superman, os dois primeiros da DC
com uma novidade: Byrne fazia os personagens envelhecerem (um ano para cada ano
do mundo real). Além disso, ele mostrava os personagens como eles eram
retratados naquele período – o que levou a críticas de aficionados por
cronologias, mas é justamente um dos aspectos mais divertidos dessa minissérie.
Na
primeira história, em 1939, o Superman é desenhado ao estilo de Joe Shuster, seu
emblema é triangular e ele não voa, apenas pula. E Batman era chamado de
Bat-man, tinha orelhas muito pontudas e uma capa que simulava as asas de um
morcego. A razão disso é que era assim que esses personagens eram retratados
nesse período.
Quando a
história pula para 1959, Byrne simula o estilo amalucado da era de prata.
Batman usa uma máscara praticamente sem orelhas de morcego, usa um girocóptero
e enfrenta um galpão que ganhou vida, pés, mãos e rosto – e o vence
cavalgando-o. Enquanto isso, Superman se transforma num monstro gigante e é
salvo por Jimmy Olsen com um capacete mental. O capítulo é uma divertida
homenagem à era de prata e aos enredos surreais do período.
Aliás,
divertido é um ótimo adjetivo para essa mini. Mesmo depois, quando a história
pula para 1999, uma época em que os quadrinhos se tornaram sombrios, o que
vemos são sempre heróis sorridentes, sem muitos dramas de consciência ou
dilemas. São heróis e ponto – algo que talvez falte ao gênero nos últimos
tempos.
O sucesso
foi tão grande que estimulou Byrne a fazer uma segunda série, Gerações 2,
cobrindo alguns vácuos na história e introduzindo outros heróis da DC. A
história de abertura, com Gavião Negro, Falcões Negros e outros heróis
enfrentando nazistas é eletrizante. Além disso, é empolgante ver John Byrne
desenhando diversos heróis da DC – embora aqui ele faça lápis e arte-final, o
que deixa seu desenho menos detalhado.
Novamente
o sucesso fez com que ele pensasse em uma continuação. Geração 3, no entanto,
não foi uma boa ideia. Byrne já tinha usado todos os seus truques e preenchido
todas as lacunas. Ele então resolveu fazer uma história grande – ao contrário
das histórias curtas das séries anteriores – de invasão alienígena. Essa última
não tinha o charme das outras e o roteiro era confuso.
Essa série
sofreu nas edições brasileiras. Gerações 1 e 2 foram publicados pela Opera
Graphica. Embora a impressão fosse boa, havia problemas de balonamento (em
alguns momentos parecia que uma criança estava escrevendo o texto dos balões).
Já Gerações 3 foi publicado pela Mythos, que botou um papel de qualidade ruim,
uma impressão que deixava tudo muito escuro (o texto introdutório de Byrne é um
bom exemplo desses problemas de impressão, sendo praticamente impossível de
ler).
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