ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Ercilo Dias: Bom, como todo escritor – acredito, eu – foi lendo muitos livros. Conheci autores de livros universitários, a maioria professores, que ao verem meus escritos incentivaram muito. Isso me encorajou bastante e sempre tive um projeto de tornar em livro personagens que eu e meus irmãos criamos em nossa época infanto-juvenil. Não é fácil lançar um livro neste país sendo um desconhecido – as editoras só querem apostar nos famosos por causa do lucro – e então decidi lançar minha obra de modo totalmente independente.
Conexão Literatura: Você é autor do livro "Adeus, fome!". Poderia comentar?
Ercilo Dias: O título se refere a uma lanchonete – é o nome dela – e seus personagens vivem as mais diversas aventuras no dia a dia. Na realidade, estes personagens e as histórias são um pano de fundo, uma metáfora para abordar as mais diferentes questões: a exploração das massas por religiosos gananciosos na famigerada “teologia da prosperidade”, a corrupção na política e nas forças armadas, a Guerra Fria, o imperialismo estadunidense, a boa música... como se vê, assunto é o que não falta. E, claro, o livro se passa nos incríveis anos 80: quem viveu aquele tempo vai revivê-lo, quem não viu, vai ter o prazer de estar lá nas páginas deste livro!
Conexão Literatura: Como é o seu processo de criação? Quais são as suas inspirações?
Ercilo Dias: É até um pouco estranho falar disso, porque é algo interessante. Eu sou do tipo que a inspiração vem do nada, vejo uma notícia, um filme, um desenho animado e a inspiração surge daí. Pego um papel e faço um resumo da história que desenvolvo desta inspiração. Então começo a escrever e mais idéias surgem, mas tenho que ordená-las, coloca-las dentro do contexto geral da obra, para que não fique totalmente desconectada do mundo dos personagens. Claro, muitos livros ajudam a me inspirar também.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?
Ercilo Dias: “Foi então que eles tiveram certeza que existe um mundo maravilhoso subjacente ao nosso, onde a beleza e harmonia reinam para sempre. E que pode ser acessado por belas canções.” (Episódio 12, pp 88)
Conexão Literatura: Como o leitor interessado deverá proceder para adquirir o seu livro e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Ercilo Dias: Haverá o lançamento deste livro no dia 17 de dezembro na livraria Blooks na Reserva Cultural no Gragoatá, em Niterói – RJ. Mas eu deixei um email para pedidos: livroadeusfome@gmail.com Em breve estará no instagram e facebook.
Conexão Literatura: Quais dicas daria para os autores em início de carreira?
Ercilo Dias: Apesar de todas as dificuldades, não desanimar. Escreva para revistas, sites, tente fazer seu projeto o mais conhecido possível... e claro, faça seu lançamento de modo independente – não se iluda com as grandes editoras. Elas só vão te procurar quando você for conhecido e vender muito. E não esqueça das redes sociais e sites de divulgação – afinal você ainda não é conhecido e estes meios são a tábua de salvação.
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Ercilo Dias: Sim. Pretendo lançar o volume 2 e o 3 desta obra, a continuação dos personagens e das suas aventuras até o apocalipse final... onde as respostas para muitos mistérios que envolvem até mesmo a origem da humanidade estarão nestes livros.
Perguntas rápidas:
Um livro: “O mundo de Sofia”. O melhor livro de todos os tempos.
Um ator ou atriz: Charles Chaplin... nem precisa dizer que era um gênio.
Um filme: “Terra em transe” de Glauber Rocha.
Um hobby: construir objetos de madeira ou plástico.
Um dia especial: o dia que minha filha nasceu.
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Ercilo Dias: Desejo que os brasileiros leiam mais, busquem respostas para os problemas de nossa sociedade em livros e que desenvolvam crítica, não aceitem tudo de forma dogmática. Questionem, duvidem, pensem em cooperar e não em competir. Que a empatia seja a moda e não a indiferença. Acumular riquezas não deve ser o objetivo de nossas vidas, penso eu, mas sim acumular conhecimento de modo a sermos seres humanos melhores.
Parabéns! pelo livro e pela bela entrevista
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